Vivemos
numa sociedade onde a irracionalidade supera a das demais sociedades do mundo.
Em meio a uma crescente violência que já não permite a quem sai de casa ou se
dispõe a viajar de carro não sabe se chegará em paz ao destino ou se retornará
vivo para casa, a preocupações dos pais em relação aos filhos continua sendo
com um futuro que talvez a violência impeça de existir. A sociedade permanece
totalmente alheia às consequências de tão obstante exasperadora realidade como
se ela não pudesse vir a nos alcançar. No jornal Folha de São Paulo, psiquiatra
recomenda as vantagens do equilíbrio emocional. É possível ser emocionalmente
equilibrado quando se está com medo? Ou será esta recomendação baseada na falsa
presunção de se estar a salvo embora os jornais dão notícias de horrores acontecendo
com outras pessoas?
A História
mostra que diversas mudanças ocorreram durante o trajeto da humanidade da
pré-história à atualidade sempre que uma classe poderosa em função de riqueza
se tornava insatisfeita com a administração da sociedade e, com o poder do
dinheiro, comprava opiniões e conseguia reverter a situação do momento para
outra de acordo com seus interesses que nunca forram os interesses da grande
maioria ou povo, nascido com a marca do conformismo e da obediência gravadas na
alma. Embora incorra em desobediência e inconformismo por ocasião de mudança
social, a participação do povo sempre teve a estupidez da violência e não da
inteligência por base, de modo que depois da refrega, ele sempre volta à
obediência e ao conformismo numa atitude digna de comiseração uma vez que sua
incapacidade de perceber a realidade começa desde o nascimento seguido de
batismo, crisma, primeira e segunda comunhões, festa de aniversário, Papai Noel
e seus presentes para criança obediente e seu ridículo rôrôrô. Dependendo todas
estas coisas de dinheiro e nada de humanismo e segundo a observação de mestre
Platão de que os primeiros aprendizados formam a personalidade do adulto, fica
evidente que o livre arbítrio do povo aponta para as fantasias crendice apenas
e nada mais. Daí ser justificada a aptidão popular para jogos e brincadeiras
feito crianças.