Das muitas explicações para o significado de
filosofia a que mais condiz com um modo inteligente de vida (objetivo da
filosofia) é aquele que afirma ter a filosofia por objetivo meditar a respeito
do que nos é dito antes de lhe dar aceitação como verdade. Afinal, não é à toa
que mestre Sócrates afirmou que uma vida não examinada não vale a pena ser
vivida. Para infelicidade humana, entretanto, vivendo a humanidade envolvida
com igreja, futebola, axé, “celebridades” e “famosos”, não lhe sobra tempo para
pensamentos algo mais elevado, dá causa à sua própria infelicidade ao se tornar
incapaz de distinguir o falso do verdadeiro, vive de ilusões. Daí não lhe ser possível
um modo civilizado de vida, razão pela qual vivem os seres humanos de modo
ainda mais bruto do que vivem as feras porque tendo inteligência, dela faz uso
para engendrar métodos cada vez mais perversos de causar sofrimentos cada vez
maiores a seus semelhantes.
Tamanha é a estupidez dos humanos que
não conseguindo viver sem ter quem lhes diga como fazê-lo, não conseguem também
superar a dificuldade de escolher os líderes para lhes dizer o que fazer, entre
os lobos que se lhes apresentam na pele de cordeiros escolhem os de presas mais
agressivas.
O jornal Gazeta do Povo publica matéria
sobre filosofia com a frase do pensador Sêneca afirmando que um dia é como
todos os outros, o que não é verdade porque um dia em que há motivo para lágrima
não pode ser como um dia em que não há tal motivo. Muitas são as coisas que
apesar de tomadas por verdades não resistem a uma análise simples. Veja-se, por
exemplo, o endeusamento de democracia. A pesar de se afirmar ser a salvação da
administração dos recursos públicos, a brutalidade que infelicita a raça humana
prova que não é.
A insistência desse cantinho de
pensar a respeito da necessidade de se levar em conta a atividade de viver vai
de encontro à displicência como é encarada a mais importante das atividades que
é a de viver. É por não saber viver que se teme a morte ainda que sendo a única
certeza de ser inevitável e é a religião onde está a origem desse pavor. Não
sendo capaz de discernir entre falso e verdadeiro, acredita-se na existência de
fogo do inferno quando o único fogo que torrou pessoas na realidade foi o da
Inquisição em nome de deus.
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