domingo, 15 de dezembro de 2024

ARENGA 770

 

A humanidade está organizada de modo a impossibilitar o desenvolvimento espiritual que possibilite chegar a uma sociedade civilidade. Se, como disse mestre Platão, acertadamente, que da educação ministrada às crianças resultam as personalidades dos adultos, o que aprendemos em criança são apenas mentiras e mais mentiras tendo por carros-chefe religiosidade e enriquecimento. É por acreditar ser o enriquecimento o mérito maior que se deve ter em vista, que ninguém faz nada em benefício de sua sociedade. Se alguém descobre algo que beneficia a sociedade, a ideia de riqueza é que prevalece. A falsa ideia de não ter motivo para se preocupar com vida social é a regra que prevalece entre os seres humanos, no entanto, sem que haja bem-estar coletivo também não há para as pessoas individualmente porque os indivíduos não podem estar bem se a sociedade estiver mal como acontece se a riqueza coletiva estiver sem usada para benefício de poucos e não de todos. É algo tão simples que os economistas a serviço da cultura da riqueza privada complicam intencionalmente. Se no mundo não há riqueza bastante para que sejamos todos ricos, é insensato que apenas alguns sejam exageradamente ricos porque o excesso de riqueza de poucos tem por consequência a falta de riqueza para muitos. Como pessoas levadas ao desespero pela carência reagem desesperadamente, do acúmulo de riqueza privada resulta em desestabilizar a vida social justificando a afirmação de Thomas Hobbes de ser o homem o lobo de si mesmo.

Como se vê, os seres humanos vivem independe de ações inteligentes resultantes de momentos de reflexão. Não obstante dotados de inteligência bastante para ir ao fundo do mar e às alturas do céu os seres humanos vivem por viver, como os irracionais. E pode parecer implicância de ateu, mas com a proibição de se discutir os mistérios de deus, a religiosidade contribui grandemente com o hábito nocivo da desnecessidade do raciocínio, artimanha com a qual procura fugir da impossibilidade de justificar os absurdos com os quais ilude o povo.   

 

 

 

 

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