domingo, 16 de fevereiro de 2025

ARENGA 786

 

Em mais um dos bons livros com os quais o pensador Ladislau Dowbor mostrar como viver sem tantos dissabores a quem só tem ouvidos para orações, axé, urros da palavra esquisita gol e as mediocridades sobre “famosos” e “celebridades”, mas nunca para quem se liga em sabedoria, livro intitulado RESGATAR A FUNÇÃO SOCIAL DA ECONOMIA, ali mestre Dowbor toca no ponto crucial o qual parece escapar a muita gente também de capacidade comprovada. Trata-se do excedente da produção, isto é, tudo aquilo que é produzido além do necessário para o consumo. Quando isto acontece, ensina o mestre, esse excedente é apropriado por uma elite sob os mais capciosos argumentos para justificar tal procedimento na verdade injustificável posto que antissocial. Esta elite, na verdade, além de perdulária, é inútil tanto quanto os bailarinos das rodas de valsas nos salões de castelos medievais.

Entretanto, produzir mais do que o necessário não será mais uma das muitas formas de estupidez? Não há um só imbecil entre a cambada de apropriadores do excedente produzido para formação das imensas riquezas que não se diga cristão. No entanto, ao ser perguntado como se proteger dos ladrões Cristo respondeu que bastava não ter mais do que o necessário para não ter o que ser roubado. Além do mais, como há muito percebeu alguém que pensa, tudo que excede da medida certa faz mal. Portanto, por que não se questionar o o comportamento do olho maior que a barriga se faz mal à sociedade a existência das imensas riquezas que excedem milhões ou bilhões de vezes o necessário e que impede vida digna à maioria dos seres humanos?

Nenhum líder deve ser mais temido que estimado como que o puxador de sado de príncipes, Maquiavel, também não deve ser um maria-vai-com-as-outras nem subornável a ponto de passar de mala e cuia para o lado dos apropriadores do excedente produzido pela sociedade.

O problema é não haver entre a classe política quem não tenha a boca já entortada pelo hábito da prática da má política. Não atentar para tal realidade é demonstrar desamor pelos descendentes porque assim eles não terão motivo algum para ter boas recordações e reverenciar seus ascendentes. É um mal muito grande que os pais praticam contra seus filhos deixar que recebam a educação engendrada pela cultura do venha a mim e os outros que se danem que já se fala em ensinar sistema financeiro a crianças. Sem um espírito de cooperação e estima mútua nenhuma sociedade tem como superar a barbárie e a impossibilidade de haver bem-estar tanto social quanto individual.

O quadro social que se nos apresenta sugere haver apenas duas alternativas: conformar a humanidade em viver mal ou engendrar uma forma de despertar a juventude de sua eterna e imbecil apatia pela atividade política para que daí possa haver líderes autênticos. Fora isso, resta apenas permanecer como está com os falsos líderes arrebanhando para sua companhia justamente os apropriadores do excesso de tudo aquilo que é produzido na sociedade para com este excedente ajuntar riqueza até que por não saber o que fazer com ela procurar alienígenas no universo afora.

  

 

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