Sei poucas coisas, na verdade. Mas do
sei muito pouca gente sabe. Tenho visto pessoas inteligentes e até doutores que
fora as especialidades constantes de seus diplomas, pensam exatamente como
pensam os analfabetos e esse foi meu primeiro despertar para o fato de haver
algo errado na vida. A princípio, quando ainda sabia menos do que sei hoje esta
realidade me intrigava. Cogitava com meu travesseiro: “coisa mais esquisita,
sô, como pode um doutor ter as mesmas ideias do analfabeto? Com a convivência
de universitários meus colegas, aos poucos fui percebendo que ser inteligente e
estudioso, certamente que leva a ser um bom profissional. Entretanto, quanto
mais dedicação aos estudos profissionais, menos aprendizado da realidade da
vida e mais inocência quanto a esta realidade à qual não se chega senão por
meditação, vontade de ter conhecimento do assunto Te esforço próprio porque a
verdade da vida é escondida debaixo de sete chaves que é para ninguém aprender.
Qual o interesse nisso? Questionaria
o excelente, mas analfabeto da escola da vida o competentíssimo doutor ao qual
procurar fazer entender que o mundo tem dono e que nunca foi do povo. Que o
povo sempre foi serviçal dos donos do mundo. Eles enganam o povo fazendo-o crer
que a democracia é o ideal porque é um regime político no qual o governo
governa para o povo. Até dizem ser a democracia uma forma de administração
pública na qual o povo escolhe livremente os administradores e os substitui
quando saem da linha indicada pela constituição. Mas se toda constituição diz que
todos são iguais perante a lei e se o advogado reprovado em concurso para juiz
de primeira instância que virou ministro da mais alta corte de justiça, segundo
Merval Pereira, votou pela prisão domiciliar para ladrões ricos alegando que
por serem acostumados a uma vida de luxo não deveriam se misturar com a ralé no
xadrez, onde é que fica a igualdade perante a lei?
Saibam, senhores doutores, que
dependemos mesmo na verdade é da política para a qual os senhores não dão a
mínima e até mesmo confessam não gostar dela, da política. Mas, como disse
alguém que sabe da sua importância: “o mal de quem não gosta de política é ser
governado por quem gosta”. A esta verdade podemos acrescentar: E COMO GOSTA!
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