Uquié uquié é? Anda numa correria
maluca prá lá e prá cá, é tomado por um misto de ridículo e loucura nos
terreiros de futebola e de axé, trabalha para sustentar gigolôs de religião,
politicagem, planos de saúde, axé, futebola e, principalmente, o carro-chefe da
gigolotagem que são os meios de comunicação, e que quando não estão brincando é
porque estão chorando? Resposta correta: um bobo arrematado. Só bobo teria tal
comportamento. A bobagem tomou conta. As pessoas se encontram num estado tão
degradante de bestagens, como diz meu amigo Movér, que aceitam indiferentes a
permuta criminosa que o governo faz com os meios de comunicação. É uma coisa
desgraçada mesmo. O governo repassa enorme quantidade do dinheiro do povo para
os meios de comunicação, e estes devolvem com a prestação do trabalho de
convencer as pessoas de que elas devem ser tão bobas quanto são. É por isso que
há sempre uma televisão onde quer que se vá. A luminosidade dela atrai mais que
pêndulo de mágico. Ela faz até o pai e os filhos conviverem harmoniosamente com
negociatas de xoxotas. Os meios de comunicação anulam completamente nas pessoas
a capacidade de pensar e tirar conclusão. Dois quadros recentes estampados na
imprensa mostram a quantas andam as bestagens resultantes do trabalho dos meios
de comunicação.
No primeiro
quadro aparece um candidato ao único emprego de onde o empregado sai milionário,
o de presidente da república, ao lado de um iletrado jogador de futebola. Todo
candidato a alguma coisa procura mostrar capacidade de fazer aquela coisa.
Entretanto, para quem pensa, a mensagem da propaganda deve ser entendida ao
contrário. Deve ser entendida como declaração da continuidade dos governos que
priorizam as brincadeiras em detrimento de salvar a vida de tantas menininhas
que perdem o futuro por falta do dinheiro gasto com as brincadeiras destinadas
a manter o povo incapaz de perceber a realidade existente do lado de fora dos
eternos festejamentos que constituem uma verdadeira barreira pela qual não
passa a percepção de quase a totalidade dos seres humanos.
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Quem espiar
do lado de fora do baile vai ver coisas escabrosas. Dá a impressão de estar a
sociedade na rota do Titanic, mas, convencida pelos meios de comunicação de estar
em rota muito boa. Tão boa que há muita festa. Uma das raras pessoas que
observam a vida afirmou que “A
propaganda é a arte de explorar a estupidez humana”. Não tem limite o
alcance desta conclusão como também não há limite para a estupidez de quem vota
num candidato pelo fato de se apresentar ao lado de um iletrado jogador de
futebola porque este é o tradicional tipo de político cujo objetivo é o mesmo
de sempre: manter o povo num salão de festa que é para não desconfiar de estar
sendo enganado. O governo do Ceará está processando o jornalista Ricardo
Boechat por ter criticado (como realmente é de se criticar) o pagamento de
seiscentos mil reais por um espetáculo de axé, enquanto os cearenses pobres
amargam os efeitos de mais uma seca que rende gordas liberações de verbas que
fazem com que os responsáveis por elas sejam os únicos empregados que ficam
ricos e tão importantes para o povo, que este, em reconhecimento pelo trabalho
tão eficiente que não lhe deixa faltar nada do que precisa, constrói memoriais
para que tão eficientes e honestos políticos possam perpetuar a imagem da ignorância
de quem deseja ser perpétuo.
No segundo
quadro, que também transmite mensagem oposta ao que a bestagem permite
interpretar, as personalidades são a presidente ou presidenta Dilma e o
governador do Rio na cerimônia em homenagem aos mortos que morreram por falta
da aplicação correta do dinheiro de prevenir aquele resultado. É por isso que o
mesmo atento jornalista Boechat analisou a sena retratada naquele quadro como a
de alguém que vai prestar condolência à família de um morto que morreu por sua
culpa. Perfeito o raciocínio do jornalista. Quando a presidente ou presidenta
entrega a chave do cofre à sanha do colarinho branco como fez ao se reunir com
empreiteiros para se aconselhar como melhor gastar os mais de cem bilhões nas
estradas e portos, e quando o governador é flagrado em companhia do colarinho
branco em alta farra em Paris, a conclusão lógica a que chega quem pensa é a de
que nenhum dos dois está preocupado com os bobos que se sentem prestigiados
pela presença de quem os infelicita.
“Cada povo tem o governo que merece” é
outra frase saída de raciocínio privilegiado. Entretanto, como se vota
enganado, como se vota por estar convencido de algo que não é a realidade, como
aconteceu quando até as pessoas que pensam votaram em Lula, o fato de se estar
certo de estar votando certo quando se está votando errado não justifica ser
sancionado por comprar gato por lebre quem não conhece gato nem lebre. Não está
certo ter-se de padecer os sofrimentos decorrentes de um mau governo porque ao votar
estava-se certo de ser aquele “o cara” ainda que esteja completamente enganado
como faz quem vota num candidato por se apresentar ao lado de um iletrado
jogador de futebola. Todos os povos merecem ter um governo que use o produto do
trabalho de todos em benefício de todos. Esta é a única maneira de se viver em
paz e com a dignidade que merece todo ser humano. Se nosso governo é o
contrário do que deveria ser como provam os gastos em festas e as menininhas
mortas por falta de dinheiro, atitude de não bobo seria trocar tal governo por
outro que gaste o produto de trabalho de todos em benefício de todos.
Uma destas
raras pessoas que pensam também deixou o resultado de uma importante conclusão
na seguinte frase “Aquilo de que você se
arrepende de ter feito no passado não carece seu arrependimento porque por aquela ocasião
você era outra pessoa”. Desta afirmação se conclui que aquele que faz algo
de que vai se arrepender é porque não sabe o que está fazendo. Ninguém
praticaria conscientemente atos danosos a si próprio. Quando, entretanto,
inconscientemente, pratica, produziu para si mesmo o sofrimento futuro causado
pelo arrependimento. Se o sofrimento resultante daquela prática fosse sentido de
pronto, certamente seria evitada a prática. Caso os garotos e garotas
barulhentos e barulhentas sentissem imediatamente os efeitos maléficos que os
cientistas da ONU afirmam provir do barulho, é certo que eles teriam outra
atitude. O inocente que conduzia uma moto que me ultrapassou na estrada da
Barra e cujo zumbido me incomodaria por mais tempo antes de tomar distância se
eu não fechasse os vidros completamente, tivesse aquela inocente criatura visão
de sua pessoa no futuro, só continuaria daquele jeito se fosse muito bobo
porque atrair sofrimento é papel de bobo. Como o povo não sabe o que está
fazendo, procede como bobo e faz coisas das quais haverá de se arrepender como
se arrependerá um dia de ter sido incapaz de aprender as lições que nos dão
diariamente os doutores do saber. Quem estiver a fim de saber que a presença do
governador do Rio na cerimônia não representa sentimento de solidariedade
poderá ter uma excelente lição na coluna do jornalista Alex Ferraz no jornal
Tribuna da Bahia do dia 28/3/2013. Entre as provas do “real interesse” pelo
povo demonstradas pelo governador, há na matéria de Alex Ferraz o seguinte: “...ele
esteve, no último sábado, quando as chuvas mais que previsíveis arrasavam os
morros do Rio e matavam dezenas, no Madison Square Garden (foi fotografado lá),
com o filho, onde, entre lautos goles de cerveja, assistia a uma partida de
basquete”.
Como essa prosa
já está uma prosa, fica aqui o meu inté. Se algum infeliz acompanhou estas bestagens
até aqui, pode estar certo de novas bestagens depois de devidamente recompostos
os sacos de quem vê e de quem apresenta.
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