quarta-feira, 22 de maio de 2024

ARENGA 741

 

Definitivamente, o mundo não está para quem tem um pingo sequer de sensibilidade espiritual. Ao contrário, está para brutamontes insensíveis ao barulho. Cães latindo ininterruptamente, para as pessoas funciona como acalanto. Nem lhes incomoda a fumaça venenosa de carros fumacentos que apesar da proibição legal, graças ao descaso das autoridades indiferentes aos danos que causam à saúde, trafegam espalhando veneno em meio à multidão barulhenta que ainda se entusiasma com as promessas de líderes de pau oco. Ignorando a realidade da vida, seres humanos ouvem impassivos das autoridades haver escassez de dinheiro para salvar vidas ao passo que dinheiro é esbanjado a torto e a direito inclusive pelo pão e circo que transforma imbecis em celebridades bilionárias.

Assusta a indiferença com que se convive com a falsidade dos argumentos de economistas enredando num manto de tecnologia de difícil compreensão a economia, na verdade coisa tão simples que nada mais é do que recolher impostos e aplicar corretamente observando a nobreza da justiça social.

Entretanto, como para aproveitadores nos cargos de autoridades interessa restringir o entendimento a seus lacaios apenas, afastado o interesse do povo a respeito do assunto, o resultado é o que aí está: o produto do trabalho coletivo servindo apenas a gatos pingados chamados de poderosos, na verdade de um poder extremamente prejudicial à coletividade que em termos de civilização se torna tão ridículo esse “poderoso” quanto a celebridade das “celebridades” da imprensa também ridícula.

Sendo o povo envolvido pelo analfabetismo político, assemelha-se aos irracionais que trabalham por trabalhar, mas sem se interessar pelo resultado do seu trabalho.

Mas a estupidez humana se mostra em todo seu esplendor tanto na ação de agredir a natureza quanto na reação a essa agressão. Limita-se a reação a consertar os estragos decorrentes da ação predatória prá cima da natureza, mas sem a mínima preocupação com as causas destes estragos. Agem como se só acontecesse uma única vez e nunca mais.

Juntamente com ética e vergonha na cara, também sumiu a coerência. O importante jornal Folha de SP publica matéria intitulada Desertos de Notícias. Se a palavra “deserto” indica ausência de alguma coisa, essa coisa se limita a notícias boas porquanto notícia ruins há para puxar de gancho. Noticiam-se namoros, separação ou ajuntação de “celebridades”, o tipo de vestido mais “ousado” ou mais caro, o tamanho da fortuna, e ridicularidades do tipo.

Daí ter o pensador afirmado ser a convivência com o povo um mal-estar equivalente a doença. Triste, mas verdade.  

 

   

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário