domingo, 26 de maio de 2013

ÀS AVESSAS


                      A desordem implantada nesse belo país sem sorte é capaz de fazer pessoa da melhor qualidade moral e intelectual dizer coisas que analisadas à luz da lógica se tornam sem sentido. Uma desordem monumental é o fato de um colegiado composto por pessoas sabidamente desonestas como Sarney, segundo o livro Honoráveis Bandidos, órgão que é comandado por Renan Calheiros, réu em processo crime de lesa pátria, sabatinar ou arguir um homem da estatura moral e saber jurídico do doutor Luis Roberto Barroso, para verificar se ele é competente para ser ministro do Supremo Tribunal Federal deste país de que já deu prova estimar, ao contrário dos que vão verificar se ele pode ou não ocupar o cargo, porque estes já deram provas de agirem contra os interesses do pais e do povo. A coisa está uma misturada tão ruim que desonestos julgam os honestos. Quem se vê em meio a tantas sandices acaba se atrapalhando de alguma forma como aconteceu com o doutoríssimo Luis Roberto, logo Ministro do STF, caso os senadores em conluio com outras áreas do governo não decidam lá colocar um politiqueiro, como acontece às vezes. Em meio a tanta loucura, o raciocínio acaba se atrapalhando. Num pronunciamento feito no jornal O Globo de 25/5, o nosso ministro (se o senado deixar) afirma que as decisões políticas devem ser tomadas por quem tem voto. Absolutamente correta a afirmação para um ambiente de pessoas capazes de não votar em alguém por que aparece ao lado de jogador de futebola e bastante esclarecida a ponto de fazer ouvido de mercador para os falsos profetas que demonizam líderes verdadeiros e endeusam os falsos líderes, só numa sociedade assim é que alguém que merecesse receber votos seria por ter as qualidades para bem exercer o cargo para o qual se escolhe pelo voto. Entretanto, em se tratando de uma sociedade de imbecis capazes de fazer um tremendo panavoeiro para saber se Neymar vai para a Espanha, que dia vai, com que namorada está trepando, o que gosta e o que não gosta de comer ou beber, enfim, uma sociedade composta de idiotas requebradores de quadris e frequentadores de igrejas votam em pessoas comprovadamente incompetentes para cargos políticos, embora competentíssimos nas atividades que exercem, mas a habilidade que os fez grandiosos é diferente da habilidade política. Aconteceu recentemente quando um número enorme de pessoas deram um montão de votos a Romário, que sabe tudo sobre futebola, e Tiririca que é realmente um talentoso humorista. Assim, apesar de terem votos, e muitos, não podem tomar decisão política porque sua atividade não inclui entrosamento com a ciência política. A afirmação do doutor Barroso encaixa perfeitamente numa sociedade composta por homens e mulheres incapazes de seguir o rumo do som do berrante das lojas, mas não funciona numa sociedade composta por manada.

Mais adiante, fala o doutor Barroso na necessidade de reforma política. Também seria verdade absoluta se tivéssemos um congresso composto de políticos no lugar dos politiqueiros que temos. Com a boca retorcida pelo costume do cachimbo da corrupção, os congressistas só legislam contra o povo. Estão propondo uma lei que impede o Ministério Público de investigar os crimes por eles praticados e outra lei propondo que as decisões de Joaquim Barbosa cuja biografia indica competência, capacidade de trabalho e honestidade sejam submetidas à apreciação do presidente da Câmara dos Deputados, cujas biografias estão piores que pau de galinheiro. De uma reforma política feita pela politicagem não pode surgir uma política porque a genética de uma é diferente da genética da outra. Uma notícia de jornal nos dá na prática a dimensão desse fato e a diferença entre a índole da politicagem e a da política. Esta notícia dá conta da aprovação de uma lei que obriga os hospitais do SUS a atender doentes de câncer dentro de sessenta dias, o que desnuda a índole da politicagem porque está mais para molecagem propor que um doente de câncer tenha de esperar sessenta dias para obter um atendimento. Além disso, dadas as condições de deficiência dos hospitais e o aumento de doentes, esta lei equivale àqueloutra que proibia passar mais de trinta dias sem chover. Este é o verdadeiro espírito da politicagem: fazer de conta que se está fazendo. Na índole da política, entretanto, nenhum doente de qualquer doença ficaria sem atendimento imediato e eficiente como o que atendeu Dilma e Lula sem precisar prazo ou preocupação com a conta a pagar. Ainda observando o pronunciamento bem fundamentado e de ótimas intenções do doutor Barbosa, nosso ministro (se o senado deixar), afirma que o Poder Judiciário só deve intervir na política quando das decisões da política resultar afronta à Constituição Federal. De novo, por viver no mundo das sandices, o grande jurista ao fazer tal afirmação parece não ter reparado que nossa Constituição já se acostumou às afrontas e nem liga mais prá nada. Confrontando-se o que tem o povo e o que lhe foi prometido no artigo quinto da Constituição, tem-se uma idéia do quanto está desmoralizada nossa pobre constituiçãozinha. Além do mais, é preciso ousar como faz o doutor Joaquim Barbosa, e como devemos fazer todos, além do que dizem os regimentos de conduta, porque eles foram feitos unicamente em benefício de quem nos inferniza a vida, de modo a que este povo abobalhado precisa ser chamado à atenção para evitar os já quase inevitáveis sofrimentos para as futuras gerações.

A fala do ministro (se o senado deixar) é animadora porque se ele conta com uma sociedade capaz de escolher seus líderes é porque ele batalhará por ela não só pela fala ao jornal, mas também pelo seu passado de homem honrado e homens honrados não se sentem bem em meio à politicagem, mundo no qual os cães de guarda dos ricos ladram desesperadamente de todos os lados mensagens deturpadoras da verdade, como, por exemplo, a tentativa de encobrir a importância do que diz o doutor Joaquim Barbosa. Como o povo em vez de pensar por si mesmo recebe os pensamentos já prontinhos vindos das capciosas pregações preparadas no laboratório dos ricos e passadas para a cuca das pessoas pelos falsos profetas remunerados da política e da religião. O resultado desta pregação é a situação em que nos encontramos de intranquilidade, de quase sem água e, de uma ora para outra poderemos estar na situação de também sem comida porque ocorrendo um desses fenômenos de seca ou enchente calamitosas que destruam as plantações, o espaço de tempo até a colheita de nova safra superará a capacidade de abastecimento para suprir a necessidade de tanta gente. Se o povão abestalhado não acordar para estes profetas assaláriados, sua velhice vai continuar sendo chorar na televisão. O alardeamento que fazem os falsos profetas em torno do aumento de poder aquisitivo, do emprego, e coisa e tal, não passa de falta de vergonha na cara de quem fala e de estupidez na cabeça de quem ouve e não pensa a respeito. Só a indiferença para com os assuntos sérios devido à imbecilização repassada pelos vários meios de comunicação, principalmente um tal de “plim plim”, envolvem as pessoas em tantas bobagens que elas se tornam incapazes de cuidar de coisas sérias como perceber a verdade de que o povo, realidade, está à míngua. O ocorrido ainda esta semana em alguns estados, entre eles Rio e São Paulo, mostra perfeitamente a situação de pobreza do povo porque muitos enfrentaram horas de fila para se beneficiarem da isenção de imposto sobre o combustível de abastecer suas motocicletas. Só pobre fica nesse castigo apenas para não ter de pagar o imposto sobre o combustível de uma moto. Depois de esvaziados os sacos nós proseia mais. Inté.

 

 

  

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