domingo, 30 de junho de 2024

ARENGA 754

 

O que fez o povo do Brasil para evitar que nosso país chegasse à degradação em que se encontra? Nada! Fizeram absolutamente nada. E é justamente por nada terem feito a favor da civilização e muito ter feito ao contrário é que ainda nos encontramos na idade dos caçadores coletores, com diferença de hoje se caçar gente para coletar os pertences, principalmente celulares. Vejamos o que dizem alguns pensadores a respeito da humanidade e de nós que dela somos a parte mais suja ou menos digna:  

Aqui na página 595 do livro História da Civilização Ocidental, no capítulo sobre a Revolução Francesa, o historiador Burns parece estar falando sobre nossa sociedade quando diz o seguinte:

“No alto estavam os nobres da espada, cujos títulos remontavam aos suseranos feudais da Ida Média. Abaixo deles colocavam-se os nobres da toga, cujos avós tinham comprado algum cargo judicial que lhes conferia um título de nobreza e o direito de usar uma imponente beca de magistrado .... a maioria deles eram parasitas a consumir uma riqueza que outros produziam com o suor do rosto”.

Também não temos entre nós uso indevido de toga? Tanto temos que a destemida e por isso mesmo rejeitada Eliana Calmon afirmou haver bandidos de toga. E está bem colocado o termo “destemida” porque covardes há aos montes escondidos atrás de instituições como Prescrição e Foro Privilegiado. Por dizer a verdade, como a Lava Jato, cujos membros sofreram perseguição, a doutora Eliana não também foi perseguida ao ser rejeitada para o Senado onde também haveria de dizer verdades que incomodam aos ilustres senhores que lá desfrutam do melhor que a vida pode oferecer.

Continuando o assunto da semelhança entre os perdulários da sociedade francesa e os da nossa sociedade, temos que na mais alta corte de justa desse belo país de triste sorte e povo, enverga-se uma imponente toga quem foi reprovado para juiz de primeira instância, dispensado o notável saber jurídico e muitíssimo menos a reputação ilibada. (Rui Barbosa sabia disso). No mais, ainda seguindo o pensamento do historiador, também temos uma plêiade de parasitas consumindo riqueza produzida com o suor de rosto alheio. Até parece que o historiador Edward McNall Burns nos observa do além.

Passemos agora para a página 27 do grandioso livro Falando Francamente, de Vinicius Bittencourt, livro que os poucos brasileiros que leem e entendem o que lê deve ter na cabeceira da cama. Citando Thomas Paine, o pensador Vinicius Bittencourt tem a seguinte impressão sobre nossa sociedade:

“Quando lemos as histórias obscenas, as libertinagens volutuosas, as cruéis e traiçoeiras execuções, as vinganças impiedosas, que enchem mais de metade da bíblia, pensamos que seria mais consistente chamá-la a palavra do demônio do que a palavra de Deus. É um relato de atrocidades que contribuem para corromper a humanidade”. E acrescenta: “O povo quer ser iludido. Os padres e os pastores suprem estas carências, fornecendo imposturas”.

A frase “o povo quer ser iludido” tem um alcance fora da capacidade perceptiva da malta religiosa de torcedores e bailarinos de axé. Vê quão interessante: Individualmente, ninguém quer ser iludido, bancar o otário. No entanto, reunidos os indivíduos em povo vivem iludidos bancando otários sem se dar conta, afastados que foram da sabedoria pelas artimanhas do pão e circo.

Quando pais levam suas crianças para o meio de multidão ensandecida de torcedores ou para cultos religiosos, nada de anormal para eles há nisso. Mas, na verdade, há mal tão grande que o comportamento resultante deste procedimento trouxe o povo a querer ser iludido, como disse bem mestre Vinicius Bittencourt, e é certo que o povo nunca deixou de ser feito de bobo se vive a cultura do venha a mim e outros que se danem que não encontra espaço em povo bobo por ser fácil de ser iludido.

Pulemos para a página 15 do livro A Oligarquia Brasileira, do pensador Fábio Konder Comparato:

“Eis por que pode-se (sic) dizer que a oligarquia é o regime político próprio da civilização capitalista, que no presente é a civilização mundial. Importa, no entanto, acrescentar que essa oligarquia é sempre dissimulada, sob a falsa aparência de um regime político de base popular”.

Retomando a palavra, temos que no capitalismo ou cultura do venha a mim e os outros que se danem tudo é dissimulação. Como a mentira tem pernas curtas, o entusiasmo do povaréu iludido arrefece a cada dia nas pessoas mais instruídas e, por isso mesmo, menos fáceis de serem feitas de bobas. Se políticos ainda levam multidões às praças é porque, como disse Ivon Curi, há bobo prá tudo.

Saltemos para a página 20 do livro O Clube Secreto Dos Poderosos, da fabulosa escritora espanhola Cristina Martín Jiménez, citando esta declaração do professor americano Carroll Quigley no seguinte teor: “O poder do capitalismo financeiro tem um objetivo transcendental, nada menos que criar um sistema de controle financeiro mundial para mãos privadas, capaz de dominar o sistema político de cada país e a economia do mundo como um todo”. Se o monstro capitalista irradia metástases para sociedades ironicamente chamadas de civilizadas, que dizer de republiquetas de banana onde infinitos motivos há tanto para tristezas quanto para alegrias?

Por último, porque nenhum saco aguenta mais, vejamos outra citação da mesma escritora no mesmo livro, página 17, proveniente de quem sabe o que diz, Theodore Roosevelt: Por trás do governo aparente está entronizado um governo invisível que não deve lealdade nem reconhece responsabilidade alguma perante os cidadãos.

Se os governos que a humanidade acredita serem responsáveis por ela têm atrás de si um governo maior que não reconhece qualquer responsabilidade perante ela é porque a humanidade está iludida e feita de boba.

sábado, 29 de junho de 2024

ARENGA 753

 

Privados da capacidade de refletir, pais alienados nada veem de errado se os filhos continuam aprendendo nas escolas as mesmas coisas que eles, os pais deles e os pais dos pais deles aprenderam e que resultaram num mundo onde o mal predomina sobre o bem, a injustiça sobre a justiça, o crime sobre a punição, a ilegalidade sobre a legalidade, ingredientes indispensáveis à cultura infelicitante do venha a mim e os outros que se danem apropriada para um mundo de brutalidades como o nosso.

Estão totalmente enganados aqueles que acreditam estar bem acomodados junto ao grupinho familiar porque à sua volta borbulha de fervura um caldeirão de violência, maldades de todo tipo e as mais variadas doenças como resultantes de um comportamento individualista e descompromissado com a sociedade.  A indiferença de quem acumula riqueza ante o sofrimento de quem não conseguiu um lugar onde se sentir bem, apesar de parecer sem importância importa muito se estes desvalidos tendo como única opção o crime, a cadeia ou a morte, contaminam com seus genes de infelicidade para infelicitar toda a sociedade.

O mundo em que vivemos não é o mundo que os pais devem querer deixar para seus filhos. Um mondo no qual as autoridades cujo nobre dever de assegurar para eles refinada educação, segurança, saúde e bem-estar, descambaram de tal forma para a imoralidade política que se tornaram objeto de repúdio e em vez de servirem de exemplo pelo merecimento de respeito, sabedoria e correção comportamental, decaíram de tal forma que nem se incomodam mais quando apupadas em público.

Nosso belo país foi arrastado por falsos líderes para tamanha irracionalidade que seu povo, não obstante a triste realidade de só ter o que lamentar inclusive por ser considerado indigno mundo afora, encontra vários motivos para festejamentos onde há tamanhas explosões de alegria injustificada que faz pensar se não foi acometido de debilidade mental.

 

quinta-feira, 27 de junho de 2024

ARENGA 752

 

A massa festiva de indigentes mentais de futucadores de telefone não vê motivo de preocupação quando nos sinais de trânsito deparam com pessoas mostrando cartazes anunciando fome. Alguns, com o exemplo dado pela política, pensam ser coisa de malandro que não quer trabalhar, o que pode ser verdade, afinal, como disse Chico, somos o país do malandro federal. Mas, e se for verdade, se estiverem realmente famintos? Olha que a fome é caminho que leva ao desespero, e como disse sabiamente mestre Ladislau Dowbor, pessoas levadas ao desespero reagem desesperadamente. Portanto, não sendo recomendável estar em meio a pessoas desesperadas porque em tais condições estas pessoas cometem os horrores que cometeram lá na França de 1789 e na Rússia de 1917, diante disso, o melhor a fazer é meditar sobre o porquê de haver fome se em meio às notícias de roubalheira protegida pela justiça há também notícias de milhões de toneladas de cômida produzidas no país.

Insensatez é a praia dos seres humanos. As centenas de religiosos mortos pelo calor do deserto buscando em Meca proteção de deus e todo o aparato religioso mundo afora significa que a humanidade foi conduzida por falsos líderes a viver um mundo de falsidades. Se pessoas de grandes conhecimentos nos asseguram ser falsa a ideia de um deus criador, por que, então, deixar de dar ouvidos a estas pessoas para seguir uma turba de nenhum conhecimento que faz da bíblia o livro mais vendido no mundo pelo motivo de ser comprado inclusive por analfabetos pensando que junto com o livro “sagrado” também adquire proteção divina? Pelo menos quinhentos anos antes de Cristo, na Grécia, pensadores já se negavam a aceitar a criação divina do universo. Não obstante, até hoje, para a estupidez humana, um deus criou as coisas e as pessoas, possibilidade totalmente inverossímil. Como poderia Adão nomear a miríade de seres microscópicos? Mas absolutamente nada é capaz de levar a turba barulhenta a trocar a escuridão do desconhecimento pela luz da verdade da vida que de modo algum não está em conversar com estátuas, lavar escadas de igrejas ou morrer de desastre a caminho de Aparecida ou de calor a caminho de Meca porque a única verdade salvadora é dependermos de uma administração pública diferente da que tem a humanidade, obrigada a receber medalhas no lugar do filho em cuja homenagem um falso líder deposita uma coroa de flor no pé de um poste de cimento.

 O pensador Malcolm X foi apenas mais uma das pessoas assassinadas por pensar. Ele disse que a menos que estejamos prevenidos, os meios de comunicação vão nos fazer amar o opressor e odiar o oprimido. No mesmo sentido, Humberto Eco disse que quem controla os meios de comunicação controla o mundo. Em apenas duas frases está a verdade que poderá tirar o mundo da falsidade. O motivo pelo qual há uma televisão em toda sala de espera e mais de um celular para cada pessoa do mundo é a causa de absolutamente toda a infelicidade na Terra, embora tal entendimento passe a anos luz do discernimento da malta festiva.

Pouquíssimos são os capazes de saber o que há entre o que disseram aqueles dois pensadores e as notícias nos jornais exortando o valor dos carrões e mansões de marionetes do pão e circo, instituição criada pelo império romano para manter a malta longe da política e permitir que rufiões palacianos pudessem curtir mansamente o resultado do trabalho de quem trabalha, como, aliás, acontece até os dias de hoje quando um terço do PIB mundial, segundo nos diz Ladislau Dowbor, está em paraísos fiscais rendendo mais riqueza livre de imposto para degenerados exploradores do trabalho alheio.

Os “famosos”, as “celebridades” e seus carrões e mansões que despertam interesse do mundo inteiro segundo a imprensa, é como o pão e circo leva para longe da podridão política a atenção do pobre povo levado a nem mesmo saber dispor de um grande potencial de poder transformador totalmente anulado pela indiferença política que permite a parasitas esbanjar livres e soltos o dinheiro público. Até verba secreta rola pelo meio político enquanto a atenção da malta se concentra no que não tem importância. Como disse Eduardo Moreira, é semelhante a um espetáculo de mágica. Enquanto a atenção está no que não tem importância, acontece o que tem.

 

segunda-feira, 24 de junho de 2024

ARENGA 75l

 

O caso do prefeito de Iaçu, na Bahia, e a arte de roubar dos pobres. É manchete de reportagem no jornal Tribuna da Bahia sobre mais uma das incontáveis falcatruas que diariamente acontecem país afora como se fossem a coisa mais natural do mundo, como se não fosse desse dinheiro que dependemos todos nas horas difíceis da vida, dos remédios, dos cuidados médicos. Acontece em lugarejos elevados à categoria de municípios independentes pela má política visando prefeitos/cabos eleitorais de maus políticos que a cada dia se tornam donos de maior poder político. O dinheiro repassado para os prefeitos destes lugarejos que muitas vezes mal assinam seu nome, não pode ter outro destino que não falcatruas. O Estado finge não saber, mas prefeitos de inúmeros lugarejos enriquecem como que por milagre. Nossa política apodreceu até o cerne enquanto uma juventude aparvalhada amontoa em festas e futucam telefone abstendo-se dos cuidados com o futuro dos filhos por força do pão e circo cujo poder é tão devastador que se envolve até pessoas do nível mental de Ladislau Dowbor e Chico Buarque, que se declaram torcedores, que dizer do povaréu politicamente analfabeto?

O pensador Cardenal de Hertz diz que quando os que mandam perdem a vergonha os que obedecem perdem o respeito. Como o exemplo do alto é de falta de vergonha, os prefeitos/fantoches de lugarejos, sem a mínima noção de coisa nenhuma, imaginam: se roubar é a regra nos altos escalões, por que haveria de não ser também por aqui?

O caso de Iaçu, uma cidadezinha baiana com 24 mil habitantes que vivem do Bolsa Família e do plantio de melancia, o prefeito, em culundria com um mecânico, roubou parte de uma verba de setecentos mil reais. A notícia confirma que em nossa sociedade, também entre os ladrões da política, apenas os que roubam ninharia não encontram no STF quem os livre de punição como acontece com os ladrões de bilhões para os quais o STF mudou a frase de Cristo para ser mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar para a cadeia. E não há, infelizmente, o que estranhar nisso se os ministros são escolhidos por políticos que aparecem nas páginas e que por esta razão procuram contar com amigos que que retribuam o favor da indicação. No julgamento do Mensalão, argumentaram os cavaleiros negros mambembes do STF, sem causar estranheza alguma aos analfabetos políticos de sempre que as cadeias no Brasil não tinham condição de abrigar pessoas (ladrões) acostumadas a um tipo de vida requintada. Num país assim, como podem pessoas como Chico Buarque e Ladislau Dowbor se declararem torcedores de futebola que é o braço direito do pão e circo provedor de nosso exuberante analfabetismo político provedor de nossa infelicidade?

Não é desse cantinho de pensar a convicção de ser o analfabetismo político a causa de nossos dissabores porque a esse respeito eis o que diz o filósofo Bertold Brecht: O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas. O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que da sua ignorância política nasce a prostituta, o menor abandonado e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais.

 

 

 

 

domingo, 16 de junho de 2024

ARENGA 750

 

Desde que me entendo por gente sempre acreditei que o mal pode mais que o bem. Aliás, mestre Schopenhauer diz que o sofrimento e não a felicidade é que é positivo. Prá meu fraco entendimento é exagero. Mas não é preciso entender esta baboseira filosófica para saber que o mal supera o bem. Basta encarar a realidade para perceber que a alegria da farra termina em ressaca; acumular riqueza vai dar na decepção de não poder levar junto para o mausoléu luxuoso; a alegria da juventude vai dar numa velhice de recordações das bobagens que não podem mais serem consertadas.

Mas o poder do mal se mostra em todo seu esplendor é quando se observa o que diz mestre Ladislau Dowbor de não ser por falta de boas ideias que a sociedade é vitimada pela pobreza e tudo de ruim que nela encontra meios abundantes de proliferação. A realidade de triunfarem as más ideias sobre as boas como as de Cristo, aliás, o mais exemplo da superioridade do mal sobre o bem. Ser indiferente à predominância das ideias más é onde a humanidade mostra sua pequenez intelectual porque apesar de a inteligência sempre se inclinar para a paz e a tranquilidade, em decorrência da cegueira mental de não saber separar o joio do trigo ou as más das boas ideias é o preço que a humanidade paga por viver tendo falsidade por verdade.

Alguém que pensa e que é inteligente o bastante para esfregar no nariz da sociedade humana a falsidade em que ela vive o fez da seguinte maneira: desenhou um simples quadro no qual tem algo de hilaridade e um mundão de inteligência que a humanidade não fosse tão burra vendo o porquê de seus sofrimentos, bem que poderia correr atrás do prejuízo não obstante sua letargia paquidérmica. No quadro, um lobo no papel de político discursa para uma plateia de carneiros e promete passar a ser vegetariano depois de eleito. Simplesmente genial! É ou não é a política de cabo a rabo e sem tirar nem pôr?

Nossa condição de viver melhor ou pior depende da política. Mas até que a malta festiva meta esta verdade na bola que tem onde gente tem cabeça é impossível imaginar porque para a malta o negócio é apelar para o céu na dificuldade, embora os representantes de deus na doença vão para o hospital e não para a igreja. Como a teimosia dessa gente é maior do que a da jumenta de Balaão, fica o dito pelo não dito.

 Entretanto, os poucos que pensam sabem que é de uma boa administração da riqueza pública que depende a qualidade de vida. É o caso de pensar o seguinte: uma vez dependermos da política que administra a riqueza pública, pode esta política ser tão falsa como realmente é? Não será por causa das falsidades que o mundo está à beira da destruição?

 

 

 

 

 

  

sexta-feira, 14 de junho de 2024

ARENGA 749

 

A vida não pensada não vale a pena ser vivida. Sentenciou mestre Sócrates com muita razão porque no caso de não meditar sobre a melhor forma de viver, como acontece no mundo e as guerras dão prova desta triste realidade, vive-se como os irracionais para os quais nada mais é preciso além de comida e água. E é aqui onde se depara com uma barreira difícil de ser transposta e que impede o acesso a um mundo inteligente. Estando a humanidade sujeita à política de um Estado que se beneficia da falta de evolução mental de seu povo, só por muita vontade de aprender cada um por si como funcionam as coisas na vida é como se pode entender a dura realidade de não passarem de bobos da corte aqueles que, como disse mestre Sócrates não pensam na vida e, portanto, não sabem estar dando força ao atraso.

Se a sociedade é civilizada a política também será civilizada. Como é impossível chegar-se à civilização sem a evolução mental que a todos caracteriza, inclusive aos comandantes políticos, tem-se falsos líderes que buscam tirar vantagem da posição do líder que nunca foram. Daí fugirem de uma política transparente e adotarem segredos que escondem do povo a realidade política por meio de instituições como Cem Anos De Sigilo e Verbas Secretas.

Mestre Platão observou que a orientação dada à criança determina a personalidade do adulto. Assim é que dependendo da vontade e do interesse dos Chefes de Estado o que deve ser ensinado às crianças, e não sendo tal ensinamento o esclarecimento civilizatório se também não o têm os Chefes de Estado caçadores de riqueza e poder, o resultado é um aprendizado que na verdade não é bom para ninguém porque dele saem adultos orientados para procurar nas igrejas o que só podem encontrar na política, onde não vão procurar porque não ligam para política, mas para o pão e circo do império romano adotado pelos falsos líderes para fazer o povo de bobo e, como nos espetáculos de mágica, prestar atenção no que não tem importância enquanto passa despercebido o que realmente importa, como diz Eduardo Moreira EM O QUE OS DONOS DO PODER NÃO QUEREM QUE VOCÊ SAIBA. Por conta desta realidade é que existem mulheres consideradas celebridades que posam para fotos destacando a bunda e famosos por escoicear bola.

Não obstante a realidade de ser a política a única responsável pelo bem-estar coletivo, nunca que ela deixou de ser apenas pelo bem-estar de apenas alguns apaniguados do maioral político que por conta deste apaniguamento ficaram tão ricos que são tratados de poderosos e inverteram a situação e assumiram o papel de maioral político e fizeram dos chefes políticos seus apaniguados.    

  

quinta-feira, 13 de junho de 2024

ARENGA 748

 

Nos contam a filosofia e a sociologia que para termos liberdade é preciso sacrificar a segurança e que para ter segurança é precisa sacrificar a liberdade. Evidente que frequentadores de igreja, axé e futebola nunca alcançarão o sentido disto e muito menos serem eles os responsáveis por ser a opção a única via possível porque para entender é preciso ler e compreender o que se lê. Como são poucos os capazes desta façanha, fica o dito pelo não dito.

Mas sendo aqui um cantinho de pensar e de haver quem pense conosco, pensemos a respeito desse negócio de segurança e liberdade começando por observar que os seres humanos constituem a espécie mais perigosamente destrutiva entre todos os seres vivos.

Por causa da hostilidade humana é que não se pode ser feliz tendo ao mesmo tampo liberdade e segurança. Como diz Vinicius Bittencourt, a sociedade humana se assemelha a um zoológico onde animais domésticos convivem livremente com predadores ferozes.

Não dando certo, pois, deixar livres seres tão perigosos porque o resultado seria morticínio generalizado e impossibilidade de convivência social, embora por incrível que pareça, mas existe um lado de alguma inteligência no esquisitíssimo ser humano, aconteceu de este lado concluir pela necessidade de uma força capaz de conter o lado fera do homem para que pudesse haver garantia da segurança necessária à existência da sociedade, resultando de tal conclusão que se chegasse à criação de um poder maior do que o poder de cada um, o Poder de Estado, que que reprimisse a bestialidade.

E aí está, pois, o porquê de não se ter liberdade e segurança juntas. Tendo o homem liberdade para fazer o que lhe der na bola que tem lugar onde quem pensa tem cabeça o resultado seria um reino das feras. A esse respeito Thomas Paine define o Estado como punitivo. Realmente, ele existe a preço de ouro para punir o mais forte que mata ou rouba o mais fraco. Enfim, vai daí que o Estado existe para proibir a liberdade de fazer o que se quer, garantindo, assim, segurança. Portanto, tendo liberdade sacrifica-se a segurança e vice-versa.

Entretanto, como ainda é demasiadamente pequeno o lado inteligente do homem, a emenda ficou pior que o soneto uma vez que viemos parar numa situação em que arcamos com um custo fabuloso para manter um Estado que nem garante segurança nem liberdade porque volta e meia chega no computador das pessoas aviso de cobrança de algo que elas nem sabem o que é e nem podem andar pela rua sem porque já virou chavão dizer que quando as pessoas saem para trabalhar não têm certeza de que voltarão inteiras para casa.

 

quarta-feira, 12 de junho de 2024

ARENGA 747

 

Vejo no jornal que um deputado tão inútil quanto os demais, compara os nordestinos a galinhas porque vivem de migalhas do governo. Entretanto, tirando fora os que ganham o pão com o suor do rosto dos outros, carapuça muitíssimo abrangente, todos os demais brasileiros vivem das migalhas caídas da mesa fartíssima dos ricos donos do mundo, dos políticos e do pensamento do povo. Como demônios, por ordem de seus donos, a mídia se apossou da personalidade dos seres humanos fazendo-os se postar ao lado de seus exploradores e em sua defesa, investindo furiosamente contra qualquer vestígio de ideia que cheire a esquerdismo.

Ladislau Dowbor diz em O Pão Nosso De Cada Dia que um especialista em especulação financeira nos Estados Unidos tem um salário equivalente ao de dezessete mil professores primários. Como ser a favor de tamanhos absurdo? É de clamar aos céus ser legal que um perito em crime de agiotagem receba tamanha recompensa por uma ação criminosa.

Como se fosse pouco, nossa imprensa considera todos os brasileiros imbecis quando publica que a mansão e a riqueza de uma celebridade de pau oco chocam o mundo inteiro. Não imaginam estes indigentes mentais haver quem sabe o que é pão e circo?

 No pequeno, mas grandioso livro O QUE OS DONOS DO PODER NÃO QUEREM QUE VOCÊ SAIBA, Eduardo Moreira mostra que apesar dos brasileiros estrilarem quando as passagens de ônibus aumentam alguns centavos, mas não estão nem aí se os bancos arrancam deles em taxas injustificáveis dezenas de bilhões de reais.

Vai daí ser de pensar, e muito, sobre deixar a cargo do elemento povo, mesmo sendo incapaz de raciocinar, a responsabilidade pela escolha de quem vai cuidar da riqueza produzida pela sociedade. É daí que nasce a perigosa situação de estar metade de toda a riqueza do mundo em mãos de apenas um por cento dos seres humanos. Não há outra explicação.

Uma vez que não se pode viver sem comer é loucura deixar milhões de pessoas passando fome porque a fome leva ao desespero e, como diz mestre Ladislau Dowbor, pessoas levadas ao desespero reagem desesperadamente. Quererão os pais ter os filhos vivendo em meio a pessoas que foram levadas ao desespero? Se não, o único meio de evitar é começar a pensar em assuntos sérios que pode começar procurando saber o que é pão e circo. Uma dica: Por que pessoas que salvam vidas não merecem o mesmo reconhecimento que “celebridades” e “famosos” de pau oco?  

 

terça-feira, 11 de junho de 2024

ARENGA 746

 

A massa festiva de indigentes mentais de futucadores de telefone não vê motivo de preocupação quando nos sinais de trânsito deparam com pessoas lhes mostrando cartazes onde se lê “estou com fome”. Pode não passar de mais uma das muitas malandragens em que os brasileiros são mestres dos mestres como provam os criminosos notórios que escorregam da justiça como piaba escorrega da mão. Mas, se realmente estiverem com fome aquelas pessoas, indiferença é maneira insensata de reação. Negar esmola pode não ter importância, mas tem, e muita,  imaginar o perigo social que representa o crescimento do número de famintos, maior a cada volta do ponteiro de segundos.

Entre irracionais a possibilidade de perigo leva principalmente a mãe a partir para cima do possível agressor em defesa da cria. Daí ser inadmissível que os racionais seres humanos sejam indiferentes ante um perigo real para suas crias.

Assim é que a explosiva exclusão social vai acabar acabando em explosão social cuja consequência só não é mais devastadora que nas guerras porque o incremento da selvageria humana faz que atualmente as guerras também matam civis. Nada justifica indiferença ante a questão da fome se a única razão de sua existência é a inversão da atividade governamental que deixou de ser cuidar do bem-estar social, mas de interesses opostos aos da sociedade sob seu cuidado numa vergonhosa submissão a interesses privados de Midas de ilimitada voracidade por acumular riqueza.

Cometem crime de abandono de incapaz os pais que deixam os filhos à mercê de um futuro de perigos a cada esquina como promete as evidências da atualidade quando a indiferença em relação à administração da riqueza pública permite a situação socialmente inaceitável sob todos os pontos de vista de um por cento dos seres humanos terem se tornado donos de metade da riqueza do mundo. Ser indiferente a isto também é inaceitável sob todos os pontos de vista porque é de tamanha injustiça social que põe em risco o futuro. Totalmente inexplicável não se indignar ante fatos como este citado na página 11 de O Pão Nosso De Cada Dia, do eminente economista Ladislau Dowbor: “Nos Estados Unidos, o salário de um administrador top de linha de uma instituição de especulação financeira é, aproximadamente, o mesmo que o de 17 mil professores do ensino primário”.

Portanto, ou se muda o mundo ou se caminha para um Armagedom. Não dá, pois, para ser indiferente a tamanho perigo. 

 

   

 

segunda-feira, 10 de junho de 2024

ARENGA 745

 

Enquanto o Papa faz orações pelos sofredores do Rio Grande do Sul e os monstros cuja felicidade é lucrar não importa como se regozijam com a reconstrução dos estragos, são anunciadas mais chuvas e novas destruições e sofrimentos infelizmente serão inevitáveis. No entanto, como burrice e maldade são termos amenos para tratar de monstros, enquanto nossos irmãos gaúchos padecem, importantes jornais perguntam se você sabe o triste motivo do divórcio de um casal de pessoas de nenhum valor, mas que o pão e circo considera “famosos” ou se conhece a mansão de outra nulidade em intelectualidade ou a tamanho da riqueza de mais outra. O que está acontecendo com a humanidade, especialmente com este exuberante país que só não é maravilhoso pela péssima qualidade de seu povo?

A humanidade em peso se encontra em estado de tamanha apatia que indica demência ou loucura porque só demente ou louco pode ser indiferente ante crimes contra si.  Se o extermínio é um crime contra a humanidade, a exclusão impiedosa que a ninguém mais interessa a não ser os próprios excluídos, ainda assim, uma vez privados propositalmente do conhecimento de sua exclusão por uma alienação criminosa adredemente engendrada por um sistema educacional que aliena da verdade social, buscam no céu alívio para a doença do abandono pela sua sociedade em festa de eleições onde serão escolhidos em vez dos melhores, os menos piores que, na verdade, são nenhuns dada a impossibilidade até este momento de haver alguém, principalmente do meio político, capaz de liderança. Com uma juventude tão alienada que um celular importa mais do que o futuro de seus filhos, fica cada vez mais distante a possibilidade de uma cultura diferente desta que valoriza quem não tem valor e não valoriza quem realmente o tem. Assim é difícil. Todavia, a esperança Pandora conseguiu manter na caixa.   

 

domingo, 9 de junho de 2024

ARENGA 744

 

Embora inutilmente, não deixa de haver abnegados que argumentem contra o lamentável estado de penúria a que foi reduzida a importância de nossa política cuja nobreza foi atirada na lata de lixo. O jornal Gazete do Povo publica matéria com o título A MORTE DA RETÓRICA: OS DISCURSOS POLÍTICOS ESTÃO CADA VEZ MAIS POBRES. Finalmente alguém se lembrou disto. Da triste realidade de que a qualidade da política depende unicamente da qualidade dos políticos. Se temos políticos interessados em manter o povo em tão baixo nível intelectual que o faz preferir vulgaridades a assuntos nobres, a qualidade política não pode ser outra senão do tipo que vai parar nas páginas policiais.

O dito “cada povo tem o governo que merece” encerra uma verdade tão evidente que dá para se ver e tocar com a mão. Se temos um governo lastreado numa política de páginas policiais, temos, ao lado disso, um povo interessado em notícias tipo assim: “veja as mansões destas celebridades”, ou assim: “saiba o motivo da separação destes famosos”. A falta de senso é tamanha que estes tais de “famosos” e “celebridades” não percebem serem na verdade ridículas marionetes do pão e circo tremendamente prejudiciais à sociedade.   

Mestre Sócrates teria feito melhor tanto para a juventude de sua época quanto para a posteridade se em vez da recomendação para o autoconhecimento (conheça-te a ti mesmo) tivesse recomendado que se buscasse conhecimento sobre como se comportar para viver sem tanto sofrimento. Tivessem as pessoas tal conhecimento não iriam buscar no céu a tranquilidade a que tem direito em troca da fabulosa riqueza que dá aos administradores públicos e que eles desbaratam numa prodigalidade sem limite.

É, porém, grande a injustiça de ter de acompanhar a massa festiva e ignorante da realidade da vida quem não ignora esta realidade. É muito triste saber não haver motivo para a miséria do mundo e ter de conviver com ela. Saber ser inteiramente possível superar os mal-estares decorrentes das patologias psíquicas que levam jovens à ansiedade, depressão, e até mesmo ao suicídio e não poder fazer nada contra isto.     

sexta-feira, 7 de junho de 2024

ARENGA 743

 

A papagaiada de microfone faz um fuzuê dos diabos sobre fraude eleitoral, possibilidade de adulteração do resultado da votação por interferência nas urnas, e não sei mais o quê. Pois tudo isso é nada mais do que uma grande frescura porque analisando o que diz o jurista Fábio Konder Comparato, na página 13 do livro de sua autoria A Oligarquia Brasileira, nossas eleições são uma fraude. E olha que não é jurista de meia tigela reprovado para concurso de juiz de primeira instância. Né não. Trata-se de jurista de primeira grandeza.

Dito isto, vejamos o porquê de serem falsas as eleições nesse belo país de triste sorte por ter um povo feito de religiosos, torcedores e bailarinos de axé. Pois, muito bem, conforme pondera o jurista, e com muita razão, para ser legítima a manifestação de uma vontade não deve haver interferência exterior para influenciar o convencimento. Ao contrário, esta manifestação de vontade, repetindo, não deve resultar de influência externa.

Pois é aqui que a coisa pega porque a manifestação da vontade expressa no voto para fulano ou sicrano é ilegítima e, portanto, falsa porque influenciada pelos meios de comunicação de propriedade dos ricos donos do mundo, dos governos, do povo e de tudo mais. É para fazer o convencimento dos eleitores que o governo passa para os partidos políticos a vultosa soma de cinco bilhões de reais. Essa grana toda põe em polvorosa a papagaiada de microfone cujo alvoroço convence facilmente os analfabetos políticos que os piores são os melhores e o resultado destra tramoia é que passadas as eleições, os eleitos, paus mandados dos ricos donos do mundo, as notícias políticas vão parar nas páginas policiais. 

Desta forma, embora a macacada que empunha microfone fale em democracia, trata-se na verdade de uma plutocracia. Se não a plutocracia tradicional quando só ricos governam, mas uma neoplutocracia na qual governam aqueles que os ricos donos dos meios de comunicação determinam.

Como este é um cantinho de pensar, pensemos um pouco sobre o porquê de a humanidade não encarar como anormal a estupidez das guerras, brutalidade ao lado da estupidez de ser permitido que monstros de cuja boca escorre baba de dragão aufiram lucros com indústria e comércio de armas e, ainda mais inaceitável, com o morticínio de jovens. A única explicação é não ser normal também a humanidade.