domingo, 5 de abril de 2020

ARENGA 601


INVESTIGAÇÃO SOBRE FILHO DE LULA VAI PARA VARA DE JUIZ ANTI-LAVA JATO E FAVORÁVEL À DEFESA DO PETISTA.  Esta notícia na imprensa é uma aberração do ponto de vista do ordenamento jurídico. Entretanto, apesar do inusitado, nem esta e nem outras notícias desse tipo causam indignação na opinião pública preocupada exclusivamente com vulgaridades. Assuntos que dizem respeito ao futuro dos descendentes passam longe do interesse da massa bruta de povo que certamente está cuidando da fantasia do próximo carnaval ou qual a oração mais eficiente contra a doença. Daí que não é só um grande número de igrejas e farmácias, (uma em cada esquina no Brasil), que denunciam o baixo nível mental de um povo. Também o conteúdo das notícias na imprensa denuncia o baixíssimo nível mental deste povo brasileiro de triste memória que é ainda mais povo do que qualquer outro povo do mundo. A notícia acima, por exemplo, apesar de irrelevante para o povo, revela o seguinte impasse: se a imparcialidade dos magistrados é requisito indispensável no julgamento, esta notícia dando conta de ser o juiz favorável ao acusado dispensa totalmente o julgamento por já ter sido previamente anunciado seu resultado. Evitando o julgamento “faz-de-conta” ou de brincadeirinha, evita-se o custo para a sociedade. Este é o retrato do Brasil e do povo brasileiro cuja qualidade é tão inferior que moradores de apartamentos não podem voltar sua atenção para leitura porque são atropelados por tropel semelhante ao de cavalos e arrastar de móveis vindos de apartamentos vizinhos, comportamento semelhante ao de irracionais indiferentes à presença de pessoas no cumprimento de suas necessidades.

Outra notícia que traz dentro de si um mundo de inconsequências sociais é a do congelamento de salários dos empregados sugerida pelo ministro milionário Paulo Guedes diante da crise causada pela doença que apavora o mundo, embora sejam os ricos os responsáveis pelo mal em função da ganância de riqueza que fez inviabilizar a vida no planeta. Desta forma, são eles, os ricos, que devem arcar com o sacrifício. Mas o que se tem é que o ministro joga no lombo dos já desgraçados assalariados o peso da responsabilidade por tamanho custo, como se a doença fosse diminuir as despesas dos pobres em vez de aumentá-las. Não é à toa que o historiador Edward Mc Nall Burns diz na página 530 do primeiro volume de História da Civilização Ocidental que os governos despóticos substituíram as obrigações feudais por tributação. Embora os frequentadores de igreja, axé e futebola ignorem, o servilismo caracteriza a sociedade contemporânea do mesmo modo que era a característica da Idade Média.

Outra notícia também reveladora do fabuloso índice de ignorância pública é a de ter a “celebridade“ Xuxa doado um milhão de reais ao SUS para ajudar no combate à doença. O caráter positivo que pobres coitados mentais encontram nesta notícia decorre da incapacidade de alcançarem a realidades e viverem num mundo de falsidades. As circunstâncias pelas quais as ridículas “celebridades” se tornam riquíssimas significam desperdício do dinheiro usado pelo pão e circo para remunerar regiamente suas marionetes. Toda a dificuldade monetária, além do mau uso, decorre também e principalmente do direito absurdo que permite aos Reis Midas do mundo o contrassenso social materializado no direito contrário ao bom senso e contrário à sociabilidade de ajuntarem imensas fortunas individuais. Tanto está errado ser permitido a grande riqueza individual como também a vida folgazã das marionetes do pão e circo, as inúteis “celebridades” uma vez que o dinheiro para estas inutilidades tanto quanto para os Midas, principalmente os dos bancos, é tirado da sociedade, Dinheiro, além de não dar em árvores, esse é um dinheiro que vai deixar de atender as necessidades comunitárias e passa a ter a única função de servir para que pobres diabos mentais ostentem um orgulho na verdade ridículo porque a ignorância social dessa gente pobre de espírito e rica de dinheiro não lhes permite enxergar nada além do próprio nariz empinado por se acharem realmente importantes quando, na realidade, são extremamente prejudiciais ao grupo que forma a sociedade humana.

Embora tal cultura existe desde que se tem notícia de sociedade humana no mundo, modernamente a cultura do ajuntamento de riqueza particular é conhecida por neoliberalismo, cultura tão antissocial que em matéria publicada no jornal Le Monde Diplomatique Brasil, a filósofa Nancy Fraser afirma não mais se legitimar o neoliberalismo que orienta os governos ditos democráticos que administram a maior parte da população do mundo.

Mais uma notícia reveladora de a quantas anda o atraso mental do brasileiro é a notícia de haver gente censurando o ministro Ricardo Lewandowski por ter sido contra a liberação ainda mais generalizada dos venenos do agribiuzinesse. Ora, se o Brasil, subserviente como tem sido desde suas origens, tem permitido o uso indiscriminado de venenos na agricultura do agribiuzinesse produtor de cânceres, absolutamente nada justifica a insensatez ou burrice de censurar o ministro Lewandowski por ter tomado talvez a única decisão que beneficia em vez de prejudicar a sociedade como é de seu feitio. Já Thomas Paine advertia que os male sociais ficam ainda mais insuportáveis quando resultam da ação de quem tem o dever de evita-los. Se aquele ministro efetivamente tem demonstrado usar do cargo para interesses escusos, a atitude de proibir o uso alarmante de veneno para satisfazer a sede incontida de riqueza dos ricos do agribiuzinesse merece aplauso em vez de condenação.

A enganação que envolve a humanidade não teve início com Maquiavel, como se supõe. Ele apenas tornou púbico um fato que vem desde que no mundo existe sociedade humana e notícia da magia dos feiticeiros que interpretavam nas tribos primitivas a vontade do “corpo sombra” (mortos que apareciam em sonhos). Daí, evoluiu para a enganação que fazia crer haver um deus em cada rei. Mais tarde, passou pela necessidade de deixar fortunas a cargo de sacerdotes a fim de que estes provessem na vida depois da morte as necessidades materiais das almas dos mortos. Evoluiu para a enganação da venda que o papa fazia de passagens para desfrutar das delícias do reino celeste ao lado de deus por meio do comercio das indulgências. Depois, pelo comércio na Idade Média da madeira da cruz em que teria sido crucificado Jesus Cristo, que segundo o historiador Edward McNall Burns a igreja vendeu quantidade suficiente para construir um navio. Continua, modernamente, com a venda de interpretação da vontade de deus pelos representantes dele nos estabelecimentos comerciais denominados templos religiosos cuja participação na má política dos maus políticos é recompensada com isenção de imposto sobre suas imensas fortunas.

Como mais cedo ou mais tarde a verdade aparece inexoravelmente, perde força a cultura implantada pelos meios de comunicação a serviço dos Midas no cérebro dos seres humanos que os convence de estar certo o que está errado como por exemplo deixar seu destino a cargo de terceiros e envolver-se unicamente na tarefa de produzir os recursos necessários à sociedade além de prover com prodigalidade as necessidades dos seus enganadores.

Não é menos condenável a indiferença dos intelectuais quanto ao verdadeiro problema que aflige a humanidade: não só a necessidade de combater a ojeriza às atividades meditativas entre os jovens, mais também deixarem os intelectuais também se envolver nos embustes. Na página 188 do livro Homo Deus, do intelectualíssimo Yuval Harari está dito não ser verdade que a religião seja superstição. Como não ser superstição a religião? Tamanha inconsequência tem como resultado confundir em vez de esclarecer. Se superstição é crença na existência do inexistente, não há como distingui-la da religião porque todas as religiões afirmam a existência de um deus que nunca existiu. Inté.      












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