O caso do prefeito de Iaçu, na Bahia,
e a arte de roubar dos pobres. É manchete de reportagem no jornal Tribuna da Bahia sobre mais
uma das incontáveis falcatruas que diariamente acontecem país afora como se
fossem a coisa mais natural do mundo, como se não fosse desse dinheiro que
dependemos todos nas horas difíceis da vida, dos remédios, dos cuidados médicos.
Acontece em lugarejos elevados à categoria de municípios independentes pela má
política visando prefeitos/cabos eleitorais de maus políticos que a cada dia se
tornam donos de maior poder político. O dinheiro repassado para os prefeitos
destes lugarejos que muitas vezes mal assinam seu nome, não pode ter outro
destino que não falcatruas. O Estado finge não saber, mas prefeitos de inúmeros
lugarejos enriquecem como que por milagre. Nossa política apodreceu até o cerne
enquanto uma juventude aparvalhada amontoa em festas e futucam telefone
abstendo-se dos cuidados com o futuro dos filhos por força do pão e circo cujo
poder é tão devastador que se envolve até pessoas do nível mental de Ladislau
Dowbor e Chico Buarque, que se declaram torcedores, que dizer do povaréu
politicamente analfabeto?
O pensador Cardenal de Hertz diz que
quando os que mandam perdem a vergonha os que obedecem perdem o respeito. Como
o exemplo do alto é de falta de vergonha, os prefeitos/fantoches de lugarejos,
sem a mínima noção de coisa nenhuma, imaginam: se roubar é a regra nos altos
escalões, por que haveria de não ser também por aqui?
O caso de Iaçu, uma cidadezinha baiana
com 24 mil habitantes que vivem do Bolsa Família e do plantio de melancia, o
prefeito, em culundria com um mecânico, roubou parte de uma verba de setecentos
mil reais. A notícia confirma que em nossa sociedade, também entre os ladrões
da política, apenas os que roubam ninharia não encontram no STF quem os livre
de punição como acontece com os ladrões de bilhões para os quais o STF mudou a
frase de Cristo para ser mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha
do que um rico entrar para a cadeia. E não há, infelizmente, o que estranhar
nisso se os ministros são escolhidos por políticos que aparecem nas páginas e
que por esta razão procuram contar com amigos que que retribuam o favor da
indicação. No julgamento do Mensalão, argumentaram os cavaleiros negros
mambembes do STF, sem causar estranheza alguma aos analfabetos políticos de
sempre que as cadeias no Brasil não tinham condição de abrigar pessoas
(ladrões) acostumadas a um tipo de vida requintada. Num país assim, como podem
pessoas como Chico Buarque e Ladislau Dowbor se declararem torcedores de
futebola que é o braço direito do pão e circo provedor de nosso exuberante
analfabetismo político provedor de nossa infelicidade?
Não é desse cantinho de pensar a
convicção de ser o analfabetismo político a causa de nossos dissabores porque a
esse respeito eis o que diz o filósofo Bertold Brecht: O pior analfabeto é o analfabeto
político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele
não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do
aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas. O analfabeto
político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a
política. Não sabe o imbecil que da sua ignorância política nasce a prostituta,
o menor abandonado e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista,
pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais.
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