terça-feira, 11 de janeiro de 2022

ARENGA 639

 

Esta arenga começa lembrando aos desocupados que pintam por aqui o início da introdução do livro O LIVRO DA FILOSOFIA e termina fazendo-lhes três perguntas. A introdução começa assim: “A filosofia não é apenas atividade de pensadores excêntricos, como popularmente se pensa. Filosofia é o que todos fazemos quando estamos livres de nossas atividades cotidianas e temos uma chance de nos perguntar o que é a vida e o universo”.

Dito isso, passemos à arenga:

“Não soube me conter diante de tanto poder e tanta força política”. Declarou Sergio Cabral à justiça quando não foi mais possível esconder os crimes que cometeu com espantosa facilidade entes de ser alcançado pela Lava Jato perseguida pelos cavaleiros negros mambembes do STF debaixo da barba da imprestável juventude futucadora de telefone.

A declaração do Cabral traz à mente Marx e Zé Simão. Se Marx observou que os filósofos se limitam a analisar o mundo, quando o que o mundo precisa é de mudança em vez análises, o Zé Simão observou que o Brasil é o país da piada pronta. Estas duas observações se encaixam como luva na estapafúrdia declaração do governador ladrão cuja malandragem desbancou a famosa malandragem do carioca é mostrada num minucioso e perfeito trabalho do escritor Tom Cardoso no livro SE NÃO FOSSE O CABRAL, de leitura extremamente necessária para quem superou a fase bruta de povo. E as conclusões de Marx e Zé Simão se encaixam na declaração do ladrão também protegido pelo vergonhoso STF por ser necessário mudar, como disse Marx o atual sistema de administração pública de entregar a ladrão para administrar a riqueza de prover a sociedade de organização e bem-estar uma vez que isto, como disse o Zé Simão, é piada. Honestidade em político é tão difícil quanto chifre em cabeça de cavalo.

Sendo políticos os gestores da administração pública, significa que a sociedade está num beco sem saída. Daí ter Millôr Fernandes dito que o Brasil pode dar origem a um mundo inteiramente novo porque caos é o que não falta por aqui.

Vejamos alguns resultados da minuciosa pesquisa do Tom Cardoso que mostram o verdadeiro objetivo dos políticos mais estimados pelo povo:

1 – Um senhor chamado Fernando Cavendish, tinha uma empreiteirazinha mixuruca em Pernambuco chamada Delta. Ao conhecer o governador do Rio, Sergio Cabral, uniu os dois a mesma propensão à avareza, inescrupulosidade e irresistível paixão por fortuna e poder, nascendo destas más qualidades forte empatia e grande amizade da qual resultou que a construtorinha de nada se transferiu para o Rio, onde, às custas dos cariocas “espertos”, se transformou numa baita construtora que concorria com a Odebrecht em riqueza e canalhice.

2 – Tendo a primeira-dama carioca manifestado ao governador desejo de ter determinado anel de requintada joalheria de Paris que custava R$800.000, o governador levou lá seu inseparável amigo Cavendish, mandou que ele comprasse o anel e devolveu várias vezes o valor por meio de lambanças nas obras para as Olimpíadas e Copa do Mundo que tanto embevecem a malta de de frequentadores de igreja axé e futebola. De olhos arregalados, respiração presa e tensa, a turba acompanha com sofreguidão o papagaio de microfone quando brada euforicamente como lha mandam os arautos do pão e circo: que corte perfeito! Chapéu ni um! Ni dois! Que beleza! Passe perfeito! Driblou um, driblou outro, atenção, chutou, é gooooooool! É quando parte da turba explode numa euforia ridícula enquanto a outra parte morde os beiços de inveja e raiva.

3 – Nas farras pagas pelos “espertos” cariocas, o governador se jactava de dormir com um pijama oferecido pela Emirates Airlines, confeccionado com micro cápsulas de algas marinhas que, além de estimularem a circulação sanguínea, evitavam a desidratação da pele.

4 – A mulher do governador comprava durante o folguedo das viagens plenas de mordomias, em quantidades industriais, os caríssimos sapatos Christian Loubortin cujo destaque está no solado vermelho que para ser visto nas reuniões ela dava um jeito de arribar o pé vez em quando.

5 – Criticado pela malandragem de renunciar em favor de ricos empresários fabulosa quantia de  R$50 bilhões, Cabral justificou o ficou justificado que seguia modelo implantado por Lula e Dilma que renunciou a R$60 bilhões de 2011 a 2014. O que acontece com um povo tão estúpido que é indiferente a perdão de dívida de impostos para ricos empresários enquanto trabalhadores são fiscalizados pela Receita Federal?

Jô Soares NÃO costumava dizer É UM ESPANTO? Pois o verdadeiro espanto é que para o povo quanto maior a canalhice do político, de maior apreço ele desfruta. Os livros OS DONOS DO MUNDO, SE NÃO FOSSE O CABRAL, O CHEFE, PRIVATARIA TUCANA, HONORÁVEIS BANDIDOS, O ESPETÁCULO DA CORRUPÇÃO, A FACE OCULTA DA CORRUÇÃO, PARTIDO DA TERRA, OS BEN$ QUE OS POLÍTICOS FAZEM, entre muitos outros, mostram com clareza ofuscante a espantosa realidade de ser a atividade política exercida por marginais. Aceitar isto vai de encontro a qualquer bom senso visto depender da política a qualidade de vida. Na página 25 do livro Se Não Fosse O Cabral, Tom Cardoso cita interessantíssimo caso de um governante da pequena nação asiática de Brunei que mora numa mansão com 1.788 quartos e garagem para cinco mil carros. E tamanho absurdo não é contestado por quem paga a conta. De onde será que sai tanta conformação?

Finalmente, é hora das perguntas. Seria bom dar uma olhadinha lá em cima no texto da introdução mencionada. Eis as perguntas:

Primeira: Nas horas em que não estão no labor de produzir riqueza para outros desfrutar, pensará o povo sobre a vida?

Segunda: Até quando os malandros terão motivos para rir?

Terceira: Se em consequência de suas ações ou omissões os políticos são responsáveis por tantas lágrimas, o riso deles não indica deformação de caráter que os desqualifica para líderes?

 


 

Nenhum comentário:

Postar um comentário