sábado, 3 de outubro de 2020

ARENGA 448

 

 

O doutor Marcelo Gleiser deu uma cagada tão grande que sujou cinco capítulos do seu livro CRIAÇÃO IMPERFEITA, dedicados à apologia à religiosidade que tanto mal faz à humanidade como fomentadora da ignorância que lhe serve de sustentação. E não há necessidade de se recorrer aos volumosos catataus de intelectuais para se saber que deus só existe na cabeça da malta humana. Que quanto mais desprovido de conhecimento, mais religioso se é. Uma viagem imaginária regressiva no tempo mostrará esta realidade a quem quer que disponha de um mínimo de inteligência porque vai passar por tantos intérpretes da vontade de deus como Zenão e seu estoicismo, Epicuro e o epicurismo, Evêmero e o evemerismo, Pirro e o ceticismo, Orfeu e o orfeismo, Zaratustra e o Zoorastrismo, etc., etc., donde se conclui que ao contrário do que as pessoas pensam, deus é criação do homem.

Prosseguindo a viagem, percebe-se que a religiosidade vai ficando cada vez mais forte à medida que também vai ficando mais forte o desconhecimento ou ignorância. Por mais burro que seja o viajante, perceberá nas Indulgências e no Tesouro de Merecimento a origem do estelionato de vender feijão santo. Mais adiante, isto é, mais atrás, verá o povo adorando governantes, e mais atrás ainda verá os sacerdotes egípcios ameaçando seus deuses se não julgassem o morto que lhes tinha pago com o mesmo critério usado pela quinta turma do STF.

Se depois de se constatar que a religiosidade prospera junto com a ignorância, afirmar necessidade de religião seria o mesmo de se afirmar necessidade de ignorância. Portanto, está certo Nietzsche em condenar a religiosidade e errado o doutor Gleiser que faz apologia dela.

 


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