A
democracia, apesar de endeusada pelos comentaristas de politicagem, é um
sistema extremamente falho. Ao deixar a cargo do elemento povo, totalmente
destituído de discernimento, a responsabilidade da escolha dos governantes,
resulta que mandatários ladravazes sejam reconduzidos ao cargo quantas vezes se
apresentem perante a massa popular facilmente enganável de eleitores. Chega a
ser intrigante a facilidade com que a humanidade se deixa levar ao sabor da
vontade de quem quer que tenha facilidade de se expressar. A História nos dá
notícia de como fanáticos arrastaram multidões atrás de si, o que acontece
ainda com a louvação ao consumismo. Veja-se, por exemplo, esta propaganda na
imprensa: Calcinha e sutiã aparecendo em vestido de R$ 25 mil: veja look de
Marina Ruy Barbosa. E as pessoas se
sentem importantes por serem versáteis em tais assuntos. Os ridículos “famosos”
e “celebridades” acham-se realmente famosos e célebres. A propaganda convence
as pessoas a concordarem com os maiores disparates, razão pela qual disse um
pensador que a propaganda é a arte de explorar a estupidez humana.
A nobreza
espiritual do homem está ainda tão aquém do mínimo desejável que a renúncia de
político acusado de corrupção é tida como gesto de nobreza. No entanto, nobreza
haveria se o acusado se mantivesse firme no cargo e no propósito de provar ter
sido caluniado e promovido a punição exemplar do caluniador.
O nível de
civilidade do brasileiro está tão longe do desejável que recolher excremento de
cachorro na rua é prova de refinada educação e motivo de orgulho até para
doutores.
A política
assumiu caráter tão oposto àquele a que deve assumir que representantes do povo
se locupletam com dinheiro público e se auto protegem da ação da lei antirroubo
por eles promulgada por meio de um colete à prova de punição denominado
imunidade parlamentar.
Povo é tão
desprovido de vontade própria que se tornou propriedade de uma classe política
afeita aos ensinamentos de Maquiavel, segundos os quais o governante deve
sufocar em si o homem e desenvolver a besta. (Página 349 de História da Raça
Humana, de Henry Thomas).
A
humanidade vive uma falsidade tão absurda que a sociedade humana eleva à
categoria de celebridades pessoas totalmente desprovidas de intelectualidade,
transformando-as em inocentes parasitas sociais, acreditando-se serem
merecedoras da fama e da celebridade com que são rotuladas pela papagaiada de
microfone a saldo do pão e circo. Por outro lado, também insensatamente, a
humanidade persegue ou relega ao ostracismo personalidades que se dedicam a
lutar por uma sociedade mais condizente com a dignidade que deveria
caracterizar o comportamento humano, despontando entre elas Carl Marx que só
errou ao contar que o povo festeiro e incapaz de raciocinar usasse seu poder
físico na luta contra a injustiça social. Entretanto, Marx não deixa de estar
correto quando afirma que os filósofos se limitam a analisar o mundo em vez de
procurar transformá-lo. Isto é de uma sensatez extraordinária porque no mundo
ocorrem aberrações como a do capítulo quinto do livro Capitalismo Criminoso
mostrando uma riqueza imensurável do filho de um governante de um país africano
que apesar de paupérrimo a abundância de petróleo faz dele um dos países mais
ricos da região, com um PIB per capta de vinte e quatro mil dólares, embora o
povo vive com apenas um dólar por dia e onde é altíssima a mortalidade
infantil. A seguir assim, caso o mundo não seja transformado através de ação
inteligente, será pela brutalidade do sentimento de violência que a necessidade
fará um dia explodir nos necessitados de tudo.
Quando
economistas afirmam que determinado banco quebrou, dá impressão que aconteceu o
que acontece quando um comerciante honesto fracassa em sua atividade e se vê
impossibilitado de cumprir seus compromissos, situação diante da qual muitos
deles chegam a cometer suicídio. Com os bancos ou outros empresários desonestos
como são todos os bilionários uma vez que não se pode ser bilionário
honestamente, acontece o contrário. A palavra quebrou, no caso de desonestos
como os banqueiros, deve estar entre aspas porque esta quebra, na verdade, é
mais uma falcatrua das muitas perpetradas pelos bancos na sanha de
enriquecimento. Da “armação” que os economistas chamam de quebra resulta lucro
em vez de prejuízo. No livro Capitalismo Criminoso, na página 261, o autor,
Stephen Platt, coloca aspas quando diz que o “Lehman Brothers Holding Inc.
“quebrou”, com dívidas de US$613 bilhões”. Diferentemente do empresário honesto
que fica arruinado quando quebra, os desonestos como os banqueiros ficam ainda
mais ricos porque os bancos são uma excrescência social compatível com a
excrescência de uma economia voltada para tirar do pobre e dar ao rico. Quando
algum motivo impede que um banco não consiga continuar arrancando do lombo dos
frequentadores de igreja, axé e futebola os bilhões a que estava acostumado a
arrancar, arma-se a “quebra” com suporte do sistema bancário internacional
porque é uma confraria criminosa mundial. Os governos participam da falcatrua
porque os governantes não passam de paus-mandados dos ricos donos do mundo. No
mesmo capítulo 11, página 161, Stephen Platt diz que em consequência da
“quebra” do Lehman governos de muitos países injetaram trilhões de dólares no
sistema financeiro mundial para normalizar a situação.
Como
dinheiro que os governos manipulam é dinheiro do povo, resulta que, como
sempre, a conta foi paga pelos babacas festeiros do mundo inteiro, não obstante
a pompa com que eles se apresentam diante da comunidade internacional de
babacas como CIVILIZADOS. Esta civilidade, entretanto, deve também estar entre
aspas porque equivale à “fama” e à “celebridade” atribuída em função do tamanho
da bunda, dos peitos, habilidade das pernas para jogar bola ou fazer-se passar
por cantor.
Por em
prática a necessidade desnecessária de acumular bens em quantidade infinitamente
além da capacidade de consumir é a fonte de todos os males da humanidade
compostas de seres tão estúpidos que são incapazes de perceber a sutileza de
coisas como a expressão que diz estar na diminuição da necessidade o aumento da
felicidade. Inté.
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