quinta-feira, 13 de junho de 2024

ARENGA 748

 

Nos contam a filosofia e a sociologia que para termos liberdade é preciso sacrificar a segurança e que para ter segurança é precisa sacrificar a liberdade. Evidente que frequentadores de igreja, axé e futebola nunca alcançarão o sentido disto e muito menos serem eles os responsáveis por ser a opção a única via possível porque para entender é preciso ler e compreender o que se lê. Como são poucos os capazes desta façanha, fica o dito pelo não dito.

Mas sendo aqui um cantinho de pensar e de haver quem pense conosco, pensemos a respeito desse negócio de segurança e liberdade começando por observar que os seres humanos constituem a espécie mais perigosamente destrutiva entre todos os seres vivos.

Por causa da hostilidade humana é que não se pode ser feliz tendo ao mesmo tampo liberdade e segurança. Como diz Vinicius Bittencourt, a sociedade humana se assemelha a um zoológico onde animais domésticos convivem livremente com predadores ferozes.

Não dando certo, pois, deixar livres seres tão perigosos porque o resultado seria morticínio generalizado e impossibilidade de convivência social, embora por incrível que pareça, mas existe um lado de alguma inteligência no esquisitíssimo ser humano, aconteceu de este lado concluir pela necessidade de uma força capaz de conter o lado fera do homem para que pudesse haver garantia da segurança necessária à existência da sociedade, resultando de tal conclusão que se chegasse à criação de um poder maior do que o poder de cada um, o Poder de Estado, que que reprimisse a bestialidade.

E aí está, pois, o porquê de não se ter liberdade e segurança juntas. Tendo o homem liberdade para fazer o que lhe der na bola que tem lugar onde quem pensa tem cabeça o resultado seria um reino das feras. A esse respeito Thomas Paine define o Estado como punitivo. Realmente, ele existe a preço de ouro para punir o mais forte que mata ou rouba o mais fraco. Enfim, vai daí que o Estado existe para proibir a liberdade de fazer o que se quer, garantindo, assim, segurança. Portanto, tendo liberdade sacrifica-se a segurança e vice-versa.

Entretanto, como ainda é demasiadamente pequeno o lado inteligente do homem, a emenda ficou pior que o soneto uma vez que viemos parar numa situação em que arcamos com um custo fabuloso para manter um Estado que nem garante segurança nem liberdade porque volta e meia chega no computador das pessoas aviso de cobrança de algo que elas nem sabem o que é e nem podem andar pela rua sem porque já virou chavão dizer que quando as pessoas saem para trabalhar não têm certeza de que voltarão inteiras para casa.

 

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