domingo, 8 de janeiro de 2017

ARENGA 346


Falta um Darwin que crie a teoria da evolução comportamental a fim de mostrar à humanidade o porquê de ser ela tão infeliz e tão burra que nem sabe ser infeliz. A História mostra grande descompasso entre a evolução espiritual e a evolução física. Observando o comportamento do homem conforme nossa história através dos tempos, temos que a capacidade de pensar possibilitou aos bichos que viriam a ser nós nos possibilitou superar os outros bichos na capacidade de sobreviver porquanto a sobrevivência dependia da atividade de matar, e os pré-humanos começaram a usar instrumentos em vez de apenas os membros e dentes como faziam os outros bichos. É importante considerar a particularidade de que matar era imprescindível para que se pudesse viver. Assim, diz a História, primeiro, descobrimos que podíamos lançar pedras. Depois, aumentamos o poder de lançar lançando em vez de apenas pedras, varas pontiagudas cuja ponta fazíamos no fogo, o que a tornava mais dura que o normal. A partir daí, à medida que aumentava a capacidade cerebral e a experiência, aperfeiçoávamos cada vez mais a capacidade de matar, aperfeiçoamento esse do qual nunca nos separamos. Ao chegar à modernidade, o desenvolvimento cerebral e a experiência que nos permitiram desenvolver a capacidade de curar, de produzir alimentos e de nos transportarmos confortavelmente de um lugar para outro se fez acompanhar também do desenvolvimento da capacidade de matar. Gigantescos aviões transportam toneladas de bombas e as despejam sobre cidades onde estão seres humanos considerados inimigos, inclusive crianças cujo discernimento não lhes permite ser inimigas de ninguém, ou aviões minúsculos, controlados à distância, sem necessidade de piloto, que disparam armas mortíferas capazes de cuspirem milhares de balas por minuto prá cima dos inimigos e das crianças.
A necessidade de comer e defender que exigia o comportamento de matar foi substituída pela necessidade de ajuntar bens materiais. Assim, não se mata por comida, mas se mata por riqueza. Se havia motivo para a necessidade de matar por comida, é dispensável a necessidade de matar por riqueza por ser a riqueza não só dispensável à vida, mas também impediente à boa qualidade de vida. Observando os lugares onde há maior quantidade de riqueza percebe-se que as pessoas de lá talvez sejam mais infelizes do que as pessoas dos lugares onde não haja montanhas de riqueza.
Estaremos em melhores condições se em vez de riqueza cultivarmos a solidariedade que até por instinto existe entre os irracionais, juntando-os em manadas. Se os adultos têm a mentalidade consolidada em comportamentos antissociais indispensáveis à formação das riquezas, cabe à juventude substituir a cultura do enriquecimento pela da harmonia e da solidariedade porque a estultice do comportamento bélico sempre desprezou a ideia de comportamento pacífico. Na página 518 e na 521 do livro História da Raça Humana, Henry Thomas conta que no século XIX o maluco beleza Leon Tolstoi, amante da paz, fundou uma escola para camponeses. Como ensinasse sobre a realidade de ser a paz mais conveniente à vida, a escola foi fechada pela polícia e Tolstoi aconselhado a deixar os camponeses em paz com sua ignorância. Os filhos, estes viravam as constas sempre que Tolstoi lhes falava da fraternidade humana.
Embora tenha sido sempre assim, assim não deve ser para nosso próprio bem, principalmente para o bem das inocentes criancinhas que passeiam nos carrinhos de compra nos supermercado ao lado de imensas garrafas de refrigerante, empurrados por pais estúpidos. Inté.   

 

 

  

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