Para começar mais esta
“prosa” preciso falar de mim mesmo. É que até hoje, apesar de haver livros a
puxar de gancho dizendo o que é preciso fazer para resolver os problemas que
atazanam a vida dos tão infelizes seres humanos que de tão estúpidos ainda não
sabem inexistir motivos para tantas alegrias por ser inevitável o que consta de
Eclesiastes quanto a haver tempo de rir e tempo de chorar. Ninguém festeja
quando há pranto. Certamente por ser de poucos conhecimentos, não vi ainda um só
livro sobre o motivo pelo qual ninguém dá bola para uma só das mil e uma
recomendações do que se deve fazer para melhorar a vida infeliz dos seres
humanos que por desconhecerem a realidade vivem mergulhados em falsidades. Um
livro de título pomposo Economia Para Transformação Social, e subtítulo ainda
mais pomposo: Pequeno Manual Para Mudar O Mundo, de Juliane Furno e Pedro Rossi,
como se o mundo pudesse melhorar senão por uma opinião pública isenta da
contaminação midiática que faz mentira virar verdade. Apesar da presunção, o
livro incorre em erro quando se refere à cultura capitalista ou do venha a mim
e os outros que se danem, na página 28, como sistema natural harmônico e
equilibrado. Se natural provém da natureza, capitalismo não é natural, mas produto
de convenção social que expandiu sua maldade de considerar haver quem não
precisa viver com dignidade, principalmente no século XIX na Inglaterra, com a
Revolução Industrial. Absurdo, portanto, dizer que em tal cultura existe
harmonia e equilíbrio se vis fazer poucos trilionários e muitos famintos.
Mas esta “prosa” perdeu
o rumo que era sobre a questão da inutilidade das advertências ignoradas de
pensadores visando dar racionalidade à vida irracional dos seres humanos. Por
que a humanidade permanece alheia aos avisos de erros que a põem em perigo?
Terá o passar do tempo recrudescido em vez aplacar pela experiência sua
exuberante estupidez a que se refere o historiador Mac Nall Barns ao afirmar
que a humanidade é feita de seres tão estúpidos que vivem para destruir o que
construíram? Esta deve ser a única explicação para tantos festejamentos como se
a vida decorresse às mil maravilhas quando sofrimentos e desastres já deixaram
de ser perspectivas para serem realidade.
Desta forma, atentando
para o que disse mestre Rousseau de não se pode ser claro com quem é desatento,
chega o momento em que as pessoas sensatas e de grandes conhecimentos que em
vão procuram orientar a malta humana para o bom caminho com chamamentos à razão,
voltem sua atenção para como fazer que tais advertências surtam efeito. Até o
momento presente as pessoas estão convictas de que sua felicidade ou
infelicidade depende de deus, erro a que foram levadas intencionalmente pela
cultura antissocial do venha a mim e os outros que se danem cuja sobrevivência
depende da falta de conhecimento da realidade. Povo esclarecido não seria tão
facilmente feito de bobo.
Cabe observar que do
desconhecimento da realidade não escapam nem os doutores. É a humanidade em
peso a repudiar o ideal socialista de almejar uma sociedade menos injusta e se
não consegue á justamente por falta da força que as pessoas preferem colocar a
favor daqueles que as enganam fazendo crer ser ideal uma sociedade que as
engana de forma tão cruel que escoiceadores de bola e cantadores de bobagens
merecem maior reconhecimento do que quem estudou anos a fio e prestam relevantes
serviços à comunidade.
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