segunda-feira, 29 de junho de 2020

ARENGA 620


No ano de 1789 na França, os abusos dos governantes tiveram como resposta a Revolução Francesa, fonte de ensinamentos políticos dos quais a juventude não deveria prescindir. Como aos agentes políticos e religiosos interessa escamotear a verdade, nega-se aos jovens o conhecimento da realidade da vida como recurso para produzir adultos tão alienados politicamente que deixam seu futuro sob a responsabilidade destes falsos líderes que lhes enganam com tanta facilidade como se enganam crianças. Quando Platão observou que “A DIREÇÃO EM QUE A EDUCAÇÃO INICIA UM HOMEM DETERMINARÁ SEU FUTURO NA VIDA”, tinha sido levado pelo raciocínio a concluir acertadamente ser o adulto o resultado daquilo que se aprendeu em criança.  Daí que o sistema educacional no mundo objetiva despertar nos jovens interesses imediatistas como deus e riqueza, mas total desinteresse pelo futuro, resultando deste aprendizado que o presente no qual nos encontramos e que é o futuro do passado, deu em pandemia, portanto, em infelicidade, e o futuro desse presente promete ser ainda pior. O sistema educacional objetiva evitar o surgimento de outros Platões porquanto quem quer que seja levado a raciocinar também chegará à sabedoria. Daí ser Paulo Coelho considerado inimigo de governantes tradicionais em função de ter sugerido a inovação de incluir no sistema educação matéria que incrementasse nos jovens a capacidade de raciocinar.
Trazemos aqui pequeno trecho da análise que faz o historiador Edward McNall Barns no capítulo 21 de sua História da Civilização Ocidental sobre as causas daquele movimento revolucionário francês cujo conhecimento levaria à percepção de não serem diferentes das que atualmente são vistas com total indiferença graças à inversão dos valores intelectuais imposta pela necessidade de desviar o interesse coletivo para o pão e circo do qual resulta a crença de serem toupeiras mentais reis, famosos e celebridades. Vamos, pois, à análise do historiador: “... um fator de caráter precipuamente econômico que contribuiu para acender o rastilho da Revolução Francesa, foi o sistema de privilégios arraigado na sociedade do velho regime. Antes da Revolução, a população da França se dividia em três grandes classes ou “estados”: a primeira se compunha do clero, a segunda dos nobres e a terceira do povo. O Primeiro Estado compreendia, na realidade, duas categorias diferentes: 1) o clero superior, composto dos cardeais, arcebispos, bispos e abades. 2) o clero inferior, formado pelos padres das paróquias. Embora todos esses servidores da Igreja passassem por fazer parte de um grupo privilegiado, um vasto abismo separava os dois níveis. Os membros do clero inferior eram amiúde tão pobres quanto seus mais humildes paroquianos e em geral tendiam para simpatizar com o homem comum. O clero, superior, em contraste, vivia na abundância e privava com as rodas elegantes e alegres da corte. Não compreendendo mais de 1% da população total, possuía, não obstante, cerca de 20% de toda a terra, sem falar de enormes riquezas compostas de castelos, obras de arte, ouro e joias. Muitos bispos e arcebispos tinham rendimentos que orçavam em centenas de milhares de francos. Como é natural, muitos desses opulentos prelados pouco se interessavam pelos assuntos religiosos. Alguns se envolviam na política, ajudando o rei a manter o poder absoluto. Outros jogavam ou cultivavam vícios ainda mais escandalosos. Não se pode afirmar que todos fossem depravados e remissos no cumprimento dos seus deveres profissionais, mas o número dos corruptos, prepotentes e viciados era bastante grande para convencer muita gente de que a igreja estava podre até o cerne e os seus próceres roubavam o povo e dilapidavam os recursos da nação.
A juventude conhece Pelé, Roberto Carlos, Ronaldinho, Neymar, Luciano Huck, Anita e todas as demais marionetes do pão e circo, mas, como mostra a Juventude de Fé, desconhece a verdadeira finalidade da religião, que outro não é senão, como diz o autor, ajudar o poder político a enganar e espoliar o povo, levando-o à indiferença quanto ao seu futuro expressa na crença de que O FUTURO A DEUS PERTENCE quando a realidade é que sendo o futuro o resultado das nossas ações no presente, depende exclusivamente de nós mesmos. Inté.



Nenhum comentário:

Postar um comentário