sexta-feira, 7 de junho de 2024

ARENGA 743

 

A papagaiada de microfone faz um fuzuê dos diabos sobre fraude eleitoral, possibilidade de adulteração do resultado da votação por interferência nas urnas, e não sei mais o quê. Pois tudo isso é nada mais do que uma grande frescura porque analisando o que diz o jurista Fábio Konder Comparato, na página 13 do livro de sua autoria A Oligarquia Brasileira, nossas eleições são uma fraude. E olha que não é jurista de meia tigela reprovado para concurso de juiz de primeira instância. Né não. Trata-se de jurista de primeira grandeza.

Dito isto, vejamos o porquê de serem falsas as eleições nesse belo país de triste sorte por ter um povo feito de religiosos, torcedores e bailarinos de axé. Pois, muito bem, conforme pondera o jurista, e com muita razão, para ser legítima a manifestação de uma vontade não deve haver interferência exterior para influenciar o convencimento. Ao contrário, esta manifestação de vontade, repetindo, não deve resultar de influência externa.

Pois é aqui que a coisa pega porque a manifestação da vontade expressa no voto para fulano ou sicrano é ilegítima e, portanto, falsa porque influenciada pelos meios de comunicação de propriedade dos ricos donos do mundo, dos governos, do povo e de tudo mais. É para fazer o convencimento dos eleitores que o governo passa para os partidos políticos a vultosa soma de cinco bilhões de reais. Essa grana toda põe em polvorosa a papagaiada de microfone cujo alvoroço convence facilmente os analfabetos políticos que os piores são os melhores e o resultado destra tramoia é que passadas as eleições, os eleitos, paus mandados dos ricos donos do mundo, as notícias políticas vão parar nas páginas policiais. 

Desta forma, embora a macacada que empunha microfone fale em democracia, trata-se na verdade de uma plutocracia. Se não a plutocracia tradicional quando só ricos governam, mas uma neoplutocracia na qual governam aqueles que os ricos donos dos meios de comunicação determinam.

Como este é um cantinho de pensar, pensemos um pouco sobre o porquê de a humanidade não encarar como anormal a estupidez das guerras, brutalidade ao lado da estupidez de ser permitido que monstros de cuja boca escorre baba de dragão aufiram lucros com indústria e comércio de armas e, ainda mais inaceitável, com o morticínio de jovens. A única explicação é não ser normal também a humanidade.

 

    

 

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