quinta-feira, 27 de junho de 2024

ARENGA 752

 

A massa festiva de indigentes mentais de futucadores de telefone não vê motivo de preocupação quando nos sinais de trânsito deparam com pessoas mostrando cartazes anunciando fome. Alguns, com o exemplo dado pela política, pensam ser coisa de malandro que não quer trabalhar, o que pode ser verdade, afinal, como disse Chico, somos o país do malandro federal. Mas, e se for verdade, se estiverem realmente famintos? Olha que a fome é caminho que leva ao desespero, e como disse sabiamente mestre Ladislau Dowbor, pessoas levadas ao desespero reagem desesperadamente. Portanto, não sendo recomendável estar em meio a pessoas desesperadas porque em tais condições estas pessoas cometem os horrores que cometeram lá na França de 1789 e na Rússia de 1917, diante disso, o melhor a fazer é meditar sobre o porquê de haver fome se em meio às notícias de roubalheira protegida pela justiça há também notícias de milhões de toneladas de cômida produzidas no país.

Insensatez é a praia dos seres humanos. As centenas de religiosos mortos pelo calor do deserto buscando em Meca proteção de deus e todo o aparato religioso mundo afora significa que a humanidade foi conduzida por falsos líderes a viver um mundo de falsidades. Se pessoas de grandes conhecimentos nos asseguram ser falsa a ideia de um deus criador, por que, então, deixar de dar ouvidos a estas pessoas para seguir uma turba de nenhum conhecimento que faz da bíblia o livro mais vendido no mundo pelo motivo de ser comprado inclusive por analfabetos pensando que junto com o livro “sagrado” também adquire proteção divina? Pelo menos quinhentos anos antes de Cristo, na Grécia, pensadores já se negavam a aceitar a criação divina do universo. Não obstante, até hoje, para a estupidez humana, um deus criou as coisas e as pessoas, possibilidade totalmente inverossímil. Como poderia Adão nomear a miríade de seres microscópicos? Mas absolutamente nada é capaz de levar a turba barulhenta a trocar a escuridão do desconhecimento pela luz da verdade da vida que de modo algum não está em conversar com estátuas, lavar escadas de igrejas ou morrer de desastre a caminho de Aparecida ou de calor a caminho de Meca porque a única verdade salvadora é dependermos de uma administração pública diferente da que tem a humanidade, obrigada a receber medalhas no lugar do filho em cuja homenagem um falso líder deposita uma coroa de flor no pé de um poste de cimento.

 O pensador Malcolm X foi apenas mais uma das pessoas assassinadas por pensar. Ele disse que a menos que estejamos prevenidos, os meios de comunicação vão nos fazer amar o opressor e odiar o oprimido. No mesmo sentido, Humberto Eco disse que quem controla os meios de comunicação controla o mundo. Em apenas duas frases está a verdade que poderá tirar o mundo da falsidade. O motivo pelo qual há uma televisão em toda sala de espera e mais de um celular para cada pessoa do mundo é a causa de absolutamente toda a infelicidade na Terra, embora tal entendimento passe a anos luz do discernimento da malta festiva.

Pouquíssimos são os capazes de saber o que há entre o que disseram aqueles dois pensadores e as notícias nos jornais exortando o valor dos carrões e mansões de marionetes do pão e circo, instituição criada pelo império romano para manter a malta longe da política e permitir que rufiões palacianos pudessem curtir mansamente o resultado do trabalho de quem trabalha, como, aliás, acontece até os dias de hoje quando um terço do PIB mundial, segundo nos diz Ladislau Dowbor, está em paraísos fiscais rendendo mais riqueza livre de imposto para degenerados exploradores do trabalho alheio.

Os “famosos”, as “celebridades” e seus carrões e mansões que despertam interesse do mundo inteiro segundo a imprensa, é como o pão e circo leva para longe da podridão política a atenção do pobre povo levado a nem mesmo saber dispor de um grande potencial de poder transformador totalmente anulado pela indiferença política que permite a parasitas esbanjar livres e soltos o dinheiro público. Até verba secreta rola pelo meio político enquanto a atenção da malta se concentra no que não tem importância. Como disse Eduardo Moreira, é semelhante a um espetáculo de mágica. Enquanto a atenção está no que não tem importância, acontece o que tem.

 

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