terça-feira, 11 de junho de 2024

ARENGA 746

 

A massa festiva de indigentes mentais de futucadores de telefone não vê motivo de preocupação quando nos sinais de trânsito deparam com pessoas lhes mostrando cartazes onde se lê “estou com fome”. Pode não passar de mais uma das muitas malandragens em que os brasileiros são mestres dos mestres como provam os criminosos notórios que escorregam da justiça como piaba escorrega da mão. Mas, se realmente estiverem com fome aquelas pessoas, indiferença é maneira insensata de reação. Negar esmola pode não ter importância, mas tem, e muita,  imaginar o perigo social que representa o crescimento do número de famintos, maior a cada volta do ponteiro de segundos.

Entre irracionais a possibilidade de perigo leva principalmente a mãe a partir para cima do possível agressor em defesa da cria. Daí ser inadmissível que os racionais seres humanos sejam indiferentes ante um perigo real para suas crias.

Assim é que a explosiva exclusão social vai acabar acabando em explosão social cuja consequência só não é mais devastadora que nas guerras porque o incremento da selvageria humana faz que atualmente as guerras também matam civis. Nada justifica indiferença ante a questão da fome se a única razão de sua existência é a inversão da atividade governamental que deixou de ser cuidar do bem-estar social, mas de interesses opostos aos da sociedade sob seu cuidado numa vergonhosa submissão a interesses privados de Midas de ilimitada voracidade por acumular riqueza.

Cometem crime de abandono de incapaz os pais que deixam os filhos à mercê de um futuro de perigos a cada esquina como promete as evidências da atualidade quando a indiferença em relação à administração da riqueza pública permite a situação socialmente inaceitável sob todos os pontos de vista de um por cento dos seres humanos terem se tornado donos de metade da riqueza do mundo. Ser indiferente a isto também é inaceitável sob todos os pontos de vista porque é de tamanha injustiça social que põe em risco o futuro. Totalmente inexplicável não se indignar ante fatos como este citado na página 11 de O Pão Nosso De Cada Dia, do eminente economista Ladislau Dowbor: “Nos Estados Unidos, o salário de um administrador top de linha de uma instituição de especulação financeira é, aproximadamente, o mesmo que o de 17 mil professores do ensino primário”.

Portanto, ou se muda o mundo ou se caminha para um Armagedom. Não dá, pois, para ser indiferente a tamanho perigo. 

 

   

 

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