Adversa à sensatez, a humanidade não podia
ter outro destino que não o do Titanic. Embarcou em três canos furadas os três
pilares que a vêm sustentando desde a Revolução Industrial: democracia, política
e desenvolvimento.
Democracia pode realmente vir a ser o
melhor dos sistemas de administração pública até agora experimentados desde que
seja civilizado o povo a quem ela delega o poder de escolher os administradores.
Como inexiste povo civilizado na face da Terra, o resultado de encarregar seres
incivilizados da tarefa de nomear as autoridades só podia dar em aberrações
como guerra, fome e doenças. São tão loucas as escolhas das autoridades que se preteriu
a musa política Heloisa Helena cuja nobreza de caráter dispensa apresentação
por Collor de Melo cujo caráter por razões opostas também dispensa
apresentação. Sob democracia o que não faltas são aberrações. Tornou-se
sinônimo do capitalismo cuja exclusão social que produz vai acabar provocando a
desestabilização da sociedade com consequências inimagináveis. Por isto é que
não se justifica a tranquilidade dos pais que desejam tranquilidade no futuro
de seus filhos.
A maior das aberrações resultantes da
democracia é a cultura do venha a mim e os outros que se danem porque esse
“venha a mim” não condiz com vida em sociedade. Promove vendas do patrimônio
público sob os mais diversos argumentos, inclusive por uma suposta deficiência
que desaparece depois de vendida e esbanjado o dinheiro. É também na democracia
que o voto é comprado como nos tempos dos coronéis e seus currais eleitorais
com a diferença para pior de ser o povo que desembolsa os recursos que pagam os
meios de comunicação para que eles lhe determinem votar nos paus mandados dos
ricos donos do mundo e tudo mais.
E agora é vez do naufrágio da canoa
na qual navega uma política tão enviesada que suas notícias são publicadas nas
páginas policiais. As leis são feitas a favor de quem as faz que por serem
passíveis de punição, num golpe de mestre da malandragem, passaram a rasteira
nas leis a favor do povo festivo inventando Foro Privilegiado e Prescrição, com
o que se inverteu a função tanto do legislativo quanto do executivo e do judiciário
que segundo outra musa da honradez, a doutora Eliana Calmon, há bandidos de
toga. Como se pouco fosse, o Estado desorganizado que deveria garantir
segurança à população, na democracia está ele próprio inseguro tamanha é a
ousadia do crime organizado.
Para manter o povo em completo
analfabetismo político que mantém o povo manipulado, a papagaiada de microfone,
serviçais dos donos do poder não perde oportunidade para endeusar a democracia
que vai se eternizando com seus horrores. Caso Sérgio Cabral ou Geddel Vieira
Lima venham a ser candidatos, a propaganda ou arte de explorar a estupidez
humana, os elegerá tão certo quanto dois mais dois.
O naufrágio da democracia não é
diferente ao da política tomada de assalto por que ganha toda a cesta de pães
com o suor do rosto alheio, não obstante se dizerem todos tão cristãos que
lavam as escadas das igrejas para a entrada de nosso senhor. Vai daí que uma
política do tipo da que temos, mais cedo ou mais tarde naufragará inevitavelmente.
Por fim, a canoa furada do badalado
desenvolvimento que naufraga deixando atrás de si um planeta de terra arrasada.
Esse tal de desenvolvimento é nada mais do que um montão de fábricas bufando
fumaça sem cessar para produzir coisas a serem compradas na maior das vezes
apenas porque a televisão mandou comprar. Esta produção, direta ou
indiretamente, afeta o planeta de modo tão evidente que os últimos desastres
climáticos já deveriam ser suficientes para que os (ir)responsáveis pela
administração do mundo estivessem empenhados de unhas e dentes na busca de
solução para evitar o pior.
Além do mais, a finalidade do
desastroso desenvolvimento é produzir uma riqueza sem função social porque vai
parar na agiotagem dos infernos
fiscais, onde, segundo Dowbor, escondem-se dois terços do PIB mundial.
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