quinta-feira, 1 de outubro de 2020

ARENGA 447

 

Como será o futuro da geração web? A única certeza que se pode ter a respeito é que tendo como instrumentos de trabalho ferramentas como “WhatsApp” “on-line”, “escâner”, “browser”, “modem”, “link”, “site” “policast”, e mais uma infinidade de outros bichos desconhecidos de gerações anteriores, a geração web terá de ser diferente delas porque os instrumentos de trabalho exercem influência sobre a atividade cerebral. Esta realidade foi observada por Nietzsche e um amigo seu quando o primeiro passou a escrever à máquina em vez de à mão, como sempre fazia. Teve, então, a atenção despertada por seu amigo também escritor para o fato de ter percebido alguma alteração no estilo do filósofo e sugeriu a possibilidade de se dever a mudança ao fato de ter passado a usar máquina de escrever. Recebeu de Nietzsche a seguinte resposta: “Você tem razão. Nosso equipamento participa na formação dos nossos pensamentos”. (Página 35 do livro de Nicholas Carr, O QUE A INTERNETE ESTÁ FAZENDO COM OS NOSSOS CÉREBROS, tendo por subtítulo A GERAÇÃO SUPERFICIAL.

Entretanto, esse cantinho de pensar tem a petulância de discordar do subtítulo juventude Superficial por acreditar que a tecnologia em si mesma não seja responsável pela superficialidade mental que ataca com ferocidade a juventude atual. O uso da tecnologia, sim, é que pode ser prejudicial. Se a tecnologia moderna fez dos jovens futucadores de aparelhos eletrônicos, zumbis desligados da realidade a ponto de se submeterem pacificamente às ideias medievais que estão inviabilizando as condições de vida no planeta, o que é realmente um grande problema, deve o fato ser atribuído a viver a humanidade uma falsidade tão extraordinária que as pessoas mais desimportantes de sua sociedade são consideradas as mais importantes, enquanto que as mais importantes são odiadas a ponto de serem crucificadas, queimadas  ou condenadas a ingerir cicuta.

 É tão espetacular a falsidade em que vivem os seres humanos que apesar de acreditarem na vantagem da paz e da harmonia, presenteiam as crianças com brinquedos que imitam armas e as induzem a ter por heróis personalidades cuja habilidade é matar e destruir. Tal é a banalização da violência que filmes sobre crueldade são anunciados como entretenimento.

Portanto, é o modo como se usa a tecnologia que pode fazer mal. Sendo seus recursos empregados para transformar brutamontes em cidadãos, resultará em benefício em vez dos malefícios provenientes de serem as inovações usadas para produzir riquezas individuais como mostra o pensador François Morin no livro A Hidra Mundial: “... as autoridades judiciárias dos Estados Unidos, britânicas e a Comissão Europeia têm multiplicado as investigações e as multas que demonstram que vários desses bancos – especialmente onze deles (Bank of América, BNB Paribas, Barclays, Citigroup, Credit Suisse, Deustsche Bank, Goldman Sachs, HSBC, JP Morgan Chase, Royal Bank of Scotland, UBS) organizaram de forma sistemática acordos de formação de quadrilha”.

Sendo os líderes políticos que estabelecem as regras no mundo obedientes a quadrilheiros e, portanto, submetidos à vontade de criminosos, tal situação não pode ser atribuída à tecnologia, mas, sim, ao modo como ela tem sido usada. 

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