sábado, 27 de julho de 2024

ARENGA 764

 

 

Quando Schopenhauer diz que o sofrimento é positivo e que a felicidade é negativa, é provável encontrar a explicação para isto no fato de que em estado de sofrimento a pessoa é levada à reflexão e a depender da duração ou da intensidade o estado de sofrimento pode fazer encarar a morte com a tranquilidade que jamais beneficiará festeiros alegres. O sofrimento faz pensar sobre a vida, o que não acontece em ambiente onde predomina a alegria porque para os alegres a felicidade está é na alegria ainda que proveniente do álcool. Mas tal estado de alegria não dura mais do que o acontecimento que lhe deu causa. E quando passado, procura-se nova motivação para mais alegria. Por estar sempre absorto pelos festejamentos é que se é apanhado de surpresa pela realidade da vida que nada tem a ver com festejamentos e que ao alcançar o populacho desprevenido o tormento é maior do que quando sua chegada é esperada.

Como a vida de quem integra o populacho é um tipo de vida antinatural se para eles tempo é dinheiro, recorrem estes pobres diabos a mil e duas tentativas inúteis e custosas que fazem a alegria dos bruxos do bisturi que enriquecem às custas dos dependentes da vaidade e da ignorância de querer ter aparência jovem pela vida toda.

A vida é melhor se encarada com e seriedade com que ela nos encara e não raro ela nos encara com cara de poucos amigos. Como a educação que as crianças recebem é forjada no malho dos Midas que fogem como o diabo da cruz de um povo mentalmente evoluído, deste tipo de educação resultam adultos conversando com estátuas, espíritos, lavando escadas de igrejas e mil e duas mumunhas do tipo, ou seja, o populacho alegre e festivo.

Não se foge da velhice e muito menos da morte, há sabedoria em encará-las com a mesma naturalidade que as caracteriza. É tamanho o medo da velhice e morte que entre dois amigos íntimos o que tinha a mulher muito encrenqueira e queixosa disse ao outro que um médico havia curado a birra de sua mulher apenas dizendo que se tratava da aproximação da velhice.

E é também irreal a vida do populacho porque por considerar a juventude a melhor fase da vida, o que carece de restrição por conta do pouco ou nenhum conhecimento que incapacita os jovens a agirem com maior nível de racionalidade, daí ser raríssimo o jovem que se interessa pelo futuro. Relatório de cientistas prevê inviabilidade de vida ou de grandes dificuldades para se viver em determinadas áreas do planeta em apenas cinquenta anos. Não obstante esta cruel realidade,

 jovens, como cavalos, disputam em Paris quem corre mais depressa; como cangurus, quem dá o pulo maior; como peixes, quem nada mais depressa, enfim executando vários tipos de palhaçada como se fossem crianças mentalmente deficientes para no final uma comissão de velhos ainda mais babacas escolher e premiar vencedores de tais idiotices.

 

 

 

 

     

quinta-feira, 25 de julho de 2024

ARENGA 763

 

No tocante a retórica, a política atual é tão pobre quanto é rica de mau caratismo. Além de insossos os discursos são ridículos e enfadonhos. Nos debates do senado da monarquia, embora defensor do indefensável, a escravidão, consta aqui na página 28 do livro Raízes Do Conservadorismo Brasileiro, de Juremir Machado da Silva, trecho do discurso do senador Paulino de Oliveira em que os argumentos dão o que pensar quando ele alega que com a libertação cessaria a assistência aos velhos e às crianças filhos dos escravos que nesta condição contavam com amparo de seus senhores. São tão fortes os argumentos esgrimidos pelo senador paulista que o historiador afirma que ninguém da plateia riu ou vaiou, não obstante alegar que libertar os escravos era atitude desumana. É este o trecho forte do representante dos senhores de escravos:

“É desumana porque deixa expostos à miséria e à morte os inválidos, os enfermos, os velhos, os órfãos e crianças abandonadas da raça que se quer proteger, até hoje nas fazendas a cargo dos proprietários, que hoje arruinados e abandonados pelos trabalhadores válidos, não poderão manter aqueles infelizes por maiores que sejam os impulsos de uma caridade que é conhecida e admirada por todos os que frequentam o interior do país”.

Se naquela ocasião pretendia-se negar liberdade aos escravos, mais recentemente, quando do julgamento do Mensalão, segundo páginas 238 e 239 do livro do mesmo nome (Mensalão) do jornalista e escritor Merval Pereira, ocorreu o contrário inclusive por ter sido bem sucedido o esforço de ministros do STF para evitar que fosse tirada a liberdade de corruptos condenados à prisão. Segundo Merval Pereira, o ministro Dias Toffoli (aquele que apesar de reprovado para juiz de primeira instância apareceu na última instância, provando que o Brasil não é um país sério, como disse do alto de sua honradez o general De Gaulle, a fim de evitar que os meliantes perdessem a liberdade esse ministro declarou o seguinte: “Os réus cometeram desvios com intuito financeiro, sem objetivos políticos não tentaram contra a democracia, que é mais sólida que tudo isso! Era o vil metal. Que se pague com o vil metal”.

Esse cara aí, como o senador Paulino de Oliveira, segundo Rui Barbosa, não perdeu a oportunidade de entrar para os anais da história pela porta dos fundos. Nosso belo país nasceu e vive sob o signo da desonra e aí permanece sob a mais completa indiferença de uma juventude apalermada e inútil.

  

 

 

 

terça-feira, 23 de julho de 2024

AREGA 762

 

Matéria do Le Monde Diplomatic Brasil sugere que se o mundo do futebola se empenhasse na questão da redenção política seria possível uma vida sem tanta injustiça social. Tem razão quem assim pensou. A injustiça social existe exatamente por ter sido o povo tornado indiferente às coisas mais importantes da vida para se ligar feito criança em brincadeiras. No mesmo raciocínio, alguém levanta a questão de usar da influência que a televisão exerce sobre o povo para o esclarecimento a fim de se endireitar o que há de errado e que a cada dia aumenta ainda mais.

Estas afirmações correspondem à realidade de ser o povo o verdadeiro senhor. À sua vontade os posudos falsos líderes baixam a crista. Porém, como conseguir a anuência destes dois mundos vulgares (futebola e televisão) tornados inimigos da justiça social para que lutem contra aquilo que seus defensores são a favor em razão de altíssimos salários, mordomias relógios encrustados com diamantes e tudo aquilo mostrado nos livros O Lado Sujo DO Futebol e Um Jogo Cada Vez Mais Sujo? Os mundos do futebola e da televisão têm o toque de Midas. Tudo por lá vira ouro. Moleques malmente alfabetizados viram bilionários sob a mais completa indiferença da malta humana que paga a conta.

Saltar de uma cultura vulgar para outra espiritualmente elevada demanda um trabalho duradouro e inteligente. Nunca poderá acontecer sem demandar esforço, tempo e vontade férrea de ser executado. Mas o que se tem é justamente o oposto quando monstros de cuja boca escorre baba de dragão se tornaram donos do mundo e o dirigem de acordo com sua sede de riqueza a que se refere a escritora Cristina Martín Giménez na página 20 do livro O Clube Secreto dos Poderosos: “O poder do capitalismo financeiro tem um objetivo transcendental, nada menos que criar um sistema de controle financeiro mundial por mãos privadas, capaz de dominar o sistema político de cada país e a economia do mundo como todo”.

Aí está, pois, a vontade de farrapos espirituais mandando e desmandando no mundo. Entretanto, por maior que seja seu poder ainda é inferior ao poder do povo que não sabe disso porque a televisão não deixa. É a mesma escritora antes citada que nos diz o seguinte na página 117, do mesmo livro: “Os meios de comunicação mantêm distraída a tenção do público adulto, longe dos verdadeiros problemas sociais, enredando-o com temas sem importância real”.

E é assim que nos encontramos em situação de loucura. Aqui na página 31 do livro O País Dos Privilégios, do doutor Bruno Garazza, consta que no mundo jurídico, para justificar gratificação concedida aos juízes, um deles alegou ter que ir a Miami comprar ternos. Difícil, muito difícil é viver em ambiente onde farrapos mentais são considerados celebridades e que por lhes faltar grandeza espiritual seus assuntos giram em torno de baixarias ligadas a sexo principalmente. Para quem superou a fase bruta de povo é um verdadeiro sofrimento viver em meio ao rebotalho humano. 

  

 

sábado, 20 de julho de 2024

ARENGA 761

 

 

Uma declaração do presidente americano Theodore Roosevelt constante da pág. 17 do livro O Clube Secreto dos Poderosos, de Cristina Martín Giménez, diz o seguinte: “Por trás do governo aparente está entronizado um governo invisível que não deve lealdade nem reconhece responsabilidade alguma perante os cidadãos”. Mas então, de que servem eleições em torno das quais tanto reboliço se faz, tanto dinheiro se gasta, se na verdade os eleitos são paus mandados de governantes fantoches manipulados pelos ricos donos do mundo e de tudo mais, Midas, cuja sede de riqueza é insaciável e quanto mais têm mais querem e quanto mais querem mais têm se não existe um poder superior ao deles para lhes conter a desmedida ganância?

O ex-presidente trapalhão Jânio Quadros chamou de Forças Ocultas a esse poder dos ricos donos do mundo dobre o governo. Mas se privatizaram tanta riqueza que lhes dá o poder de cobrar obediência dos governantes, qual é o papel destas pessoas que ainda acreditam em eleições? É ridículo o esparadrapo na orelha dos americanos se quem quer que venha a ser o presidente deles será mera figura decorativa com permissão apenas para superficialidades porque o verdadeiro poder, aquele do qual depende a qualidade de vida e a própria vida é exercido por um grupinho de mendigos espirituais para quem a vida existe para fazer as maldades necessárias para o ajuntamento de riqueza.

Também nada mais que ridículo é isso de soberania e direito do povo. O único direito que tem o povo é festejar e pagar contas. Viver de modo agradável está para ninguém. Se aos desafortunados cabe o destino de ser escravizado, aos escravizadores cabe o temor da rebelião dos escravizados do mesmo modo como acontecia no tempo da escravidão das pessoas negras. Por mais poder que tenha, o opressor nunca deixou de temer o oprimido, haja vista o medo que o populacho causa aos maus políticos. Por conta deste medo é que os maus políticos mantêm o povo desinteressado em política e interessado em divertimento e futilidades. Notícias sobre quem namora com quem, quem tem a mulher mais bonita, o vestido mais elegante, até notícia sobre orgia sexual há na grande imprensa como meio de ludibriar a atenção do povo que por nunca ter deixado de cair na armadilha é indiferente ao futuro dos filhos. A realidade vivida, poucos tomam conhecimento dela. São doutores professando a mesma crendice de pobres rebotalhos mentais. Apesar de ser algo de despertar curiosidade, ninguém vê nada a estranhar quando um intelectual como Ariano Suassuna diz não acreditar em nada dito por Darwin, sugerindo acreditar na criação divina. Quem despertou para a realidade da vida sabe que tal afirmação se deve ao fato de ter Ariano Suassuna como ganha pão o público pagante de suas divertidas apresentações. Sendo o público feito de povo, para não ser desagradável à massa carente de conhecimento da verdade, embora conhecendo-a, perante o público, diz não reconhecer.

A vida é só falsidades, festejamentos e falta de sensibilidade espiritual que os seres brutos da humanidade nem sabem o que é.  

   

terça-feira, 16 de julho de 2024

ARENGA 760

 

A papagaiada de microfone está em polvorosa com o atentado do candidato multimilionário americano Donald Trump. Mas, nenhuma palavra se diz a respeito de se mudar para um rumo sensato a orientação de que a humanidade é vítima. A humanidade tem sido orientada para caminhar pelo caminho errado. Acreditando que riqueza deve ser o objetivo primeira da vida, os de unhas maiores e mais afiadas acumulam tanta riqueza em prejuízo das demais pessoas que se mil vidas tivessem ainda deixariam bastante para briga de herdeiros. A humanidade deixa-se levar sem nem querer saber para onde está sendo levada em consequência de acatar sem pensar no que ouve. Por isso é que não se estabelece um ponto de equilíbrio com base na sensatez. Tudo tem de ser exageradamente muito ou exageradamente pouco. A fome, que por injustiça social mata milhares de seres humanos mundo a fora, segundo estudiosos do assunto, a obesidade mata ainda mais.

Do aprendizado contrário à paz, união, amizade, cooperatividade, veio a humanidade a se encontrar na fata de equilíbrio inaceitável pela inteligência de destruir o planeta para buscar no espaço onde morar. Incontáveis são os erros que impossibilitam viver bem, e o maior deles é o apego à riqueza e poder, justamente os requisitos impeditivos de tal tipo de vida como mostra o país mais rico e poderoso do mundo cujo povo desconhece a tranquilidade a ponto de ter os que acredita serem líderes formando fila de assassinatos ou tentativas de assassinato não obstante as imensas riquezas de tais pessoas que insatisfeitas com a vida de ricas e poderosas buscam na política outras preocupações a serem adicionas às que já têm, inclusive em questão de segurança pessoal uma vez que ao contrário do verdadeiro líder o falso líder desperta ódio que um dia e volta contra aqueles que os praticaram sem que nenhuma segurança garanta a tranquilidade que a sabedoria recomenda. Riqueza e poder demandam pratica de males sem fim e o povo americano são liderados por fazedores de males, daí sua infelicidade de pobres diabos ricos. Aqui na página 27 do livro Onze de Setembro, de mestre Noam Chomsky, tomamos conhecimento de um entre os muitos males pelos quais pagará o povo mais rico e poderoso do mundo: “Nos anos 1980, a Nicarágua foi vítima de um violento ataque conduzido pelos Estados Unidos. Dezenas de milhares de pessoas morreram. O país sofreu uma substancial devastação e jamais pôde se recuperar. O ataque terrorista internacional foi acompanhado por uma arrasadora guerra econômica, que um pequeno país, isolado do mundo por uma vingativa e cruel de uma superpotência, dificilmente poderia enfrentar, como revelaram em detalhes os principais historiadores que estudam a Nicarágua, como Thomas Walker, por exemplo. Os efeitos sobre o país foram mais severos do que a tragédia ocorrida recentemente em Nova york” (torres gêmeas).

Nenhuma segurança assegurará tranquilidade a autores de tantos males. Em entrevista recente na rádio Bandeirantes de São Paulo que apesar de ser arauto do pão e circo vez ou outra trata de assunto sério, o experiente embaixador doutor Rubens Ricúpero discorria sobre o imenso aparato de segurança que envolveu o momento em que no ano 1991 ele se dirigia à Casa Branca para entregar as credenciais ao presidente americano. O estardalhaço era tão grande que para o transporte até lá lhe foi enviada uma frota de automóveis do governo americano e que ele e sua mulher seguiram em carros diferentes. A cerca de cem metros da Casa Branca, pararam-se os carros e uma equipe os examinou minuciosamente, inclusive por baixo, em busca de bomba. No entanto, não obstante tal segurança, diz-se que o bilionário Trump foi vítima de atentado contra a vida, mas também se diz tratar de armação a fim de ganhar votos do também inocente e religioso povo americano.  A tal ponto chegou a humanidade! Política é atividade que deveria merecer elevadíssimo apreço da humanidade se uma que seu objetivo a promover bem coletivo, isto é para todo mundo. Só uma juventude livre da infoxação (intoxicação por falsas informações no dizer da fabulosa escritora Ana Cristina Giménez) poderá salvar a si e aos descendentes, se houver tempo. 

 

 

domingo, 14 de julho de 2024

ARENGA 759

A imprensa dá notícia de bombardeio em hospital de Gaza que mata centenas de pessoas. Outra notícia dá conta de ter o multimilionário candidato a presidente dos Estados Unidos sido vítima de disparo de arma de fogo. Cá entre nós as notícias giram em torno de orgia sexual entre a influenciadora de crianças, Xuxa, seu namorado e a cantora Ivete Sangalo. Afora isso, roubos, assassinatos, pobreza e uma incontável modalidades de jogos, festividades, eventos religiosos inclusive com influência de religiosos na política em busca de barras de ouro, dízimos e poder que lhes permita enganar mais pagadores.

Mas, com que então, é para organizar tal tipo de sociedade que existe política? Onde estamos, gente? Como foi permitido que nossa única moradia, o mundo, chegasse a tal depravação e obscenidades? Onde está o povo do mundo, os chefes de famílias que nem sequer pensa sobre o destino dos filhos? Dá impressão de ter a humanidade ter descendido dos habitantes de Sodoma e Gomorra. Mas, então, se fosse, por que deus não lança chuva de enxofre em brasa sobre a humanidade? Talvez porque, como em Gênesis 18,23, algum Abraão interfira junto a deus pelos justos que há entre os ímpios. Na humanidade, entretanto, principalmente na política, é mais difícil a cada dia encontrar um justo. Entretanto, embora difícil, mas há deles no meio da laia de aproveitadores indecentes que quando o tempo lhes mostrar a verdade sobre a atividade de viver onde toda maldade acarreta um custo a ser pago quando a sabedoria contida na verdade substituir as trevas da ignorância e da maldade, deixando aparecer a realidade de ser no bem e não no mal que devemos pautar nossa vida.

Mas, por que não mudar o rumo do mundo como sugeriu o velho a sábio Marx detestado por culpa de quem faz a opinião inocente do povo visto não lhe ser permito ter opinião própria e amadurecida uma vez que as futilidades não lhe permitem. E embora não se saiba, é justamente para não ter tempo de pensar sobre assuntos da mais alta importância que existem as futilidades. Abandonam-se assuntos que dizem respeito à superação dos males evitáveis de modo a poder experimentar alguma felicidade e volta-se a atenção para vulgaridades de “famosos” e “celebridades”. Embora tênue esperança não deixa cair por terra o ânimo de quem almeja vida civilizada em virtude de haver ali e acolá quem se arvorando a pensar outro tipo de mundo. Afinal, não é mesmo de se esperar que a maldade dos poucos viciados em acumular fortunas. Cabe aqui a pensar no que anima os ajuntadores de riqueza, se a ignorância ou o desejo predomina com maior nesse tipo de pessoas, se a ignorância ou o desejo mórbido contemplar ouro. Conclui-se daí não haver justificativa para nenhum dos dois.

 Para que a vida seja agradável basta que mais e mais pessoas saibam que o motivo de suas dores está bem aqui a olhos vistos e não no infinito insondável dos céus. Nada mais é preciso para mudar o mundo do que tomar consciência do papelão de bobos que é infligido à humanidade por Midas impiedosos que, inclusive, promovem a morte com finalidade de não haver muitas pessoas que possam pôr em risco seu reinado demoníaco. Não é com a mesma arma dos monstros, a violência, que haverá se endireitar a vida no planeta, mas com férrea vontade extinguir sofrimentos desnecessários, inclusive daqueles que os promovem por não terem tido oportunidade de conhecer sabedoria, verdade e o lado bom da vida.

      

 

 

 

 

 

 

sábado, 13 de julho de 2024

ARENGA758

 

Nas páginas 101 e 102 do livro Homo Deus, do professor, historiador e escritor Yuval Noah Harari, pode se ler:

“UM CONTO TALMÚDICO RELATA QUE A CAMINHO DO MATADOURO, UM BEZERRO FUGIU E BUSCOU REFÚGIO COM O RABI IEHUDA HANASSI, UM DOS FUNDADORES DO JUDAÍSMO RABÍNICO. O BEZERRO ENFIOU A CABEÇA SOB AS TÚNICAS ESVOAÇANTES DO RABI E COMEÇOU A CHORAR. MAS O RABI EMPURROU O ANIMAL E DISSE: “VA. VOCÊ FOI CRIADO EXATAMENTE PARA ESSE FIM”. COMO O RABI NÃO DEMONSTROU MISERICÓRDIA, DEUS O PUNIU, E ELE PADECEU DE UMA DOENÇA DOLOROSA DURANTE TERZE ANOS. ENTÃO, UM DIA, AO LIMPAR A CASA DO RABI E ENCONTRAR ALGUNS RATOS RECÉM NASCIDOS, UM CRIADO COMEÇOU A VARRÊ-LOS PARA FORA. O RABI IEHUDA CORREU PARA SALVAR AS CRIATURAS INDEFESAS, ORDENANDO AO CRIADO QUE AS DEIXASSE EM PAZ, PORQUE “DEUS É BOM PARA TODOS E TEM COMPAIXÃO POR TUDO O QUE CRIOU” (SALMOS 145,9). COMO O RABI DEMONSTROU COMPAIXÃO POR ESSES RATOS, DEUS DEMONSTROU COMPAIXÃO PELO RABI, E ELE FOI CURADO DE SUA DOENÇA.

OUTRAS RELIGIÕES, PRINCIPALMENTE O JAINISMO, O BUDISMO E O HINDUÍSMO, DEMONSTRAM GRANDE EMPATIA PELOS ANIMAIS. ELAS ENFATIZAM A CONEXÃO ENTRE OS HUMANOS E O RESTANTE DO ECOSISTEMA, E SEU PRINCIPAL MENDAMENTO ÉTICO CONSISTE EM EVITAR MATAR QUALQUER SER VIVO. ENQUANTO O BÍBLICO “NÃO MATARÁS” SE REFERE APENAS A HUMANOS, O AMTIGO PRINCÍPIO INDIANO DO AHIMSA (NÃO VIOLÊNCIA) ESTENDE-SE A TODO SER SENSÍVEL. MONGES JAINISTAS SÃO ESPECIALMENTE CUIDADOSOS COM RELAÇÃO A ISSO. ELES SEMPRE COBREM SUAS BOCAS COM UM PANO BRANCO PARA NÃO INALAR NENHUM INSETO, E SEMPRE QUE CAMINHAM LEVAM UMA VASSOURA PARA DELICADAMENTE VARRER TODA FORMIGA OU BEZOURO DE SEU CAMILHO”.

Não parece historinhas de fazer criança dormir? Mas, apesar de encerrar inocência, a realidade de ser encarada toda esta infantilidade como algo da maior seriedade e merecedora de respeito, explica o motivo pelo qual a humanidade marcha levando consigo a juventude inocente para um triste e imerecido destino. Ainda há pouco tempo a imprensa anunciou que mais de setecentos religiosos morreram no calor sufocante do deserto em busca de proteção divina, e hoje noticia várias mortes em desastre de ônibus em São Paulo de pessoas que também buscavam proteção no enorme posto de arrecadação de dízimo e venda de ilusões de Aparecida. São criminosos os pais que levam inocentes crianças para tais acidentes. 

É por negar-se veementemente a encarar de frente e sem subterfúgios a realidade da vida que a humanidade é infeliz. Não há outro caminho para os seres humanos evitarem sofrimentos a não ser dedicar à política a mesma ou se possível ainda maior atenção do que se dedica a divindades, se nenhuma evidência há da existência delas e, ao contrário, não se poder negar os benefícios de uma política honesta e da realidade de ter cada povo criado suas divindades como mostram as mitologias encontradas nos livros Mitologia Nórdica, de Neil Gaiman, ou no O Livro de Oura da Mitologia, de Thomas Bulfinch, em ambos desfilam incontáveis divindades nas quais se acreditavam da mesma forma como hoje se acredita nas divindades atuais da mesma forma que hoje se acredita em outras divindades que também, com o tempo, perderão a pose apesar de estar demorando muito para a humanidade dar esse importante passo rumo à civilização. Não obstante a demora, a humanidade acaba caindo na real. Observe-se quanta contradição há no texto inicial. Bezerro que chora e pede socorre, não matar animais para determinada fé e para outra, é o próprio deus que ordena a matança da bíblia.

A crença religiosa é inculcada nas crianças. Ninguém seria religioso senão por ter aprendido com alguém que por sua vez aprendeu com outro alguém. Como são poucos os que buscam a verdade, a mentira encontra espaço para reinar com tranquilidade, mas só até certo ponto. À medida, entretanto, que mais pessoas percebem a realidade, a religiosidade vai caindo em desuso até chegar sua vez de se tornar mitologia e mera curiosidade literária. Enquanto isso, é motivo de atraso grandemente prejudicial à evolução civilizatória. Percebe-se facilmente ser a religiosidade maior onde é menor a evolução espiritual, como deve ser interpretado o avanço lento, mas eterno do conhecimento ou civilização. A humanidade demora demais para superar a obscuridade em que teima em permanecer.

 

 

 

 

sexta-feira, 12 de julho de 2024

ARENGA 757

 

A figura de um Chefe de Estado é apenas decorativa. Nenhum governante tem ingerência sobre o poder socialmente nefasto daqueles que apesar de chamados de poderosos terão o mesmo fim daqueles a quem com a maior indiferença do mundo os tomadores dos recursos fazem padecer sofrimentos desnecessários. Para os desalmados ajuntadores de riqueza isso de solidariedade humana nada significa uma vez que a pobreza tem origem na incapacidade dos pobres de ficarem ricos. E assim os monstros de cuja boca escorre baba de dragão transferem para os pobres uma culpa que é sua. Não ocorre aos ajuntadores de riqueza que no planeta não há recursos materiais para que todos sejam ricos e nem que sendo os pobres que fazem a riqueza dos ricos, quem faria a riqueza dos pobres? Não se fica rico sem haver um monte de trabalhadores produzindo aquilo que Marx chamou de Mais Valia. A razoabilidade, pois, está em não haver excessivamente nem ricos e nem pobres, mas um equilíbrio que permita a todos viver sem sofrimentos evitáveis, o que não está na alçada de nenhum governo impor uma vez que o único poder que existe no mundo, o poder do dinheiro, estando aprisionado em mãos dos ridículos poderosos não pode ajudar quem precisa de ajuda.  O vício em ajuntar dinheiro é mais dominante que o vício em qualquer droga. Seus malefícios em vez de prejudicar apenas o viciado, prejudica toda a sociedade porquanto porque sua satisfação exige um povo longe da realidade, vitimado uma privação cruel e desnecessária atribuída a divindades. Dentro da cultura do venha a mim e os outros que se danem, aproveitadores da manutenção do povo na ignorância da realidade é uma barreira só transponível por esclarecimento, o que a política do sistema educacional evitando a todo custo, resulta em doutores com a mesma crendice que o verdureiro da feira, o que se explica no fato de ter sido negada a ambos o conhecimento da verdade.   

O poder que infelicita o mundo foi reconhecido por quem entende do assunto, o presidente americano Theodore Roosevelt, de acordo com o que diz a genial Cristina Martín Giménez na pág. 17 do livro O Clube Secreto Dos Poderosos: “Por trás do governo aparente está entronizado um governo invisível que não deve lealdade nem reconhece responsabilidade alguma perante os cidadãos”.

Este governo invisível a que se refere o presidente americano, que sentiu na pele seu poder, é simplesmente a vontade dos viciados em dinheiro em manter o mundo permitindo que eles aufiram nos infernos fiscais fabulosas somas na agiotagem. Assim é que ou os cidadãos tomam paternidade na direção dada ao mundo por viciados em fortunas ou seus descendentes conhecerão o armagedon. Endireitar o mundo não é impossível e nem é invisível esse poder escondido atrás do poder de fato. Se não é visto é porque o poder do mal que manda no mundo evita sua visão. Quando Jornal respeitável como Folha de São Paulo do dia 11/07/2024 publica convite de um tal de Junno para se juntar a uma rainha, Xuxa, e a coroa Ivete Sangalo para formação de um trio praticante de sexo a três, é a materialização do poder maligno que o doutor Roosevelt diz ser invisível. É impedindo que o povo evolua espiritualmente, mantendo-o ligado em baixarias, que se impede sua elevação mental e percepção de ser vítima inocente de uma maldade imensurável. Diz-se com muita propriedade que quem é do chão não quer colchão. Mantendo o povo em nível de chão, ele não exigirá colchão. Simples assim. Pessoas interessadas em pessoas de tão baixa espiritualidade que a fim de se manterem no noticiário expõem baixos instintos à juventude de orgias sexuais jamais se interessarão em assuntos mais relevantes. Daí ter Humberto Eco afirmado que quem controla os meios de comunicação controla o mundo. Se o mundo vai mal é porque os meios de comunicação mantêm o povo absorto em sordidez e tamanha irracionalidade que a juventude é convencida de haver honra em matar outros jovens em nome da pátria ao passo que objetivo da pátria é a maior felicidade que puder dar à juventude.

Por tudo isso é que eleições, na verdade, têm importância nenhuma se o povo não burla as más intenções dos governantes e busca o esclarecimento salvador. Governos só existem para bobagens como conceder ou negar aumentos, mas nenhuma capacidade de tem para fazer o que realmente é preciso ser feito a fim de limitar os sofrimentos aos ainda inevitáveis. Não obstante esta realidade, as eleições tanto em nosso país, quanto as eleições americanas, alvoroçam a papagaiada de microfone. O que nenhum papagaio de microfone sabe é da semelhança entre eleições e casamento. Assim como no casamento é o homem que escolhe a mulher para casar, mas é a mulher que escolhe o homem para escolher ela, a mesma coisa acontece na eleição. Embora seja o povo quem escolhe os mandatários, são os ricos donos do mundo que escolhem os mandatários para o povo escolher.

quinta-feira, 4 de julho de 2024

arenga 756

 

Adversa à sensatez, a humanidade não podia ter outro destino que não o do Titanic. Embarcou em três canos furadas os três pilares que a vêm sustentando desde a Revolução Industrial: democracia, política e desenvolvimento.

Democracia pode realmente vir a ser o melhor dos sistemas de administração pública até agora experimentados desde que seja civilizado o povo a quem ela delega o poder de escolher os administradores. Como inexiste povo civilizado na face da Terra, o resultado de encarregar seres incivilizados da tarefa de nomear as autoridades só podia dar em aberrações como guerra, fome e doenças. São tão loucas as escolhas das autoridades que se preteriu a musa política Heloisa Helena cuja nobreza de caráter dispensa apresentação por Collor de Melo cujo caráter por razões opostas também dispensa apresentação. Sob democracia o que não faltas são aberrações. Tornou-se sinônimo do capitalismo cuja exclusão social que produz vai acabar provocando a desestabilização da sociedade com consequências inimagináveis. Por isto é que não se justifica a tranquilidade dos pais que desejam tranquilidade no futuro de seus filhos.

A maior das aberrações resultantes da democracia é a cultura do venha a mim e os outros que se danem porque esse “venha a mim” não condiz com vida em sociedade. Promove vendas do patrimônio público sob os mais diversos argumentos, inclusive por uma suposta deficiência que desaparece depois de vendida e esbanjado o dinheiro. É também na democracia que o voto é comprado como nos tempos dos coronéis e seus currais eleitorais com a diferença para pior de ser o povo que desembolsa os recursos que pagam os meios de comunicação para que eles lhe determinem votar nos paus mandados dos ricos donos do mundo e tudo mais.

E agora é vez do naufrágio da canoa na qual navega uma política tão enviesada que suas notícias são publicadas nas páginas policiais. As leis são feitas a favor de quem as faz que por serem passíveis de punição, num golpe de mestre da malandragem, passaram a rasteira nas leis a favor do povo festivo inventando Foro Privilegiado e Prescrição, com o que se inverteu a função tanto do legislativo quanto do executivo e do judiciário que segundo outra musa da honradez, a doutora Eliana Calmon, há bandidos de toga. Como se pouco fosse, o Estado desorganizado que deveria garantir segurança à população, na democracia está ele próprio inseguro tamanha é a ousadia do crime organizado. 

Para manter o povo em completo analfabetismo político que mantém o povo manipulado, a papagaiada de microfone, serviçais dos donos do poder não perde oportunidade para endeusar a democracia que vai se eternizando com seus horrores. Caso Sérgio Cabral ou Geddel Vieira Lima venham a ser candidatos, a propaganda ou arte de explorar a estupidez humana, os elegerá tão certo quanto dois mais dois.

O naufrágio da democracia não é diferente ao da política tomada de assalto por que ganha toda a cesta de pães com o suor do rosto alheio, não obstante se dizerem todos tão cristãos que lavam as escadas das igrejas para a entrada de nosso senhor. Vai daí que uma política do tipo da que temos, mais cedo ou mais tarde naufragará inevitavelmente.

Por fim, a canoa furada do badalado desenvolvimento que naufraga deixando atrás de si um planeta de terra arrasada. Esse tal de desenvolvimento é nada mais do que um montão de fábricas bufando fumaça sem cessar para produzir coisas a serem compradas na maior das vezes apenas porque a televisão mandou comprar. Esta produção, direta ou indiretamente, afeta o planeta de modo tão evidente que os últimos desastres climáticos já deveriam ser suficientes para que os (ir)responsáveis pela administração do mundo estivessem empenhados de unhas e dentes na busca de solução para evitar o pior.

Além do mais, a finalidade do desastroso desenvolvimento é produzir uma riqueza sem função social porque vai parar na   agiotagem dos infernos fiscais, onde, segundo Dowbor, escondem-se dois terços do PIB mundial.

terça-feira, 2 de julho de 2024

ARENGA 755

 

Não saber que dispõe de inteligência é o único problema da humanidade e não, como se supõe, vários problemas: economia, educação, pobreza, saúde. Tudo isso desemboca na incompatibilidade entre humanidade e ações inteligentes. Se estamos mal em vez de estarmos bem é por conta de ações desinteligentes como manter milhões de homens em arma em vez de viver em paz. Um comentário no jornal a respeito da notícia de um jogador de futebola a perseguir uma bola prá cima e prá baixo dentro do campo tendo no braço um relógio de onze milhões de reais é algo assustador para quem aprendeu a realidade da vida. A este absurdo alguém comentou dizendo nada haver demais porquanto o dono do dinheiro tem direito de gastá-lo como quer. Quem é mais desprovido de inteligência o que nada vê de anormal no fato ou seu protagonista do relógio de onze milhões? Tanto um quanto o outro refletem o modo de pensar das pessoas que fazem o povo. Impedidos de fazer uso da inteligência, são incapazes de perceber o que há por trás do fato aparentemente simples de um jogador de bola merecer tamanho reconhecimento da sociedade a ponto de não saber o que fazer com tanto dinheiro. Falta discernimento a estas pessoas para alcançar o que realmente ocorre para que executores de brincadeiras se tornarem bilionários enquanto salvadores de vida e educadores dificilmente consegue algum deles em toda uma vida de trabalho de grande responsabilidade juntar um só milhão.

Aquela pessoa para quem nada há de anormal nas imensas riquezas de praticantes de brincadeiras e que representa a mentalidade do povo brasileiro não tem noção de que todo dinheiro existente vem do trabalho de quem trabalha, isto é, o próprio povo. Incapaz de alcançar o motivo pelo qual o trabalho de um executor de atividade esportiva rende tanto que de Zés ninguém viram empresários fartamente abastados e engravatados esquecidos do tempo de pé rapado.

Este incansável cantinho de pensar tem um objetivo que apesar de impossível de alcançar, não desiste de tentar deixar para a juventude apalermada algo do aprendizado e observação da vida por quase oitenta e oito anos, aprendizado este que levou à conclusão de que da supervalorização de brincadeiras é como os parasitas do mundo mantêm o povo ligado em coisas de nenhuma importância a fim de não se ligar no que tem importância, ou seja, saber o por quê de tamanha desarrumação. Uma pesquisa nesse sentido vai chegar à realidade de haver riquezas aos montes com poucos e montes de pobreza com muitos desvalidos da vida, situação que por ser incompatível com atitudes inteligentes, eliminou-se a inteligência nos seres humanos fazendo-os crer serem mais importantes as brincadeiras do que bisbilhotar sobre a possibilidade de ter uma vida melhor do que tem.

Assim, para encerrar esta “prosa”, vai a observação de haver um intenso e custoso trabalho para evitar que o povo saiba ser o real e único detentor do poder. É nossa lei maior que o diz no art. primeiro, parágrafo único da Constituição Federal (Todo Poder Emana do Povo).

Mas então, sendo o povo que tem o poder, por que não e exerce? Simplesmente porque parasitas não só usurparam o poder do povo, mas também vem iludindo a masse de indigentes mentais há séculos. A verdade só pode ser alcançada através da observação e comparação do que se aprende com a realidade e brincadeira nunca foi realidade para merecer a importância que lhe é dada.