“Os partidos comunistas de Cuba e China têm
pouco a ensinar”. Diz o ex-ministro Maílson da Nobrega, o que faz pensar no
seguinte: Se alguém com desenvoltura intelectual bastante para ser ministro de estado
tem tão curta visão dos problemas sociais, qual não será a falta de visão do
povão ligado em igreja, axé e futebola? Análise menos superficial leva à
conclusão de que nem os partidos de Cuba, nem da China e nem de lugar algum tem
o que ensinar, salvo se um aprendizado de como fazer a infelicidade de um povo
porque outra coisa senão infelicidade pode resultar da insensatez da
concorrência por mais riqueza e maior poder, premissas que apesar de falsas sempre
orientaram a humanidade num descaminho que leva também a cada vez maiores
desatinos. Não há lugar para paz e tranquilidade na cultura humana da barbárie
para a qual a vida é insignificante quando se trata de interesses antissociais
de Midas cuja avareza desconhece limite. Tão grande é a insensibilidade destes
monstros de cuja boca escorre baba de dragão que se apropriaram do mundo e
fazem a humanidade infeliz e ignorando a causa de sua infelicidade de modo tão
evidente que os pobres, os mais infelizes, abominam a simples menção da ideia
de alguma organização social diferente desta que aí está onde são os que mais sofrem
por falta do dinheiro que não chega até eles por ser usado incorretamente para
pavonemento de gatos pingados na Revista Forbes.
A sabedoria que a sensatez encerra
nunca fez parte do vocabulário humano ante tamanha diferença entre o desejo de
felicidade de cada um e o tamanho da infelicidade coletiva revelada na
existência de imensas riquezas individuais e levas de deserdados da vida a
perambular e morrer de fome e doenças curáveis.
Meditar sobre o comportamento humano
faz concluir que a humanidade fez opção pelo sofrimento tamanha é a distância
que a separa da realidade, não obstante a capacidade de pensar que a distingue
dos outros seres vivos.
Só não é incompreensível a insensatez
humana por ser tão exuberante sua estupidez que deixa seu destino a cargo de um
ser que apesar de imaginário integra o cotidiano de forma tão equivocadamente
real que a palavra deus é dita várias vezes por dia e por cada ser humano.
Embora o fenômeno ocorra com maior frequência em lugares onde é nenhum o
desenvolvimento intelectual, intelectuais também incorrem na mesma ingenuidade.
Aqui na página 33 do magnífico livro Os Donos Do Mundo lê-se o seguinte
pensamento do intelectual G.K. Chesterton, teólogo britânico: “Quando o homem
deixa de crer em Deus, pode crer em qualquer coisa.” E aqui temos maior
falta de conexão com a realidade do que o dito na inicial sobre partidos
políticos porque não existindo deus, quem é capaz de acreditar em qualquer
coisa é exatamente quem acredita no que não existe.
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