A prodigalidade
da mendicância espiritual impede que a humanidade possa enxergar com os olhos
da mente o significado de coisas como: uma menininha correndo nua, queimada
por produto químico que o governo americano mandou jogar – um pinguim recoberto
de petróleo e peixes mortos – manchas de óleo sobre as praias – aquecimento do
clima – derretimento de gelo – banalização do uso de veneno e o enriquecimento
da Monsanto – consequências para crianças da apologia à prostituição materializada
na exibição de imensas bundas e peitos artificiais – liberdade para agiotagem do
sistema financeiro, lucro dos bancos e profissionais na arte de engabelar a
justiça, até com suborno, livrar da cadeia o ladrão e ficar com parte do roubo –
venda de feijão milagroso que acaba com pandemia – isenção de impostos para
igrejas e bilionários – importância exagerada de esportes, “famosos” e
“celebridades” de nenhuma importância.
Excluindo a mendicância espiritual,
não seria o caso de se questionar o custo astronômico para a sociedade com a inutilidade
absoluta dos governantes, uma vez que não cumprem a finalidade de promover o
bem-estar social que justificaria sua existência? Vai daí que os brutos seres
humanos se veem envolvidos em tão espetacular malandragem que compram pagam, não
recebem o produto da compra e não se incomodam com isto. Como não pode haver
negócio melhor para um vendedor do que não ter de entregar o produto vendido, não
é de se esperar que venha dos governantes que vendem sem entregar a correção desta
situação que embora ruim para a sociedade, é ótima para eles em função da
avareza resultante da ignorância humana que fomenta com vigor o “venha a mim e
os outros que se danem” que caracteriza a cultura capitalista antissocial.
Embora a felicidade
no entendimento dos débeis mentais igrejistas, axesistas e futebolistas motiva
filosofias baratas de filósofos que filosofam a troco da despensa abastecida, a
tão misteriosa felicidade depende apenas do cumprimento do dever pelos
governantes porquanto se resume em poder satisfazer as necessidades. Ter a barriga
abastecida, morar bem, ter saúde, instrução e desnecessidade de medo, nisso se
resume a felicidade. O “felizes para sempre” dos filósofos assalariado vira
pancadaria e caso de polícia quando os outrora pombinhos que só ia um aonde o
outro fosse são obrigados pela pandemia a ficar juntos.
É universal o
conformismo da manada humana em não receber a felicidade comprada dos
governantes a quem proporciona vida regalada, mas é ainda maior entre nós, os
brasileiros ladravazes, onde as privatizações são uma festa, uma mão na roda, um
roçado verdejante para governantes afanadores. O livro O Príncipe das
Privatizações mostra esta triste realidade. Nesse exato momento está-se
lubrificando no congresso o ferro com o qual será atochada a malta de
frequentadores de igreja, axé e futebola com a privatização das águas. Se a personalidade
do ser humano, segundo Thomas Hobbes, é me segura senão eu mato um, a
personalidade do brasileiro é me segura senão eu roubo um. Ou povinho craque na
arte de afanar, sô. E a coisa vem de longe, daqueles que nos deram origem,
porquanto lá no século XVII a atividade de roubar inspirou o padre português
Manoel da Costa a escrever o livro A Arte de Furtar. Devia tal arte ser
encarada como trabalho enobrecedor tanto quanto o trabalho dos “famosos” e
“celebridades” daqui porque escritores da época escreveram também A Arte de
Navegar e A Arte de Orar, ambas de grande importância, embora apenas navegar
fosse realmente importante. inté.
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