A mesma atenção que os pais dedicam para arrumar a vida futura de seus inchadim deveria merecer a qualidade de vida que o futuro reserva para eles, mas não é o que acontece. Embora de nada vale abastecer uma conta bancária como garantia de tranquilidade dos filhos se em volta deles estão dezenas de outros filhos famintos que logo serão centenas ou milhares dispostos a usar de violência para não morrerem de fome e que, caso permaneça a indiferença, o desprezo do perigo que esta situação representa, quanto mais dinheiro tiver alguém, maior perigo estará correndo.
Se do ponto de vista social, não se justifica o comportamento dos pais, o mesmo ocorre quando se pensa nos recursos naturais. Em cento e vinte e um anos a população do mundo passou de um para oito bilhões, e se com esses oito bilhões já escasseiam os recursos naturais com apodrecimento das águas, do ar e desertificação dos solos, fica praticamente impossível haver tranquilidade daqui a mais cem anos quando as mulheres tiverem despejado para correr o planeta, de suas imensas barrigas, os frutos do instinto de reprodução provenientes desses oito bilhões de agora. Nem devem os pais omitirem de suas preocupações a respeito dos filhos a realidade sombria da exorbitância de garotos e garotas condenados pela estupidez humana a uma vida de cães vadios cuja humilhação pela exibição de imensas riquezas vai aos poucos transformando estas criaturas em feras capazes de matar até por causa de um um pão. Por um celular, já se mata.
Falta planejamento se a sociedade se divide em um grupo que desfruta da
produção sem produzir e outro que produz sem desfrutar. Se se trata de seres que podem raciocinar, logicamente dever-se-ia buscasse uma situação em que todos
se beneficiassem das conquistas que aumentam a comodidade e bem-estar. Se a
selvageria humana não permite a igualdade total como é de se desejar, pelo
menos deve-se refutar esta desigualdade brutal entre as classes de ricos
parasitários e pobres parasitados.
Desde que começou a existir, este cantinho de pensar vem insistindo na necessidade de se pensar sobre a atividade de viver, indevidamente negligenciada, principalmente por intelectuais que tergiversam inutilmente sobre sexo dos anjos, mas nada que ajude a desbastar as arestas da estupidez humana. Um exemplo dado pelo intelectualíssimo doutor Raimundo Faoro no livro Os Donos do Poder, que começa desta maneira: “Nich nur der Vernunft von Jahrtausenden – auch ihr washnsinn bricht an uns aus. Gefarlich is es, Erbe zu sein.
Aquilo de que se faz necessário é em linguagem simples, acessível, procurar atrair a a humanidade para a realidade de viver uma irrealidade. Da distorção vivida quando toupeiras, verdadeiras antas desprovidas do mínimo de intelectualidade viram “celebridades” enquanto que as verdadeiras celebridades são ignoradas.
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