domingo, 6 de abril de 2025

ARENGA 806

 

Vivemos numa sociedade onde a irracionalidade supera a das demais sociedades do mundo. Em meio a uma crescente violência que já não permite a quem sai de casa ou se dispõe a viajar de carro não sabe se chegará em paz ao destino ou se retornará vivo para casa, a preocupações dos pais em relação aos filhos continua sendo com um futuro que talvez a violência impeça de existir. A sociedade permanece totalmente alheia às consequências de tão obstante exasperadora realidade como se ela não pudesse vir a nos alcançar. No jornal Folha de São Paulo, psiquiatra recomenda as vantagens do equilíbrio emocional. É possível ser emocionalmente equilibrado quando se está com medo? Ou será esta recomendação baseada na falsa presunção de se estar a salvo embora os jornais dão notícias de horrores acontecendo com outras pessoas?

A História mostra que diversas mudanças ocorreram durante o trajeto da humanidade da pré-história à atualidade sempre que uma classe poderosa em função de riqueza se tornava insatisfeita com a administração da sociedade e, com o poder do dinheiro, comprava opiniões e conseguia reverter a situação do momento para outra de acordo com seus interesses que nunca forram os interesses da grande maioria ou povo, nascido com a marca do conformismo e da obediência gravadas na alma. Embora incorra em desobediência e inconformismo por ocasião de mudança social, a participação do povo sempre teve a estupidez da violência e não da inteligência por base, de modo que depois da refrega, ele sempre volta à obediência e ao conformismo numa atitude digna de comiseração uma vez que sua incapacidade de perceber a realidade começa desde o nascimento seguido de batismo, crisma, primeira e segunda comunhões, festa de aniversário, Papai Noel e seus presentes para criança obediente e seu ridículo rôrôrô. Dependendo todas estas coisas de dinheiro e nada de humanismo e segundo a observação de mestre Platão de que os primeiros aprendizados formam a personalidade do adulto, fica evidente que o livre arbítrio do povo aponta para as fantasias crendice apenas e nada mais. Daí ser justificada a aptidão popular para jogos e brincadeiras feito crianças.  

     

 

 

sábado, 5 de abril de 2025

ARENGA 805

 

Não estaremos embarcando em canos furada quando baseamos bem-estar em riqueza apenas? Eduardo Moreira toma por riqueza os bens doa quais depende a sobrevivência, no que tem razão porque não se come, bebe, veste ou respira dinheiro. Mas acontece que para ter o que comer beber, vestir, morar é preciso ter dinheiro. Assim, admitir a existência de pessoas quem não têm dinheiro equivale a admitir que estas pessoas não precisam comer, beber, vestir, comer e morar, o que é um contrassenso. Se esta é uma verdade absoluta, por que será que no mundo inteiro sabendo haver quem não pode comer, morar e vestir, em vez de medidas que permitam a tais pessoas a possibilidade de terem as coisas de que necessitam os governantes se limitam a medidas meramente paliativas para evitar que suas necessidades se transformem em revolta? Não será porque até o momento se acredita ser a democracia o melhor sistema político existente, um sistema no qual a responsabilidade de escolha dos políticos depende de quem pensa depender de deus nosso destino e condição de vida, portanto, quem não sabe o que significa política? Tal situação não equivaleria a deixar na responsabilidade de analfabeto o trabalho de alfabetizar? Ou de cego o trabalho de guia? A vida tem sido tocada sem merecer a devida reflexão que merece e viver desse modo estamos adotando o modo de vida dos irracionais.

Uma que somos capazes de raciocinar, devemos fazer uso desta extraordinária faculdade em vez de vivermos feito rebanho seguindo o berrante dos meios de comunicação tocados por zumbis que em troca da despensa abastecida papagaiam inverdades dia e noite.

Se mestre Geoffrey Blainey em UMA BREVE HISTÓRIA DAS GUERRAS bisbilhota sobre as causas das guerras só pode ser por não ter tido tempo de refletir com mais profundidade porque nada mais além de estupidez pode explicar o motivo pelo qual falsos líderes convencem seus jovens que amor à pátria pode superar o amor que Cristo nos recomendou aos nossos semelhantes.

ARENGA 804

 

Na encruzilhada do livre arbítrio a humanidade optou pela criminalidade que progrediu até estar prestes a ser o comportamento normal dos seres humanos. Honradez, honestidade e nobreza de caráter são coisas em desuso e insignificantes para uma juventude de personalidade formada num ambiente onde acima de tudo prevalece a busca por riqueza. Como não se pode ter riqueza e valores nobres ao mesmo tempo, foram estes dispensados. Mas o caminho por onde segue a modernidade só pode levar a um desastre de proporções desconhecidas cujos indícios apesar de já se fazerem presentes são minimizados pelos viciados em riqueza uma vez que nada obstaculiza a satisfação de um vício que é maior quanto também for maior o dano que causa ao viciado.

Se os outros vícios só indiretamente atingem todos os demais componentes da sociedade, o vício em riqueza, ao contrário, atinge indistintamente toda a sociedade humana vez que acumular em poucas mãos os recursos com os quais são atendidas as necessidades deixa muitas mãos estendidas em busca de meios para atender suas necessidades, o que incomoda sobremaneira até deixar de ser apenas incômodo para passar a ser violência e a infinidade de males decorrentes de necessidades não satisfeitas.

Portanto, dependendo da política a organização social cabe a todos insistirem numa mudança de postura por parte dos agentes políticos do mundo, fazendo-os ver que em função de nossa dependência do seu modo de agir não lhes ser possível a omissão diante do vício em riqueza a cada dia maior e mais danoso porque tal vício já elevou viciados a tomarem decisões governamentais independentemente de terem sido votados.

 

  

  

terça-feira, 25 de março de 2025

ARENGA 803

 

Só que eu saiba, duas grandes personalidades, Einstein e Edward MacNall Burns disseram que a humanidade é estúpida. E é tão estúpida que não lhe ocorre poder viver melhor do que vive, conformada com um sofrimento na verdade injustificado se o bem-estar depende exclusivamente dos recursos matérias que no mundo há de montão. Muito ao contrário de pensar em viver bem, pensa-se em viver mal uma vez que as pessoas infelicitam deliberadamente umas às outras. Nem é preciso ser mentalmente superior ao comum das pessoas, sendo bastante ter o hábito da meditação para perceber a dimensão da estupidez humana. Não lhe permitindo a dimensão extraordinária de sua estupidez gerar líderes e muito menos dispensá-los, gera monstros de cuja liderança resultam prantos de incontáveis famílias que amargam a perda dos filhos para os quais sonharam com um belo futuro, mas foram estraçalhados em campos de batalha para regozijo de falsos líderes na busca jamais saciada de poder e riqueza se quanto mais tem, mais quer.

Absolutamente nada do que a humanidade mais preza tem valor. Tanto não tem que enaltece fantoches desprezíveis com título de reis, figuras tão ridículas que se acreditavam ungidos por deus como seus representantes para usufruírem de vida faustosa e depravada às custas da estupidez humana. Tais Reis não eram menos ridículos que os idiotas que se acreditam realmente importantes como os atuais reis por práticas de bobagens, inclusive pelo crime de trocar socos com um oponente até que em consequência das pancadas venham a sofrer males irreversíveis e a morrer.

Faça isso não, humanidade, deixa a estupidez prá lá.

 

 

 

 

 

 

 

sábado, 22 de março de 2025

ARENGA 802

 



    Por ser objetivo único deste cantinho de pensar a tentativa talvez inútil de mostrar à juventude a realidade por ela tão desconhecida que a leva não só a aceitar, mas também compartilhar com os muitos tipos de aberrações da cultura atual como considerar diversão a monstruosidade de transformar em diversão a brutalidade de serem dois seres humanos levados a trocar socos até que morram das consequências da prática brutal ou levados a disputar velocidade em carros preparados para esta finalidade, com objetivo de banalizar a violência de tal forma que passa a ser apresentada como boa a notícia de que o número de assassinatos caiu de cem para noventa quando na realidade não deve haver assassinato algum. Sendo a cultura da violência resultado de viver apenas por viver, como os bichos, mas sem refletir sobre a vida, prática da qual resulta em sofrimento, daí a insistência desse cantinho de pensar no assunto tratado pelo filósofo Stephen Law sobre a diferença entre aquilo em que se acredita SER aquilo que realmente É. A lição ensinada por mestre Stephen, se aprendida, incentiva a prática da reflexão.

    Já vimos na prática a diferença entre verdade e falso no exemplo de alguém certo de que o elefante é um animal cor de rosa, quando, na verdade, não é porque é cinzento. Assim é que para este alguém a crença de ser cor de rosa o elefante é apenas crença, mas não é conhecimento. Aprendemos, pois, nesse exemplo, que uma crença pode não ser conhecimento.

    O que vem a seguir no ensinamento do mestre pode despertar a crença de ser a filosofia complicada e sem importância para a qualidade de vida, o que não é verdade como veremos nesta outra reflexão do mestre. Vimos em publicação anterior que no exemplo do elefante a crença não é conhecimento por ser uma crença falsa. Nessa outra reflexão o mestre veremos que mesmo uma crença verdadeira não basta para ser conhecimento. Calma aí porque não há complicação nisso e vamos ver porque não há: supondo que um jurado (preconceituoso) seja levado à crença de ser culpado o réu em julgamento apenas pelo modo esquisito como ele se veste. Esta crença pode ser verdadeira porque o réu pode ser realmente culpado. Entretanto, a conclusão do jurado não se baseou em conhecimento (como se tivesse presente ao crime cometido). O modo de se vestir não basta para ser o conhecimento da culpabilidade. Este é um tipo de prosa sem aspas. Veremos mais do mesmo em outra oportunidade. Mas, pense nisso, quem passa por aqui.

sexta-feira, 21 de março de 2025

ARENGA 801

 

É na filosofia onde está o incentivo à função meditativa de responsabilidade do pensamento, atividade esta cuja falta faz a humanidade desconhecer o que seja tranquilidade espiritual ou ausência de infelicidade. Do capítulo Crença e Conhecimento do livro FILOSOFIA, onde o autor, filósofo Stephen Law nos mostra a diferença entre a verdade e aquilo em que se crê ser verdade. Há um abismo a separar os seres humanos sem exceção entre estas duas realidades a separar a humanidade da mentira e da verdade ou realidade tornando-a incapaz de experimentar o sabor da ausência de infelicidade.

E não são apenas as pessoas vitimadas pelo analfabetismo político que desconhecem a verdade porque intelectuais de sinceridade comprovada, desejosos de uma sociedade normal, relevam a parte realmente importante para a concretização de seus objetivos que é o fato de ser este o tipo de sociedade defendida pelos donos do mundo (porque o mundo tem donos) e eles compraram a opinião do povo (que nunca foi dono senão de obrigações), de modo a que ele faça opção pelo tipo atual de sociedade na qual tem pior parte. Por desconhecer a diferença entre crença e conhecimento é que há quem pense que a tormenta da infelicidade será recompensada à larga pelas benesses de uma vida depois da morte. Também em função deste desconhecimento é que a noveleira Glória Pires escreveu para o jornal de hoje matéria censurando a pretensão de mudança social da parte do socialismo, cometendo ato falho que denuncia defesa da cultura antissocial do venha a mim e ostros que se danem para a qual está na incapacidade e não a falta de oportunidade pessoal a razão pela qual é desnecessária a preocupação sobre haver quem não tenha as mesmas necessidades comuns aos seres humanos, o que se traduz em violência ainda tão perversa quanto a censurada pela senhora Gloria Pires na tentativa de mudança das ideias socialistas, o que realmente é censurável, mas nunca a vontade de mudar este modo de vida no qual para puro deleite gatos pingados se assenhorearam do mundo e fazem dele seu tesouro privado quando em vez disso o mundo não pode ser privado por ninguém em particular por ser a moradia coletiva da humanidade.      

 

quinta-feira, 20 de março de 2025

ARENGA 800

 

As peregrinações que em vez de proteção deixam cadáveres pelo caminho, inclusive de inocentes criancinhas, por culpa única da ignorância de seus pais, nos ensinam que o nível de discernimento dos adultos nunca foi além do de quando a gente era criança e a mãe contava as diabruras de Phortos, D’Artagnan e Aramis. Mas uma peregrinação de chamar a atenção mais do que as outras é uma que serve para mostrar aos posudos e ridículos poderosos entrincheirados atrás de montanhas de riqueza os acontecimentos tenebrosos que envolveram seus posudos colegas de ridículo e de riqueza dos tempos da Revolução Francesa que também podem lhes acontecer visto que a desmoralização da política atualmente não é tão diferente daquela que ensejou os referidos acontecimentos tenebrosos. No livro 1882, mestre Laurentino Gomes conta pormenorizadamente a história e estória que é a seguinte:

No século XVI, um religioso chamado Dinis e que depois virou São Dinis foi enviado por seus superiores à região da Gália para converter ao cristianismo aquele povo bárbaro retratado na divertida revista Asterix e Obelix, para quem alcançou. Como nunca foi novidade acontecer com os representantes divinos, Dinis foi condenado a ter a cabeça cepada fora corpo e depois de executado levantou, apanhou sua cabeça no chão e marchou por seis quilômetros até um cemitério onde, finalmente, caiu, foi sepultado, e seu túmulo virou objeto de peregrinação, o que mostra que em todo canto e época povo é sempre povo. Eis que um governante desses que que não têm pena nem dó de dinheiro e que se chamava rei mandou construir uma igreja no lugar do túmulo de Dinis destinada a guardar os restos mortais dos reis a partir daquela dada em diante.

Esta segunda parte da história e estória é de dar o que pensar aos posudos do mundo porque na fase do terror da Revolução Francesa séculos depois, os revoltosos botaram abaixo a tal igreja do santo Dinis, violaram os túmulos e esparramaram ossadas de reis no matagal. Quando baixou a poeira da revolução, sendo impossível saber a quem pertenceu determinado osso, o governante de então que como todos não precisam se preocupar com dinheiro mandou reconstruir a igreja, ajuntar toda a ossada que encheram malas a puxar de gancho, de modo que tíbias, crâneos, de reis se encontram tudo misturado, lembrando que o destino dos posudos é o mesmo do lavrador da música de nosso grande Chico Buarque de Holanda.

ARENGA 799

 

De todos os “é preciso fazer isso e aquilo” que se ouve da parte de pensadores interessadas em melhor tipo de vida social, uma única coisa que sendo feita, a de atribuir à política a real importância que tem, é quanto basta para implantar civilização num mundo tão bárbaro que para o povo mais economicamente elevado tempo é sinônimo de dinheiro. Se nenhum agrupamento humano ainda foi capaz de encarar a realidade da importância que tem a política na vida de cada um e de todos, a isso se deve a infelicidade humana de viver apenas de ilusões, nada mais que ilusões. Os exemplos de como é a vida na realidade, não exercem reflexão alguma da parte de ninguém. O resto do que foram os Roberto Carlos, os Elvis Presley, os Mick Jagger da vida para os jovens é como se não lhes dissesse respeito quando tem tudo a ver com seu futuro e as fortunas daqueles que se empenham nesse mister uma vez que a ninguém, absolutamente ninguém é dado escapar do cansaço da vida, principalmente da vida dedicada à materialidade ilusória, que impediu reflexões menos rasteiras ou mais elevadas, o que só será notado quando já for demasiadamente tarde.

Deixar a política a cargo dos políticos teve como resultado o erro monumental da cultura do venha a mim e os outros que se danem quando na vida em sociedade não há espaço para egoísmo. Por isto é que é realmente de incalculável benefício para a humanidade refletir sobre o abandono a que foi relegada a política que se chegou ao absurdo de ser o cargo político mais importante ocupado por qualquer rebotalho mental que veio a cair na simpatia de um povo feito de religiosos, torcedores e carnavalescos.

Está completamente fora de qualquer parâmetro de racionalidade entregar ao povo a responsabilidade de escolha dos governantes porque daí resulta em lutador de box, escoiceador de bola, cantor de bobagens, papagaios de microfone elevados à categoria de legisladores e até de presidentes da república.  

domingo, 9 de março de 2025

ARENGA 798

 

Como em absolutamente tudo o mais, o elemento esquisito povo faz mais uma das suas quando torce o nariz para filosofia considerando-a coisa sem sentido. Na página 49 do livro FILOSOFIA, Editora Zahar, Stephen Law nos dá excelente lição da diferença entre crença e conhecimento, o que equivale ao pensar que sabe de quem não pensa e o realmente saber de quem pensa. E como prova do valor da filosofia, esta lição nos ensina de modo claro a diferença ente acreditar que algo é de jeito quando na verdade é de outro jeito, justamente esse o motivo pelo qual a humanidade não pode deixar de ser infeliz e ter uma vida menos sofrida se acredita estar correto o seu modo errado de encarar a vida como se os dias e as noites fossem para ser festejados apenas.

Mas vejamos o modo simples como o filósofo nos ensina a diferença entre crença e conhecimento. Ele cita o exemplo de alguém que certamente por nunca ter se deparado com um elefante e crê que os elefantes são rosados certamente porque alguém lhe tenha transmitido esta falsa crença. Nesse caso, aquilo que se tem como conhecimento (ser rosado o elefante) não pode ser conhecimento uma vez que a cor do elefante é cinza e para ser conhecimento é necessário haver correspondência com a realidade, como, por exemplo, continua o filósofo, quando afirma alguém que a rosa é vermelha porque ele viu ela e nesse caso tem conhecimento de ser vermelha.

Também cor de rosa é como o povo vê a vida quando ela só é pintada de alegria durante a melhor fase da vida que a juventude desperdiça se matando em guerras e drogas por seguir orientação dos falsos líderes que estão a destruir o mundo sob completa e injustificada indiferença dos jovens uma vez que eles arcarão com as pesadas consequências da cultura do venha a mim e os outros que danem, isto é, a juventude estupidamente indiferente e que por isso mesmo não terão um lagar honroso na memória de deus descendentes.

 

 

     

 

sábado, 8 de março de 2025

ARENGA 797

 

Há duas matérias nos jornais que se povo soubesse ler, lesse e fosse capaz de entender algo inteligente, estes dois assuntos por si sós seriam capazes de levar a tão profundas reflexões que mudariam o modo de pensar e agir da malta mundial festiva e estúpida de ratos de igreja, torcedores, foliões cultuadores do desenvolvimento dos bíceps em vez do cérebro. A primeira destas matérias é um artigo do jornalista J. R. Guzzo, publicado no jornal Gazeta do Povo do dia sete deste mês de março, com título JUDICIÁRIO TORNOU CORRUPÇÃO UMA ATIVIDADE LEGAL NO BRASIL. Trata da proteção ao banditismo político por parte da mais alta corte de justiça dessa nossa infeliz pátria de deus. O assunto é de tão grande seriedade que remete à lembrança tanto do que disse o historiador McNall Burns sobre os desmandos políticos que deram origem aos horrores da Revolução Francesa quanto ao que disse Georg Lichtenberg de que QUANDO OS QUE MANDAM PERDEM A VERGONHA OS QUE OBEDECEM PERDEM O RESPEITO. Que nossas autoridades perderam o respeito, isto fica claro pelas ofensas a elas dirigidas pelos comentaristas das notícias, especialmente dos comentaristas a esta notícia de que trata o jornalista Guzzo sobre o desmantelamento da Operação Lava Jata para evitar combate à corrupção. É para o inverso disso que o povo paga a peso de ouro uma alta corte de justiça. John Locke aconselhava que ao subverter a finalidade para a qual fora criado de servir ao povo o governo deve ser trocado por outro. Certamente não lhe teria ocorrido que esse outro faria a mesma coisa uma vez que o tamanho da estupidez humana não permite outro tipo de liderança.

A segunda notícia é tão importante para o bem da humanidade quanto a primeira, caso fosse analisada e acatada. Sob o título PASOLINI, O CORSÁRIO ANTICAPITALISTA, do escritor Giovanni Alves e publicada no jornal que é uma escola de alfabetização política, OUTRAS PALAVRAS, do dia 8/3/2025. A matéria nos reporta à questão da servidão voluntário citada pela primeira vez no século XIV pelo francês Ettiénne de La Boétie e desenvolvida entre nós pela filósofa e escritora Marilene Chauí. Trata-se do empolgante e intricado assunto que domina a humanidade com seus falsos líderes de  quando sem saber as pessoas passam a ser hospedeiras de parasitas por livre e espontânea vontade acreditando serem livres.

Guzzo lembra que Pasolini via a invasão da cultura como meio de dominação. Não é o que temos de sobra por aqui com adoção do inglês como segunda língua e festa do Halloween? A rádio Bandeirantes de São Paulo tem programa intitulado BRASIL COM Z, como se escreve em inglês.    

 

 

 

 

 

 

 

sexta-feira, 7 de março de 2025

RENGA 796

 

Dr. William Bernstein, ligado à área da agiotagem financeira que lá nos infernos fiscais rende imensas fortunas sem nada produzir a parasitas, começa seu livro UMA BREVE HISTÓRIA DA RIQUEZA contestando a opinião do jornalista Anthony Lewis a quem atribui pessimismo por dizer-se incrédulo no desenvolvimento econômico face aos acontecimentos ocorridos na Bósnia e vários outros lugares onde horrores foram também praticados (para conhecer os horrores a que se refere o jornalista, leia-se o livro NOVAS CONFISSÕES DE UM ASSASSINO ECONÔMICO, de John Perkins, para se ter ideia de como o governo americano destroça sociedades pobres para lhes tomar o que têm).

O doutor Bernstein rebate o argumento do jornalista que se diz decepcionado com o desenvolvimento recorrendo aos avanços proporcionados pela ciência tais como o prolongamento da vida e crescimento do PIB, entre outros avanços materiais. De fato, indiscutível é o progresso material. No próprio livro de louvação à agiotagem o autor cita Marx quando afirma que apenas em seu período de domínio a burguesia criou forças produtivas mais colossais do que todas as gerações precedentes somadas. No entanto, a quantos beneficia o desenvolvimento material senão a pequeno grupo de Midas predadores?

 A filosofia diz que toda informação deve ser virada e revirada antes de ser acatada como verdade. Seguindo esta orientação, apuramos tratar-se de defesa de um sistema insustentável de riqueza para poucos e miséria para muitos que vigora na cultura contemporânea. O doutor Bernstein se apega ao progresso material para tecer loas à cultura do venha a mim e os outros que se danem. Entretanto, por negligenciar o lado espiritual da vida e supervalorizar o lado material é que o mundo é infeliz em sua alegria de débil mental. Do progresso material enaltecido pelo defensor do parasitismo financeiro resulta o que diz mestre Ladislau Dowbor na página 15 do, este sim, um grandioso livro de verdades, O CAPITALISMO SE DESLOCA: “Estamos destruindo a natureza do planeta em ritmo absurdo, enfileirando a mudança climática, a destruição da biodiversidade, a degradação dos solos, a contaminação da água doce, a poluição dos oceanos com plásticos e outros resíduos, a geração de bactérias resistentes pelo uso de antibióticos na criação de animais. Basta olhar as imagens de crianças nos lixões que cercam tantas cidades do mundo, em disputa com ratos e urubus, para se dar conta do drama” e, na página seguinte: “Temos 850 milhões de pessoas passando fome no planeta, das quais mais de 150 milhões são crianças, ainda que seja produzido no mundo mais de um quilo de cereais por pessoa e por dia”.

Já não são tempos para a humanidade enxergar a animalidade de sua cultura? Ou não é monstruosidade enriquece parasitas ao custo dos sofrimentos decorrentes da pobreza para muitos?

Quanto à menção ao PIB, todos sabem que PIB significa aquilo que a sociedade produz. Mas, a quem serve esta produção senão àqueles que de coisa alguma precisam mais? Do produto resultante do trabalho coletivo (PIB) apenas o necessário para manter o vigor na classe trabalhadora vai para o povo. O restante vai abastecer as caixas-fortes dos Midas lá nos infernos fiscais. Portanto, devidamente examinada a informação do representante da agiotagem mundial, o doutor Bernstein, seus argumentos vão de encontro a uma sociedade menos infeliz. Sobre PIB, o doutor Dowbor, diz o seguinte: “Se dividirmos o PIB mundial, da ordem de oitenta e cinco trilhões de dólares, pala população mundial, constataremos que pode assegurar três mil dólares por mês por família de quatro pessoas”. Aí está, pois, a inconsistência dos argumentos do doutor

Para onde vai a diferença entre estes três mil e a esmola com que as famílias com mais de quatro pessoas dispõem para viver?

 

segunda-feira, 3 de março de 2025

ARENGA 795

 

O doutor Montesquieu inventou a divisão do governo em executivo, legislativo e judiciário para que cada um desses poderes fiscalizasse o outro a fim de garantir que nenhum exorbitasse de suas prerrogativas, uma vez que o poder corrompe. Entretanto, àquele mestre tanto quanto aos demais pensadores que se debruçaram sobre como evitar a corrupção política não ocorreu que o mal não está no sistema político, está no ser humano assombrado. Quem não sabe o que é não ter o que comer não pode imaginar a tortura que é. Vai daí que a lembrança no inconsciente dos tempos de caçadores coletores ainda assombra e leva quem quer que tenha à sua disposição recursos ainda que alheios a meter a mão neles. Juntando esta realidade à maldade natural do lobo a que se referiu Thomas Hobbes, o resultado são os arquitrilionários que para deleite se apossam de imensas fortunas indiferentemente da existência de outras pessoas com as mesmas necessidades fisiológicas.

É por isso que não existe como evitar a má política que governa o mundo. Pipocam notícias de governantes dando bilhões a outro governante para comprar armas. Pode uma cosa destas? Esse dinheiro não é do governante, mas de quem trabalha nas outras atividades. Isso até lembra o Plano Marshal que consistiu no seguinte: como o governo americano não teve seu território destroçado, emprestou montanhas de dinheiro para os países destroçados para que eles comprassem nos Estados Unidos o material da reconstrução. Mestres em dinheiro e não em paz e tranquilidade, tiveram de volta o dinheiro emprestado e muito mais.

Nessa vida está tudo errado. O Batuque na televisão lá da sala lembra não haver necessidade de cantaria no carnaval se a malta desprovida de intelectualidade se torce e retorce é ao som de batuque.

sábado, 1 de março de 2025

ARENGA 794

 

É notória a similaridade entre as falsas felicidades dos dois mundos que decidem o destino do mundo: o mundo da política e o mundo da televisão. Tanto são come gêmeos univitelinos que um e outro vivem com eterno sorrisão na cara. Embora haja no mundo da televisão quem chore, mas é de somenos importância. São pobres quando fogo ou água leva o sofá e estraga a televisão, o que enseja gordas emendas parlamentares no mundo da política. Outra das razões pelas quais no mundo da política ninguém chora é por não haver pobre por lá. Se por descuido pinta algum pobre por lá, os outros pobres logo providenciam para que ele deixe de ser pobre.

Sabem o que isso lembra? Lembra da servidão voluntária que pela primeira vez foi mencionada pelo jovem filósofo francês Etienne de La Boétie que no curto tempo em que viveu, faltando três meses para completar 33 anos, estudou direito, compôs poesias, traduziu clássicos gregos e legou à posteridade um dos mais geniais e vigorosos documentos da reflexão política: o Discurso da Servidão Voluntária. É o que nos diz o professor Homero Santiago, que escreveu a apresentação do livro Contra a Servidão Voluntária, da mestra Marilena Chauí.

Esta é uma questão deveras interessante, sobre a qual, apesar de já termos a ela nos referido, mas por outro ângulo.

 A grande importância da filosofia é levar à reflexão que é como se escolhe o melhor caminho por onde caminhar. Como a humanidade não tem tempo para a reflexão, vive na pior.

Aquela baboseira da recomendação filosófica para conhecer a si mesmo, a melhor maneira de encará-la é considerar como um chamamento à reflexão. Assim faz o mesmo professor acima citado. Ele diz que o bom senso vê como aberração falar-se em servidão voluntária e que por isso mesmo constitui um oximoro (palavra que o dicionário diz tratar-se de sentido contraditório e dá silêncio ensurdecedor como exemplo de oximoro.

Realmente, é grande a contradição que uma servidão voluntária encerra se até os pobres negros incultos submetidos à escravidão se rebelavam heroicamente contra a opressão que os sujeitava a exemplo de Zumbi dos Palmares. Por que, então, doutores haveriam de se submeter de bom grado?

Seguinte: entre a antiga servidão imposta pela força bruta sentida na pele pela chibata e a servidão moderna imposta pelo emprego há uma sutileza tão bem urdida que a privação de liberdade não é sentida, é camuflada e embora servis os servidores acreditam-se livres. Daí a felicidade dos festejamentos e as explosões de alegria, ao passo que os cantos dos escravos negros eram nostálgicos. Enquanto estes sentiam saudades do que lhes foi roubado, aqueles não veem motivo algum para saudade de nada posto acreditarem-se no melhor dos mundos.  Basta-lhes os filhos na escola onde aprenderão, como os pais, a cultura do venha a mim e os outros que danem, obrigação de respeitar deus, quando respeito não pode ser imposto.

Certamente por ter vivido em época anterior ao advento do poder da mídia e a razão de ter o jovem filosofo francês falado em servidão voluntária porque ela é imposta por imensa revoada de papagaios de microfone que faz a massa bruta de torcedores carnavalescos e ratos de igreja ver vermelho onde é verde. Enfim, a humanidade não precisa ser tão incapaz de ter seus próprios pensamentos. Fora disso, não há  como não viver de ilusão como as pessoas do exemplo de Platão na alegoria da caverna.

  

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025

ARENGA 793

 

A humanidade está estruturada de modo a não deixar espaço para um mínimo sequer de bom senso. Sempre foi assim e assim será até quando não se sabe. Aqui nas páginas 20 e 21 do livro O LIVRO DA ECONOMIA, (Globo Livros) atribuído a Aristóteles, o raciocínio de que a propriedade deve ser privada porque sendo coletiva desestimula o incentivo ao investimento e negócios de tal modo que as pessoas não tenham o que dar. Deve, portanto, a propriedade ser privada.

Tal conclusão significa não terem sido levados em consideração vários fatores todos negativos que determinam a personalidade humana há muito já percebidos por Thomas Hobbes de que o homem é lobo do homem. Sendo assim, a nenhum ser humano se pode confiar. Basta atentar para o fato de que ao faltar um gênero necessário seu preço logo dispara porque ao vendedor não bastando o aumento das vendas, é preciso aumentar o preço não lhe importando se as pessoas podem pagar.

O doutor Aristóteles não levou em conta que ninguém deve depender de esmola como acredita o governo com seus vários tipos de auxílios que chega ao extremo de auxílio para absorvente de menstruação.

Por ser a propriedade privada é que o mundo está dividido entre super bilionários e uma pobreza tão avassaladora que a violência dela decorrente é tamanha que extrapola do controle da polícia e as pessoas morrem feito moscas no veneno enquanto as autoridades por também incorrerem na sentença de doutor Thomas Hobbes, promovem festas para manter o populacho bem distante do mundo real das trapaças que a todos envolvem. Como seres humanos, não podem as autoridades deixar de aproveitar a oportunidade de levar vantagem se o cargo lhes proporciona.

Pior de tudo é não haver no horizonte possibilidade de vida inteligente. Escravizados que têm de sair de casa às pressas para servir à escravidão do emprego, arriscando-se a ser vítima de violência, acreditam-se livres, embora de uma liberdade para escolher o carro, o celular, o lugar para atender a ordem da indústria do turismo e até a roupa que vai levar na mala. Nenhum desses pobres diabos mentais sabe quem foi Rousseau e nem por que ele disse que o homem nasce livre a por toda canto se vê agrilhoado.  

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2025

ARENGA 792

 

Isso de buscar o que disse fulano e beltrano sobre governo é pura perda de tempo. Normalmente vai-se atrás do que disseram pensadores de séculos passados quando as coisas eram diferentes. Ao tratar da Revolução Francesa, o historiador Mc Nall Burnes cita John Locke e sua teoria de que antes de haver governo todos viviam num estado natural onde prevaleciam liberdade e igualdade até que tudo fosse bagunçado como resultado de cada um querer fazer valer o que achava ser direito seu. Então, para ordenar a sociedade foi inventado o governo com esta intenção malograda porque atualmente só pobre não faz prevalecer o que quer. Como resultado de governo limitado defendido por Locke e muitos outros pensadores, teoria que veio a prevalecer no mundo, dela resulta governos apenas para enfeitar e consumir dinheiro a rodo como é a cambada de reis, rainhas, príncipes e princesas da Inglaterra.

De nenhum modo um Governo deve ter limite algum que o impeça de ser fiel ao propósito para o qual foi inventado: manter a ordem social e o bem-estar dos governados. É verdade que nunca em tempo algum existiu governo empenhado em tal objetivo. Mas a inexistência de governantes que realmente governem, esta falta cabe aos governados ao considerar que sua responsabilidade em relação à sua sociedade termina quando declara seu voto, o que faz a contragosto, sem entusiasmo algum.

E aqui tem-se a fábula do cachorro correndo atrás do rabo. O sujeito não tem entusiasmo em participar da vida social se as autoridades cuidam apenas de si mesmas e de seus apaniguados enquanto que as autoridades cuidam de si e dos seus porque contam com a indiferença dos governados.

Um governo que governasse visando bem-estar social não faria seus governados verdadeiros idiotas insuflando neles a falsa alegria dos festejamentos que dará lugar a pensamentos mais elevados à medida que o vigor jovem vai se esvaindo, quando será tarde demais para qualquer outra coisa fora de consultas médias, remédios e cirurgias.

 

                                

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2025

ARENGA 791

 

O ministro Joaquim Barbosa, aquele que honrou o cargo de ministro e presidente do Supremo Tribunal Federal onde teria entrado por mérito em vez de pela política como uns e outros que por lá, como todo aproveitador, apesar de ter entrado pela janela dos fundos, sente-se à vontade.  Principalmente no julgamento do rumoroso Escândalo do Mensalão, O doutor Joaquim Barbosa, com a justa admiração que fez por merecer, talvez tivesse perdido duas oportunidades monumentais de ser ainda maior motivo de orgulho do que já é não só para seus descendentes, mas também para os poucos homens honrados deste pobre e ao mesmo tempo tão rico país de triste sorte que não obstante a roubalheira e  o desperdício de montanhas de dinheiro, ainda assim sobra dinheiro para as esmolas do governo que faz cortesia com o chapéu de quem paga imposto.

 Uma das duas oportunidades talvez perdidas por doutor Barbosa a que nos referimos ali acima seria mostrar o valor de sua raça à cambada de imbecis do mundo inteiro que torce o nariz para quem tem a pele negra. Fosse a humanidade feita de Joaquins Barbosa, Miltons Santos e Luthers King o mundo não seria essa desgraceira de pasmaceira que é. A segunda oportunidade seria impor como presidente da república, pela primeira vez na História do Brasil uma política praticada para o bem da sociedade. Mas, qual do “talvez”? Por que a dubiedade? Seguinte: diante do que tem acontecido com quem quer política sadia e justiça social, pode ser que a única oportunidade perdida por mestre Joaquim Barbosa tivesse sido a de ser difamado e perseguido como aconteceu com Sérgio Moro, Deltan Dallagnol e Marcelo Bretas, ou até de perder a vida como aconteceu com a missionária Dorothy Stang, Marielle Franco, Toninho do PT e Celso Daniel, sob a mais perfeita indiferença da justiça e do povo em função do analfabetismo político uma vez que para a laia de torcedores, foliões, “celebridades” e “famosos” só se morre por determinação de deus. Da política, impossível.

 

 

terça-feira, 25 de fevereiro de 2025

ARENGA 790

 

Como será o Brasil daqui a cem anos é manchete de reportagem em jornal de hoje. Com a falta de qualidade de seu povo, certamente terá retornado à condição de colônia. Brasileiro é o povo mais imprestável para qualquer coisa que não seja roubar e requebrar quando ouve algum som até do canto de pássaro. Tendo sido desde sempre considerado normal o roubo, no que diz respeito ao roubo do dinheiro público (do povo), certa vez, em meio à bandalheira costumeira, surgiu um juiz durão que condenou vários desses ladrões à prisão. Ah, meu senhor, prá que que esse juiz foi fazer isso? Ergueram-se alvoroços de todo lado. Absurdo dos absurdos. Protestavam os ladrões e seus apaniguados. Isto é o fim! Empresário nenhum vai mais investir por aqui! Mas, como oeste juiz durão e mais um outro que também não estava para brincadeira, no Rio de Janeiro, haviam condenado e eles tinham foro privilegiado (artimanha para proteção de criminoso rico) os casos foram para na mais alta corte de justiça cujos juízes são ironicamente escolhidos por políticos, Condenados alguns dos criminosos, um dos juízes que havia sido reprovado para juiz de primeira instância e que não obstante esse fato foi guindado pela política a juiz de última instância, sugeriu trocar por multa a pena de prisão de criminosos do colarinho branco alegando que as prisões brasileiras são de tão baixa qualidade que não têm condições de receber gente acostumada ao conforto (sobre isso, ver Merval Pereira no livro O Mensalão).

Atualmente, em nosso desgraçado país, na imprensa quase não sobra espaço para outros assuntos que fora notícias sobre crimes, anulações de provas contra criminosos sob os mais estapafúrdios argumentos enquanto que a criminalidade toma conta da sociedade cabendo às autoridades, como se não fossem as responsáveis por tudo isso, apresentar condolências e solidariedade às famílias enlutadas. Sol a pino, ruas movimentadas, posto policial, absolutamente nada disso inibe a ação do crime que preenche as páginas dos jornais diariamente.

O brasileiro além de desprovido de conhecimento, de honradez e de tudo que caracteriza alguém em quem se posse encarar com respeito por se tratar de alguém de respeito, é também de uma preguiça monumental. Vejam os senhores que afim de evitar cadáveres pelas ruas do país por fome e outras misérias, às custas de quem paga impostos, o governo criou um programa de esmolas com as quais os preguiçosos podem ter pelo menos como evitar a morte famélica. Pois bem, em vez de trabalhar para juntar à esmola do governo alguma renda que lhe proporcionasse melhor condição de vida, simplesmente se contenta em viver de esmola mergulhando na ociosidade absoluta, o que a história de dois preguiçosos cada um numa rede, quando um deles pergunta ao outro se ele tem remédio para mordida de cobra porque está vindo uma cobra na direção deles.

 

   

sábado, 22 de fevereiro de 2025

ARENGA 789

 

Na administração da riqueza pública, nas atividades relacionadas a diversão e na interpretação da palavra de deus é onde estão os melhores empregos do mundo visto que os profissionais em tais atividades ficam tão ricos como nunca ficará um trabalhador em qualquer outra atividade. Tirando fora os promotores de brincadeiras que não têm a mínima noção do quanto são prejudiciais à sociedade, os comandantes das duas outras categorias de profissionais executam um trabalho deveras interessante de apenas dizer à humanidade o que ela deve ou não deve fazer. Não deixa de haver nisso alguma bizarrice porque se trata de adultos e não de crianças que precisam de orientação nesse sentido.

Também muito interessante em tudo isso é que há cerca de cinco séculos um jovem francês chamado Etienne de La Boétie já tinha despertado para esta questão e escreveu um livro chamado Discurso Sobre a Servidão Voluntária sobre o assunto da obediência servil que faz a humanidade aceitar de bom grado uma orientação sem sentir curiosidade em saber se é certa ou errado o que lhe mandam fazer ou deixar de fazer.

Tendo vivido antes de Thomas Hobbes, que despertou a humanidade para a maldade humana que a impede a vida social, e de Thomas Paine, que observou não serem os humanos capazes de comportamento condizente com vida civilizada, certamente por isso ao jovem filósofo La Boétie não tenha ocorrido que a brutalidade humana precisa ser contida e que para tal fim instituiu-se o governo com poder de repressão capaz de impor um comportamento compatível com a necessária vida em sociedade.

Também escapou ao jovem filósofo a realidade de que aquilo a que ele se refere como tirania e opressão contra a qual se deve rebelar, decorrem justamente da falta de civilização citada por Hobbes e Paine como causas impeditivas de vida social harmoniosa.

Sendo a humanidade absolutamente incivilizada, e sendo que a orientação para um modo de vida civilizada não pode partir de um ser que desconhece o que seja civilização. Corresponderia a recorrer a um analfabeto para alfabetizar. É aí onde está a origem da tirania e da opressão à que sujeita o povo. Quanto à necessidade de rebelar-se contra ela, sugerida pelo filósofo, embora ele diga também que tal rebelião deva dispensar violência e ser feita de modo inteligente, faz-se necessário, entretanto, que se conheço o modelo de administração que vai ocupar o de opressão e tirania engendrado por seres incivilizados levados aos postos de mando por um povo também incivilizado. A tal sistema não se chega da noite pro dia. Demanda um sistema de educação capaz de superar o analfabetismo político citado por Brecht como a causa dos males do mundo. 

      

 

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2025

ARENGA 788

 

              A filosofia, na verdade, é uma trapalhada tão grande que nós leitos devemos ficar apenas na superfície, em coisas simples. Nem há necessidade de conhecer o propósito da filosofia do que nos diz sua definição de ser amor ao saber, ao conhecimento. É o que basta para nos poupar da ignorância e da inocência que tanto prejudica a humanidade.

Olha só que coisa interessante. Ainda hoje uma jornalista escreveu matéria intitulada OS INTELECTUAIS QUE ME PERDOEM, MAS ACREDITO EM DEUS. Depois de aprender com a filosofia o que mestre Sócrates nos ensinou da importância da análise da vida, quem aprendeu a lição percebe que a jornalista comete ato falho ao se desculpar perante os intelectuais porque isto  significa que ter grandes conhecimentos das coisas da vida, que é como podemos entender a qualificação de intelectual, ela afirma que a crença em deus é própria de quem não é intelectual. Isto é, ela demonstra a realidade de haver maior desconhecimentos da vida entre pessoas sem intelectualidade, pouco conhecimento.

A esse respeito, aliás, o jornal Tribuna da Bahia tem estampado fotos das inúmeras festas de lavagem de escadas de igrejas, de Iemanjá, e, hoje, da lavagem de Itapuã. As fotos mostram para os bons entendedores que a multidão é feita por pessoas do povão inocente por conta de ter aprendido as inverdades que os meios de comunicação lhe insuflam na mente e que é justamente o público cativo da crendice. Foi o que confirmou a jornalista quando pediu desculpas aos intelectuais por acreditar em deus.

Desta forma, estando na falta de conhecimento a fonte dos males do mundo, como asseverou mestre Bertold Brecht, cabe a esta juventude dinâmica e tão terrivelmente preocupada com o futuro dos descendentes que nem mesmo se deixa envolver com celular tamanha é a vontade de endireitar a política do mundo e pô-la em mãos de líderes autênticos como os que há entre os jovens (quem sabe se não acontece?) que logo, logo, esta mesma juventude esperta vai trocar por outro o sistema educacional montado para manter o povo longe do discernimento.

Desse modo, o maior benefício que podemos auferir na filosofia é nos apegar ao prestígio que ele atribui ao saber. Não vale a pena descobrir o que quer dizer o filósofo que afirma ser impossível ao superveloz Aquiles vencer uma corrida contra uma tartaruga e que nenhum de nós pode atravessar uma sala. Isso, pode ser deixado de lado. É melhor.

 

   

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2025

ARENGA 787

 

O preenchimento do cargo de presidente da república brasileira está totalmente à deriva e, portanto, à disposição de quem quer que se apresente para conduzir o país sem necessidade de comprovação de comportamento nem dignidade e muito menos de folha corrida. Certa vez, o privatizador da Vale, o doutor Fernando Henrique Cardoso, a quem a própria família diz não merecer confiança, e que certamente por esse motivo é atualmente rico pecuarista depois de ser presidente da república, como mostra matéria no Google intitulada “De sociólogo a Fazendeiro”, teve a coragem de afirmar na cara dos frequentadores de igreja, axé e futebola que o boneco da Globo Luciano Huck seria um bom candidato a presidente do Brasil. Não é de admirar que agora se cogita de ser Gustavo Lima, cantador de músicas sertanejas pretendente a ocupar o mais alto cargo da administração pública deste rico e belo país de triste sorte e povo tão   facilmente enganável que produz riqueza suficiente para enriquecer os responsáveis por sua administração e ainda sobra o bastante para socorrer vítimas de grandes  desastres climáticos e manter aparência de boa administração pública. Desta forma, como não seria nosso país no caso de ter toda sua riqueza administrada corretamente?

Entretanto, por indiferença dos donos desta riqueza fabulosa, apenas o que sobra depois do esbanjamento espetacular é aplicado na administração pública.

Na verdade, é o mundo inteiro que está em total desordem. Como não há quem se interessa pela ordem, porquanto a falta de respeito à ordem é a praia do “levar vantagem” da malandragem nos postos de mando, uma vez que a massa bruta e aparvalhada do dono de tudo e verdadeiro senhor do mundo, o povo, além de trabalhar tem por única atividade espernear da alegria de débil mental, é daí que vem a situação atual de tamanha barbárie que fora da situação de guerra o mundo nunca esteve em situação tão aflitiva, com ênfase para as republiquetas de banana.

 

domingo, 16 de fevereiro de 2025

ARENGA 786

 

Em mais um dos bons livros com os quais o pensador Ladislau Dowbor mostrar como viver sem tantos dissabores a quem só tem ouvidos para orações, axé, urros da palavra esquisita gol e as mediocridades sobre “famosos” e “celebridades”, mas nunca para quem se liga em sabedoria, livro intitulado RESGATAR A FUNÇÃO SOCIAL DA ECONOMIA, ali mestre Dowbor toca no ponto crucial o qual parece escapar a muita gente também de capacidade comprovada. Trata-se do excedente da produção, isto é, tudo aquilo que é produzido além do necessário para o consumo. Quando isto acontece, ensina o mestre, esse excedente é apropriado por uma elite sob os mais capciosos argumentos para justificar tal procedimento na verdade injustificável posto que antissocial. Esta elite, na verdade, além de perdulária, é inútil tanto quanto os bailarinos das rodas de valsas nos salões de castelos medievais.

Entretanto, produzir mais do que o necessário não será mais uma das muitas formas de estupidez? Não há um só imbecil entre a cambada de apropriadores do excedente produzido para formação das imensas riquezas que não se diga cristão. No entanto, ao ser perguntado como se proteger dos ladrões Cristo respondeu que bastava não ter mais do que o necessário para não ter o que ser roubado. Além do mais, como há muito percebeu alguém que pensa, tudo que excede da medida certa faz mal. Portanto, por que não se questionar o o comportamento do olho maior que a barriga se faz mal à sociedade a existência das imensas riquezas que excedem milhões ou bilhões de vezes o necessário e que impede vida digna à maioria dos seres humanos?

Nenhum líder deve ser mais temido que estimado como que o puxador de sado de príncipes, Maquiavel, também não deve ser um maria-vai-com-as-outras nem subornável a ponto de passar de mala e cuia para o lado dos apropriadores do excedente produzido pela sociedade.

O problema é não haver entre a classe política quem não tenha a boca já entortada pelo hábito da prática da má política. Não atentar para tal realidade é demonstrar desamor pelos descendentes porque assim eles não terão motivo algum para ter boas recordações e reverenciar seus ascendentes. É um mal muito grande que os pais praticam contra seus filhos deixar que recebam a educação engendrada pela cultura do venha a mim e os outros que se danem que já se fala em ensinar sistema financeiro a crianças. Sem um espírito de cooperação e estima mútua nenhuma sociedade tem como superar a barbárie e a impossibilidade de haver bem-estar tanto social quanto individual.

O quadro social que se nos apresenta sugere haver apenas duas alternativas: conformar a humanidade em viver mal ou engendrar uma forma de despertar a juventude de sua eterna e imbecil apatia pela atividade política para que daí possa haver líderes autênticos. Fora isso, resta apenas permanecer como está com os falsos líderes arrebanhando para sua companhia justamente os apropriadores do excesso de tudo aquilo que é produzido na sociedade para com este excedente ajuntar riqueza até que por não saber o que fazer com ela procurar alienígenas no universo afora.

  

 

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2025

ARENGA785

 

Se em todo o mundo não há, nem pode haver outro país onde os noticiários versem quase que exclusivamente sobre crimes e festas, para que servem as autoridades brasileiras nestas infelizes terras pátria de deus, fora daquilo que não é novidade prá mais ninguém? Nunca foram as autoridades mais omissas e nem os criminosos se sentiram tão à vontade que segundo notícia no jornal já se assenhoram do comércio de combustíveis além de drogas e armas de grande poder destrutivo.

Nos livros de Laurentino Gomes sobre nossa história há diversas observações de estrangeiros sobre as bizarrices de nosso povo entre as quais não podiam faltar casos da corrupção crônica que de lá para cá virou epidemia contra a qual tudo indica não haver solução. Até já foi dito aqui que combater a corrupção prejudica a economia porque afasta investidores. Serão os senhores investidores portadores da moléstia incontrolável de lucrar a qualquer custo, confirmando que nunca o homem foi mais lobo do homem do que nos tempos atuais?

Triste sina esta nossa. Brasileiros que se apresentam nos balcões de recepção dos hotéis do mundo só o se declaram brasileiros por não terem noção do que seja vergonha na cara além de personalidade de vira-lata.

Consta que nos hotéis que hospedam a fina flor da ignorância de achar que bem-estar seja menos importante do que riqueza, se chegam brasileiros nesses hotéis os talheres de prata são recolhidos.

Por duas vezes, em ocasiões diferentes, passei pelo constrangimento de ser agraciado uma vez com uma das facas do restaurante e outra vez com um guardanapo que dois amigos a quem convidei par jantar roubaram e viam naquilo motivo de regozijo em vez de deformação de caráter.

terça-feira, 11 de fevereiro de 2025

ARENGA 784

 

O “penso, logo existo, de Descartes é tão sem fundamento quanto também sem fundamento algum tem sido a mesmice da atividade política dividida entre direita, centro e esquerda sem que nenhuma destas facções seja capaz de promover o tão almejado bem-estar social. Assim como Descartes põe a capacidade de pensar como condição para existir, o que é inverídico porque aquilo que não pensa não existisse, do mesmo modo, a política põe desenvolvimento econômico como condição para bem-estar social o que também é inverídico uma vez que o desenvolvimento econômico destrói o meio ambiente para criar uma riqueza sem função social porque vai parar no parasitismo dos infernos fiscais em consequência de insanidade de viciados em ajuntar riqueza do qual não escapa nenhum dos falsos líderes do mundo como mostra a corrida que eles correm para levar seu país a ser o primeirão em poder e riqueza ainda que sacrificando a juventude em guerras fraticidas que elevaram os Estados Unidos a vitórias ensandecidas.

Ninguém ainda foi capaz de ajuntar tanta riqueza como o governo americano que por desconhecer obstáculo nesse sentido nunca foi o lugar para se desejar viver quem pode viver fora de lá. No Plano Marshal, por exemplo, o governo americano que não sofreu destruições materiais em seu território salvo cerca de quatrocentas mil vidas, o que é irrelevante para os falsos líderes do mundo, com o Plano Marshal os Estados Unidos encheram a burra de dinheiro emprestando montanhas de dólares aos países destroçados para que reconstituíssem os estragos, comprando das empresas americanas o material necessário para reconstruir os danos que não foram poucos.

Ao ser indiferente ao tamanho do lucro auferido, a cultura do venha a mim e os outros que se danem penaliza quem necessita ser socorrido e beneficia as bestas humanas que impiedosamente aproveitam-se de sufoco de um povo inteiro  para levar vantagem. Uma das maiores provas da inexistência de divindades é a imagem de Cristo sobre a carteira de gerentes de bancos.

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2025

ARENGA 783

 

 Das muitas explicações para o significado de filosofia a que mais condiz com um modo inteligente de vida (objetivo da filosofia) é aquele que afirma ter a filosofia por objetivo meditar a respeito do que nos é dito antes de lhe dar aceitação como verdade. Afinal, não é à toa que mestre Sócrates afirmou que uma vida não examinada não vale a pena ser vivida. Para infelicidade humana, entretanto, vivendo a humanidade envolvida com igreja, futebola, axé, “celebridades” e “famosos”, não lhe sobra tempo para pensamentos algo mais elevado, dá causa à sua própria infelicidade ao se tornar incapaz de distinguir o falso do verdadeiro, vive de ilusões. Daí não lhe ser possível um modo civilizado de vida, razão pela qual vivem os seres humanos de modo ainda mais bruto do que vivem as feras porque tendo inteligência, dela faz uso para engendrar métodos cada vez mais perversos de causar sofrimentos cada vez maiores a seus semelhantes.

Tamanha é a estupidez dos humanos que não conseguindo viver sem ter quem lhes diga como fazê-lo, não conseguem também superar a dificuldade de escolher os líderes para lhes dizer o que fazer, entre os lobos que se lhes apresentam na pele de cordeiros escolhem os de presas mais agressivas.

O jornal Gazeta do Povo publica matéria sobre filosofia com a frase do pensador Sêneca afirmando que um dia é como todos os outros, o que não é verdade porque um dia em que há motivo para lágrima não pode ser como um dia em que não há tal motivo. Muitas são as coisas que apesar de tomadas por verdades não resistem a uma análise simples. Veja-se, por exemplo, o endeusamento de democracia. A pesar de se afirmar ser a salvação da administração dos recursos públicos, a brutalidade que infelicita a raça humana prova que não é.

A insistência desse cantinho de pensar a respeito da necessidade de se levar em conta a atividade de viver vai de encontro à displicência como é encarada a mais importante das atividades que é a de viver. É por não saber viver que se teme a morte ainda que sendo a única certeza de ser inevitável e é a religião onde está a origem desse pavor. Não sendo capaz de discernir entre falso e verdadeiro, acredita-se na existência de fogo do inferno quando o único fogo que torrou pessoas na realidade foi o da Inquisição em nome de deus.   

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2025

ARENGA 782

 

Aproximadamente 14 bilhões de anos atrás, a matéria, a energia, o tempo e o espaço começaram a existir em função do que chamamos de big bang. Chamamos a história desses elementos fundamentais do nosso universo de Física.

Cerca de 300 mil anos após seu surgimento, matéria e energia começaram a se condensar em estruturas complexas chamadas átomos. Logo depois esses átomos se combinaram e formaram moléculas. Chamamos a história dos átomos, das moléculas e suas interações de Química.

Há quase 4 bilhões de anos em um planeta chamado Terra, certas moléculas se combinaram em estruturas grandes e complicadas que chamamos de organismos. Chamamos a história dos organismos de Biologia.

Então, por volta de 70 mil anos atrás, um tipo específico de organismo – os seres humanos – começou a formar estruturas ainda mais elaboradas: as culturas. Chamamos o desenvolvimento das culturas de História.

Assim começa o primeiro volume do livro em formato de gibi, intitulado SAPIENS, com subtítulo O Nascimento da Humanidade, do genial historiador Yuval Noah Harari, criador do termo REALIDADE IMAGINADA, ao que parece, apenas para pessoa jurídica, mas que acabou sendo uma realidade na qual vivemos, apenas imaginada porquanto tudo em que se acredita não vai além da imaginação. Quando o presidente Lula diz lamentar o aumento de combustíveis que atrapalha o trabalho de combater o aumento dos preços dos alimentos, está demonstrando a realidade de ser irreal esperar do governo bem-estar social por ser nada mais nada menos do que uma realidade apenas imaginada. Se a um chefe da nação cabe apenas lamentar é por ser ele tão inútil quanto o deus que a massa de torcedores, bailarinos de axé e frequentadores de igreja tem na bola onde quem pensa tem cabeça. Segundo santo Agostinho, deus não criou o mal, mas o homem, sim. Tendo livre arbítrio para escolher, o homem teria escolhido o caminho do mal. No entanto, se deus não quer o mal e o homem o impõe sobre a vontade divina é porque o o poder de deus foi subjugado pela vontade do homem assim como o aumento de combustíveis é superior ao poder do chefe da nação que assim não justifica sua existência de chefe assim como também para nada adiante o deus que não quer o mal que existe porque o homem quer. Para que, então, a dinheirama doida gasta para homenagear deus e para manter os palácios e a ostentação de um governo que, como disse Thomas Paine, faz aumentar o sofrimento de quem vive num desgoverno ao lembrar que são estes mesmos sofredores que fornecem os meios para manutenção de um governo que serve apenas para lamentar em vez de impor aquilo que é preciso fazer.

sábado, 1 de fevereiro de 2025

ARENGA 781

 

Causa riso à larga comparar as bestas que para a imprensa são famosas e célebres com a genialidade de um jovem filósofo francês chamado Ettiénne de La Boétie. Apesar de ter vivido apenas 30 anos, usando sua extraordinária capacidade mental realizou nesse curto espaço de tempo obras monumentais como DISCURSO DA SERVIDÃO VOLUNTÁRIA, que pode ser acesso trecho suficiente para ficar conhecendo o sentido daquele grandioso trabalho. Nesse ponto, ao lembrar de nossas “celebridades” e nossos “famosos” novamente o riso interrompe o raciocínio.

Ah! Voltou a coordenação dos pensamentos. A também intelectualíssima Marilena Chauí, que os “famosos” e as “celebridades” leem diariamente e por isso mesmo conhecem a fundo o pensamento de nossa filósofa, também ele escreveu um livro chamado CONTRA A SERVIDÃO VOLUNTÁRIA que apesar de leitura algo complicada para quem não é de grandes conhecimentos como este rabiscador de garatujas. Entretanto, a leitura das páginas 13 e 14 apenas é suficiente para ficar conhecendo o pensamento de La Boétie no tocante ao tema servidão voluntária, que para este matuto aqui não faz sentido, e não faz porque apesar de viver a humanidade sob o jugo da servidão, parece não estar correto dizer que esta servidão é voluntária porque sua explicação está em ser fruto do desconhecimento. Ninguém haveria de se submeter a uma servidão tendo consciência disso. Os escravos que tinham conhecimento de sua servidão se rebelavam contra ela. Já os escravizados pelo emprego acreditam-se tão livres quanto os pássaros uma vez que seu pensamento é forjado pelos meios de comunicação de propriedade dos empregadores e mantenedores da servidão. Vindo a malta festiva a ter conhecimento da realidade, é certo que haverá cogitação a respeito de ser encontrado meio mais inteligente de vida. Uma vida em que para ser famoso e célebre é preciso ser como Ettiénne de La Boétie ou Marilena Chauí. Nunca como as toupeiras que atualmente ostentam estes nobres títulos.

sexta-feira, 31 de janeiro de 2025

ARENGA 780

 

Os governos existem para assegurar o bem-estar coletivo. Mas, cadê ele que não se vê? O mundo tem pressa. Muita pressa e por isso é que se busca o transporte cada vez mais rápido e cada vez com maior capacidade de levar mais pessoas para o desastre. Para onde é que o mundo vai com tanta pressa? Para as pandemias? Raras são as pessoas que têm tempo de mastigar pelo tempo necessário e calmamente comer em sua casa uma refeição simples, nutritiva e saborosa como a que Sara faz para nós dois. O mundo está apressado para ser infeliz. Ao contrário dos ensinamentos de Cristo, imbecis apressados se apropriaram dele sob um olhar complacente dos governos inoperantes ou subornados diante de uma juventude incapaz de compreender estar permitindo a infelicidade dos filhos recebidos com alegrias depois de terem arrebentado as mães para chegarem a um mundo apressado e infeliz, apesar das alegrias das medalhas de ouro e prata distribuídas nas competições mundiais onde idiotas disputam quem corre, nada ou pula mais depressa, mais algo ou mais longe.

Tanta imbecilidade amarelece o gosto pela vida de quem sabe que tudo isso é imbecilidade e que a realidade vai chegar trazendo decepções aos montes. Superar a fase repugnante de povo festivo em sua ignorância alegre é para poucos. O mundo reles em que vive a massa reles não está para quem adquiriu alguma sabedoria e por isso mesmo percebeu que passada a fase da ignorância alegre e apressada perceber-se-á a inutilidade de tanta pressa para se chegar à calma da eternidade.

 

 

 

sexta-feira, 24 de janeiro de 2025

ARENGA 779

 

Embora haja historiador que fale em sociedade humana que não passou por processo evolutivo e que ainda vive de caça e coleta, em termos de mudança, tal fato é insignificante porque a mudança tem sido uma característica das sociedades humanas sempre em busca de uma comodidade nunca alcançada. Nenhuma das mudanças ocorridas ainda não foi capaz de livrar a humanidade de uma submissão que apesar de vergonhosa é tão bem disfarçada que os seres humanos nem mesmo sabem existir. Por desconhecerem a realidade é que vivem uma explosão de pressa e alegria na realidade sem motivo. Partindo de não humanos, evoluíram para humanos que embora podendo raciocinar não conseguem superar uma selvageria maior do que a das feras que somente na mentalidade fértil de Orwell entram em guerra. O movimento em busca de mudança já ocorrido no mundo, a Revolução Francesa, embora tenha inovado o modo de pensar da humanidade não foi capaz de livrá-la do jugo eterno que Rousseau diz ter sido imposto pela força e perpetuado pela covardia.

É certo que a humanidade é incapaz de vida comunitária harmoniosa que jamais existirá sem que haja o comportamento sugerido por Cristo de se comportar em relação ao outro como gostaria que o outro se comportasse em relação a si mesmo. Entretanto, embora nunca tenha conseguido acertar o passo na direção de uma forma de viver sem tantos sofrimentos desnecessários por falta do que comer, de saúde, de segurança e, principalmente, da educação sugerida por mestre Paulo Freire, coisas que dinheiro pode resolver, não resolve mesmo havendo dinheiro bastante para desperdícios vários principalmente para guerras.

Mas, também é certo que o fato de não ter ainda conseguido viver bem não faz desaparecer a vontade de chegar lá como provam as mudanças efetivadas ou frustradas que têm acontecido sempre que um governo se torne tão incapaz que deixa apodrecer seu sistema político até tornar-se tão insuportável que dá lugar ao surgimento de novas ideias para substituir as velhas. No presente, comprovada que está a incapacidade dos governantes de todo o mundo em proporcionas tranquilidade a seus governados, começa-se a falar em mudanças como limitar a riqueza, de deslocamento para a China do centro do poder até então nos Estados Unidos, coisas que apesar de nunca antes imaginadas começam a ser cogitadas em função da máxima que diz ser possível enganar pouco por muito tempo, mas nunca muitos. Há sociedades em que as autoridades atraíram para si tamanha antipatia do povo que não aparecem em público para não serem xingadas. Omitiram-se tão completamente do cumprimento de suas obrigações que vieram a incorrer no que disse o deus que existe na cabeça do povo em 1Samuel 10 a 17. Parece que ele estava adivinhando o quanto os governantes deturpariam suas funções.

quarta-feira, 22 de janeiro de 2025

ARENGA 778

 

Não é por falta de aviso que a cada dia a humanidade vai de menores males para males maiores e piores. Todo o problema está é na falta de ouvidos para os avisos de estar tudo ao contrário do que devia ser uma vez que a mais nobre atividade de que dispõe o ser humano, a atividade cerebral, vem sendo atrofiada em vez de estimulada como queria mestre Paulo Freire que por isso mesmo foi escorraçado do país. Estando tudo ao contrário de como devia ser, fama e celebridade quem merece é cantador de imundícies, prostituição e escoiceador de bola. Querer uma sociedade orientada por valores nobres é motivo de perseguição. É tamanha a reviravolta negativa de nossa sociedade que, risonhos na imprensa, idiotas anunciam que seus rebentos vão arrebentar lá nos Estados Unidos por ser muito chique nascer num país onde a qualquer momento pode acontecer ataque terrorista em função dos ódios resultantes das maldades que seu governo tem feito mundo afora em busca de riqueza. Dois livros, Confissões de Um Assassino Econômico e Novas Confissões de um Assassino Econômico, ambos de John Perkins, bastam para se ter uma ideia de quanto sofrimento causa pelo mundo a política dos Estados Unidos, povo tão idiota que não se cansa de ir a determinado lugar onde espera a chegada de Cristo.

A humanidade não pode sair do imbróglio em que está metida enquanto tiver o elemento puramente material lucro por principal valor em vez de ser encarado apenas como estimulador para facilitar a obtenção daquilo de que se necessita. Nunca como de importância tão grande para justificar que nele se fundamente os alicerces de uma sociedade. A junção da exorbitância da importância do lucro à exorbitância da ganância e ignorância de sociabilidade humanas deu origem à corrupção da política para que ela permitisse o acúmulo em poucas mãos da riqueza que a todos devis servir.

É nesse pé em que nos encontramos. A fim de não sobrar tempo para pensar em assuntos relevantes é que abundam bundas de celebridades e mil e duas formas de brincadeiras que prendem totalmente a atenção da malta festiva e barulhenta.         

 

 

quarta-feira, 8 de janeiro de 2025

ARENGA 777

 

Com esta notícia na imprensa fica provado que não é apenas este mal amado Brasil é da piada pronta, mas o mundo inteiro. E esta notícia-piada é de despertar uma gargalhada estrondosa: “Ex-diretor do FMI RODRIGO RATO é condenado a prisão por crimes fiscais”. Imagine só. Entregar uma montanha de dinheiro para um rato tomar conta. O que é que queriam aqueles que confiavam rato? Ratinhos daqui são nada comparados. Pelo que se vê nos livros de História em época alguma existiu tampos tão tenebrosos quanto os tampos atuais. O rentismo parasitário, a dispersão do dinheiro público de servir a sociedade, a violência desenfreada crianças são baleadas dormindo em suas casas, os desastres naturais ameaçadores, as autoridades totalmente desacreditadas além de em número infinitamente maior do que realmente é preciso, uma assombrosa exclusão social. Entretanto, em vez de testas franzidas e uma grande interrogação no ar, o que se tem é um povo risonho e festeiro além de fazedor de orações. São tão turvas as nuvens sobre nossas cabeças que os pais se preocupam com o futuro dos filhos esta preocupação se limita a dinheiro. Com veio a sociedade a se encontrar em tamanha loucura se a preocupação dos responsáveis pelo bem-estar de sua gente não vai além de migalhas de auxílio isso e aquilo como se o ser humano prescindisse da dignidade de poder ter as coisas de que necessita como fruto do seu trabalho?

Para piorar tudo, a juventude que é a força viva do mundo, foi transforma num bando de palermas a futucar telefone como se nada estivesse acontecendo a seu redor.      

quinta-feira, 2 de janeiro de 2025

ARENGA776

 

Pode até ser que mestre Sócrates tenha exagerado ou mesmo se equivocado ao afirmar que a vida não refletida não vale a pena ser vivida. Mas o fato é que ao se pensar sobre a vida chega-se à concussão de que por várias razões a humanidade entrou numa fria de milhares de graus abaixo de zero, sendo a maioria destas razões de impossível alcance da maioria dos seres humanos por conta do baixo nível de escolaridade engendrado exatamente para permanecer baixo o nível de escolaridade, entendimento cujo alcance não pode chegar àqueles a quem aludiu mestre Sócrates.

Mas, pelo menos uma das razões entre as muitas que levaram a humanidade a um estado crônico de estupidez pode ser percebida sem maiores dificuldades até mesmo pela gentalha que constitui o elemento asqueroso povo que por ser de tão baixa ou de nenhuma espiritualidade vive apenas por viver como vivem os bichos. Fora a escravidão de trabalhar para desfrute de quem não trabalha, sua vida se resume a pipocar fogos, passear cachorro, bailar axé, frequentador igreja e ser alegre de uma alegria de débil mental se a vida requer mais reflexão do que folguedo.

Entretanto, mesmo a turba barulhenta pode perceber ser do dinheiro que nos possibilita a segurança de termos tudo aquilo de que necessitamos para viver.

Constatada esta realidade que salta aos olhos por ser tão evidente, cabe voltar o pensamento para o fato de serem as pessoas mais socialmente insignificantes, aquelas cujas atividades são irrelevantes para o bem-estar social, a estas pessoas a sociedade paga os mais altos salários. Cantores e apresentadores de bobagens na televisão, escoiceadores de bola e gentalha desse tipo, como que por um desses milagres frutos da ignorância, da noite para o dia esse pessoal possui tanto dinheiro que pessoas de trabalho realmente relevante para o bem-estar da sociedade jamais poderá ter não obstante a superioridade da relevância social de suas atividades. Daí que sob o atual modo de (des)organização social a humanidade será cada vez mais infeliz.