sexta-feira, 22 de novembro de 2024

ARENGA 766

 

Dá uma vontade danada de não ler mais jornal nenhum. Encerrar as assinaturas cuja única vantagem é permitem opinar sobre dos assuntos, estes não merecem comentário por serem sempre a mesma futricagem, crimes, baixarias, vulgaridades, roubos crimes e mortes. Não há mesmo assunto que desperte interesse em opinar a respeito. O G20 e a política que deveriam merecer atenção é a mesma arenga nojenta de sempre, sem qualquer serventia. São promessas prá boi dormir. Vale a pena ler jornal? Não vale. Tristíssimo país esse nosso! Até candomblé é assunto para ser noticiado. Embora a crendice seja assunto a ser banido da sociedade em razão de fomentar a ignorância, a mentira e a locupletação à custa da ignorância do populacho, como outras crendices apesar de também negativas pelos mesmos motivos são toleradas, deve-se tolerar do mesmo modo o candomblé e suas ramificações, infelizmente.

O ímpeto de não mais ler jornal algum não decorre apenas da infantilidade dos assuntos religiosos, divindades inventadas e os festejamentos a eles ligados que resultam em verdadeiro estouro de manada rumo às lojas nos fins de ano, quanto, então se é obrigado a trocar presentes e encher o bolso dos donos de loja.  Tão enfadonhos e mesmo entediantes quanto estes assuntos são aqueles referentes aos pegajosos “famosos” e “celebridades” cujo ridículo causa asco. 

No que se refere às autoridades, então, nem é bom falar. Sua falta de compostura e moral fazem atuais como nunca antes as palavras de Rui Barbosa que todos conhecem. A política foi tomada por tamanha degradação moral e degenerescência que os assuntos a ela pertinentes giram em torno de crimes contra o erário e à própria vida uma vez que poder das chamadas facções criminosas supera o poder do Estado além de contar com sua proteção. Até os intelectuais que deviam formar uma frente de batalha contra a cultura do enriquecimento, da banalização da vulgaridade e da glorificação da putaria televisiva que deturpa a noção de respeito e a sexualidade nos jovens no mundo, com destaque para nosso país, vivem os intelectuais no mundo da lua. É estarrecedor ler em Homo Deus que seu autor afirma que a humanidade vai alcançar a imortalidade. É possível tamanha sandice em um intelectual do porte de Yuval Noah Harari?

Em que mundo estamos e para onde irão os que aqui ficarão acreditando na existência de deuses, demônios e que na vida realmente há lugar para tantas alegrias? Não há não, minha gente! Alegria só dura enquanto dura o vigor da juventude que aos poucos, juntamente com as emoções vão se esvaindo como disse mestre Schopenhauer. Embora este filósofo seja considerado pessimista, nenhum pessimismo existe nessa sua constatação de exaurimento das emoções que nos movem à ação. Quem ultrapassou a idade considerada para velhice como este rabiscador de garatujas sabe por experiência que realmente as emoções vai se esvaindo à medida que passa o tempo. E, como ensinou mestre Sócrates, uma vida não refletida não vale a pena ser vivida. Assim é que a falta de reflexão sobre a vida leva as pessoas a deixar atrás de si um rastro de maldades e sofrimentos no caminho de satisfazer o vício em ajuntar riqueza.  No fim desse caminho está a debilidade que faz precisar de cuidados especiais inclusive de quem lhe limpe as sujeiras que também fazem parte da vida. Aí, então, de que serva imensa riqueza que ajuntou senão para briga de herdeiros?