Isso de buscar o que disse fulano e beltrano sobre governo é pura perda
de tempo. Normalmente vai-se atrás do que disseram pensadores de séculos
passados quando as coisas eram diferentes. Ao tratar da Revolução Francesa, o
historiador Mc Nall Burnes cita John Locke e sua teoria de que antes de haver
governo todos viviam num estado natural onde prevaleciam liberdade e igualdade até
que tudo fosse bagunçado como resultado de cada um querer fazer valer o que
achava ser direito seu. Então, para ordenar a sociedade foi inventado o governo
com esta intenção malograda porque atualmente só pobre não faz prevalecer o que
quer. Como resultado de governo limitado defendido por Locke e muitos outros
pensadores, teoria que veio a prevalecer no mundo, dela resulta governos apenas
para enfeitar e consumir dinheiro a rodo como é a cambada de reis, rainhas,
príncipes e princesas da Inglaterra.
De nenhum modo um Governo deve ter limite algum que o impeça de ser fiel
ao propósito para o qual foi inventado: manter a ordem social e o bem-estar dos
governados. É verdade que nunca em tempo algum existiu governo empenhado em tal
objetivo. Mas a inexistência de governantes que realmente governem, esta falta
cabe aos governados ao considerar que sua responsabilidade em relação à sua
sociedade termina quando declara seu voto, o que faz a contragosto, sem entusiasmo
algum.
E aqui tem-se a fábula do cachorro correndo atrás do rabo. O sujeito não
tem entusiasmo em participar da vida social se as autoridades cuidam apenas de
si mesmas e de seus apaniguados enquanto que as autoridades cuidam de si e dos
seus porque contam com a indiferença dos governados.
Um governo que governasse visando bem-estar social não faria seus
governados verdadeiros idiotas insuflando neles a falsa alegria dos
festejamentos que dará lugar a pensamentos mais elevados à medida que o vigor
jovem vai se esvaindo, quando será tarde demais para qualquer outra coisa fora
de consultas médias, remédios e cirurgias.
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