Dr. William Bernstein, ligado à área
da agiotagem financeira que lá nos infernos fiscais rende imensas fortunas sem
nada produzir a parasitas, começa seu livro UMA BREVE HISTÓRIA DA RIQUEZA contestando
a opinião do jornalista Anthony Lewis a quem atribui pessimismo por dizer-se
incrédulo no desenvolvimento econômico face aos acontecimentos ocorridos na
Bósnia e vários outros lugares onde horrores foram também praticados (para
conhecer os horrores a que se refere o jornalista, leia-se o livro NOVAS
CONFISSÕES DE UM ASSASSINO ECONÔMICO, de John Perkins, para se ter ideia de
como o governo americano destroça sociedades pobres para lhes tomar o que têm).
O doutor Bernstein rebate o argumento
do jornalista que se diz decepcionado com o desenvolvimento recorrendo aos
avanços proporcionados pela ciência tais como o prolongamento da vida e crescimento
do PIB, entre outros avanços materiais. De fato, indiscutível é o progresso
material. No próprio livro de louvação à agiotagem o autor cita Marx quando
afirma que apenas em seu período de domínio a burguesia criou forças produtivas
mais colossais do que todas as gerações precedentes somadas. No entanto, a
quantos beneficia o desenvolvimento material senão a pequeno grupo de Midas
predadores?
A filosofia diz que toda informação deve ser
virada e revirada antes de ser acatada como verdade. Seguindo esta orientação,
apuramos tratar-se de defesa de um sistema insustentável de riqueza para poucos
e miséria para muitos que vigora na cultura contemporânea. O doutor Bernstein
se apega ao progresso material para tecer loas à cultura do venha a mim e os
outros que se danem. Entretanto, por negligenciar o lado espiritual da vida e
supervalorizar o lado material é que o mundo é infeliz em sua alegria de débil
mental. Do progresso material enaltecido pelo defensor do parasitismo
financeiro resulta o que diz mestre Ladislau Dowbor na página 15 do, este sim,
um grandioso livro de verdades, O CAPITALISMO SE DESLOCA: “Estamos destruindo a
natureza do planeta em ritmo absurdo, enfileirando a mudança climática, a
destruição da biodiversidade, a degradação dos solos, a contaminação da água
doce, a poluição dos oceanos com plásticos e outros resíduos, a geração de
bactérias resistentes pelo uso de antibióticos na criação de animais. Basta
olhar as imagens de crianças nos lixões que cercam tantas cidades do mundo, em
disputa com ratos e urubus, para se dar conta do drama” e, na página seguinte:
“Temos 850 milhões de pessoas passando fome no planeta, das quais mais de 150
milhões são crianças, ainda que seja produzido no mundo mais de um quilo de
cereais por pessoa e por dia”.
Já não são tempos para a humanidade
enxergar a animalidade de sua cultura? Ou não é monstruosidade enriquece
parasitas ao custo dos sofrimentos decorrentes da pobreza para muitos?
Quanto à menção ao PIB, todos sabem
que PIB significa aquilo que a sociedade produz. Mas, a quem serve esta
produção senão àqueles que de coisa alguma precisam mais? Do produto resultante
do trabalho coletivo (PIB) apenas o necessário para manter o vigor na classe
trabalhadora vai para o povo. O restante vai abastecer as caixas-fortes dos
Midas lá nos infernos fiscais. Portanto, devidamente examinada a informação do
representante da agiotagem mundial, o doutor Bernstein, seus argumentos vão de
encontro a uma sociedade menos infeliz. Sobre PIB, o doutor Dowbor, diz o
seguinte: “Se dividirmos o PIB mundial, da ordem de oitenta e cinco trilhões de
dólares, pala população mundial, constataremos que pode assegurar três mil
dólares por mês por família de quatro pessoas”. Aí está, pois, a inconsistência
dos argumentos do doutor
Para onde vai a diferença entre estes
três mil e a esmola com que as famílias com mais de quatro pessoas dispõem para
viver?