A desistência da ampliação da
imunidade parlamentar com a PEC da blindagem só explicável por se tratar de
Brasil onde o bom senso e a sensatez nunca prosperaram, prova que nem tudo está
perdido como pensa a quase totalidade dos políticos. Embora a rejeição da
permissão para delinquir à vontade não significa a redenção da política, não
deixa de ser um passo nesse sentido que ao menos serve pra justificar valer a
pena a esperança em uma sociedade menos má. Mas, que ninguém se engane, o fato
de ter havido unanimidade na desaprovação da excrescência da PEC da blindagem
não significa um senado realmente preocupado com a lisura que se espera de quem
age em nome da sociedade. A realidade é bem outra porque senadores há que
votaram como votaram forçados pela opinião pública, deixando claro a realidade
mencionada por Rousseau de que a força impôs os primeiros grilhões e a covardia
os perpetuou.
Na verdade, entretanto, o que faz a
massa ignorar seu poder e conviver satisfeita com os grilhões, em vez de ser por
covardia, é por desconhecer a existência de um poder, o poder da mídia, que
apesar de exercido por um pequeníssimo número de pessoas em relação ao total
das pessoas da humanidade, graças à facilidade com que o cérebro pode ser
manipulado e a posse de quase toda a riqueza do mundo, usando dessa riqueza
fabulosa estas poucas pessoas montaram um esquema diabólico do qual fazem parte
as várias modalidades de brincadeiras como futebola, carnaval, corrida de
carro, lavagem de escadas de igreja, copa do mundo, e muito mais, que absorvem
a atenção do povo com tamanha eficiência que salvo gatos pingados a ninguém mais
ocorre um despertar para a realidade de estar tudo tão errado que é grande o
número de suicídios, cânceres e jovens alucinados matando colegas de escola.
O muito falar sobre tradição,
principalmente na tradição da democracia, por exemplo, deve merecer grandes
reflexões a respeito uma vez ter sido pela tradição que nos encontrarmos em
festa e na alegria dos campeonatos, mas tudo isso acontecendo à beira de um abismo.
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