A massa festiva de indigentes mentais
de futucadores de telefone não vê motivo de preocupação quando nos sinais de
trânsito deparam com pessoas mostrando cartazes anunciando fome. Alguns, com o
exemplo dado pela política, pensam ser coisa de malandro que não quer
trabalhar, o que pode ser verdade, afinal, como disse Chico, somos o país do
malandro federal. Mas, e se for verdade, se estiverem realmente famintos? Olha
que a fome é caminho que leva ao desespero, e como disse sabiamente mestre
Ladislau Dowbor, pessoas levadas ao desespero reagem desesperadamente. Portanto,
não sendo recomendável estar em meio a pessoas desesperadas porque em tais
condições estas pessoas cometem os horrores que cometeram lá na França de 1789
e na Rússia de 1917, diante disso, o melhor a fazer é meditar sobre o porquê de
haver fome se em meio às notícias de roubalheira protegida pela justiça há
também notícias de milhões de toneladas de cômida produzidas no país.
Insensatez é a praia dos seres
humanos. As centenas de religiosos mortos pelo calor do deserto buscando em
Meca proteção de deus e todo o aparato religioso mundo afora significa que a
humanidade foi conduzida por falsos líderes a viver um mundo de falsidades. Se
pessoas de grandes conhecimentos nos asseguram ser falsa a ideia de um deus
criador, por que, então, deixar de dar ouvidos a estas pessoas para seguir uma
turba de nenhum conhecimento que faz da bíblia o livro mais vendido no mundo
pelo motivo de ser comprado inclusive por analfabetos pensando que junto com o
livro “sagrado” também adquire proteção divina? Pelo menos quinhentos anos
antes de Cristo, na Grécia, pensadores já se negavam a aceitar a criação divina
do universo. Não obstante, até hoje, para a estupidez humana, um deus criou as
coisas e as pessoas, possibilidade totalmente inverossímil. Como poderia Adão
nomear a miríade de seres microscópicos? Mas absolutamente nada é capaz de
levar a turba barulhenta a trocar a escuridão do desconhecimento pela luz da
verdade da vida que de modo algum não está em conversar com estátuas, lavar
escadas de igrejas ou morrer de desastre a caminho de Aparecida ou de calor a
caminho de Meca porque a única verdade salvadora é dependermos de uma
administração pública diferente da que tem a humanidade, obrigada a receber
medalhas no lugar do filho em cuja homenagem um falso líder deposita uma coroa
de flor no pé de um poste de cimento.
O pensador Malcolm X foi apenas mais uma das
pessoas assassinadas por pensar. Ele disse que a menos que estejamos
prevenidos, os meios de comunicação vão nos fazer amar o opressor e odiar o
oprimido. No mesmo sentido, Humberto Eco disse que quem controla os meios de
comunicação controla o mundo. Em apenas duas frases está a verdade que poderá
tirar o mundo da falsidade. O motivo pelo qual há uma televisão em toda sala de
espera e mais de um celular para cada pessoa do mundo é a causa de absolutamente
toda a infelicidade na Terra, embora tal entendimento passe a anos luz do
discernimento da malta festiva.
Pouquíssimos são os capazes de saber
o que há entre o que disseram aqueles dois pensadores e as notícias nos jornais
exortando o valor dos carrões e mansões de marionetes do pão e circo,
instituição criada pelo império romano para manter a malta longe da política e
permitir que rufiões palacianos pudessem curtir mansamente o resultado do
trabalho de quem trabalha, como, aliás, acontece até os dias de hoje quando um
terço do PIB mundial, segundo nos diz Ladislau Dowbor, está em paraísos fiscais
rendendo mais riqueza livre de imposto para degenerados exploradores do
trabalho alheio.
Os “famosos”, as “celebridades” e
seus carrões e mansões que despertam interesse do mundo inteiro segundo a
imprensa, é como o pão e circo leva para longe da podridão política a atenção
do pobre povo levado a nem mesmo saber dispor de um grande potencial de poder
transformador totalmente anulado pela indiferença política que permite a parasitas
esbanjar livres e soltos o dinheiro público. Até verba secreta rola pelo meio
político enquanto a atenção da malta se concentra no que não tem importância.
Como disse Eduardo Moreira, é semelhante a um espetáculo de mágica. Enquanto a
atenção está no que não tem importância, acontece o que tem.
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