A pretensão que tem esse arremedo de
blog de incentivar a juventude a desenvolver a atividade de meditar sobre a
vida, ante o inútil tergiversar dos intelectuais em seus volumosos
“Best-Sellers” tão inúteis quanto seus autores nesse sentido, não é ser
pretencioso a ponto de querer ofuscar a luz do sol com uma candeia, no dizer do
Grande Mestre do Saber Thomas More em A Utopia. Afinal, alguém precisa se
voltar contra o desinteresse dos jovens não só por um futuro livre dos
infortúnios anunciados pelo presente, mas também pela própria vida. Embora os
jovens não saibam, e não sabem porque foram levados pelas culturas capitalista
e da religiosidade a uma total apatia à leitura, portanto, ao conhecimento,
pelo temor que ambas têm à atividade de pensar porque pensando chegar-se-ia à
conclusão de não passarem suas afirmações de mentiras.
Embora não tenha sido escrito com tal
intenção, o capítulo quinto, página 126 do livro CAPITALISMO CRIMINOSO, de
Stephen Platt, expõe a causa de toda a desarrumação a que foi levado o mundo e
que requer uma dona de casa caprichosa para pôr ordem na bagunça que fizeram
com a humanidade.
No intuito de levar os gatos pingados
que perdem tempo lendo as bobagens destas arengas a pensarem no que foi
reduzida a atividade política da qual depende o bem-estar da humanidade é que
transcrevo o que diz o autor. Lá vai: “Uma luva branca, revestida de
cristais, da turnê de lançamento do disco Bad; um chapéu tipo diplomata usado
por Michael Jackson no palco; uma Ferrari 599 GTE; dois imóveis na cidade do
Cabo; três relógios Piaget incrustados de diamantes; um gabinete antigo André
Charles Boulle; pinturas de Degas, Renoir, Gauguin, Matisse e Bonnard; 1.403
garrafas de vinho sofisticado; 109 itens adquiridos no leilão do espólio de
Yves Saint Laurent; uma propriedade em Malibu de cerca de 48.500 metros
quadrados; uma propriedade luxuosa com seis andares em Paris; e um jatinho
particular Galfstream G-V. Todos esses itens estão listados em documentos
oficiais como pertencentes ao quarentão Teodoro Nguema
Obiang Mangue, “figurinha carimbada do “jet set” internacional e
filho do presidente de longa data da Guiné Equatorial...” “O estilo de vida
glamoroso e exuberante apreciado pelo filho do presidente, também conhecido
pelo seu apelido “Teodorin”, é bem diferente do da vasta maioria de seus
compatriotas (sem mencionar a incongruência com os alegados US$6.799 mensais
que ele ganhava como ministro) e lhe conferiu a descrição de “exemplo clássico
da elite cleptocrática africana” pela revista Time. Uma alta população da Guiné
Equatorial subsiste à base de um dólar ao dia; o país ocupa o 136 lugar no
Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da Organização das Nações Unidas (ONU),
com uma expectativa de vida de 51 anos; e tem uma taxa de desemprego de
22%. Dez por cento de suas crianças estão abaixo do peso e o país tem o 14 pior
índice de mortalidade infantil do mundo. No entanto, desde a descoberta de petróleo
em 1996, este diminuto país da África Ocidental, com uma população de 736 mil
habitantes, está classificado no papel como um dos países mais ricos da África,
com um produto interno bruto (PIB) “per capta” de cerca de US$24 mil.
Aí está, pois, a que foi reduzida a
atividade política: a mentiras. Embora pessoas vivam com apenas um dólar ao
dia, a política diz que todos vivem com vinte quatro mil. Guardadas as
proporções, Teodoro Nguema Obiang Mangue representa a classe política em peso
se as autoridades políticas constituem uma classe tão privilegiada que se
tornaram isentas de punição embora também levam vida infinitamente diferente da
vida do povo. A situação, pois, evidência, sem dúvida alguma, a necessidade de
mudança sob pena de sucumbir sob violência inimaginável porquanto a revolta dos
deserdados não será consolada eternamente pelo pão e circo do axé, das igrejas
e do futebola. Como quem avisa amigo é, e como os intelectuais não demonstram preocupação
com os jovens desavisados e futucadores de telefone, demonstro-a eu, um Zemané.
Inté.
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