Peguei na estante, ao acaso, o livro A Era Dos Extremos, de Eric Hobsbawn, que há muito não consultava. Na contracapa lê-se que os acontecimentos, ações e decisões que conduziram o mundo ao momento histórico de 1990 fazem parecer que o passado e futuro estariam seccionados do presente. Coisa de intelectual isto de vagar por inutilmente longe da realidade vivida. Se o presente resulta das falsidades e estupidez do passado, o futuro resultará do comportamento do presente. E se assim é, a depender da insanidade do presente, nada de bom se pode esperar para o futuro.
Marx, com sabedoria, disse que os intelectuais se limitam a analisar o mundo, quando o mundo precisa é ser modificado em vez de analisado. Mas a verdade é que aos intelectuais não parece ocorrer nenhuma necessidade de mudar o mundo. É como se tudo estivesse bem para eles. Não obstante as desgraças que vitimam a humanidade, o intelectualíssimo Hobsbawn, limita-se nas 599 páginas de A Era Dos Extremos, indiferente à triste realidade ora vivida, o autor se limita a discorrer sobre acontecimentos no mundo exatamente como fazia minha mãe quando conta histórias para nós quando crianças.
Faz-se necessário que os intelectuais se voltem para as causas da infelicidade humana cuja causa é deixar-se levar como lixo na enxurrada. Faz-se necessário um despertar para a realidade de não ser possível aos seres humanos esperar que falsos líderes zelem pelo seu bem-estar. A necessidade de mudança a que se referia o velho Marx pode muito bem se resumir em um trabalho voltado para despertar a necessidade de raciocinar sobre como não ser infeliz de todo uma vez que sendo bem administrada a riqueza pública pode-se evitar a maior dos males que infelicitam a humanidade.
Entretanto, nem tudo é indiferença intelectuais. Eis que surge entre eles a bela escritora e pesquisadora espanhola Cristina Martín Jiménez, que, entre seus vários livros, dois são dedicados a esclarecer o porquê dos acontecimentos que infelicitam os seres humanos e que nada mais é do que por terem eles sido convertidos em seres não pensantes foram igualados aos irracionais cuja lei é a da competição segundo a qual o mais forte esmaga o menos forte. Não é assim que vivemos? As guerras provam que é, embora não deve ser.
O primeiro dos dois livros de
Cristina Martín Jiménez se chama Os Donos Do Mundo, e, o segundo, O Clube
Secreto Dos Poderosos. No primeiro, em linguagem simples, com riqueza de detalhes e bravura que nem
todos os homens têm pelo justificado medo de cair no destino de Julian Assange
e amargar um cárcere impiedoso por defender o futuro da juventude imbecilizada que
nem sabe que existe um Julian Assange.
Neste livro, a autora esclarece de onde é que
emana o poder maligno que impede a humanidade de superar a lei das selvas e evoluir
para uma sociedade civilizada. Tal lugar se chama Clube Bilderberg. A realidade mostrada neste
livro é a existência de uma instituição satânica em termos de sociabilidade denominada
Clube Bilderberg onde ajuntam-se os Midas do mundo que, graças ao poder da única
coisa realmente capaz de fazer milagres tais como salvar vidas, o dinheiro,
tomam posse da mente humana e extirpam dela a capacidade de raciocinar
corretamente, razão pela qual é possível afirmar que esse grupo é que é o
verdadeiro satanás, e não aquele que torcedores, religiosos e bailarinos de axé
têm na cabeça oca.
Contando com o poder do deus dinheiro
e do conhecimento da facilidade com que a mente humana pode ser conduzida, os Midas
do Clube Bilderberg se apoderaram dos meios de comunicação de todo o mundo e
por meio deles submete a humanidade à dependência do emprego por meio do qual
são feitas suas riquezas incalculáveis ou da dependência de programas
governamentais para distribuição de esmolas para comprar osso e absorventes de
menstruação.
O capítulo intitulado A
narco-contracultura e a música como instrumentos de controle juvenil, na página
92, para espanto de quem desconhece o que seja pão e
circo, fica-se sabendo que os festivais de rock e de LSD que para os estudantes era uma revolução contra a decrepitude, é, na verdade, um instrumento de promover
decrepitude anulando a vivacidade dos jovens, o que é feito quando a CIA, por ordem do Clube Bilderberg a custo
de vinte e cinco bilhões de dólares incentiva a realização dos tais festivais como
instrumento de controle da juventude para não deixar fluir nela o pensamento e
assim tirá-los do sério de meditar sobre a realidade que os cerca. Com a
internete, os meios de comunicação completaram a alienação da juventude
afastando-a completamente dos livros e do raciocínio uma vez que livros são a
única fonte de conhecimento.
Nas páginas 148/149 de Os Donos Do
Mundo, em capítulo intitulado Manipulação das Informações, há interessante
episódio de como uma falsa informação convenceu um senhor chamado Robert Farmer
de modo tão absoluto que mesmo depois de ter o religioso e assassino presidente
Bush confessado ser falsa a informação usada para justificar a invasão do
Iraque quando foram assassinadas crianças, ainda assim, o senhor Farmer estava absolutamente
certo de ter sido necessária a invasão para destruir armas químicas do mesmo
modo como a massa bruta de povo acredita no que seus donos querem que ela
acredite.
Na página 90 do livro de que tratamos consta que um dos muitos braços do Clube Bilderberg, o Instituto Tavistock, estuda os processos comportamentais individuais e coletivos a fim de controlar e comandar as ações e pensamentos mediante o uso de técnicas persuasivas, sugestivas, manipulativas e de lavagem cerebral, o que explica o porquê de nenhum governante do mundo renunciar a Olimpíadas e Copas do Mundo que tanto embevecem a malta de frequentadores de igreja, axé e futebola, tornando-a tão ridícula que, como macacos, assumem comportamento de criança e esperneiam furiosamente quando a bola passa pelo goleiro. Quem está em tamanha ilusão não pensa no resultado para seus filhos da ação devastadora do meio ambiente promovida pela socialmente imoral classe privilegiada como querem os Midas do Clube Bilderberg.
Estre várias outras provas do domínio
que a máfia dos Cube Bilderberg exerce para o mal da humanidade, na página 49 de
Os Donos do Mundo consta o seguinte: “...não só os presidentes dos Estados
Unidos costumam ser escolhidos entre os membros do clube Bilderberg, mas os
europeus também”.
Embora a certa altura esta fabulosa
escritora declare que tais conclusões têm sido consideradas como fantasias de
certos intelectuais, a realidade mostra o contrário porque se não houvesse um
trabalho voltado para impedir que a humanidade evoluísse espiritualmente ela
não seria constituída de seres que apesar de poder pensar, não pensam. Desperdiçam
este poder tão grandioso que fez do humano o mais poderoso dos seres viventes.
Poetas têm se dedicado ao assunto
pobreza de forma até mesmo capaz de trazer lágrima aos olhos, mas sem sair do
aspecto puramente poético a exemplo deste trecho da belíssima música do genial
Chico Buarque, que a juventude futucadora de telefone é incapaz de perceber o
alcance e muito menos ainda de dar o devido valor: “... Aí me dá uma tristeza no meu
peito/Feito um despeito de eu não ter como lutar/E eu que não creio, peço a
Deus por minha gente/É gente humilde, que vontade de chorar”.
Como se vê, a poesia também passa
longe da causa do problema da pobreza que outro não é senão a privatização da
riqueza por mentes tornadas esquizofrênicas pela necessidade desnecessária de
acumular a riqueza que a todos devia servir. Contraditoriamente, quando o poeta
se diz incapacitado de lutar, está lutando. Não há quem não possa lutar contra
a injustiça que tomou conta do mundo. A inconformação do poeta constitui uma
forma de luta. Mas o poeta erra quando age como o Papa ao esperar que um deus inexistente
livre a humanidade dos seus tormentos porque a causa da pobreza não está no céu.
Está é no Clube Bilderberg.
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