sexta-feira, 5 de junho de 2020

ARENGA 611


Meditar sobre a vida é filosofar. Apesar de ser uma coisa simples, que dá bons resultados, e que para ser executada basta ser capaz de pensar por exemplo em como podemos depender da economia se a economia depende do agriiuzinesse se o agribiuzinesse depende de veneno? Infelizmente, para a malta de frequentadores de igreja, axé e futebola filosofar é algo que além de inútil e complicado, é assunto para intelectual. Em Princípios Fundamentais de Filosofia o Grande Mestre do Saber Politzer disse que capciosamente tornaram a filosofia tão maldosamente ardilosa quanto a proposta de um cego que tendo de lutar com alguém propusesse que lutassem num ambiente escuro. Tamanha distorção se deve justamente aos intelectuais, quando não levados pela Prostituição da Consciência, por força da necessidade que eles têm de complicar as coisas simples. Vai daí que no concernente a meditação sobre como se viver bem de nada servem os Best-Sellers dos intelectuais e a melosidade dos elogios que sobre eles fazem outros intelectuais nas orelhas de calhamaços imprestáveis, entre eles o amontoado de 598 páginas do livro denominado ERA DOS EXTRMOS, do intelectualíssimo Eric Hobsbawm. É de se observar que a fotografia do autor na orelha da contracapa do livro indica tratar-se de débil mental em recuperação. Certo livro de intelectual sobre filosofia levanta a seguinte questão: Você está ao lado de uma alavanca que muda o trajeto de um trem desembestado, cujo sistema de freios está danificado, e que esmagará cinco pessoas que  se encontram sobre os trilhos por onde vai passar o trem. Se você mover a alavanca, o trem mudará de rumo para outra linha sobre a qual há apenas uma pessoa, de modo que você teria de optar em matar cinco ou matar uma pessoa só. O que você faria? Por que se preocupar em decidir entre matar cinco ou matar um se não é necessário matar nenhum? Aí está a bobagem a que se dedicam os intelectuais. Esta baboseira tem absolutamente nada a ver com o procedimento necessário para levar a uma vida de boa qualidade.

No livro inútil acima citado são encontradas coisas assim: “... um mundo onde passado e futuro parecem estar seccionados do presente”. Ora bolas, como seccionados? Passado, presente e futuro são fases da mesma história triste da estupidez humana. Como bobagem pouca é pouca bobagem, lá também está o seguinte: “Suponhamos que que a Primeira Guerra Mundial tivesse sido apenas uma perturbação temporária...”. Como supor ter sido temporária? Se não fosse temporária, não se falaria em fim da Segunda Guerra Mundial porque até hoje estaria rolando horrorosa matança de jovens por outros jovens convencidos de haver necessidade daquela estupidez.

Comprar livros torna-se tão necessário quanto comprar uísque, com a diferença de não se poder saber se o livro é bom ou ruim. Junto com este livro ruim aqui referido também comprei mais três porcarias: A RALÉ BRASILEIRA, DE Jessé de Souza, COMO A DEMOCRACIA CHEGA AO FIM, de David Runciman e COMO AS DEMOCRACIAS MORREM, de Steven Levitsky e Daniel Ziblatt. No primeiro destas três últimos encontramos bobagens como a da página 41: “... para que possamos compreender o sucesso de construção de uma identidade nacional no Brasil...”. Ora, como se falar em sucesso de identidade se o brasileiro não passa de reles imitador, invejoso de culturas estrangeiras? O próprio autor tinha acabado de reconhecer esta realidade na página anterior, a página 30 ao declarar: “Nós, brasileiros, nunca nos comparamos com a Bolívia, com a Guatemala, ou mesmo com a Argentina. Nós nos comparamos obsessivamente com os Estados Unidos”. Ao deixar de nos comparar com nossos irmãos latinos para nos compararmos com americanos das bundas brancas é por incorrermos na observação do  grandessíssimo jornalista Mauro Santayana: “Os brasileiros se sentem tão extasiados ante as coisas do estrangeiro quanto se sentiram os índios ante o espetáculo da chegada dos portugueses em suas naus”. Voltando ao livro ruim, entre suas inúteis 506 páginas temos na página 303 a repetição do que rola no meio inculto dos frequentadores de igreja, axé e futebola de ser o pouco investimento em educação que impede o Brasil de ser um país rico e desenvolvido. Em primeiro lugar isto é uma grande idiotice porque no conceito da cultura da economia capitalista não se pode ser rico sem ser desenvolvido e vice-versa. Em segundo lugar tem-se que ter tranquilidade em vez de ser rico deve ser o objetivo primeiro visto que os países mais ricos são também os mais intranquilos. Por fim, em terceiro lugar, a realidade é que o tipo de educação ministrada pela cultura capitalista do enriquecimento a qualquer custo vai no sentido oposto da tranquilidade à qual não se chega sem que se tenha a indispensável desenvoltura para a meditação sobre a vida, coisa da qual o sistema educacional capitalista foge como o diabo foge da cruz por conta do justificado medo de que se se tornarem capazes de raciocinar os frequentadores de igreja, axé e futebola superariam a fase de manada e descobririam ser possível viver de modo muito melhor do que vivem sendo os recursos públicos corretamente aplicados em vez de serem desperdiçados e roubados. Como isto vai de encontra à malandragem dos políticos que montam o sistema educacional, estimula-se o ensino religioso e exorciza-se o sistema sugerido por Paulo Freire que defendia inclusão de matéria que estimulasse a capacidade de raciocinar da criançada. Sobre tamanha distorção é que deveriam os intelectuais dedicar sua preciosa capacidade.   

Os dois últimos livros também inúteis Como A Democracia Chega Ao Fim e Como As Democracias Morrem, em que gastei um dinheiro que estaria melhor aplicado em uísque, giram em torno da ascendência de governos autoritários sobre governos democráticos e baboseiras outras como a do título “Como Morrem as Democracias” porque as democracias não podem morrer se já nasceram mortas. É uma “natimorta”, como dizem os advogados para dizer da criança que nasceu sem vida. E nem podia mesmo existir como administração pública eficiente porquanto deixando a cargo da inculta massa bruta de povo a responsabilidade pela escolha dos administradores públicos resulta na escolha de quem gasta mais dinheiro com festa e propaganda e que depois  terão de devolver a seus patrocinadores várias vezes o valor não só da grana gasta nos festejamentos, mas também para sua própria conta bancária e vida faustosa e perdulária nos palácios e falcatruas mil.

Parece caber a um Zemané mostrar à humanidade que ela não precisa ser infeliz como é. Basta substituir por pensamentos próprios os pensamentos maldosamente engendrados nos laboratórios infernais da religiosidade e dos ricos donos do mundo maldosamente espalhados pela imensa multidão pelos seus baba-ovos destas duas classes terrivelmente antissociais, os papagaios de microfone, que em troca da despensa abastecida conduzem a manada humana para um destino de cabisbaixismo ante a  escravidão determinada pelos parasitas sociais do sistema financeiro que se arvoraram a donos do mundo contando com a indiferença dos outros donos por direito.

Assim é que em lugar de meditar sobre matar cinco ou matar um, medite sobre o que disse Mark: “Os filósofos se limitam a analisar o mundo quando o necessário é mudar o mundo”. Medite sobre o resultado da Lava Jato e depender de empresários o bem-estar social. Medite sobre o que disse o filósofo: “A verdadeira felicidade custa pouco, quando é cara é porque não presta”. Medite sobre o que disse outro filósofo: “Duas mãos trabalhando são mais úteis do que milhares de mãos postas em oração”. Medite sobre ter o destino decidido por falsos líderes. Enfim, medite... Inté.    


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