quarta-feira, 22 de março de 2023

ARENGA 670

 

Se a educação pode fazer com que pessoas tanto podem ter comportamento agressivo quanto pacífico, fica evidente a necessidade de haver interesse em escorraçar a quem interessa um sistema educacional que transforma crianças em adultos/feras, e substituí-los por quem, como Paulo Freire, Anísio Teixeira e Darcy Ribeiro, monte um sistema de educação a ser aplicado nas crianças com objetivo de torná-las adultos civilizados. O modelo de educação vigente no mundo é fruto de loucura e caso seus defensores não amassem riqueza acima de tudo, estariam desassossegados com a possibilidade de terem seus filhos vitimados pela violência nas escolas de um Estado que cumpre as ordens de seus pais.

  O que se considera sociedade humana não condiz com a definição dada pelo dicionário ao termo sociedade: união de pessoas ligadas por um objetivo comum. Pode-se falar em ter a humanidade um objetivo comum? Não bastassem as guerras como clara evidência de serem opostos os objetivos da humanidade, ao abrir um livro sobre a história da raça humana constata-se jamais ter havido união entre os seres humanos e de serem diversos seus objetivos. Se para poucos o objetivo é aumentar cada vez mais sua já imensa riqueza, para muitos o objetivo é apenas sobreviver, tal a precariedade de suas vidas.

O que é considerado sociedade nada mais é do que dois grupos antagônicos entre si, que por terem interesses opostos, desde sempre se bateram numa relação conflituosa e sanguinária. Primeiro, digladiaram senhores de escravos e escravos; depois, servos da gleba e senhores feudais; mais tarde e até o presente, a animosidade passou a ser entre empregado e empregador.

A brutalidade da primeira destas três fases históricas era tamanha que seres humanos eram escravizados e tornados propriedade de outros seres humanos do mesmo jeito que o cavalo e o boi. Os desentendimentos da segunda fase registrada pela História elevaram a relação conflituosa a tamanho desentendimento que desembocou na monumental brutalidade da Revolução Francesa com nobres esquartejados e cabeças separadas do corpo. A terceira fase de desentendimentos, a do capitalismo, que vem conseguindo manter-se até o presente momento graças à indiferença dos que dizem detestar política, como resultado de malabarismos dos ajuntadores de riqueza, da mesma forma que nas outras duas fases anteriores, predomina tamanha brutalidade que sob a desculpa esfarrapada de promoverem desenvolvimento, capitalistas e executivos de suas corporações, sobretudo as parasitárias empresas rentistas, extorquem da sociedade o suficiente para dar vida digna a milhões das famílias de seus empregados, sendo diferença tão desproporcional que uma só pessoa possui a inaceitável em termos de sociedade riqueza individual que alcança a soma inacreditável  de trezentos bilhões de dólares.  O colonialismo, portanto, não se extinguiu com a independência das colônias, mas apenas trocou de objeto de exploração que entes era a terra e agora é o trabalhador.

 

 

 

 

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