Ou civiliza a raça humana, ou será inevitável o
destino dos dinossauros. Mas, QUEM É QUE VAI CIVILIZAR OS HUMANOS SE TODOS ELES
SÃO INCIVILIZADOS? Esperar que incivilizados ensinem civilização não seria o
mesmo que esperar que analfabetos alfabetizem analfabetos? A princípio, dir-se-ia
caber ao Estado a nobre tarefa de cuidar do seu povo porque para tal fim é que
ele passou a existir. Porém, sendo as funções estatais desempenhadas por seres
humanos também tão incivilizados quanto os demais, depara-se com um impasse tão
evidente que os representantes do Estado se mancomunaram com os ajuntadores de
riqueza e também passaram a se interessar por um povo inculto o bastante para
ser indiferente aos horrores que sofrem em função do desaparecimento do
dinheiro dos impostos que, paradoxalmente, em função das forças que subjugam o
poder do Estado, os que possuem menos são os que pagam mais. E, como uma
desgraça sempre se faz acompanhar de outra desgraça, substancial parte dos
recursos arrecadados é gasta com métodos sofisticados que fazem com que os pagadores
não percebam o malogro em que vivem. Daí ter Eduardo Moreira, na página 20 do
livro Desigualdade, dito o seguinte: “Os donos do poder não querem que você
saiba que a vida e as estruturas do poder funcionam de forma muito parecida às
de um show de mágica. Enquanto ficamos distraídos olhando para o que não tem
importância, não percebemos os truques sendo feitos”. Palmas e vivas para o
doutor Eduardo! Embora ninguém da turba alegre e festiva saiba, os truques a
que se refere o escritor de Desigualdade são os carnavais, os esportes com
destaque para o futebola, as igrejas alienantes e as vulgaridades do tipo
“famosos”, “celebridades” e reis de pau oco.
É justamente por não se ver como são feitos os
truques dos aproveitadores que existem absurdos tipo Foro Privilegiado, Imunidade
Parlamentar, Prescrição, e tantas invencionices para protegerem os maus. Graças a tais malabarismos é que os
exploradores evitam qualquer lampejo de curiosidade a respeito de absurdos como
o porquê de haver tanta pobreza e fome não obstante haver tanto dinheiro e
comida mandada para o estrangeiro em troca de fortunas das quais o povo não tem
notícia e nem está aí para fatos como este de que dá notícia o mesmo escritor Eduardo
Moreira na página 27 do mesmo livro Desigualdade: “Um por cento dos donos de
terras concentram mais de cinquenta por cento das terras cultiváveis do país e
o um por cento mais rico possui mais reservas acumuladas do que os noventa por
cento mais pobres”. Aí está. não é por outro motivo senão pelos truques que
ninguém se interessa por tais horrores em termos de sociedade, principalmente
de objetivo comum que é como o dicionário define sociedade.
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