O homem primitivo, ao relento, quando
descobriu que podia pensar, seu pensamento era tão curto quanto o pensamento do
atual elemento asqueroso povo, que precisa ser enjaulado para não cometer
desatinos. O primeiro pensamento do primitivo foi sobre como se proteger dos
perigos que lhe representavam os fenômenos naturais. Pensou, depois, como ainda
faz o povo, que uma proteção podia lhe ser dada de bandeja, vinda de alguma
entidade superior a eles. Primeiro, pedia a entidades que pensou morar nas
montanhas, nos rios, nas pedras. Depois, como o tempo convence mais que a
razão, como lembrou Thomas Paine, foi convencido pelo tempo de ser aquilo uma
bobagem e mudou de bobagem. Passou a pedir proteção a espíritos de pessoas que
se em vida foram capazes de atos de grandeza, depois de ter morrido, então,
seriam muito mais capazes ainda. Mas, da mesma forma, foram convencidas pelo
tempo de também ser bobagem e novamente mudaram de bobagem. Desta vez, inventou
uma entidade com a mesa forma de si mesmo a quem uns se dirigiam chamando de
deus, outros de tupã e de jeová. Mas acontece que novamente incorreram em
bobagem porque deus, o próprio, de dentro dum fogaréu (Êxodo 3:2) disse a
Moisés que o nome dele era Eu Sou (Êxodo 3:14). E até hoje, embora com outros
nomes, o homem espera que Eu Sou, lhe proteja, sem ter ainda pensado que ele
não precisa de outra proteção senão de si mesmo.
Depois de ter aprontado o máximo que
a insensatez permite e inviabilizado a própria vida, encontra-se a humanidade
dividida em dois grupos de espécimes do elemento reles de povo. O primeiro,
constituído de um punhadinho de nada de reles gatos pingados, assenhoreou-se de
toda a riqueza do mundo para fazer bonito na revista Forbes. O outro grupo,
constituído do resto da humanidade não menos reles, expurgada dos gatos
pingados do primeiro grupo, produz a riqueza e a transfere rápido para o
primeiro grupo como se tivesse nas mãos uma batata quente. Tendo se livrado
dela, festeja a pobreza porque estará a cavaleiro ao lado de Eu Sou enquanto os
ricos, no inferno, verão o que é bom prá tosse.
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