quarta-feira, 15 de maio de 2024

ARENGA 738

 

 “Os partidos comunistas de Cuba e China têm pouco a ensinar”. Diz o ex-ministro Maílson da Nobrega, o que faz pensar no seguinte: Se alguém com desenvoltura intelectual bastante para ser ministro de estado tem tão curta visão dos problemas sociais, qual não será a falta de visão do povão ligado em igreja, axé e futebola? Análise menos superficial leva à conclusão de que nem os partidos de Cuba, nem da China e nem de lugar algum tem o que ensinar, salvo se um aprendizado de como fazer a infelicidade de um povo porque outra coisa senão infelicidade pode resultar da insensatez da concorrência por mais riqueza e maior poder, premissas que apesar de falsas sempre orientaram a humanidade num descaminho que leva também a cada vez maiores desatinos. Não há lugar para paz e tranquilidade na cultura humana da barbárie para a qual a vida é insignificante quando se trata de interesses antissociais de Midas cuja avareza desconhece limite. Tão grande é a insensibilidade destes monstros de cuja boca escorre baba de dragão que se apropriaram do mundo e fazem a humanidade infeliz e ignorando a causa de sua infelicidade de modo tão evidente que os pobres, os mais infelizes, abominam a simples menção da ideia de alguma organização social diferente desta que aí está onde são os que mais sofrem por falta do dinheiro que não chega até eles por ser usado incorretamente para pavonemento de gatos pingados na Revista Forbes.

A sabedoria que a sensatez encerra nunca fez parte do vocabulário humano ante tamanha diferença entre o desejo de felicidade de cada um e o tamanho da infelicidade coletiva revelada na existência de imensas riquezas individuais e levas de deserdados da vida a perambular e morrer de fome e doenças curáveis.

Meditar sobre o comportamento humano faz concluir que a humanidade fez opção pelo sofrimento tamanha é a distância que a separa da realidade, não obstante a capacidade de pensar que a distingue dos outros seres vivos.

Só não é incompreensível a insensatez humana por ser tão exuberante sua estupidez que deixa seu destino a cargo de um ser que apesar de imaginário integra o cotidiano de forma tão equivocadamente real que a palavra deus é dita várias vezes por dia e por cada ser humano. Embora o fenômeno ocorra com maior frequência em lugares onde é nenhum o desenvolvimento intelectual, intelectuais também incorrem na mesma ingenuidade. Aqui na página 33 do magnífico livro Os Donos Do Mundo lê-se o seguinte pensamento do intelectual G.K. Chesterton, teólogo britânico: “Quando o homem deixa de crer em Deus, pode crer em qualquer coisa.” E aqui temos maior falta de conexão com a realidade do que o dito na inicial sobre partidos políticos porque não existindo deus, quem é capaz de acreditar em qualquer coisa é exatamente quem acredita no que não existe.   

 

 

 

     

    

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