A História
da Filosofia mostra como o estudo da filosofia é de total inutilidade e desperdício
de tempo do ponto de vista do primeiríssimo princípio que deve orientar a
humanidade e que é o agir no sentido de se viver da melhor maneira possível em
vez de se viver da pior maneira possível como se vive. Tratando-se de seres
capazes de raciocinar o viver bem deveria vir em primeiro lugar. Mas os livros
de filosofia em absolutamente nada contribuem nesse sentido. O mais recente que
adquiri, A HISTÓRIA DA FILOSOFIA, de James Garvey e Jeremy Stangroom, apesar da
ótima encadernação e beleza exterior, em nenhuma das 384 páginas existe uma só
palavra de orientação para os procedimentos indispensáveis para que se posse
viver harmoniosamente em coletividade. Apesar do exagero, pode-se dizer que
nesse sentido é uma inutilidade. Na página 179 consta que na Súmula Teológica
de Tomás de Aquino há 358 perguntas e respostas sobre anjos. Nas livrarias
podem ser encontrados verdadeiros tratados sobre a questão de se saber se Jesus
Cristo é deus ou se não é, e não menos é a especulação sobre a gravidez de
Maria desse filho sendo ela virgem e se continuou virgem na gravidez dos outros
filhos.
Pensadores desperdiçam seus pensamentos
discorrendo enfadonhamente sobre o que pensou fulano, o que disse beltrano, inclusive
sobre assuntos mitológicos envolvendo a figura de deus. Quando Nietzsche
afirmou que deus morreu, certamente se referia à ideia de deus porque aquilo
que não existe não pode morrer. Se a ideia de deus ainda não morreu, para o bem
da humanidade precisa morrer. Por meio da proibição de se questionar os
mistérios divinos a religiosidade procura a todo custo inibir a capacidade de
raciocinar, razão pela qual Nietzsche comparou a religiosidade à feiticeira
Circe da Odisseia, que transformou homens em nos irracionais porcos. A
obediência cega exigida por deus faz o ser humano se aproximar da
irracionalidade dos irracionais, daí a comparação do genial filósofo do
bigodão. Na página 45 do livro Uma Breve História da Riqueza, de William J.
Bernstein há um bom exemplo da ojeriza que tem a religiosidade a tudo que se
relacione com a evolução mental: “... A ideia de que camponeses quase
analfabetos pudessem ler e discutir a Bíblia era repulsiva para o clero, pois
tudo o que se esperava de 90% da população era analfabetismo e obediência
cega”. Nutrindo-se da ignorância, a
religiosidade refuta o conhecimento a que leva inevitavelmente o ato de
raciocinar. É justamente a incapacidade de raciocinar que sustenta a ideia de
deus. Se não fosse incutida nas crianças inocentes tal ideia não existiria a
figura de deus em mente alguma.
Todavia, como
os seres humanos são movidos por informações que lhes chegam de fora,
espertalhões se aproveitam da curiosidade e infantilidade que caracterizam o
ser humano e o induz a acreditarem em coisas totalmente inverossímeis tais como
numa proteção para quem for salpicado com água benta. Esta crença era comum
entre os povos ainda mais inocentes e bárbaros do que os povos atuais quando em
vez de água benta aspergiam sangue de animais ou, conforme a importância da
cerimônia, de membros do próprio grupo que prazerosamente se ofereciam para
morrer e ir gozar as delícias da vida depois da morte com a qual também contam
as pessoas atuais, embora atualmente ninguém aceitaria ser enviado para lá
espontaneamente.
Daí a
necessidade de se encarar a realidade o assunto sobre o qual devem os filósofos
se debruçar porque se viver bem é a aspiração de cada ser humano, tal objetivo
jamais será alcançado enquanto não for buscado em vez de esperar que venha de
líderes políticos ou religiosos, todos, absolutamente todos, preocupados com
seu próprio bem-estar, haja vista a qualidade de vida deles e de seus inocentes
e ardorosos liderados. Os sindicatos são exemplo da bobagem que é contar com líderes. Criados para ajudar os trabalhadores na luta contra a brutal opressão dos empregadores lá nos inícios da Revolução Industrial, vieram a se tornar meio de enriquecimento dos líderes sindicais. Inté.
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