terça-feira, 2 de dezembro de 2025

ARENGA 857

 

É perder tempo sonhar com um mundo civilizado dentro de uma cultura onde os mais merecedores de prestígio são aqueles de menor nível intelectual e cujo mérito está em atividades que demandam massa muscular como acontece com os animais destinados ao açougue. Animais estes que sem interferência humana viveriam tranquilos e felizes em suas sociedades selvagens. Daí ser possível afirmar que sendo os humanos incapazes de formar uma sociedade superior se autocondenam ao tipo de vida medíocre em que vivem as bestas humanas digladiando entre si numa contenda eterna em busca de mais riqueza do que necessário.

De nada vale ao ser humano a racionalidade se não faz uso dela e nem mesmo entende de razão porque se entendesse concluiria ser tão necessário cuidar de si e dos seus quanto cuidar da sociedade em que vivem. Em vez disso, entretanto, o que é que acontece? Entregam muito mais dinheiro do que é necessário a outros seres humanos para que cuidem dos assuntos sociais, e é só. Envolvem-se tão absolutamente em infantilidades, incapazes de perceberem ser a realidade social totalmente diferente do esperado, como não podia deixar de ser, uma vez que aqueles a quem deram montanhas de dinheiro, tendo recebido a mesma orientação de vida recebida por todos, também foram convencidos da falsidade de ser menos importante a vida social ante a importância de cuidar de si e dos seus, daí as constantes notícias de desvios de verbas públicas.  

Fala-se atualmente em ministrar educação políticas à criançada como se política fosse uma coisa e outra coisa fosse a ausência de egoísmo que caracteriza o líder verdadeiro impossível de existir dentro da cultura do venha a mim e os outros se vê depois. De tal comportamento resulta uma sociedade onde o trabalho de quem trabalha é desfrutado por apenas pessoas que por terem nascido de pais ricos recebem um tipo de educação que lhes torna convencidos de estar na riqueza o caminho para se viver bem. Como não há quem não queira viver bem, todos correm atrás de riqueza. Como é mais fácil fazer mais riqueza quem é rico, o resultado é o que temos aí: a total impossibilidade de felicidade ante a realidade de um por cento dos seres humanos com noventa e nove por cento da riqueza existente. A crença de haver paz na riqueza é tão falsa quanto a de um deus criador de tudo haja vista que o povo do país mais rico e religioso do mundo, os americanos do norte, não raro é infelicitado por ataques terroristas.

 

   

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