Vejo aqui na página 69 do livro
Medeia, da coleção Obra Prima de Cada Autor, uma definição do que vem a ser
teatro. Diz o texto que a palavra tanto diz respeito ao edifício, o espaço onde
se representa, quanto à arte de represar, a representação, e que etimologicamente
o termo teatro está mais ligado ao lugar onde se representa porquanto vem do
grego “theatron” que significa platéia (lugar de onde se vê).
A cerca de cinco anos, no Rio de
Janeiro, Sara e eu fomos a um teatro cuja peça era intitulada Quatro Homens E
Um Segredo. Sabem qual era esse segredo? O problema dos quatro homens?
Acreditem: todos quatro tinham o pênis pequeno. A única coisa que há de
realmente grandiosa na terra de Sérgio Cabral é a paisagem. Que beleza! Há
cerca de vinte anos ou mais cheguei lá vindo de Curitiba numa manhã que a
natureza caprichou no esplendor e o mar ora era de um verde ora de um azul de
chamar a atenção.
Tanto quando aquela paisagem, também
é de chamar a atenção as palavras que o autor da peça teatral Eurípedes põe nos
lábios de Medéia. São palavras fortes e de grande significação. Para melhor
entendimento, vejamos uma amostra do enredo da história: Encarregado da difícil
missão de resgatar o velocino de ouro, Tristão e alguns amigos também heróis
rumaram para seu destino no barco Argos, daí serem conhecidos como os
argonautas.
Foi decisiva para o sucesso de
Tristão a ajuda das magias de Medéia que por ele se apaixonou e se casaram. De
volta, tendo Tristão se apaixonada por outra mulher, abandonou Medéia com quem
teve dois filhos, o que despertou em Medéia tamanha cólera que só mesmo a
genialidade do poeta foi capaz de descrever (vale a pena ler a história).
Na página 25, lembrando que naquela
época as noivas deviam um dote ao futuro marido (daí a expressão de Medéia “comprar
muito caro um marido”. As palavras que Eurípides colocou na boca de Medéia: “De
todos os seres que respiram e que pensam, nós outras as mulheres, somos as mais
miseráveis. Precisamos primeiro comprar muito caro um marido, para depois
termos nele um senhor absoluto da nossa pessoa, segundo flagelo ainda pior que
o primeiro”. E, na página 26:
“A mulher é comumente temerosa, foge
da luta, estremece à vista da arma; mas, quando seu leito é ultrajado, não
existe alma mais sedenta de sangue”.
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