sábado, 31 de agosto de 2013

A BÍBLIA E A REALIDADE IV


 

Da última vez que pensamos sobre as bestagens bíblicas registradas até Gênesis 15; 8, 9, 10, 11, deixamos Abrão cumprindo a ordem macabra de Deus de esbandalhar alguns animais cujos pedaços foram arrumados pelo inocente Abrão em certa ordem. De acordo com estas bestagens, e cumprido o ritual funesto, talvez causado pelo cheiro de sangue, um acentuado torpor invadiu o infeliz Abrão e ele caiu em forte desalento. Aquele desconforto talvez não estivesse ligado aos assassinatos dos animais porque como veremos quando chegar a hora, também em obediência a Deus ele ia matar o próprio filho, situação monstruosamente inexplicável, mas para a qual a enganação encontra explicação que a manada aceita e, pior, acredita. O mal-estar de Abrão talvez decorresse das novas orientações de Deus. Declarou o Senhor Deus a Abrão que sua descendência seria escravizada durante quatrocentos anos, mas que Ele, Deus, puniria os escravizadores. Certamente teria ocorrido um ligeiro funcionamento da inteligência de Abrão, porque até os integrantes de manada dispõe de alguma. Eles ainda não sabem disso porque a imprensa não permite. Em troca de muito dinheiro que os politiqueiros lhe dão a imprensa faz acreditar que tomar conhecimento do resultado do exame de urina do jogador de futebola seja mais importante do que o futuro de seus filhos. Não tem outra finalidade notícias sobre Ronaldo gordo ganhando mordidinha na boca, nem que Ronaldo Magro tornou famosa uma boate na Itália por tê-la frequentado. Este fato desnuda a mentira de haver povo civilizado no planeta. Uma civilização das mais antigas do mundo tem uma boate tornada famosa porque passou por lá um iletrado dentuço escoiceador de bola. É assim que a imprensa leva as pessoas a desconhecer haver inteligência em seus cérebros. Confirmando o dito de haver algo de bom até nas coisas ruins, a Rádio Bandeirantes AM de São Paulo entrevistava Laurentino Gomes sobre seu novo livro quando um dos entrevistadores comparou um dos personagens da Proclamação da República com a figura desprezível para quem pensa de um jogador de futebola.  Enquanto não se descobrir haver inteligência nas cabeças para as quais a mais importante palavra de nossa língua é gôôôôôôôôôôôôôôôôôôôôôô permaneceremos na condição de manada. Entretanto, em Abrão,como o sono de sua pouca inteligência teve uma pequena falha, teve ele um lapso de raciocínio que o fez perceber a falta de lógica em ter seus filhos, netos, bisnetos, trinetos, tataranetos, enfim, toda sua descendência escravizada. Esta mudança de Abrão, de quase assassino do filho a uma repentina preocupação com seus descendentes certamente o fez cair em prostração.

Ao pensar por alguns instantes, Abrão não conseguiu encontrar nenhuma vantagem nem no sofrimento de sua posteridade, nem daqueles que os fariam sofrer. Quando se pensa, chega-se a uma conclusão. Foi o que aconteceu com Abrão e sua conclusão, desta vez, correta: melhor seria que ninguém sofresse. O que ele não sabia é que o sofrimento é a bandeira que Deus desfralda para manter os pobres acreditando na bestagem de que a felicidade só existe fora deste mundo. Embora rápido o intervalo na interrupção da letárgica inteligência de Abrão, foi suficiente para ele pensar um pouco no seguinte: Se até as baratas quando mordem, assopram para evitar sofrimento na vítima, como se explicava que uma entidade tida como de infinita bondade gostasse tanto de sofrimento?

O pobre Abrão nem desconfiava de ser ele uma ficção. Se ele dispusesse de uma máquina do tempo como aquela do livro Operação Cavalo de Tróia, de J. J. Benítez, onde nos mostra a origem dos banqueiros: avarentos que cobravam ágio altíssimo em suas bancas de trocar as várias moedas de estrangeiros pela moeda oficial com a qual a manada da época pagava os favores concedidos pelos deuses adorados no Sinédrio, do mesmo modo como se paga hoje por missas.

Mas, se Abrão, em ficção viesse aos tempos mais modernos, descobriria que todos os seguidores de Deus se deram muito mal e saltaria fora dos quadrinhos da sua também fictícia história.  O próprio filho de Deus foi obrigado a carregar sob chibatadas imensa cruz na qual foi pregado e espetado por lanças até morrer em tremendo sofrimento. Abrão poderia ver no livro Uma Breve História do Cristianismo, de Geoffrey Blainey, na página 47, que o segundo maior seguidor de Deus depois do seu filho torturado e morto de forma tão cruel quanto a de Herzog, sob a indiferença do seu Pai. Também para tamanha bestagem a manada aceita explicação dos enganadores das várias religiões nas quais se incluem sacerdotes estupradores, assassinos, ladrões entre os quais estava um que escolheu o novo papa. Se ele chegasse ainda mais perto de nós e consultasse o amigão Google haveria de ficar estarrecido ao pedir-lhe para lhe mostrar “a riqueza dos pastores brasileiros”.

Outro infeliz seguidor de Deus, Paulo, estava tão seguro de estar protegido por um manto divino que chegou a proferir as seguintes palavras “Se Deus é por nós, quem será contra nós?”. Entretanto, foi assassinado. Ainda outro seguidor, Tiago, bispo de Jerusalém, irmão de Cristo só por parte de mãe, também foi assassinado por ordem do seguidor de um daqueles deuses adorados no Sinédrio e que só foram desbancados por ordem do imperador romano ao perceber que o povo preferia o deus de Abrão que nessa época já era Abraão. É como se meu nome fosse mudado para Zeé. O sucessor de Tiago, Pedro, transformado em chaveiro pela bestagem, também não escapou de ser assassinado. 

Sofrimento e morte antes do tempo é o destino da humanidade ao preferir estas bestagens aos avisos da ciência. Uma senhora com uma criancinha nos braços no supermercado, a quem indaguei sobre o que ela esperava para o futuro daquela criança, estava absolutamente convicta de que a proteção divina tomaria conta de tudo e não permitiria que nada de ruim pudesse acontecer à sua pobre filha  tão inocente quanto os personagens destas bestagens porque a religião, em vez de ser protetora é inimiga por ser apaniguada  da riqueza e a riqueza é a causa da pobreza que causa todos os choros no corredor do hospital. A imagem de cristo grudunhada na parede dos bancos nos mostra isso. Onde a religião e a riqueza encontram sabedoria só há insensatez. Inté.

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