sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025

ARENGA 793

 

A humanidade está estruturada de modo a não deixar espaço para um mínimo sequer de bom senso. Sempre foi assim e assim será até quando não se sabe. Aqui nas páginas 20 e 21 do livro O LIVRO DA ECONOMIA, (Globo Livros) atribuído a Aristóteles, o raciocínio de que a propriedade deve ser privada porque sendo coletiva desestimula o incentivo ao investimento e negócios de tal modo que as pessoas não tenham o que dar. Deve, portanto, a propriedade ser privada.

Tal conclusão significa não terem sido levados em consideração vários fatores todos negativos que determinam a personalidade humana há muito já percebidos por Thomas Hobbes de que o homem é lobo do homem. Sendo assim, a nenhum ser humano se pode confiar. Basta atentar para o fato de que ao faltar um gênero necessário seu preço logo dispara porque ao vendedor não bastando o aumento das vendas, é preciso aumentar o preço não lhe importando se as pessoas podem pagar.

O doutor Aristóteles não levou em conta que ninguém deve depender de esmola como acredita o governo com seus vários tipos de auxílios que chega ao extremo de auxílio para absorvente de menstruação.

Por ser a propriedade privada é que o mundo está dividido entre super bilionários e uma pobreza tão avassaladora que a violência dela decorrente é tamanha que extrapola do controle da polícia e as pessoas morrem feito moscas no veneno enquanto as autoridades por também incorrerem na sentença de doutor Thomas Hobbes, promovem festas para manter o populacho bem distante do mundo real das trapaças que a todos envolvem. Como seres humanos, não podem as autoridades deixar de aproveitar a oportunidade de levar vantagem se o cargo lhes proporciona.

Pior de tudo é não haver no horizonte possibilidade de vida inteligente. Escravizados que têm de sair de casa às pressas para servir à escravidão do emprego, arriscando-se a ser vítima de violência, acreditam-se livres, embora de uma liberdade para escolher o carro, o celular, o lugar para atender a ordem da indústria do turismo e até a roupa que vai levar na mala. Nenhum desses pobres diabos mentais sabe quem foi Rousseau e nem por que ele disse que o homem nasce livre a por toda canto se vê agrilhoado.  

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2025

ARENGA 792

 

Isso de buscar o que disse fulano e beltrano sobre governo é pura perda de tempo. Normalmente vai-se atrás do que disseram pensadores de séculos passados quando as coisas eram diferentes. Ao tratar da Revolução Francesa, o historiador Mc Nall Burnes cita John Locke e sua teoria de que antes de haver governo todos viviam num estado natural onde prevaleciam liberdade e igualdade até que tudo fosse bagunçado como resultado de cada um querer fazer valer o que achava ser direito seu. Então, para ordenar a sociedade foi inventado o governo com esta intenção malograda porque atualmente só pobre não faz prevalecer o que quer. Como resultado de governo limitado defendido por Locke e muitos outros pensadores, teoria que veio a prevalecer no mundo, dela resulta governos apenas para enfeitar e consumir dinheiro a rodo como é a cambada de reis, rainhas, príncipes e princesas da Inglaterra.

De nenhum modo um Governo deve ter limite algum que o impeça de ser fiel ao propósito para o qual foi inventado: manter a ordem social e o bem-estar dos governados. É verdade que nunca em tempo algum existiu governo empenhado em tal objetivo. Mas a inexistência de governantes que realmente governem, esta falta cabe aos governados ao considerar que sua responsabilidade em relação à sua sociedade termina quando declara seu voto, o que faz a contragosto, sem entusiasmo algum.

E aqui tem-se a fábula do cachorro correndo atrás do rabo. O sujeito não tem entusiasmo em participar da vida social se as autoridades cuidam apenas de si mesmas e de seus apaniguados enquanto que as autoridades cuidam de si e dos seus porque contam com a indiferença dos governados.

Um governo que governasse visando bem-estar social não faria seus governados verdadeiros idiotas insuflando neles a falsa alegria dos festejamentos que dará lugar a pensamentos mais elevados à medida que o vigor jovem vai se esvaindo, quando será tarde demais para qualquer outra coisa fora de consultas médias, remédios e cirurgias.

 

                                

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2025

ARENGA 791

 

O ministro Joaquim Barbosa, aquele que honrou o cargo de ministro e presidente do Supremo Tribunal Federal onde teria entrado por mérito em vez de pela política como uns e outros que por lá, como todo aproveitador, apesar de ter entrado pela janela dos fundos, sente-se à vontade.  Principalmente no julgamento do rumoroso Escândalo do Mensalão, O doutor Joaquim Barbosa, com a justa admiração que fez por merecer, talvez tivesse perdido duas oportunidades monumentais de ser ainda maior motivo de orgulho do que já é não só para seus descendentes, mas também para os poucos homens honrados deste pobre e ao mesmo tempo tão rico país de triste sorte que não obstante a roubalheira e  o desperdício de montanhas de dinheiro, ainda assim sobra dinheiro para as esmolas do governo que faz cortesia com o chapéu de quem paga imposto.

 Uma das duas oportunidades talvez perdidas por doutor Barbosa a que nos referimos ali acima seria mostrar o valor de sua raça à cambada de imbecis do mundo inteiro que torce o nariz para quem tem a pele negra. Fosse a humanidade feita de Joaquins Barbosa, Miltons Santos e Luthers King o mundo não seria essa desgraceira de pasmaceira que é. A segunda oportunidade seria impor como presidente da república, pela primeira vez na História do Brasil uma política praticada para o bem da sociedade. Mas, qual do “talvez”? Por que a dubiedade? Seguinte: diante do que tem acontecido com quem quer política sadia e justiça social, pode ser que a única oportunidade perdida por mestre Joaquim Barbosa tivesse sido a de ser difamado e perseguido como aconteceu com Sérgio Moro, Deltan Dallagnol e Marcelo Bretas, ou até de perder a vida como aconteceu com a missionária Dorothy Stang, Marielle Franco, Toninho do PT e Celso Daniel, sob a mais perfeita indiferença da justiça e do povo em função do analfabetismo político uma vez que para a laia de torcedores, foliões, “celebridades” e “famosos” só se morre por determinação de deus. Da política, impossível.

 

 

terça-feira, 25 de fevereiro de 2025

ARENGA 790

 

Como será o Brasil daqui a cem anos é manchete de reportagem em jornal de hoje. Com a falta de qualidade de seu povo, certamente terá retornado à condição de colônia. Brasileiro é o povo mais imprestável para qualquer coisa que não seja roubar e requebrar quando ouve algum som até do canto de pássaro. Tendo sido desde sempre considerado normal o roubo, no que diz respeito ao roubo do dinheiro público (do povo), certa vez, em meio à bandalheira costumeira, surgiu um juiz durão que condenou vários desses ladrões à prisão. Ah, meu senhor, prá que que esse juiz foi fazer isso? Ergueram-se alvoroços de todo lado. Absurdo dos absurdos. Protestavam os ladrões e seus apaniguados. Isto é o fim! Empresário nenhum vai mais investir por aqui! Mas, como oeste juiz durão e mais um outro que também não estava para brincadeira, no Rio de Janeiro, haviam condenado e eles tinham foro privilegiado (artimanha para proteção de criminoso rico) os casos foram para na mais alta corte de justiça cujos juízes são ironicamente escolhidos por políticos, Condenados alguns dos criminosos, um dos juízes que havia sido reprovado para juiz de primeira instância e que não obstante esse fato foi guindado pela política a juiz de última instância, sugeriu trocar por multa a pena de prisão de criminosos do colarinho branco alegando que as prisões brasileiras são de tão baixa qualidade que não têm condições de receber gente acostumada ao conforto (sobre isso, ver Merval Pereira no livro O Mensalão).

Atualmente, em nosso desgraçado país, na imprensa quase não sobra espaço para outros assuntos que fora notícias sobre crimes, anulações de provas contra criminosos sob os mais estapafúrdios argumentos enquanto que a criminalidade toma conta da sociedade cabendo às autoridades, como se não fossem as responsáveis por tudo isso, apresentar condolências e solidariedade às famílias enlutadas. Sol a pino, ruas movimentadas, posto policial, absolutamente nada disso inibe a ação do crime que preenche as páginas dos jornais diariamente.

O brasileiro além de desprovido de conhecimento, de honradez e de tudo que caracteriza alguém em quem se posse encarar com respeito por se tratar de alguém de respeito, é também de uma preguiça monumental. Vejam os senhores que afim de evitar cadáveres pelas ruas do país por fome e outras misérias, às custas de quem paga impostos, o governo criou um programa de esmolas com as quais os preguiçosos podem ter pelo menos como evitar a morte famélica. Pois bem, em vez de trabalhar para juntar à esmola do governo alguma renda que lhe proporcionasse melhor condição de vida, simplesmente se contenta em viver de esmola mergulhando na ociosidade absoluta, o que a história de dois preguiçosos cada um numa rede, quando um deles pergunta ao outro se ele tem remédio para mordida de cobra porque está vindo uma cobra na direção deles.

 

   

sábado, 22 de fevereiro de 2025

ARENGA 789

 

Na administração da riqueza pública, nas atividades relacionadas a diversão e na interpretação da palavra de deus é onde estão os melhores empregos do mundo visto que os profissionais em tais atividades ficam tão ricos como nunca ficará um trabalhador em qualquer outra atividade. Tirando fora os promotores de brincadeiras que não têm a mínima noção do quanto são prejudiciais à sociedade, os comandantes das duas outras categorias de profissionais executam um trabalho deveras interessante de apenas dizer à humanidade o que ela deve ou não deve fazer. Não deixa de haver nisso alguma bizarrice porque se trata de adultos e não de crianças que precisam de orientação nesse sentido.

Também muito interessante em tudo isso é que há cerca de cinco séculos um jovem francês chamado Etienne de La Boétie já tinha despertado para esta questão e escreveu um livro chamado Discurso Sobre a Servidão Voluntária sobre o assunto da obediência servil que faz a humanidade aceitar de bom grado uma orientação sem sentir curiosidade em saber se é certa ou errado o que lhe mandam fazer ou deixar de fazer.

Tendo vivido antes de Thomas Hobbes, que despertou a humanidade para a maldade humana que a impede a vida social, e de Thomas Paine, que observou não serem os humanos capazes de comportamento condizente com vida civilizada, certamente por isso ao jovem filósofo La Boétie não tenha ocorrido que a brutalidade humana precisa ser contida e que para tal fim instituiu-se o governo com poder de repressão capaz de impor um comportamento compatível com a necessária vida em sociedade.

Também escapou ao jovem filósofo a realidade de que aquilo a que ele se refere como tirania e opressão contra a qual se deve rebelar, decorrem justamente da falta de civilização citada por Hobbes e Paine como causas impeditivas de vida social harmoniosa.

Sendo a humanidade absolutamente incivilizada, e sendo que a orientação para um modo de vida civilizada não pode partir de um ser que desconhece o que seja civilização. Corresponderia a recorrer a um analfabeto para alfabetizar. É aí onde está a origem da tirania e da opressão à que sujeita o povo. Quanto à necessidade de rebelar-se contra ela, sugerida pelo filósofo, embora ele diga também que tal rebelião deva dispensar violência e ser feita de modo inteligente, faz-se necessário, entretanto, que se conheço o modelo de administração que vai ocupar o de opressão e tirania engendrado por seres incivilizados levados aos postos de mando por um povo também incivilizado. A tal sistema não se chega da noite pro dia. Demanda um sistema de educação capaz de superar o analfabetismo político citado por Brecht como a causa dos males do mundo. 

      

 

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2025

ARENGA 788

 

              A filosofia, na verdade, é uma trapalhada tão grande que nós leitos devemos ficar apenas na superfície, em coisas simples. Nem há necessidade de conhecer o propósito da filosofia do que nos diz sua definição de ser amor ao saber, ao conhecimento. É o que basta para nos poupar da ignorância e da inocência que tanto prejudica a humanidade.

Olha só que coisa interessante. Ainda hoje uma jornalista escreveu matéria intitulada OS INTELECTUAIS QUE ME PERDOEM, MAS ACREDITO EM DEUS. Depois de aprender com a filosofia o que mestre Sócrates nos ensinou da importância da análise da vida, quem aprendeu a lição percebe que a jornalista comete ato falho ao se desculpar perante os intelectuais porque isto  significa que ter grandes conhecimentos das coisas da vida, que é como podemos entender a qualificação de intelectual, ela afirma que a crença em deus é própria de quem não é intelectual. Isto é, ela demonstra a realidade de haver maior desconhecimentos da vida entre pessoas sem intelectualidade, pouco conhecimento.

A esse respeito, aliás, o jornal Tribuna da Bahia tem estampado fotos das inúmeras festas de lavagem de escadas de igrejas, de Iemanjá, e, hoje, da lavagem de Itapuã. As fotos mostram para os bons entendedores que a multidão é feita por pessoas do povão inocente por conta de ter aprendido as inverdades que os meios de comunicação lhe insuflam na mente e que é justamente o público cativo da crendice. Foi o que confirmou a jornalista quando pediu desculpas aos intelectuais por acreditar em deus.

Desta forma, estando na falta de conhecimento a fonte dos males do mundo, como asseverou mestre Bertold Brecht, cabe a esta juventude dinâmica e tão terrivelmente preocupada com o futuro dos descendentes que nem mesmo se deixa envolver com celular tamanha é a vontade de endireitar a política do mundo e pô-la em mãos de líderes autênticos como os que há entre os jovens (quem sabe se não acontece?) que logo, logo, esta mesma juventude esperta vai trocar por outro o sistema educacional montado para manter o povo longe do discernimento.

Desse modo, o maior benefício que podemos auferir na filosofia é nos apegar ao prestígio que ele atribui ao saber. Não vale a pena descobrir o que quer dizer o filósofo que afirma ser impossível ao superveloz Aquiles vencer uma corrida contra uma tartaruga e que nenhum de nós pode atravessar uma sala. Isso, pode ser deixado de lado. É melhor.

 

   

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2025

ARENGA 787

 

O preenchimento do cargo de presidente da república brasileira está totalmente à deriva e, portanto, à disposição de quem quer que se apresente para conduzir o país sem necessidade de comprovação de comportamento nem dignidade e muito menos de folha corrida. Certa vez, o privatizador da Vale, o doutor Fernando Henrique Cardoso, a quem a própria família diz não merecer confiança, e que certamente por esse motivo é atualmente rico pecuarista depois de ser presidente da república, como mostra matéria no Google intitulada “De sociólogo a Fazendeiro”, teve a coragem de afirmar na cara dos frequentadores de igreja, axé e futebola que o boneco da Globo Luciano Huck seria um bom candidato a presidente do Brasil. Não é de admirar que agora se cogita de ser Gustavo Lima, cantador de músicas sertanejas pretendente a ocupar o mais alto cargo da administração pública deste rico e belo país de triste sorte e povo tão   facilmente enganável que produz riqueza suficiente para enriquecer os responsáveis por sua administração e ainda sobra o bastante para socorrer vítimas de grandes  desastres climáticos e manter aparência de boa administração pública. Desta forma, como não seria nosso país no caso de ter toda sua riqueza administrada corretamente?

Entretanto, por indiferença dos donos desta riqueza fabulosa, apenas o que sobra depois do esbanjamento espetacular é aplicado na administração pública.

Na verdade, é o mundo inteiro que está em total desordem. Como não há quem se interessa pela ordem, porquanto a falta de respeito à ordem é a praia do “levar vantagem” da malandragem nos postos de mando, uma vez que a massa bruta e aparvalhada do dono de tudo e verdadeiro senhor do mundo, o povo, além de trabalhar tem por única atividade espernear da alegria de débil mental, é daí que vem a situação atual de tamanha barbárie que fora da situação de guerra o mundo nunca esteve em situação tão aflitiva, com ênfase para as republiquetas de banana.

 

domingo, 16 de fevereiro de 2025

ARENGA 786

 

Em mais um dos bons livros com os quais o pensador Ladislau Dowbor mostrar como viver sem tantos dissabores a quem só tem ouvidos para orações, axé, urros da palavra esquisita gol e as mediocridades sobre “famosos” e “celebridades”, mas nunca para quem se liga em sabedoria, livro intitulado RESGATAR A FUNÇÃO SOCIAL DA ECONOMIA, ali mestre Dowbor toca no ponto crucial o qual parece escapar a muita gente também de capacidade comprovada. Trata-se do excedente da produção, isto é, tudo aquilo que é produzido além do necessário para o consumo. Quando isto acontece, ensina o mestre, esse excedente é apropriado por uma elite sob os mais capciosos argumentos para justificar tal procedimento na verdade injustificável posto que antissocial. Esta elite, na verdade, além de perdulária, é inútil tanto quanto os bailarinos das rodas de valsas nos salões de castelos medievais.

Entretanto, produzir mais do que o necessário não será mais uma das muitas formas de estupidez? Não há um só imbecil entre a cambada de apropriadores do excedente produzido para formação das imensas riquezas que não se diga cristão. No entanto, ao ser perguntado como se proteger dos ladrões Cristo respondeu que bastava não ter mais do que o necessário para não ter o que ser roubado. Além do mais, como há muito percebeu alguém que pensa, tudo que excede da medida certa faz mal. Portanto, por que não se questionar o o comportamento do olho maior que a barriga se faz mal à sociedade a existência das imensas riquezas que excedem milhões ou bilhões de vezes o necessário e que impede vida digna à maioria dos seres humanos?

Nenhum líder deve ser mais temido que estimado como que o puxador de sado de príncipes, Maquiavel, também não deve ser um maria-vai-com-as-outras nem subornável a ponto de passar de mala e cuia para o lado dos apropriadores do excedente produzido pela sociedade.

O problema é não haver entre a classe política quem não tenha a boca já entortada pelo hábito da prática da má política. Não atentar para tal realidade é demonstrar desamor pelos descendentes porque assim eles não terão motivo algum para ter boas recordações e reverenciar seus ascendentes. É um mal muito grande que os pais praticam contra seus filhos deixar que recebam a educação engendrada pela cultura do venha a mim e os outros que se danem que já se fala em ensinar sistema financeiro a crianças. Sem um espírito de cooperação e estima mútua nenhuma sociedade tem como superar a barbárie e a impossibilidade de haver bem-estar tanto social quanto individual.

O quadro social que se nos apresenta sugere haver apenas duas alternativas: conformar a humanidade em viver mal ou engendrar uma forma de despertar a juventude de sua eterna e imbecil apatia pela atividade política para que daí possa haver líderes autênticos. Fora isso, resta apenas permanecer como está com os falsos líderes arrebanhando para sua companhia justamente os apropriadores do excesso de tudo aquilo que é produzido na sociedade para com este excedente ajuntar riqueza até que por não saber o que fazer com ela procurar alienígenas no universo afora.

  

 

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2025

ARENGA785

 

Se em todo o mundo não há, nem pode haver outro país onde os noticiários versem quase que exclusivamente sobre crimes e festas, para que servem as autoridades brasileiras nestas infelizes terras pátria de deus, fora daquilo que não é novidade prá mais ninguém? Nunca foram as autoridades mais omissas e nem os criminosos se sentiram tão à vontade que segundo notícia no jornal já se assenhoram do comércio de combustíveis além de drogas e armas de grande poder destrutivo.

Nos livros de Laurentino Gomes sobre nossa história há diversas observações de estrangeiros sobre as bizarrices de nosso povo entre as quais não podiam faltar casos da corrupção crônica que de lá para cá virou epidemia contra a qual tudo indica não haver solução. Até já foi dito aqui que combater a corrupção prejudica a economia porque afasta investidores. Serão os senhores investidores portadores da moléstia incontrolável de lucrar a qualquer custo, confirmando que nunca o homem foi mais lobo do homem do que nos tempos atuais?

Triste sina esta nossa. Brasileiros que se apresentam nos balcões de recepção dos hotéis do mundo só o se declaram brasileiros por não terem noção do que seja vergonha na cara além de personalidade de vira-lata.

Consta que nos hotéis que hospedam a fina flor da ignorância de achar que bem-estar seja menos importante do que riqueza, se chegam brasileiros nesses hotéis os talheres de prata são recolhidos.

Por duas vezes, em ocasiões diferentes, passei pelo constrangimento de ser agraciado uma vez com uma das facas do restaurante e outra vez com um guardanapo que dois amigos a quem convidei par jantar roubaram e viam naquilo motivo de regozijo em vez de deformação de caráter.

terça-feira, 11 de fevereiro de 2025

ARENGA 784

 

O “penso, logo existo, de Descartes é tão sem fundamento quanto também sem fundamento algum tem sido a mesmice da atividade política dividida entre direita, centro e esquerda sem que nenhuma destas facções seja capaz de promover o tão almejado bem-estar social. Assim como Descartes põe a capacidade de pensar como condição para existir, o que é inverídico porque aquilo que não pensa não existisse, do mesmo modo, a política põe desenvolvimento econômico como condição para bem-estar social o que também é inverídico uma vez que o desenvolvimento econômico destrói o meio ambiente para criar uma riqueza sem função social porque vai parar no parasitismo dos infernos fiscais em consequência de insanidade de viciados em ajuntar riqueza do qual não escapa nenhum dos falsos líderes do mundo como mostra a corrida que eles correm para levar seu país a ser o primeirão em poder e riqueza ainda que sacrificando a juventude em guerras fraticidas que elevaram os Estados Unidos a vitórias ensandecidas.

Ninguém ainda foi capaz de ajuntar tanta riqueza como o governo americano que por desconhecer obstáculo nesse sentido nunca foi o lugar para se desejar viver quem pode viver fora de lá. No Plano Marshal, por exemplo, o governo americano que não sofreu destruições materiais em seu território salvo cerca de quatrocentas mil vidas, o que é irrelevante para os falsos líderes do mundo, com o Plano Marshal os Estados Unidos encheram a burra de dinheiro emprestando montanhas de dólares aos países destroçados para que reconstituíssem os estragos, comprando das empresas americanas o material necessário para reconstruir os danos que não foram poucos.

Ao ser indiferente ao tamanho do lucro auferido, a cultura do venha a mim e os outros que se danem penaliza quem necessita ser socorrido e beneficia as bestas humanas que impiedosamente aproveitam-se de sufoco de um povo inteiro  para levar vantagem. Uma das maiores provas da inexistência de divindades é a imagem de Cristo sobre a carteira de gerentes de bancos.

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2025

ARENGA 783

 

 Das muitas explicações para o significado de filosofia a que mais condiz com um modo inteligente de vida (objetivo da filosofia) é aquele que afirma ter a filosofia por objetivo meditar a respeito do que nos é dito antes de lhe dar aceitação como verdade. Afinal, não é à toa que mestre Sócrates afirmou que uma vida não examinada não vale a pena ser vivida. Para infelicidade humana, entretanto, vivendo a humanidade envolvida com igreja, futebola, axé, “celebridades” e “famosos”, não lhe sobra tempo para pensamentos algo mais elevado, dá causa à sua própria infelicidade ao se tornar incapaz de distinguir o falso do verdadeiro, vive de ilusões. Daí não lhe ser possível um modo civilizado de vida, razão pela qual vivem os seres humanos de modo ainda mais bruto do que vivem as feras porque tendo inteligência, dela faz uso para engendrar métodos cada vez mais perversos de causar sofrimentos cada vez maiores a seus semelhantes.

Tamanha é a estupidez dos humanos que não conseguindo viver sem ter quem lhes diga como fazê-lo, não conseguem também superar a dificuldade de escolher os líderes para lhes dizer o que fazer, entre os lobos que se lhes apresentam na pele de cordeiros escolhem os de presas mais agressivas.

O jornal Gazeta do Povo publica matéria sobre filosofia com a frase do pensador Sêneca afirmando que um dia é como todos os outros, o que não é verdade porque um dia em que há motivo para lágrima não pode ser como um dia em que não há tal motivo. Muitas são as coisas que apesar de tomadas por verdades não resistem a uma análise simples. Veja-se, por exemplo, o endeusamento de democracia. A pesar de se afirmar ser a salvação da administração dos recursos públicos, a brutalidade que infelicita a raça humana prova que não é.

A insistência desse cantinho de pensar a respeito da necessidade de se levar em conta a atividade de viver vai de encontro à displicência como é encarada a mais importante das atividades que é a de viver. É por não saber viver que se teme a morte ainda que sendo a única certeza de ser inevitável e é a religião onde está a origem desse pavor. Não sendo capaz de discernir entre falso e verdadeiro, acredita-se na existência de fogo do inferno quando o único fogo que torrou pessoas na realidade foi o da Inquisição em nome de deus.   

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2025

ARENGA 782

 

Aproximadamente 14 bilhões de anos atrás, a matéria, a energia, o tempo e o espaço começaram a existir em função do que chamamos de big bang. Chamamos a história desses elementos fundamentais do nosso universo de Física.

Cerca de 300 mil anos após seu surgimento, matéria e energia começaram a se condensar em estruturas complexas chamadas átomos. Logo depois esses átomos se combinaram e formaram moléculas. Chamamos a história dos átomos, das moléculas e suas interações de Química.

Há quase 4 bilhões de anos em um planeta chamado Terra, certas moléculas se combinaram em estruturas grandes e complicadas que chamamos de organismos. Chamamos a história dos organismos de Biologia.

Então, por volta de 70 mil anos atrás, um tipo específico de organismo – os seres humanos – começou a formar estruturas ainda mais elaboradas: as culturas. Chamamos o desenvolvimento das culturas de História.

Assim começa o primeiro volume do livro em formato de gibi, intitulado SAPIENS, com subtítulo O Nascimento da Humanidade, do genial historiador Yuval Noah Harari, criador do termo REALIDADE IMAGINADA, ao que parece, apenas para pessoa jurídica, mas que acabou sendo uma realidade na qual vivemos, apenas imaginada porquanto tudo em que se acredita não vai além da imaginação. Quando o presidente Lula diz lamentar o aumento de combustíveis que atrapalha o trabalho de combater o aumento dos preços dos alimentos, está demonstrando a realidade de ser irreal esperar do governo bem-estar social por ser nada mais nada menos do que uma realidade apenas imaginada. Se a um chefe da nação cabe apenas lamentar é por ser ele tão inútil quanto o deus que a massa de torcedores, bailarinos de axé e frequentadores de igreja tem na bola onde quem pensa tem cabeça. Segundo santo Agostinho, deus não criou o mal, mas o homem, sim. Tendo livre arbítrio para escolher, o homem teria escolhido o caminho do mal. No entanto, se deus não quer o mal e o homem o impõe sobre a vontade divina é porque o o poder de deus foi subjugado pela vontade do homem assim como o aumento de combustíveis é superior ao poder do chefe da nação que assim não justifica sua existência de chefe assim como também para nada adiante o deus que não quer o mal que existe porque o homem quer. Para que, então, a dinheirama doida gasta para homenagear deus e para manter os palácios e a ostentação de um governo que, como disse Thomas Paine, faz aumentar o sofrimento de quem vive num desgoverno ao lembrar que são estes mesmos sofredores que fornecem os meios para manutenção de um governo que serve apenas para lamentar em vez de impor aquilo que é preciso fazer.

sábado, 1 de fevereiro de 2025

ARENGA 781

 

Causa riso à larga comparar as bestas que para a imprensa são famosas e célebres com a genialidade de um jovem filósofo francês chamado Ettiénne de La Boétie. Apesar de ter vivido apenas 30 anos, usando sua extraordinária capacidade mental realizou nesse curto espaço de tempo obras monumentais como DISCURSO DA SERVIDÃO VOLUNTÁRIA, que pode ser acesso trecho suficiente para ficar conhecendo o sentido daquele grandioso trabalho. Nesse ponto, ao lembrar de nossas “celebridades” e nossos “famosos” novamente o riso interrompe o raciocínio.

Ah! Voltou a coordenação dos pensamentos. A também intelectualíssima Marilena Chauí, que os “famosos” e as “celebridades” leem diariamente e por isso mesmo conhecem a fundo o pensamento de nossa filósofa, também ele escreveu um livro chamado CONTRA A SERVIDÃO VOLUNTÁRIA que apesar de leitura algo complicada para quem não é de grandes conhecimentos como este rabiscador de garatujas. Entretanto, a leitura das páginas 13 e 14 apenas é suficiente para ficar conhecendo o pensamento de La Boétie no tocante ao tema servidão voluntária, que para este matuto aqui não faz sentido, e não faz porque apesar de viver a humanidade sob o jugo da servidão, parece não estar correto dizer que esta servidão é voluntária porque sua explicação está em ser fruto do desconhecimento. Ninguém haveria de se submeter a uma servidão tendo consciência disso. Os escravos que tinham conhecimento de sua servidão se rebelavam contra ela. Já os escravizados pelo emprego acreditam-se tão livres quanto os pássaros uma vez que seu pensamento é forjado pelos meios de comunicação de propriedade dos empregadores e mantenedores da servidão. Vindo a malta festiva a ter conhecimento da realidade, é certo que haverá cogitação a respeito de ser encontrado meio mais inteligente de vida. Uma vida em que para ser famoso e célebre é preciso ser como Ettiénne de La Boétie ou Marilena Chauí. Nunca como as toupeiras que atualmente ostentam estes nobres títulos.