A papagaiada de microfone faz um
fuzuê dos diabos sobre fraude eleitoral, possibilidade de adulteração do
resultado da votação por interferência nas urnas, e não sei mais o quê. Pois
tudo isso é nada mais do que uma grande frescura porque analisando o que diz o jurista
Fábio Konder Comparato, na página 13 do livro de sua autoria A Oligarquia
Brasileira, nossas eleições são uma fraude. E olha que não é jurista de meia
tigela reprovado para concurso de juiz de primeira instância. Né não. Trata-se
de jurista de primeira grandeza.
Dito isto, vejamos o porquê de serem
falsas as eleições nesse belo país de triste sorte por ter um povo feito de
religiosos, torcedores e bailarinos de axé. Pois, muito bem, conforme pondera o
jurista, e com muita razão, para ser legítima a manifestação de uma vontade não
deve haver interferência exterior para influenciar o convencimento. Ao
contrário, esta manifestação de vontade, repetindo, não deve resultar de
influência externa.
Pois é aqui que a coisa pega porque a
manifestação da vontade expressa no voto para fulano ou sicrano é ilegítima e,
portanto, falsa porque influenciada pelos meios de comunicação de propriedade
dos ricos donos do mundo, dos governos, do povo e de tudo mais. É para fazer o
convencimento dos eleitores que o governo passa para os partidos políticos a
vultosa soma de cinco bilhões de reais. Essa grana toda põe em polvorosa a
papagaiada de microfone cujo alvoroço convence facilmente os analfabetos
políticos que os piores são os melhores e o resultado destra tramoia é que
passadas as eleições, os eleitos, paus mandados dos ricos donos do mundo, as
notícias políticas vão parar nas páginas policiais.
Desta forma, embora a macacada que
empunha microfone fale em democracia, trata-se na verdade de uma plutocracia.
Se não a plutocracia tradicional quando só ricos governam, mas uma
neoplutocracia na qual governam aqueles que os ricos donos dos meios de
comunicação determinam.
Como este é um cantinho de pensar,
pensemos um pouco sobre o porquê de a humanidade não encarar como anormal a
estupidez das guerras, brutalidade ao lado da estupidez de ser permitido que
monstros de cuja boca escorre baba de dragão aufiram lucros com indústria e
comércio de armas e, ainda mais inaceitável, com o morticínio de jovens. A
única explicação é não ser normal também a humanidade.
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