Em mais um
dos bons livros com os quais o pensador Ladislau Dowbor mostrar como viver sem
tantos dissabores a quem só tem ouvidos para orações, axé, urros da palavra esquisita
gol e as mediocridades sobre “famosos” e “celebridades”, mas nunca para quem se
liga em sabedoria, livro intitulado RESGATAR A FUNÇÃO SOCIAL DA ECONOMIA, ali
mestre Dowbor toca no ponto crucial o qual parece escapar a muita gente também
de capacidade comprovada. Trata-se do excedente da produção, isto é, tudo aquilo
que é produzido além do necessário para o consumo. Quando isto acontece, ensina
o mestre, esse excedente é apropriado por uma elite sob os mais capciosos
argumentos para justificar tal procedimento na verdade injustificável posto que
antissocial. Esta elite, na verdade, além de perdulária, é inútil tanto quanto
os bailarinos das rodas de valsas nos salões de castelos medievais.
Entretanto,
produzir mais do que o necessário não será mais uma das muitas formas de
estupidez? Não há um só imbecil entre a cambada de apropriadores do excedente
produzido para formação das imensas riquezas que não se diga cristão. No
entanto, ao ser perguntado como se proteger dos ladrões Cristo respondeu que
bastava não ter mais do que o necessário para não ter o que ser roubado. Além
do mais, como há muito percebeu alguém que pensa, tudo que excede da medida certa
faz mal. Portanto, por que não se questionar o o comportamento do olho maior
que a barriga se faz mal à sociedade a existência das imensas riquezas que
excedem milhões ou bilhões de vezes o necessário e que impede vida digna à
maioria dos seres humanos?
Nenhum
líder deve ser mais temido que estimado como que o puxador de sado de príncipes,
Maquiavel, também não deve ser um maria-vai-com-as-outras nem subornável a
ponto de passar de mala e cuia para o lado dos apropriadores do excedente
produzido pela sociedade.
O problema
é não haver entre a classe política quem não tenha a boca já entortada pelo
hábito da prática da má política. Não atentar para tal realidade é demonstrar
desamor pelos descendentes porque assim eles não terão motivo algum para ter
boas recordações e reverenciar seus ascendentes. É um mal muito grande que os
pais praticam contra seus filhos deixar que recebam a educação engendrada pela
cultura do venha a mim e os outros que se danem que já se fala em ensinar
sistema financeiro a crianças. Sem um espírito de cooperação e estima mútua
nenhuma sociedade tem como superar a barbárie e a impossibilidade de haver
bem-estar tanto social quanto individual.
O quadro
social que se nos apresenta sugere haver apenas duas alternativas: conformar a
humanidade em viver mal ou engendrar uma forma de despertar a juventude de sua
eterna e imbecil apatia pela atividade política para que daí possa haver líderes
autênticos. Fora isso, resta apenas permanecer como está com os falsos líderes arrebanhando
para sua companhia justamente os apropriadores do excesso de tudo aquilo que é
produzido na sociedade para com este excedente ajuntar riqueza até que por não
saber o que fazer com ela procurar alienígenas no universo afora.
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