sábado, 30 de agosto de 2025

ARENGA 844

 

Na sociedade onde tempo é dinheiro, felicidade passa longe. Um jovem, vítima daquela cultura de Midas, acaba de disparar tiros contra uma igreja onde era celebrada louvação a deus, matando e ferindo outros jovens. Absolutamente nada é capaz de convencer a malta humana de que a única proteção que existe está na justiça social. À toda prova, na humanidade não há lugar para mais estupidez se organizou uma sociedade tão desestruturada que permite a completos imbecis se apossarem de exorbitantes quantidades dos bens materiais que a todos devias servir, ficando a grande maioria na penúria, muitos inclusive sem ter sequer o que comer, enquanto notícias dão conta da vida faustosa de falsos líderes elevados ao poder pela própria população que paga altíssimo preço pela ação contra si mesma.

As boas orientações da parte de quem como Ulisses escapou do feitiço do canto da sereia emitido pelo pão e circo, são atropelados pelos enfeitiçados que, inclusive desenvolveram uma espécie de fobia contra a possibilidade de viver melhor do que se vive porque uma sociedade na qual poucos têm mais do que precisam e muitos nada têm jamais que poderá chegar a bom termo se pessoas desesperadas pelas necessidades não satisfeitas tendem a agir desesperadamente, dando origem aos conflitos que se espera inutilmente encontrar solução em um deus inexistente.

 

 

 

 

 

   

sexta-feira, 29 de agosto de 2025

ARENGA 843

 

Em meio à turba festiva, e de uma alegria de débil mental, porquanto os acontecimentos indicam um amanhã tristemente imprevisível embora as autoridades até aqui inúteis alardeiam terem chegado à fonte que vem abastecendo o banditismo que assola a sociedade. Afirmam que a ponta do fio da meada da criminalidade está no comércio de combustíveis e que esta descoberta permite dar um basta à criminalidade que disputa dom os esportes o negócio mais rentável a atrair a juventude. Mas, o certo é que para menor infelicidade de quem pensa, no meio à turba barulhenta, não tão raro assim, aparece quem lança luzes sobre a cegueira reinante com a qual convivemos.

São pessoas que lançam ideias que dão origem a novas ideias, e assim, despertados por uma ideia e saltitando de uma para outra, são os pensadores levados a navegar num oceano de ideias e pinçar aquelas que deixam marcas que se seguidas exercerão influência positiva para a sociedade. Ricardo Castilho, por exemplo, na orelha do livro Filosofia do Direito, nos brinda com a ideia de que o direito objetiva a regulamentação da vida em sociedade, resolvendo conflitos, e que o faz enfrentando um eterno dilema que é a compreensão das inter-relações sociais da forma como são e o estabelecimento de diretrizes que possibilitem transformar estas inter-relações sociais naquilo que deveriam ser.

E então? Uma vez sabendo que a sociedade não dá certo sem que os relacionamentos entre seus integrantes sejam compatíveis com vida social, cabe, pois, adequar estes relacionamentos tornando-os capazes de organizar uma sociedade ideal para se viver.

 

quarta-feira, 27 de agosto de 2025

ARENGA 842

 

Na baixa fase atual de desenvolvimento mental do ser humano, só teria isolamento o homem que segundo mestre Nietzsche menciona em Humano demasiado humano, ao qual deixaram de interessar tudo aquilo que interessa à turba festiva que como formigas percorre o mundo matando e morrendo por alegria e riqueza uma vez que tal homem teria de isolar da sociedade em que vive composta de brutamontes espirituais incompatíveis com o mínimo de refinamento que caracteriza quem por ter adquirido conhecimento é alçado a tal superioridade em relação às pessoas comuns que a convivência com elas causa um mal-estar de doença.

Desta forma, tendo o ser humano natureza gregária, haveria vantagem em ser espiritualmente superior ou deveria tal homem quedar-se ao nível dos brutamontes onde não seria atormentado pela infelicidade do desejo que apesar de impossível ser encontrado num ambiente de bárbaros sua ausência martiriza quem evoluiu espiritualmente e não encontra espaço entre as alegrias dos ignorantes aos berros de gol e pipocar de foguetórios.

 

terça-feira, 26 de agosto de 2025

ARENGA 841

 

A filosofia do direito afirma que a lei tem por objetivo assegurar que haja justiça. Por que, então, tantas leis convivem com tanta injustiça? Ninguém parece estranhar que a realidade passa longe daquilo que nos é dito como realidade. É dito que os governos têm por objetivo a organizar a sociedade que se deixada sem a guarda de uma autoridade para impor respeito o que se teria seria a desorganização generalizada tamanha é a brutalidade humana. Entretanto, que tipo de organização social há na sociedade humana que não obstante a plêiade de autoridades a humanidade tem em vez de sociedade, um amontoado de bichos papões movidos por tamanha ferocidade e ignorância que destroem as condições de vida para fazer uma riqueza da qual não desfrutará jamais porque a faina na busca de riqueza não lhes permite lembrar que seu prazo de validade expira antes disso.

Aos monstros de unhas de tamanduá, de cuja boca corre baba de dragão, que têm cifrões em vez de pupilas e que trocariam a mãe por mais um milhão na especulação do inferno fiscal, a tais protegidos por satanás dinheiro á a única coisa que importa. Como não se pode ser civilizado e ajuntar riqueza ao mesmo tempo, tendo tais monstros se assenhoreado do destino mundo com o poder que o dinheiro lhes confere, tem-se consequentemente a situação de infelicidade em que se encontram os seres humanos onde os que se acreditam felizes são privados de tranquilidade uma vez que o relógio de ponto está à espera.

E a infelicidade rondará os seres humanos enquanto durar sua vida de falsidades posto que a mentira nada constrói de positivo. Mas, com a maior das certezas pode-se afirmar que assim como passaram as fases históricas que foram sucessivamente substituídas por novos tampos, também este tempo de falsidades dará lugar a um novo tempo de se espera seja de predomínio da verdade de que não pode haver civilização numa sociedade na qual uns morrem por comer demais e outros por nada comerem.   

 

 

quinta-feira, 14 de agosto de 2025

ARENGA 840

 

A parte jovem da humanidade tem só duas opções que são: discordar da liderança de velhos indiferentes à segurança de seu futuro, ou então perecer pelas garras da louca sanha do desenvolvimento ilimitado a que se refere mestre Ladislau Dowbor no livro A ERA DO CAPITAL IMPRODUTIVO. Ali ele traz a teoria de Malthus para a economia de modo compreensível e eficiente ao questionar uma realidade que até então tem conseguido ser disfarçada pelos economistas lambe-ovo dos Midas que colocam riqueza acima de tudo, inclusive da vida. Mestre Ladislau simplesmente menciona a realidade indiscutível de que o ilimitado crescimento econômico vai se fazer acompanhar pelos limitados recursos naturais demandados para assegurar a interminável produção de bens necessários para atender a uma demanda cada vez maior e perdulária e inexistência desta possibilidade pode ser constatada pelo apodrecimento dos rios, o envenenamento e redução dos lençóis freáticos, esgotamento da fertilidade dos solos que são a fonte da vida, enfim, como não se perceber estarmos no caminho errado, e principalmente que a maior prejudicada, a juventude permanece alheia a um destino trágico?

Cabe observar que a pressa e a correria caracterizam o comportamento humano atual. O avião, o trem e o carro e o telefone mais veloz como se a humanidade quisesse chegar mais rápido a um destino trágico.

 

 

 

quarta-feira, 13 de agosto de 2025

ARENGA 839

 

A sociedade humana não tem como ser menos infeliz enquanto tiver seu destino aos cuidados de homens que trazem a necessidade de riqueza no inconsciente e que passa para o consciente, orientando suas ações, uma necessidade tão grande ide que por mais riqueza que se tenho ajuntado, nunca é o bastante para o pequeno tempo de vida.

Sem que seja erradicado do ser humano o equívoco de ser o dinheiro panaceia para felicidade, jamais dará certo que a totalidade dos humanos, desconhecendo esta realidade, produzam a riqueza do mundo e a e entreguem a outros seres humanos na esperança de que seja empregada no atendimento de suas necessidades. A avidez de cão faminto pela chegada desta riqueza às suas mãos aparece na disputa ferrenha das eleições que já chegaram à incompreensível posição de usar da riqueza que o povo produz para custear as despesas com propaganda enganosa destinada a iludir esse mesmo povo com sorrisos e falsas promessas. De tanto iludir, aos poucos, foi ficando à mostra a ilusão que deixou de ser possível às autoridades virem a público aberto sem serem apupadas moralmente.

Assim como a sabedoria da boa lei recomente educação para o criminoso em vez de punição, o mesmo acontece com a falsa liderança cuja falsidade é incutida a partir do nascimento acompanhado de ritos religiosos falsos num mundo orientado por falsidades, sendo a maior delas o convencimento que a riqueza nas mãos de falsos líderes seja empregada em benefício da humanidade tão alheia da realidade que é indiferente aos gastos astronômicos com o belicismo cuja razão também se encontra na educação defeituosa da criança. Desta educação resultou uma infeliz sociedade humana dividida e enganadores e tão enganados que embora de comportamento mais chegados a satanás, todos se dizem cristãos.

  

terça-feira, 12 de agosto de 2025

ARENGA 838

 

“Uma perda irreparável” “Nossas condolências à família enlutada” são as babaquices ouvidas sobre a morte de alguém. Entretanto, como ser lamentável ou perda a “dica” preciosa que a natureza nos dá a fim de nos preparar contra as muitas adversidades que ela mesma nos imporá na estrada que leva à morte que para os frequentadores de igreja, axé e futebola significa o fim de tudo? Na verdade, não é o fim de coisa nenhuma, a morte e a vida convivem tão pacificamente que o corpo de um adulto é feito por novas células que substituíram as que morreram e foram descartadas. Pensar sobre a humanidade, faz concluir que os seres humanos exalam estupidez por todos os poros. O tempo é a única coisa que separa os bichos pelados de duas patas autuais dos bichos peludos seus ancestrais nos quais até Ariano Suassuna demonstra estupidez quando diz não acreditar sermos descendentes deles.

Apenas a quantidade dos bichos pelados nos separa dos bichos peludos que já ultrapassam a casa dos oito bilhões numa algazarra e alvoroço superior à de revoada de periquitos, onde os vários tipos de poluição e a destruição da fauna e flora cujo resultado é preparar o inferno para onde os antigos diziam que tudo ira se acabar.

 Se a princípio os grupas consistiram apenas em pais e prole, passaram a imensas aglomerações ironicamente tratadas por civilizações onde o mérito mais é destreza nas pernas para os homens, bundões e peitões para as mulheres, atributos que transformam os possuidores em ricas celebridades.

domingo, 10 de agosto de 2025

ARENGA 837

 

Mestre Paulo Freire sugeriu que educação incluísse no currículo método capaz de desenvolver nos jovens capacidade de raciocinar. A sugestão custou ao mestre perseguição política que o expulsou do país. Se nenhum dos poucos jovens que conhecem o fato é capaz de alcançar-lhe a significação, a causa é justamente a incapacidade de raciocinar porque dela os algozes da humanidade fogem como o diabo foge da cruz. Mas, e por que haveria de querer evitar o desenvolvimento da capacidade de raciocinas a educação proposta pela política, se o raciocínio leva ao conhecimento e à elevação espiritual sem os quais a sociedade se mantém na mediocridade mental de considerar riqueza material desenvolvimento social? O resultando de tal comportamento, a afirmação de que tempo é dinheiro, erro tão monumental que a sociedade mais rica e que inventou tal idiotice nada em riqueza e nem por isso está livre da tormenta de ser assediada por um pouco do seu ouro.

A necessidade de ser superior ao povo legou aos inventores de deus e a todos os demais falsos líderes da humanidade o direito de usufruir de exuberante padrão de vida advindo da incapacidade de percepção dos impedidos de raciocinar e concluir poderem eles mesmos fazer o trabalho de seus enganadores que também enganam a si mesmos porque a sociedade ideal para eles é uma sociedade como a religião que não admite especulações a respeito dos princípios sobre os quais se fundamenta. Tal sociedade tem como destino a incivilização e a brutalidade eternas.

Ao escorraçar junto com Paulo Freire seu ideal de estimular o raciocínio nos jovens seus algozes  tornou a juventude indiferentes a especulações sobre o funcionamento da mecânica da vida, exatamente  como querem os parasitas da humanidade, exploradores que não dão aos jovens um minuto sequer para pensar em coisas menos rasteiras do que orações, futebola, axé, “famosos” e “celebridades”.

Uma vez alheia à necessidade de raciocinar, a juventude segue pela estrada da vida sem se interessar para onde está indo. O pavor à palavra morte, por exemplo, demonstra ignorância absoluta da realidade de ser a vida tocada por emoções que vão umas dando lugar a outras até não restar mais nenhuma para algum estímulo. É por isso que se perde o interesse pelas bonecas, os velocípedes, os carrinhos, as bicicletas, as motos, os carrões, os iates. As emoções, no dizer perfeito de Schopenhauer, vão se esvaindo até não haver mais interesse por coisa nenhuma. Não havendo nada em que se interessar, resta um caco jogado de lado a dar o trabalho de precisar de quem o ajude nas necessidades íntimas que se fazia com total independência. Nesse momento, ó juventude desatenta, a ideia de morte representa repouso absoluto longe da algazarra próprio dos ignorantes.          

 

     

sábado, 2 de agosto de 2025

ARENGA 836

 

Quando escreveu o livro A servidão Voluntária, assunto ao qual se dedica também Marilena Chauí no livro Contra a Servidão Voluntária, certamente que o jovem Etienne de la Boétie, autor do primeiro livro citado acima, não obstante a grandiosidade do trabalho deixado para a posteridade em apenas trinta e três anos de vida, certamente lhe faltou a maturidade necessária para concluir que a servidão não é voluntária. É imposta à humanidade por parasitas que predam de modo tão sofisticado que as pessoas não sabem estar sendo vítima de parasitas.

Este é um assunto que apesar de já ter sido tratado neste cantinho de pensar, é de tamanha importância que não deixa de merecer incansável recorrência principalmente pelos senhores pais, posto que dele depende o futuro das gerações vindouras.

O ser humano nunca foi livre. Se a princípio eram obrigados a enfrentar perigos a fim de poder comer para que pudessem continuar vivos, mais adiante, na estrada da vida, a fim de conseguirem estas mesmas coisas passaram a depender de pessoas ricas denominadas empresários que lhes deem um emprego por maio do qual produz tão grande riqueza que seus exploradores se assemelham aos deuses do Olimpo. São tão grandes os recursos materiais de que dispõem estes parasitas que dariam para lhes assegurar um milhão de vidas faustosas se não tivessem de morrer muito antes disso, realidade de que eles não têm tempo de perceber tamanha e a ocupação em descobrir maios de ter mais riqueza.

Veja-se, por exemplo, os doutores. Se eles que são doutores acreditam-se homens e mulheres livres, que dizer, então, da grande massa de pobres diabos mentais a levar escadas e encher igrejas, terreiros de axé e futebola?

Boétie não teve tempo de observação suficiente para perceber que a adesão do povo às ideias de seus exploradores é que permite a servidão que só existe justamente pelo desconhecimento desta realidade de servir uma vez que para as pessoas elas são livres, na verdade livres para escolher a igreja onde buscar proteção enquanto que os recursos de lhes assegurar o que buscam na igreja são usados em armas sofisticadas e bilhões de homens que também se acham livres mas que no entanto vão para campos de batalha convencidos de valer a pena matar morrer pela glória pátria. Não de seus algozes.

     

ARENGA 835

 

Para o Yahoo notícias não passamos todos de arrematados i fofoqueiros idiotas interessados em saber a causa da separação de certa “celebridade”, no valor do carrão ou da mansão de determinada “celebridade”. É o pão e circo na satânica atividade de manter lá em baixo a mentalidade do povo que nem desconfia ter nascido para fazer papel de bobo. Num filme, depois de ouvir de seu amigo que ele está trabalhando para uma rica empresa, comentou: “Ah, então trabalha para os donos do mundo?” e a resposta foi a seguinte: “E quem não trabalha?”

   

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A primeiríssima preocupação das pessoas, desde as primitivas, sempre foram consigo mesmas e a primeiríssima delas sempre foi com a preservação, o que equivale a dizer COMIDA, ABRIGO, PROTEÇÃO. Nesse sentido, cuidando pessoalmente da obtenção destes recursos, os grupos primitivos foram mais eficientes do que a sociedade contemporânea que passou a depender de empresários preocupados unicamente em acumular riqueza explorando a humanidade como demonstrou a Odebrecht.

 

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Fui a uma solenidade de entrega de diploma aos recém formados médicos de 2025 entre os quais havia um sobrinho. Não se podia imaginar encontrar outra coisa que não um ambiente compatível com a nobreza do evento. Entretanto, o que lá vi foi tamanha algazarra que em nada diferençava o ambiente daquele centro de cultura de um campo de futebola. As mesmas cornetas barulhentas e irritantes, no lugar de música, o mesmo tum, tum, tum não menos irritante do que as cornetas. As cadeiras tinham o estofamento exposto e a gritaria própria de ambiente de povo era tão insuportável que me retirei sem aplaudir o ato solene quando meu sobrinho recebesse o canudo. Embora e evento não ocorresse aqui em minha cidade de Vitória da Conquista nenhuma diferença faria se fosse aqui ou em Salvador ou em qualquer cidade brasileira uma vez que no Brasil fama e celebridade se mede pela habilidade dos pés ou capacidade de expor “as partes”.