domingo, 16 de junho de 2024

ARENGA 750

 

Desde que me entendo por gente sempre acreditei que o mal pode mais que o bem. Aliás, mestre Schopenhauer diz que o sofrimento e não a felicidade é que é positivo. Prá meu fraco entendimento é exagero. Mas não é preciso entender esta baboseira filosófica para saber que o mal supera o bem. Basta encarar a realidade para perceber que a alegria da farra termina em ressaca; acumular riqueza vai dar na decepção de não poder levar junto para o mausoléu luxuoso; a alegria da juventude vai dar numa velhice de recordações das bobagens que não podem mais serem consertadas.

Mas o poder do mal se mostra em todo seu esplendor é quando se observa o que diz mestre Ladislau Dowbor de não ser por falta de boas ideias que a sociedade é vitimada pela pobreza e tudo de ruim que nela encontra meios abundantes de proliferação. A realidade de triunfarem as más ideias sobre as boas como as de Cristo, aliás, o mais exemplo da superioridade do mal sobre o bem. Ser indiferente à predominância das ideias más é onde a humanidade mostra sua pequenez intelectual porque apesar de a inteligência sempre se inclinar para a paz e a tranquilidade, em decorrência da cegueira mental de não saber separar o joio do trigo ou as más das boas ideias é o preço que a humanidade paga por viver tendo falsidade por verdade.

Alguém que pensa e que é inteligente o bastante para esfregar no nariz da sociedade humana a falsidade em que ela vive o fez da seguinte maneira: desenhou um simples quadro no qual tem algo de hilaridade e um mundão de inteligência que a humanidade não fosse tão burra vendo o porquê de seus sofrimentos, bem que poderia correr atrás do prejuízo não obstante sua letargia paquidérmica. No quadro, um lobo no papel de político discursa para uma plateia de carneiros e promete passar a ser vegetariano depois de eleito. Simplesmente genial! É ou não é a política de cabo a rabo e sem tirar nem pôr?

Nossa condição de viver melhor ou pior depende da política. Mas até que a malta festiva meta esta verdade na bola que tem onde gente tem cabeça é impossível imaginar porque para a malta o negócio é apelar para o céu na dificuldade, embora os representantes de deus na doença vão para o hospital e não para a igreja. Como a teimosia dessa gente é maior do que a da jumenta de Balaão, fica o dito pelo não dito.

 Entretanto, os poucos que pensam sabem que é de uma boa administração da riqueza pública que depende a qualidade de vida. É o caso de pensar o seguinte: uma vez dependermos da política que administra a riqueza pública, pode esta política ser tão falsa como realmente é? Não será por causa das falsidades que o mundo está à beira da destruição?

 

 

 

 

 

  

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