segunda-feira, 23 de dezembro de 2024

ARENGA 773

 

Vejo aqui na página 69 do livro Medeia, da coleção Obra Prima de Cada Autor, uma definição do que vem a ser teatro. Diz o texto que a palavra tanto diz respeito ao edifício, o espaço onde se representa, quanto à arte de represar, a representação, e que etimologicamente o termo teatro está mais ligado ao lugar onde se representa porquanto vem do grego “theatron” que significa platéia (lugar de onde se vê).

A cerca de cinco anos, no Rio de Janeiro, Sara e eu fomos a um teatro cuja peça era intitulada Quatro Homens E Um Segredo. Sabem qual era esse segredo? O problema dos quatro homens? Acreditem: todos quatro tinham o pênis pequeno. A única coisa que há de realmente grandiosa na terra de Sérgio Cabral é a paisagem. Que beleza! Há cerca de vinte anos ou mais cheguei lá vindo de Curitiba numa manhã que a natureza caprichou no esplendor e o mar ora era de um verde ora de um azul de chamar a atenção.

Tanto quando aquela paisagem, também é de chamar a atenção as palavras que o autor da peça teatral Eurípedes põe nos lábios de Medéia. São palavras fortes e de grande significação. Para melhor entendimento, vejamos uma amostra do enredo da história: Encarregado da difícil missão de resgatar o velocino de ouro, Tristão e alguns amigos também heróis rumaram para seu destino no barco Argos, daí serem conhecidos como os argonautas.

Foi decisiva para o sucesso de Tristão a ajuda das magias de Medéia que por ele se apaixonou e se casaram. De volta, tendo Tristão se apaixonada por outra mulher, abandonou Medéia com quem teve dois filhos, o que despertou em Medéia tamanha cólera que só mesmo a genialidade do poeta foi capaz de descrever (vale a pena ler a história).

Na página 25, lembrando que naquela época as noivas deviam um dote ao futuro marido (daí a expressão de Medéia “comprar muito caro um marido”. As palavras que Eurípides colocou na boca de Medéia: “De todos os seres que respiram e que pensam, nós outras as mulheres, somos as mais miseráveis. Precisamos primeiro comprar muito caro um marido, para depois termos nele um senhor absoluto da nossa pessoa, segundo flagelo ainda pior que o primeiro”. E, na página 26:

“A mulher é comumente temerosa, foge da luta, estremece à vista da arma; mas, quando seu leito é ultrajado, não existe alma mais sedenta de sangue”.   

 

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