No ano de 1789 na França, os abusos
dos governantes tiveram como resposta a Revolução Francesa, fonte de
ensinamentos políticos dos quais a juventude não deveria prescindir. Como aos agentes
políticos e religiosos interessa escamotear a verdade, nega-se aos jovens o
conhecimento da realidade da vida como recurso para produzir adultos tão
alienados politicamente que deixam seu futuro sob a responsabilidade destes
falsos líderes que lhes enganam com tanta facilidade como se enganam crianças. Quando
Platão observou que “A DIREÇÃO EM QUE A EDUCAÇÃO INICIA UM HOMEM DETERMINARÁ
SEU FUTURO NA VIDA”, tinha sido levado pelo raciocínio a concluir acertadamente
ser o adulto o resultado daquilo que se aprendeu em criança. Daí que o sistema educacional no mundo
objetiva despertar nos jovens interesses imediatistas como deus e riqueza, mas
total desinteresse pelo futuro, resultando deste aprendizado que o presente no
qual nos encontramos e que é o futuro do passado, deu em pandemia, portanto, em
infelicidade, e o futuro desse presente promete ser ainda pior. O sistema
educacional objetiva evitar o surgimento de outros Platões porquanto quem quer
que seja levado a raciocinar também chegará à sabedoria. Daí ser Paulo Coelho
considerado inimigo de governantes tradicionais em função de ter sugerido a
inovação de incluir no sistema educação matéria que incrementasse nos jovens a
capacidade de raciocinar.
Trazemos aqui pequeno trecho da
análise que faz o historiador Edward McNall Barns no capítulo 21 de sua
História da Civilização Ocidental sobre as causas daquele movimento
revolucionário francês cujo conhecimento levaria à percepção de não serem diferentes
das que atualmente são vistas com total indiferença graças à inversão dos
valores intelectuais imposta pela necessidade de desviar o interesse coletivo para
o pão e circo do qual resulta a crença de serem toupeiras mentais reis, famosos
e celebridades. Vamos, pois, à análise do historiador: “... um fator de
caráter precipuamente econômico que contribuiu para acender o rastilho da
Revolução Francesa, foi o sistema de privilégios arraigado na sociedade do
velho regime. Antes da Revolução, a população da França se dividia em três
grandes classes ou “estados”: a primeira se compunha do clero, a segunda dos
nobres e a terceira do povo. O Primeiro Estado compreendia, na realidade, duas
categorias diferentes: 1) o clero superior, composto dos cardeais, arcebispos,
bispos e abades. 2) o clero inferior, formado pelos padres das paróquias.
Embora todos esses servidores da Igreja passassem por fazer parte de um grupo
privilegiado, um vasto abismo separava os dois níveis. Os membros do clero
inferior eram amiúde tão pobres quanto seus mais humildes paroquianos e em
geral tendiam para simpatizar com o homem comum. O clero, superior, em
contraste, vivia na abundância e privava com as rodas elegantes e alegres da corte.
Não compreendendo mais de 1% da população total, possuía, não obstante, cerca
de 20% de toda a terra, sem falar de enormes riquezas compostas de castelos,
obras de arte, ouro e joias. Muitos bispos e arcebispos tinham rendimentos que
orçavam em centenas de milhares de francos. Como é natural, muitos desses
opulentos prelados pouco se interessavam pelos assuntos religiosos. Alguns se
envolviam na política, ajudando o rei a manter o poder absoluto. Outros jogavam
ou cultivavam vícios ainda mais escandalosos. Não se pode afirmar que todos
fossem depravados e remissos no cumprimento dos seus deveres profissionais, mas
o número dos corruptos, prepotentes e viciados era bastante grande para
convencer muita gente de que a igreja estava podre até o cerne e os seus
próceres roubavam o povo e dilapidavam os recursos da nação.
A juventude conhece Pelé, Roberto
Carlos, Ronaldinho, Neymar, Luciano Huck, Anita e todas as demais marionetes do
pão e circo, mas, como mostra a Juventude de Fé, desconhece a verdadeira
finalidade da religião, que outro não é senão, como diz o autor, ajudar o poder
político a enganar e espoliar o povo, levando-o à indiferença quanto ao seu
futuro expressa na crença de que O FUTURO A DEUS PERTENCE quando a realidade é
que sendo o futuro o resultado das nossas ações no presente, depende
exclusivamente de nós mesmos. Inté.
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