domingo, 29 de dezembro de 2024

ARENGA 775

 

Tentando ler o livro Uma Breve História das Guerras, do intelectualíssimo Geoffrey Blainey, cheguei à conclusão de que os intelectuais são inúteis para quem busca alguma compreensão sobre o motivo pelo qual a atividade de viver nunca deixou de ser ruim tanto para pobres quanto para ricos. Isto porque nenhuma sociedade comporta poucos com muito e muitos com pouco ou mesmo sem nada. O livro citado é um exemplo perfeito da realidade de que a melhor maneira de conhecer a verdade é deixar de lado os intelectuais e pensar muito sobre o assunto. Imagine! Um livro inteiro de especulação sobre os motivos das guerras quando apenas duas frases, uma de Thomas Hobbes e outra de Einstein, encerram o assunto. Hobbes disse que o homem é o lobo do homem e Einstein disse não ter dúvida quanto à imensidão da estupidez humana. Pronto! Aí está o porquê das guerras que nada mais são do que o resultado da combinação demoníaca entre maldade e a estupidez do vício de riqueza e poder que não pode ser apaziguado sem que se seja indiferente ao sofrimento dos excluídos.

Ao deixar-se levar pelo canto da sereia do crescimento econômico e do livre mercado a humanidade entrou numa fria na qual se encontra enredada sem escapatória à vista uma vez que a única força capaz de promover mudança, ou seja, a força do povão, que ao pender para determinada convicção leva tudo o mais consigo de roldão, esse poder ilimitado, entretanto, por mil e muitas artimanhas daqueles que se encontram a gosto em meio à infelicidade passou de mala e cuia para o lado errado, o lado dos causadores de infelicidades, os ricos donos do mundo. Ao atrair a simpatia do povão para seu lado com o engodo do crescimento econômico e do livre mercado os ricos donos e destruidores do mundo tornaram-se praticamente invencíveis.

Embora intelectuais haja que percebem a inviabilidade econômica e sugiram soluções, escapa-lhes a dura realidade de não haver quem queira mudar alguma coisa vez que para a humanidade em peso nada precisa ser mudado como mostram as alegrias e os festejamentos. Daí ter mestre Vinicius Bittencour levantado em Falando Francamente a seguinte questão sobre as alegrias do carnaval: “Será que a turba festiva vai despertar na quarta-feira no melhor dos mundos?” Por que não aplicar a mesma pergunta à imbecilidade da “virada”?

Realmente, há uma profusão de festas, comemorações, alegrias e riquezas ao lado de desastres, mortes, tristeza e pobreza combinação explosiva resultante da agressão à natureza em nome do crescimento econômico de consequências funestas a cada dia mais evidentes.

 

 

 

quarta-feira, 25 de dezembro de 2024

ARENGA 774

 

Ora, vejam só se implicar com a displicência quanto ao futuro é “prosa” ou se é estupidez de quem encara a vida como se existisse apenas para os folguedos e alegrias que enchem as páginas dos jornais, ou se as alegrias são mais uma prova da aberrante estupidez da malta de não pensantes. Raciocinemos sobre o seguinte: há dois mil e vinte e quatro anos, quando da rápida passagem de Cristo por aqui, a humanidade constituía um grupo de 170 milhões de seres humanos que tanto fornicaram e reproduziram nesse período o bastante para que atualmente sejamos em terno de sete bilhões e quinhentos milhões dos bichos que mais parecem com gente, sendo que se a comida ainda não falta como já falta água, não pode haver dúvida de também faltará em virtude do exaurimento do solo que já se manifesta nas imensas áreas desertificadas.

Agora, pensem aqueles que se preocupam com o futuro das gerações vindouras sobre o seguinte: se apenas o grupo de cento e setenta milhões que éramos há dois mil e vinte e quatro anos aumentou para sete bilhões e meio que contém 44.117.647 (quarenta e quatro milhões, cento e dezessete mil e 647) grupos iguais àquele do tempo de Cristo.

Portanto esse tanto de grupos de cento e setenta milhões reproduzindo cada na mesma proporção, em mais dois mil e vinte e quatro anos s população do planeta será de 3.308.823.525.000.000 (três quatrilhões, trezentos e oito trilhões, oitocentos e vinte e três bilhões, quinhentos e vinte e cinco milhões de pessoas).

Diante de tal quadro é de se supor que os requebrados na televisão, as notícias de gravidez das “celebridades” as orações do Papa, as incontáveis religiões e a religiosidade em vez de terem a ignorância por motivação seja esta a despedida adiantada da vida. Contudo, só estupidez justifica o comportamento dos Midas imbecis que procuram moradia no espaço sideral. Pensarão estes idiotas que os ETs os aceitarão em seu meio? Brasileiros, então, nem pensar se até Portugal os pedem que se retirem de restaurantes por causa da algazarra a que estão acostumados aqui.

 

segunda-feira, 23 de dezembro de 2024

ARENGA 773

 

Vejo aqui na página 69 do livro Medeia, da coleção Obra Prima de Cada Autor, uma definição do que vem a ser teatro. Diz o texto que a palavra tanto diz respeito ao edifício, o espaço onde se representa, quanto à arte de represar, a representação, e que etimologicamente o termo teatro está mais ligado ao lugar onde se representa porquanto vem do grego “theatron” que significa platéia (lugar de onde se vê).

A cerca de cinco anos, no Rio de Janeiro, Sara e eu fomos a um teatro cuja peça era intitulada Quatro Homens E Um Segredo. Sabem qual era esse segredo? O problema dos quatro homens? Acreditem: todos quatro tinham o pênis pequeno. A única coisa que há de realmente grandiosa na terra de Sérgio Cabral é a paisagem. Que beleza! Há cerca de vinte anos ou mais cheguei lá vindo de Curitiba numa manhã que a natureza caprichou no esplendor e o mar ora era de um verde ora de um azul de chamar a atenção.

Tanto quando aquela paisagem, também é de chamar a atenção as palavras que o autor da peça teatral Eurípedes põe nos lábios de Medéia. São palavras fortes e de grande significação. Para melhor entendimento, vejamos uma amostra do enredo da história: Encarregado da difícil missão de resgatar o velocino de ouro, Tristão e alguns amigos também heróis rumaram para seu destino no barco Argos, daí serem conhecidos como os argonautas.

Foi decisiva para o sucesso de Tristão a ajuda das magias de Medéia que por ele se apaixonou e se casaram. De volta, tendo Tristão se apaixonada por outra mulher, abandonou Medéia com quem teve dois filhos, o que despertou em Medéia tamanha cólera que só mesmo a genialidade do poeta foi capaz de descrever (vale a pena ler a história).

Na página 25, lembrando que naquela época as noivas deviam um dote ao futuro marido (daí a expressão de Medéia “comprar muito caro um marido”. As palavras que Eurípides colocou na boca de Medéia: “De todos os seres que respiram e que pensam, nós outras as mulheres, somos as mais miseráveis. Precisamos primeiro comprar muito caro um marido, para depois termos nele um senhor absoluto da nossa pessoa, segundo flagelo ainda pior que o primeiro”. E, na página 26:

“A mulher é comumente temerosa, foge da luta, estremece à vista da arma; mas, quando seu leito é ultrajado, não existe alma mais sedenta de sangue”.   

 

domingo, 22 de dezembro de 2024

ARENGA 772

 

Sara chegou de uma maternidade onde fora visitar a sobrinha-neta recém nascida, espantada com a exorbitância da quantidade de parturientes que lá havia. O espanto de Sara me pôs a meditar sobre as duas principais questões levantadas por Thomas Hobbes, tanto a de que seria impossível o crescimento da população ser acompanhado pelo crescimento da alimentação quanto a da necessidade de governo forte o bastante para pôr termo à desordem própria da natureza humana. Como pensamento atrai pensamento, Hobbes me trouxe à mente o porquê de tão poucas pessoas em meio a tanta gente serem capazes de meditações. Nietzsche, por exemplo, concluiu que o conhecimento leva o homem a ser indiferente a tudo aquilo que faz a alegria da malta festiva e Sócrates afirmou que a vida não refletida não vale a pena ser vivida.

Um simples pensar sobre tudo isso leva à conclusão de que a falta de meditação iguala o ser humano aos não humanos, enquanto que da meditação resultam conclusões capazes de prover a elevação espiritual que superando a condição de massa festiva frequentadora de igrejas em seres humanos civilizados o bastante para serem capazes de viver bem em sociedade, que não obstante ser obrigatória à humanidade, até hoje não foi ainda possível haver compreensão suficiente para este tipo de vida.

Quando Hobbes sugeria um governo capaz de pôr termo á desordem certamente lhe tenha escapado a realidade de que sendo comum ao gênero humano a desordem, inexiste quem possa impor a ordem. Daí resulta que quanto maior for o poder atribuído a um ser humano, maiores desordens serão o resultado. Desta forma, quanto mais crianças chegarem, menores a possibilidade de civilização vez que segundo mestre Platão, o adulto é o resultado do que aprendeu em criança. Sendo crendice, desamor ao próximo e riqueza como valor maior, a humanidade estará fadada nunca conhecer outro tipo de felicidade tão efêmera quanto a felicidade dos festejamentos.

 

 

       

segunda-feira, 16 de dezembro de 2024

ARENGA 771

 

De passagem aqui pela Wikipédia vejo que o filósofo Humberto Eco abandonou a religião para ser ateu. Como entender os intelectuais? Vejo também dito lá, em inglês, que o intelectual G.K. Chesterton foi o melhor escritor do século XX. Ele disse algo sobre tudo. E o disse melhor do que ninguém mais. No entanto, na página 33 do livro Os Donos do Mundo, de Cristina Martín Giménez, o seguinte pensamento deste mesmo tão grandioso escritor: “Quando o homem deixa de acreditar em deus, pode crer em qualquer coisa”. Ora, a verdade é o oposto do que pensa o intelectual porque para se acreditar em deus é preciso ser alguém que acredita em qualquer coisa. Não se nasce acreditando em deus, mas passa-se a acreditar por influência da educação religiosa. Na página 25 do mesmo livro. Outra citação, de Honoré de Balzac, que diz o seguinte: “Existem duas histórias: a oficial, mentirosa, aquela que nos ensinam; e a história secreta, na qual se encontram as verdadeiras causas dos acontecimentos, uma história vergonhosa”.

Por ser vergonhosa a história das religiosidades é que o filósofo Humberto Eco se tornou ateu. Mas parece ter demorado até perceber que a crendice é fruto da falta de conhecimento que fazia nossos ancestrais orar par o espírito de rio que ia atravessar.  vítima da mesma crendice que vitima as pessoas que dão dinheiro ao pastor em troca de um lugarzinho no céu. É tamanha a falta lógica desse negócio de religião – e um negócio tão lucrativo que rende até barras de ouro, e tudo livre de imposto – que na página 11 do livro Homo Deus, de Yuval Noah Harari, consta que muitos pensadores e profetas concluíram que a fome, a peste e a guerra devem fazer parte do plano cósmico de deus. A ser assim, não seria necessário varrer deus da face dos céus?

Mas a humanidade é tão queixo-duro que um diretor do Fundo Monetário Internacional se chamava Rodrigo Rato.

     

domingo, 15 de dezembro de 2024

ARENGA 770

 

A humanidade está organizada de modo a impossibilitar o desenvolvimento espiritual que possibilite chegar a uma sociedade civilidade. Se, como disse mestre Platão, acertadamente, que da educação ministrada às crianças resultam as personalidades dos adultos, o que aprendemos em criança são apenas mentiras e mais mentiras tendo por carros-chefe religiosidade e enriquecimento. É por acreditar ser o enriquecimento o mérito maior que se deve ter em vista, que ninguém faz nada em benefício de sua sociedade. Se alguém descobre algo que beneficia a sociedade, a ideia de riqueza é que prevalece. A falsa ideia de não ter motivo para se preocupar com vida social é a regra que prevalece entre os seres humanos, no entanto, sem que haja bem-estar coletivo também não há para as pessoas individualmente porque os indivíduos não podem estar bem se a sociedade estiver mal como acontece se a riqueza coletiva estiver sem usada para benefício de poucos e não de todos. É algo tão simples que os economistas a serviço da cultura da riqueza privada complicam intencionalmente. Se no mundo não há riqueza bastante para que sejamos todos ricos, é insensato que apenas alguns sejam exageradamente ricos porque o excesso de riqueza de poucos tem por consequência a falta de riqueza para muitos. Como pessoas levadas ao desespero pela carência reagem desesperadamente, do acúmulo de riqueza privada resulta em desestabilizar a vida social justificando a afirmação de Thomas Hobbes de ser o homem o lobo de si mesmo.

Como se vê, os seres humanos vivem independe de ações inteligentes resultantes de momentos de reflexão. Não obstante dotados de inteligência bastante para ir ao fundo do mar e às alturas do céu os seres humanos vivem por viver, como os irracionais. E pode parecer implicância de ateu, mas com a proibição de se discutir os mistérios de deus, a religiosidade contribui grandemente com o hábito nocivo da desnecessidade do raciocínio, artimanha com a qual procura fugir da impossibilidade de justificar os absurdos com os quais ilude o povo.   

 

 

 

 

quarta-feira, 11 de dezembro de 2024

ARENGA 769

 

Até medidas governamentais em nosso belo, mas de triste sorte Brasil são ridículas: PACOTE que lembra o conto do paco e os pacotes de Geddel e de Sérgio Cabral. Nada será capaz de levar nosso Brasil a pôr termo à deslavada corrupção em que se encontram mergulhadas nossas instituições. É impossível haver alguém de qualquer lugar que não conheça um prefeito que entrou pobre na prefeitura e saiu de lá rico ou riquíssimo. Esse modo de proceder lembra Platão. Antes que alguém diga que estou maluco, lembro que aquele filósofo disse que a personalidade do adulto depende do que foi ensinado à criança. Sendo assim, o que aprendeu a criança Brasil, segundo Laurentino Gomes no livro 1808, páginas 188 e 189, quando da chegada da corte portuguesa escorraçada do Portugal pelo baixinho encapetado Napoleão Bonaparte, realmente bom na arte de guerrear em busca de poder, ignorando que outros poderosos antes dele viraram comida de germes e outros depois dele também terão o mesmo destino. Vejamos, então, que o tipo de educação recebida pela criança Brasil só poderia mesmo formar personalidades como as que temos. Diz o jornalista e historiador:

“A corte chegou ao Brasil empobrecida, destituída e necessitada de tudo. Já estava falida quando deixara Lisboa, mas a situação se agravou ainda mais no Rio de Janeiro. Deve-se lembrar que entre 10.000 e 15.000 portugueses atravessaram o Atlântico junto com D. João. Para se ter uma ideia do isso significava, basta levar em conta que, ao mudar a sede do governo dos Estados Unidos da Filadélfia para a recém-construída Washington, em 1800, o presidente John Adams transferiu para a nova capital cerca de 1.800 funcionários. Ou seja, a corte portuguesa no Brasil era entre 10 e 15 vezes mais gorda do que a máquina burocrática americana nessa época (daí nossas dezenas de ministérios – grifo nosso – . E todos dependiam do erário real ou esperavam do príncipe regente algum benefício pelo “sacrifício” da viagem – outro grifo nosso: quando D. João chegou aqui, em 1808, não era ainda rei. A mãe dele, D. Maria I, é que era a titular do trono visto que o filho mais velho D. José morreu de varíola porque a beata sua mão não consentiu que fosse imunizado –. Continua Laurentino Gomes: “Um enxame de aventureiros, necessitados e sem princípios, acompanhou a família real”, notou o historiador John Armitage. “Os novos hóspedes pouco se interessavam pela prosperidade do Brasil. Consideravam temporária a sua ausência de Portugal e propunham-se a enriquecer à custa do Estado do que administrar justiça ou a beneficiar o público”.

O historiador Luiz Felipe Alencastro conta que, além da família real, 276 fidalgos e dignitários régios recebiam verba anual de custeio e representação, paga em moedas de ouro e prata retirada do tesouro real do Rio de Janeiro. Com base nos relatos do inglês John Luccok, Alencastro acrescenta a esse número mais 2.000 funcionários reais e indivíduos exercendo funções relacionadas à coroa, setecentos padres, quinhentos advogados, duzentos praticantes de medicina e entre 4.000 e 5.000 militares. Um dos padres recebia um salário fixo anual de 250.000 réis só para confessar a rainha. “Poucas cortes européias têm tantas pessoas ligadas a ela quanto a brasileira, incluindo fidalgos eclesiásticos e oficiais”, escreveu o cônsul inglês James Henderson. Ao visitar as cocheiras da Quinta da Boa Vista, onde D. João morava, Henderson se surpreendeu com o número de animais e, principalmente, de serviçais ali empregados. Eram trezentas mulas e cavalos, com o dobro do número de pessoas para cuidar deles do que seria necessário na Inglaterra.

Era uma corte perdulária e voraz. Em 1820, ano anterior ao retorno a Portugal, consumia 513 galinhas, frangos, pombos e perus e noventa dúzias de ovos por dia. Eram quase 200.000 aves e 33.000 dúzias de ovos por ano, que custavam cerca 900 contos de réis” ... “A corrupção medrava escandalosa e tanto contribuía para aumentar as despesas, como contribuía o contrabando para diminuir as rendas”.

Lá, Cabral e Geddel se chamavam Azevedo e Targini, que deram origem ao seguinte verso:

Furta Azevedo no Paço

Targini rouba no erário

E o povo aflito carrega

Pesada cruz ao Calvário.

terça-feira, 10 de dezembro de 2024

ARENGA 768

 

Se é que existe mais alguém que tenha tomado conhecimento do caráter do general Charles de Gaulle, presidente da França, não tem motivo de rancor por ter aquele monumento de honradez dito que o Brasil não é um país sério. A estas alturas, de onde estiver, De Gaulle deve ter chamado atenção de seus companheiros próximos, apontado para o Brasil, e dito o seguinte: “Olha lá! Olha lá! O que foi que eu disse?”. E ao constatarem também os demais o que diz o noticiário da imprensa, todos caíram em largas gargalhadas. Imagem que a imprensa está noticiando que a polícia cumpre mandado de prisões contra bandidos que se encontra nas prisões. Os policiais se dirigindo aos presídios para prender quem apesar de já se encontrar preso, comete novos crimes de dento da cadeia. Pode um país assim ter a compostura necessária para merecer respeito de alguém, principalmente do general De Gaulle, que remeteu para o acervo público um esplendoroso brilhante que recebeu de presente?

Comprovado que está o predomínio do mal sobre o bem, da injustiça sobre a justiça, dos maus sobre os bons, o que resta àqueles a quem foi negado o direito de se sentirem bem, senão   pedir ajuda ao deus que eles pensam existir, mas de quem só se ouve falar?

domingo, 1 de dezembro de 2024

ARENGA 767

 

Certa vez a imprensa noticiou que o presidente francês, general Charles de Gaulle, passou para o acervo público um extraordinário brilhante que recebeu de presente. Pois bem, certa vez, esse mesmo general, homem merecedor de respeito e estima pela sua seriedade, disse que o Brasil não é um país sério. Se ninguém por aqui ficou envergonhado com isto, é porque realmente não somos um país merecedor de respeito como mostram os fatos. Nesse exato momento, num ridículo de chamar a atenção, a imprensa se divide entre notícias de crimes praticados por autoridades e notícias sobre um tal de pacote do governo. Governo sério toma medidas por meio de pacote? Lembra o antigo golpe do paco.

Tudo por aqui faz ver o quão distante estamos da seriedade que a vida exige. Se a França teve um De Gaulle, a Itália um Garibaldi como heróis, no Brasil um chofer de carro de corrida é seu herói e escoiceadores de bola são os libertadores das republiquetas de banana.

Como se não bastasse, nossa justiça é acusada por alguém de seriedade comprovada de comportar bandidos de toga e nosso ex-presidente diz contar com o presidente americano para se eleger novamente para presidir o Brasil. Então, é o presidente americano decidindo outra vez o destino do Brasil e do Chile?

Nesse momento pipoca lá fora um foguetório dos diabos em função de mais uma das brincadeiras com as quais os escoiceadores de bola libertarão a américa.

Tudo isso lembra as palavras de mestre Nietzsche de que ao adquirir conhecimento o homem paira soberano sobre tudo aquilo que faz a alegria da turba alegre e festiva. Haverá realmente na vida motivo para tanta alegria, foguetórios, requebramentos de quadris? Merecerão realmente fama e celebridades nossos “famosos” e “celebridades”? Por que não somos o país sério para dar exemplo do mundo de falsos líderes? Teriam D. Pedro I e D. Leopoldina que deixou sua pátria para se casar com ele lutado ambos por um Brasil como é hoje? 

sexta-feira, 22 de novembro de 2024

ARENGA 766

 

Dá uma vontade danada de não ler mais jornal nenhum. Encerrar as assinaturas cuja única vantagem é permitem opinar sobre dos assuntos, estes não merecem comentário por serem sempre a mesma futricagem, crimes, baixarias, vulgaridades, roubos crimes e mortes. Não há mesmo assunto que desperte interesse em opinar a respeito. O G20 e a política que deveriam merecer atenção é a mesma arenga nojenta de sempre, sem qualquer serventia. São promessas prá boi dormir. Vale a pena ler jornal? Não vale. Tristíssimo país esse nosso! Até candomblé é assunto para ser noticiado. Embora a crendice seja assunto a ser banido da sociedade em razão de fomentar a ignorância, a mentira e a locupletação à custa da ignorância do populacho, como outras crendices apesar de também negativas pelos mesmos motivos são toleradas, deve-se tolerar do mesmo modo o candomblé e suas ramificações, infelizmente.

O ímpeto de não mais ler jornal algum não decorre apenas da infantilidade dos assuntos religiosos, divindades inventadas e os festejamentos a eles ligados que resultam em verdadeiro estouro de manada rumo às lojas nos fins de ano, quanto, então se é obrigado a trocar presentes e encher o bolso dos donos de loja.  Tão enfadonhos e mesmo entediantes quanto estes assuntos são aqueles referentes aos pegajosos “famosos” e “celebridades” cujo ridículo causa asco. 

No que se refere às autoridades, então, nem é bom falar. Sua falta de compostura e moral fazem atuais como nunca antes as palavras de Rui Barbosa que todos conhecem. A política foi tomada por tamanha degradação moral e degenerescência que os assuntos a ela pertinentes giram em torno de crimes contra o erário e à própria vida uma vez que poder das chamadas facções criminosas supera o poder do Estado além de contar com sua proteção. Até os intelectuais que deviam formar uma frente de batalha contra a cultura do enriquecimento, da banalização da vulgaridade e da glorificação da putaria televisiva que deturpa a noção de respeito e a sexualidade nos jovens no mundo, com destaque para nosso país, vivem os intelectuais no mundo da lua. É estarrecedor ler em Homo Deus que seu autor afirma que a humanidade vai alcançar a imortalidade. É possível tamanha sandice em um intelectual do porte de Yuval Noah Harari?

Em que mundo estamos e para onde irão os que aqui ficarão acreditando na existência de deuses, demônios e que na vida realmente há lugar para tantas alegrias? Não há não, minha gente! Alegria só dura enquanto dura o vigor da juventude que aos poucos, juntamente com as emoções vão se esvaindo como disse mestre Schopenhauer. Embora este filósofo seja considerado pessimista, nenhum pessimismo existe nessa sua constatação de exaurimento das emoções que nos movem à ação. Quem ultrapassou a idade considerada para velhice como este rabiscador de garatujas sabe por experiência que realmente as emoções vai se esvaindo à medida que passa o tempo. E, como ensinou mestre Sócrates, uma vida não refletida não vale a pena ser vivida. Assim é que a falta de reflexão sobre a vida leva as pessoas a deixar atrás de si um rastro de maldades e sofrimentos no caminho de satisfazer o vício em ajuntar riqueza.  No fim desse caminho está a debilidade que faz precisar de cuidados especiais inclusive de quem lhe limpe as sujeiras que também fazem parte da vida. Aí, então, de que serva imensa riqueza que ajuntou senão para briga de herdeiros?   

       

terça-feira, 24 de setembro de 2024

arenga 765

 

            Cadeirada, cusparada, cabeçada, socos, tudo isto pela oportunidade de servir a seu país. Cada um dos pugilistas querendo servir melhor que o outro, mas todos empenhados no saco santo dever de zelar pelo sucesso de sua sociedade. Dá enorme tristeza e até vontade de chorar pensar que tamanho sacrifício destas abnegadas almas que de tão bondosas se submetem até a levar porradas injustas a fim de ajudar pobres necessitados de tudo. É realmente triste ver pessoas tão desprendidas sendo chamadas de desonestas e que seu objetivo é roubar, quando, ao contrário, enfrentam tantos dissabores no afim de proteger pobres desvalidos, criancinhas inocentes para evitar que venham a cair nas garras da criminalidade e da prostituição. O povo é ingrato e mau em não reconhecer o valor destes destemidos desbravadores das más políticas e batalhadores pela política correta de bem servir com honestidade e carinho de sua sociedade. Por não saber o que diz é que o povo em vez de dedicar imenso amor a quem lhe quer fazer o bem, os magoa com mentiras infundadas se essa gente da melhor qualidade espiritual tendo direito assegurado em lei de poder gastar à vontade o dinheiro público abrem mão desta prerrogativa que pessoas desonestas andam atrás para que não pese nos ombros do povo o encargo de cobrir com seu trabalho tais despesas.

Quem é que tendo em suas mãos as fortunas que as emendas parlamentares lhes entregam para obras que beneficiam o povo de seus municípios e não desviam um centavo sequer, podendo fazê-lo, não são estas abnegadas pessoas?

Quem é que sua a camisa para evitar que o dinheiro do povo seja usado para enriquecer iletrados esportistas, “celebridades”, “famosos”, e ainda tem de corrigir orçamentos de obras que maus engenheiros calculam tão erradamente que é preciso quintuplicar o valor a fim de não deixar o povo do lugar sem usufruir daquela obra, não são estas abnegadas pessoas?

Quem é que podendo esvoaçar mundo afora, farrear em Paris com lenços de seda no lugar de ridículos chapéus de cantadores de bobagens, sem contar as hospedagens nos hotéis mais luxuosos do mundo, beber os vinhos e uísques de maior qualidade, enfim, quem é que abre mão de tudo isto em benefício do povo, não são estas abnegadas pessoas?

Mas, lhes serve de conforto o exemplo de Cristo que também sofreu por trabalhar em benefício do povo.

sábado, 27 de julho de 2024

ARENGA 764

 

 

Quando Schopenhauer diz que o sofrimento é positivo e que a felicidade é negativa, é provável encontrar a explicação para isto no fato de que em estado de sofrimento a pessoa é levada à reflexão e a depender da duração ou da intensidade o estado de sofrimento pode fazer encarar a morte com a tranquilidade que jamais beneficiará festeiros alegres. O sofrimento faz pensar sobre a vida, o que não acontece em ambiente onde predomina a alegria porque para os alegres a felicidade está é na alegria ainda que proveniente do álcool. Mas tal estado de alegria não dura mais do que o acontecimento que lhe deu causa. E quando passado, procura-se nova motivação para mais alegria. Por estar sempre absorto pelos festejamentos é que se é apanhado de surpresa pela realidade da vida que nada tem a ver com festejamentos e que ao alcançar o populacho desprevenido o tormento é maior do que quando sua chegada é esperada.

Como a vida de quem integra o populacho é um tipo de vida antinatural se para eles tempo é dinheiro, recorrem estes pobres diabos a mil e duas tentativas inúteis e custosas que fazem a alegria dos bruxos do bisturi que enriquecem às custas dos dependentes da vaidade e da ignorância de querer ter aparência jovem pela vida toda.

A vida é melhor se encarada com e seriedade com que ela nos encara e não raro ela nos encara com cara de poucos amigos. Como a educação que as crianças recebem é forjada no malho dos Midas que fogem como o diabo da cruz de um povo mentalmente evoluído, deste tipo de educação resultam adultos conversando com estátuas, espíritos, lavando escadas de igrejas e mil e duas mumunhas do tipo, ou seja, o populacho alegre e festivo.

Não se foge da velhice e muito menos da morte, há sabedoria em encará-las com a mesma naturalidade que as caracteriza. É tamanho o medo da velhice e morte que entre dois amigos íntimos o que tinha a mulher muito encrenqueira e queixosa disse ao outro que um médico havia curado a birra de sua mulher apenas dizendo que se tratava da aproximação da velhice.

E é também irreal a vida do populacho porque por considerar a juventude a melhor fase da vida, o que carece de restrição por conta do pouco ou nenhum conhecimento que incapacita os jovens a agirem com maior nível de racionalidade, daí ser raríssimo o jovem que se interessa pelo futuro. Relatório de cientistas prevê inviabilidade de vida ou de grandes dificuldades para se viver em determinadas áreas do planeta em apenas cinquenta anos. Não obstante esta cruel realidade,

 jovens, como cavalos, disputam em Paris quem corre mais depressa; como cangurus, quem dá o pulo maior; como peixes, quem nada mais depressa, enfim executando vários tipos de palhaçada como se fossem crianças mentalmente deficientes para no final uma comissão de velhos ainda mais babacas escolher e premiar vencedores de tais idiotices.

 

 

 

 

     

quinta-feira, 25 de julho de 2024

ARENGA 763

 

No tocante a retórica, a política atual é tão pobre quanto é rica de mau caratismo. Além de insossos os discursos são ridículos e enfadonhos. Nos debates do senado da monarquia, embora defensor do indefensável, a escravidão, consta aqui na página 28 do livro Raízes Do Conservadorismo Brasileiro, de Juremir Machado da Silva, trecho do discurso do senador Paulino de Oliveira em que os argumentos dão o que pensar quando ele alega que com a libertação cessaria a assistência aos velhos e às crianças filhos dos escravos que nesta condição contavam com amparo de seus senhores. São tão fortes os argumentos esgrimidos pelo senador paulista que o historiador afirma que ninguém da plateia riu ou vaiou, não obstante alegar que libertar os escravos era atitude desumana. É este o trecho forte do representante dos senhores de escravos:

“É desumana porque deixa expostos à miséria e à morte os inválidos, os enfermos, os velhos, os órfãos e crianças abandonadas da raça que se quer proteger, até hoje nas fazendas a cargo dos proprietários, que hoje arruinados e abandonados pelos trabalhadores válidos, não poderão manter aqueles infelizes por maiores que sejam os impulsos de uma caridade que é conhecida e admirada por todos os que frequentam o interior do país”.

Se naquela ocasião pretendia-se negar liberdade aos escravos, mais recentemente, quando do julgamento do Mensalão, segundo páginas 238 e 239 do livro do mesmo nome (Mensalão) do jornalista e escritor Merval Pereira, ocorreu o contrário inclusive por ter sido bem sucedido o esforço de ministros do STF para evitar que fosse tirada a liberdade de corruptos condenados à prisão. Segundo Merval Pereira, o ministro Dias Toffoli (aquele que apesar de reprovado para juiz de primeira instância apareceu na última instância, provando que o Brasil não é um país sério, como disse do alto de sua honradez o general De Gaulle, a fim de evitar que os meliantes perdessem a liberdade esse ministro declarou o seguinte: “Os réus cometeram desvios com intuito financeiro, sem objetivos políticos não tentaram contra a democracia, que é mais sólida que tudo isso! Era o vil metal. Que se pague com o vil metal”.

Esse cara aí, como o senador Paulino de Oliveira, segundo Rui Barbosa, não perdeu a oportunidade de entrar para os anais da história pela porta dos fundos. Nosso belo país nasceu e vive sob o signo da desonra e aí permanece sob a mais completa indiferença de uma juventude apalermada e inútil.

  

 

 

 

terça-feira, 23 de julho de 2024

AREGA 762

 

Matéria do Le Monde Diplomatic Brasil sugere que se o mundo do futebola se empenhasse na questão da redenção política seria possível uma vida sem tanta injustiça social. Tem razão quem assim pensou. A injustiça social existe exatamente por ter sido o povo tornado indiferente às coisas mais importantes da vida para se ligar feito criança em brincadeiras. No mesmo raciocínio, alguém levanta a questão de usar da influência que a televisão exerce sobre o povo para o esclarecimento a fim de se endireitar o que há de errado e que a cada dia aumenta ainda mais.

Estas afirmações correspondem à realidade de ser o povo o verdadeiro senhor. À sua vontade os posudos falsos líderes baixam a crista. Porém, como conseguir a anuência destes dois mundos vulgares (futebola e televisão) tornados inimigos da justiça social para que lutem contra aquilo que seus defensores são a favor em razão de altíssimos salários, mordomias relógios encrustados com diamantes e tudo aquilo mostrado nos livros O Lado Sujo DO Futebol e Um Jogo Cada Vez Mais Sujo? Os mundos do futebola e da televisão têm o toque de Midas. Tudo por lá vira ouro. Moleques malmente alfabetizados viram bilionários sob a mais completa indiferença da malta humana que paga a conta.

Saltar de uma cultura vulgar para outra espiritualmente elevada demanda um trabalho duradouro e inteligente. Nunca poderá acontecer sem demandar esforço, tempo e vontade férrea de ser executado. Mas o que se tem é justamente o oposto quando monstros de cuja boca escorre baba de dragão se tornaram donos do mundo e o dirigem de acordo com sua sede de riqueza a que se refere a escritora Cristina Martín Giménez na página 20 do livro O Clube Secreto dos Poderosos: “O poder do capitalismo financeiro tem um objetivo transcendental, nada menos que criar um sistema de controle financeiro mundial por mãos privadas, capaz de dominar o sistema político de cada país e a economia do mundo como todo”.

Aí está, pois, a vontade de farrapos espirituais mandando e desmandando no mundo. Entretanto, por maior que seja seu poder ainda é inferior ao poder do povo que não sabe disso porque a televisão não deixa. É a mesma escritora antes citada que nos diz o seguinte na página 117, do mesmo livro: “Os meios de comunicação mantêm distraída a tenção do público adulto, longe dos verdadeiros problemas sociais, enredando-o com temas sem importância real”.

E é assim que nos encontramos em situação de loucura. Aqui na página 31 do livro O País Dos Privilégios, do doutor Bruno Garazza, consta que no mundo jurídico, para justificar gratificação concedida aos juízes, um deles alegou ter que ir a Miami comprar ternos. Difícil, muito difícil é viver em ambiente onde farrapos mentais são considerados celebridades e que por lhes faltar grandeza espiritual seus assuntos giram em torno de baixarias ligadas a sexo principalmente. Para quem superou a fase bruta de povo é um verdadeiro sofrimento viver em meio ao rebotalho humano. 

  

 

sábado, 20 de julho de 2024

ARENGA 761

 

 

Uma declaração do presidente americano Theodore Roosevelt constante da pág. 17 do livro O Clube Secreto dos Poderosos, de Cristina Martín Giménez, diz o seguinte: “Por trás do governo aparente está entronizado um governo invisível que não deve lealdade nem reconhece responsabilidade alguma perante os cidadãos”. Mas então, de que servem eleições em torno das quais tanto reboliço se faz, tanto dinheiro se gasta, se na verdade os eleitos são paus mandados de governantes fantoches manipulados pelos ricos donos do mundo e de tudo mais, Midas, cuja sede de riqueza é insaciável e quanto mais têm mais querem e quanto mais querem mais têm se não existe um poder superior ao deles para lhes conter a desmedida ganância?

O ex-presidente trapalhão Jânio Quadros chamou de Forças Ocultas a esse poder dos ricos donos do mundo dobre o governo. Mas se privatizaram tanta riqueza que lhes dá o poder de cobrar obediência dos governantes, qual é o papel destas pessoas que ainda acreditam em eleições? É ridículo o esparadrapo na orelha dos americanos se quem quer que venha a ser o presidente deles será mera figura decorativa com permissão apenas para superficialidades porque o verdadeiro poder, aquele do qual depende a qualidade de vida e a própria vida é exercido por um grupinho de mendigos espirituais para quem a vida existe para fazer as maldades necessárias para o ajuntamento de riqueza.

Também nada mais que ridículo é isso de soberania e direito do povo. O único direito que tem o povo é festejar e pagar contas. Viver de modo agradável está para ninguém. Se aos desafortunados cabe o destino de ser escravizado, aos escravizadores cabe o temor da rebelião dos escravizados do mesmo modo como acontecia no tempo da escravidão das pessoas negras. Por mais poder que tenha, o opressor nunca deixou de temer o oprimido, haja vista o medo que o populacho causa aos maus políticos. Por conta deste medo é que os maus políticos mantêm o povo desinteressado em política e interessado em divertimento e futilidades. Notícias sobre quem namora com quem, quem tem a mulher mais bonita, o vestido mais elegante, até notícia sobre orgia sexual há na grande imprensa como meio de ludibriar a atenção do povo que por nunca ter deixado de cair na armadilha é indiferente ao futuro dos filhos. A realidade vivida, poucos tomam conhecimento dela. São doutores professando a mesma crendice de pobres rebotalhos mentais. Apesar de ser algo de despertar curiosidade, ninguém vê nada a estranhar quando um intelectual como Ariano Suassuna diz não acreditar em nada dito por Darwin, sugerindo acreditar na criação divina. Quem despertou para a realidade da vida sabe que tal afirmação se deve ao fato de ter Ariano Suassuna como ganha pão o público pagante de suas divertidas apresentações. Sendo o público feito de povo, para não ser desagradável à massa carente de conhecimento da verdade, embora conhecendo-a, perante o público, diz não reconhecer.

A vida é só falsidades, festejamentos e falta de sensibilidade espiritual que os seres brutos da humanidade nem sabem o que é.  

   

terça-feira, 16 de julho de 2024

ARENGA 760

 

A papagaiada de microfone está em polvorosa com o atentado do candidato multimilionário americano Donald Trump. Mas, nenhuma palavra se diz a respeito de se mudar para um rumo sensato a orientação de que a humanidade é vítima. A humanidade tem sido orientada para caminhar pelo caminho errado. Acreditando que riqueza deve ser o objetivo primeira da vida, os de unhas maiores e mais afiadas acumulam tanta riqueza em prejuízo das demais pessoas que se mil vidas tivessem ainda deixariam bastante para briga de herdeiros. A humanidade deixa-se levar sem nem querer saber para onde está sendo levada em consequência de acatar sem pensar no que ouve. Por isso é que não se estabelece um ponto de equilíbrio com base na sensatez. Tudo tem de ser exageradamente muito ou exageradamente pouco. A fome, que por injustiça social mata milhares de seres humanos mundo a fora, segundo estudiosos do assunto, a obesidade mata ainda mais.

Do aprendizado contrário à paz, união, amizade, cooperatividade, veio a humanidade a se encontrar na fata de equilíbrio inaceitável pela inteligência de destruir o planeta para buscar no espaço onde morar. Incontáveis são os erros que impossibilitam viver bem, e o maior deles é o apego à riqueza e poder, justamente os requisitos impeditivos de tal tipo de vida como mostra o país mais rico e poderoso do mundo cujo povo desconhece a tranquilidade a ponto de ter os que acredita serem líderes formando fila de assassinatos ou tentativas de assassinato não obstante as imensas riquezas de tais pessoas que insatisfeitas com a vida de ricas e poderosas buscam na política outras preocupações a serem adicionas às que já têm, inclusive em questão de segurança pessoal uma vez que ao contrário do verdadeiro líder o falso líder desperta ódio que um dia e volta contra aqueles que os praticaram sem que nenhuma segurança garanta a tranquilidade que a sabedoria recomenda. Riqueza e poder demandam pratica de males sem fim e o povo americano são liderados por fazedores de males, daí sua infelicidade de pobres diabos ricos. Aqui na página 27 do livro Onze de Setembro, de mestre Noam Chomsky, tomamos conhecimento de um entre os muitos males pelos quais pagará o povo mais rico e poderoso do mundo: “Nos anos 1980, a Nicarágua foi vítima de um violento ataque conduzido pelos Estados Unidos. Dezenas de milhares de pessoas morreram. O país sofreu uma substancial devastação e jamais pôde se recuperar. O ataque terrorista internacional foi acompanhado por uma arrasadora guerra econômica, que um pequeno país, isolado do mundo por uma vingativa e cruel de uma superpotência, dificilmente poderia enfrentar, como revelaram em detalhes os principais historiadores que estudam a Nicarágua, como Thomas Walker, por exemplo. Os efeitos sobre o país foram mais severos do que a tragédia ocorrida recentemente em Nova york” (torres gêmeas).

Nenhuma segurança assegurará tranquilidade a autores de tantos males. Em entrevista recente na rádio Bandeirantes de São Paulo que apesar de ser arauto do pão e circo vez ou outra trata de assunto sério, o experiente embaixador doutor Rubens Ricúpero discorria sobre o imenso aparato de segurança que envolveu o momento em que no ano 1991 ele se dirigia à Casa Branca para entregar as credenciais ao presidente americano. O estardalhaço era tão grande que para o transporte até lá lhe foi enviada uma frota de automóveis do governo americano e que ele e sua mulher seguiram em carros diferentes. A cerca de cem metros da Casa Branca, pararam-se os carros e uma equipe os examinou minuciosamente, inclusive por baixo, em busca de bomba. No entanto, não obstante tal segurança, diz-se que o bilionário Trump foi vítima de atentado contra a vida, mas também se diz tratar de armação a fim de ganhar votos do também inocente e religioso povo americano.  A tal ponto chegou a humanidade! Política é atividade que deveria merecer elevadíssimo apreço da humanidade se uma que seu objetivo a promover bem coletivo, isto é para todo mundo. Só uma juventude livre da infoxação (intoxicação por falsas informações no dizer da fabulosa escritora Ana Cristina Giménez) poderá salvar a si e aos descendentes, se houver tempo. 

 

 

domingo, 14 de julho de 2024

ARENGA 759

A imprensa dá notícia de bombardeio em hospital de Gaza que mata centenas de pessoas. Outra notícia dá conta de ter o multimilionário candidato a presidente dos Estados Unidos sido vítima de disparo de arma de fogo. Cá entre nós as notícias giram em torno de orgia sexual entre a influenciadora de crianças, Xuxa, seu namorado e a cantora Ivete Sangalo. Afora isso, roubos, assassinatos, pobreza e uma incontável modalidades de jogos, festividades, eventos religiosos inclusive com influência de religiosos na política em busca de barras de ouro, dízimos e poder que lhes permita enganar mais pagadores.

Mas, com que então, é para organizar tal tipo de sociedade que existe política? Onde estamos, gente? Como foi permitido que nossa única moradia, o mundo, chegasse a tal depravação e obscenidades? Onde está o povo do mundo, os chefes de famílias que nem sequer pensa sobre o destino dos filhos? Dá impressão de ter a humanidade ter descendido dos habitantes de Sodoma e Gomorra. Mas, então, se fosse, por que deus não lança chuva de enxofre em brasa sobre a humanidade? Talvez porque, como em Gênesis 18,23, algum Abraão interfira junto a deus pelos justos que há entre os ímpios. Na humanidade, entretanto, principalmente na política, é mais difícil a cada dia encontrar um justo. Entretanto, embora difícil, mas há deles no meio da laia de aproveitadores indecentes que quando o tempo lhes mostrar a verdade sobre a atividade de viver onde toda maldade acarreta um custo a ser pago quando a sabedoria contida na verdade substituir as trevas da ignorância e da maldade, deixando aparecer a realidade de ser no bem e não no mal que devemos pautar nossa vida.

Mas, por que não mudar o rumo do mundo como sugeriu o velho a sábio Marx detestado por culpa de quem faz a opinião inocente do povo visto não lhe ser permito ter opinião própria e amadurecida uma vez que as futilidades não lhe permitem. E embora não se saiba, é justamente para não ter tempo de pensar sobre assuntos da mais alta importância que existem as futilidades. Abandonam-se assuntos que dizem respeito à superação dos males evitáveis de modo a poder experimentar alguma felicidade e volta-se a atenção para vulgaridades de “famosos” e “celebridades”. Embora tênue esperança não deixa cair por terra o ânimo de quem almeja vida civilizada em virtude de haver ali e acolá quem se arvorando a pensar outro tipo de mundo. Afinal, não é mesmo de se esperar que a maldade dos poucos viciados em acumular fortunas. Cabe aqui a pensar no que anima os ajuntadores de riqueza, se a ignorância ou o desejo predomina com maior nesse tipo de pessoas, se a ignorância ou o desejo mórbido contemplar ouro. Conclui-se daí não haver justificativa para nenhum dos dois.

 Para que a vida seja agradável basta que mais e mais pessoas saibam que o motivo de suas dores está bem aqui a olhos vistos e não no infinito insondável dos céus. Nada mais é preciso para mudar o mundo do que tomar consciência do papelão de bobos que é infligido à humanidade por Midas impiedosos que, inclusive, promovem a morte com finalidade de não haver muitas pessoas que possam pôr em risco seu reinado demoníaco. Não é com a mesma arma dos monstros, a violência, que haverá se endireitar a vida no planeta, mas com férrea vontade extinguir sofrimentos desnecessários, inclusive daqueles que os promovem por não terem tido oportunidade de conhecer sabedoria, verdade e o lado bom da vida.

      

 

 

 

 

 

 

sábado, 13 de julho de 2024

ARENGA758

 

Nas páginas 101 e 102 do livro Homo Deus, do professor, historiador e escritor Yuval Noah Harari, pode se ler:

“UM CONTO TALMÚDICO RELATA QUE A CAMINHO DO MATADOURO, UM BEZERRO FUGIU E BUSCOU REFÚGIO COM O RABI IEHUDA HANASSI, UM DOS FUNDADORES DO JUDAÍSMO RABÍNICO. O BEZERRO ENFIOU A CABEÇA SOB AS TÚNICAS ESVOAÇANTES DO RABI E COMEÇOU A CHORAR. MAS O RABI EMPURROU O ANIMAL E DISSE: “VA. VOCÊ FOI CRIADO EXATAMENTE PARA ESSE FIM”. COMO O RABI NÃO DEMONSTROU MISERICÓRDIA, DEUS O PUNIU, E ELE PADECEU DE UMA DOENÇA DOLOROSA DURANTE TERZE ANOS. ENTÃO, UM DIA, AO LIMPAR A CASA DO RABI E ENCONTRAR ALGUNS RATOS RECÉM NASCIDOS, UM CRIADO COMEÇOU A VARRÊ-LOS PARA FORA. O RABI IEHUDA CORREU PARA SALVAR AS CRIATURAS INDEFESAS, ORDENANDO AO CRIADO QUE AS DEIXASSE EM PAZ, PORQUE “DEUS É BOM PARA TODOS E TEM COMPAIXÃO POR TUDO O QUE CRIOU” (SALMOS 145,9). COMO O RABI DEMONSTROU COMPAIXÃO POR ESSES RATOS, DEUS DEMONSTROU COMPAIXÃO PELO RABI, E ELE FOI CURADO DE SUA DOENÇA.

OUTRAS RELIGIÕES, PRINCIPALMENTE O JAINISMO, O BUDISMO E O HINDUÍSMO, DEMONSTRAM GRANDE EMPATIA PELOS ANIMAIS. ELAS ENFATIZAM A CONEXÃO ENTRE OS HUMANOS E O RESTANTE DO ECOSISTEMA, E SEU PRINCIPAL MENDAMENTO ÉTICO CONSISTE EM EVITAR MATAR QUALQUER SER VIVO. ENQUANTO O BÍBLICO “NÃO MATARÁS” SE REFERE APENAS A HUMANOS, O AMTIGO PRINCÍPIO INDIANO DO AHIMSA (NÃO VIOLÊNCIA) ESTENDE-SE A TODO SER SENSÍVEL. MONGES JAINISTAS SÃO ESPECIALMENTE CUIDADOSOS COM RELAÇÃO A ISSO. ELES SEMPRE COBREM SUAS BOCAS COM UM PANO BRANCO PARA NÃO INALAR NENHUM INSETO, E SEMPRE QUE CAMINHAM LEVAM UMA VASSOURA PARA DELICADAMENTE VARRER TODA FORMIGA OU BEZOURO DE SEU CAMILHO”.

Não parece historinhas de fazer criança dormir? Mas, apesar de encerrar inocência, a realidade de ser encarada toda esta infantilidade como algo da maior seriedade e merecedora de respeito, explica o motivo pelo qual a humanidade marcha levando consigo a juventude inocente para um triste e imerecido destino. Ainda há pouco tempo a imprensa anunciou que mais de setecentos religiosos morreram no calor sufocante do deserto em busca de proteção divina, e hoje noticia várias mortes em desastre de ônibus em São Paulo de pessoas que também buscavam proteção no enorme posto de arrecadação de dízimo e venda de ilusões de Aparecida. São criminosos os pais que levam inocentes crianças para tais acidentes. 

É por negar-se veementemente a encarar de frente e sem subterfúgios a realidade da vida que a humanidade é infeliz. Não há outro caminho para os seres humanos evitarem sofrimentos a não ser dedicar à política a mesma ou se possível ainda maior atenção do que se dedica a divindades, se nenhuma evidência há da existência delas e, ao contrário, não se poder negar os benefícios de uma política honesta e da realidade de ter cada povo criado suas divindades como mostram as mitologias encontradas nos livros Mitologia Nórdica, de Neil Gaiman, ou no O Livro de Oura da Mitologia, de Thomas Bulfinch, em ambos desfilam incontáveis divindades nas quais se acreditavam da mesma forma como hoje se acredita nas divindades atuais da mesma forma que hoje se acredita em outras divindades que também, com o tempo, perderão a pose apesar de estar demorando muito para a humanidade dar esse importante passo rumo à civilização. Não obstante a demora, a humanidade acaba caindo na real. Observe-se quanta contradição há no texto inicial. Bezerro que chora e pede socorre, não matar animais para determinada fé e para outra, é o próprio deus que ordena a matança da bíblia.

A crença religiosa é inculcada nas crianças. Ninguém seria religioso senão por ter aprendido com alguém que por sua vez aprendeu com outro alguém. Como são poucos os que buscam a verdade, a mentira encontra espaço para reinar com tranquilidade, mas só até certo ponto. À medida, entretanto, que mais pessoas percebem a realidade, a religiosidade vai caindo em desuso até chegar sua vez de se tornar mitologia e mera curiosidade literária. Enquanto isso, é motivo de atraso grandemente prejudicial à evolução civilizatória. Percebe-se facilmente ser a religiosidade maior onde é menor a evolução espiritual, como deve ser interpretado o avanço lento, mas eterno do conhecimento ou civilização. A humanidade demora demais para superar a obscuridade em que teima em permanecer.

 

 

 

 

sexta-feira, 12 de julho de 2024

ARENGA 757

 

A figura de um Chefe de Estado é apenas decorativa. Nenhum governante tem ingerência sobre o poder socialmente nefasto daqueles que apesar de chamados de poderosos terão o mesmo fim daqueles a quem com a maior indiferença do mundo os tomadores dos recursos fazem padecer sofrimentos desnecessários. Para os desalmados ajuntadores de riqueza isso de solidariedade humana nada significa uma vez que a pobreza tem origem na incapacidade dos pobres de ficarem ricos. E assim os monstros de cuja boca escorre baba de dragão transferem para os pobres uma culpa que é sua. Não ocorre aos ajuntadores de riqueza que no planeta não há recursos materiais para que todos sejam ricos e nem que sendo os pobres que fazem a riqueza dos ricos, quem faria a riqueza dos pobres? Não se fica rico sem haver um monte de trabalhadores produzindo aquilo que Marx chamou de Mais Valia. A razoabilidade, pois, está em não haver excessivamente nem ricos e nem pobres, mas um equilíbrio que permita a todos viver sem sofrimentos evitáveis, o que não está na alçada de nenhum governo impor uma vez que o único poder que existe no mundo, o poder do dinheiro, estando aprisionado em mãos dos ridículos poderosos não pode ajudar quem precisa de ajuda.  O vício em ajuntar dinheiro é mais dominante que o vício em qualquer droga. Seus malefícios em vez de prejudicar apenas o viciado, prejudica toda a sociedade porquanto porque sua satisfação exige um povo longe da realidade, vitimado uma privação cruel e desnecessária atribuída a divindades. Dentro da cultura do venha a mim e os outros que se danem, aproveitadores da manutenção do povo na ignorância da realidade é uma barreira só transponível por esclarecimento, o que a política do sistema educacional evitando a todo custo, resulta em doutores com a mesma crendice que o verdureiro da feira, o que se explica no fato de ter sido negada a ambos o conhecimento da verdade.   

O poder que infelicita o mundo foi reconhecido por quem entende do assunto, o presidente americano Theodore Roosevelt, de acordo com o que diz a genial Cristina Martín Giménez na pág. 17 do livro O Clube Secreto Dos Poderosos: “Por trás do governo aparente está entronizado um governo invisível que não deve lealdade nem reconhece responsabilidade alguma perante os cidadãos”.

Este governo invisível a que se refere o presidente americano, que sentiu na pele seu poder, é simplesmente a vontade dos viciados em dinheiro em manter o mundo permitindo que eles aufiram nos infernos fiscais fabulosas somas na agiotagem. Assim é que ou os cidadãos tomam paternidade na direção dada ao mundo por viciados em fortunas ou seus descendentes conhecerão o armagedon. Endireitar o mundo não é impossível e nem é invisível esse poder escondido atrás do poder de fato. Se não é visto é porque o poder do mal que manda no mundo evita sua visão. Quando Jornal respeitável como Folha de São Paulo do dia 11/07/2024 publica convite de um tal de Junno para se juntar a uma rainha, Xuxa, e a coroa Ivete Sangalo para formação de um trio praticante de sexo a três, é a materialização do poder maligno que o doutor Roosevelt diz ser invisível. É impedindo que o povo evolua espiritualmente, mantendo-o ligado em baixarias, que se impede sua elevação mental e percepção de ser vítima inocente de uma maldade imensurável. Diz-se com muita propriedade que quem é do chão não quer colchão. Mantendo o povo em nível de chão, ele não exigirá colchão. Simples assim. Pessoas interessadas em pessoas de tão baixa espiritualidade que a fim de se manterem no noticiário expõem baixos instintos à juventude de orgias sexuais jamais se interessarão em assuntos mais relevantes. Daí ter Humberto Eco afirmado que quem controla os meios de comunicação controla o mundo. Se o mundo vai mal é porque os meios de comunicação mantêm o povo absorto em sordidez e tamanha irracionalidade que a juventude é convencida de haver honra em matar outros jovens em nome da pátria ao passo que objetivo da pátria é a maior felicidade que puder dar à juventude.

Por tudo isso é que eleições, na verdade, têm importância nenhuma se o povo não burla as más intenções dos governantes e busca o esclarecimento salvador. Governos só existem para bobagens como conceder ou negar aumentos, mas nenhuma capacidade de tem para fazer o que realmente é preciso ser feito a fim de limitar os sofrimentos aos ainda inevitáveis. Não obstante esta realidade, as eleições tanto em nosso país, quanto as eleições americanas, alvoroçam a papagaiada de microfone. O que nenhum papagaio de microfone sabe é da semelhança entre eleições e casamento. Assim como no casamento é o homem que escolhe a mulher para casar, mas é a mulher que escolhe o homem para escolher ela, a mesma coisa acontece na eleição. Embora seja o povo quem escolhe os mandatários, são os ricos donos do mundo que escolhem os mandatários para o povo escolher.

quinta-feira, 4 de julho de 2024

arenga 756

 

Adversa à sensatez, a humanidade não podia ter outro destino que não o do Titanic. Embarcou em três canos furadas os três pilares que a vêm sustentando desde a Revolução Industrial: democracia, política e desenvolvimento.

Democracia pode realmente vir a ser o melhor dos sistemas de administração pública até agora experimentados desde que seja civilizado o povo a quem ela delega o poder de escolher os administradores. Como inexiste povo civilizado na face da Terra, o resultado de encarregar seres incivilizados da tarefa de nomear as autoridades só podia dar em aberrações como guerra, fome e doenças. São tão loucas as escolhas das autoridades que se preteriu a musa política Heloisa Helena cuja nobreza de caráter dispensa apresentação por Collor de Melo cujo caráter por razões opostas também dispensa apresentação. Sob democracia o que não faltas são aberrações. Tornou-se sinônimo do capitalismo cuja exclusão social que produz vai acabar provocando a desestabilização da sociedade com consequências inimagináveis. Por isto é que não se justifica a tranquilidade dos pais que desejam tranquilidade no futuro de seus filhos.

A maior das aberrações resultantes da democracia é a cultura do venha a mim e os outros que se danem porque esse “venha a mim” não condiz com vida em sociedade. Promove vendas do patrimônio público sob os mais diversos argumentos, inclusive por uma suposta deficiência que desaparece depois de vendida e esbanjado o dinheiro. É também na democracia que o voto é comprado como nos tempos dos coronéis e seus currais eleitorais com a diferença para pior de ser o povo que desembolsa os recursos que pagam os meios de comunicação para que eles lhe determinem votar nos paus mandados dos ricos donos do mundo e tudo mais.

E agora é vez do naufrágio da canoa na qual navega uma política tão enviesada que suas notícias são publicadas nas páginas policiais. As leis são feitas a favor de quem as faz que por serem passíveis de punição, num golpe de mestre da malandragem, passaram a rasteira nas leis a favor do povo festivo inventando Foro Privilegiado e Prescrição, com o que se inverteu a função tanto do legislativo quanto do executivo e do judiciário que segundo outra musa da honradez, a doutora Eliana Calmon, há bandidos de toga. Como se pouco fosse, o Estado desorganizado que deveria garantir segurança à população, na democracia está ele próprio inseguro tamanha é a ousadia do crime organizado. 

Para manter o povo em completo analfabetismo político que mantém o povo manipulado, a papagaiada de microfone, serviçais dos donos do poder não perde oportunidade para endeusar a democracia que vai se eternizando com seus horrores. Caso Sérgio Cabral ou Geddel Vieira Lima venham a ser candidatos, a propaganda ou arte de explorar a estupidez humana, os elegerá tão certo quanto dois mais dois.

O naufrágio da democracia não é diferente ao da política tomada de assalto por que ganha toda a cesta de pães com o suor do rosto alheio, não obstante se dizerem todos tão cristãos que lavam as escadas das igrejas para a entrada de nosso senhor. Vai daí que uma política do tipo da que temos, mais cedo ou mais tarde naufragará inevitavelmente.

Por fim, a canoa furada do badalado desenvolvimento que naufraga deixando atrás de si um planeta de terra arrasada. Esse tal de desenvolvimento é nada mais do que um montão de fábricas bufando fumaça sem cessar para produzir coisas a serem compradas na maior das vezes apenas porque a televisão mandou comprar. Esta produção, direta ou indiretamente, afeta o planeta de modo tão evidente que os últimos desastres climáticos já deveriam ser suficientes para que os (ir)responsáveis pela administração do mundo estivessem empenhados de unhas e dentes na busca de solução para evitar o pior.

Além do mais, a finalidade do desastroso desenvolvimento é produzir uma riqueza sem função social porque vai parar na   agiotagem dos infernos fiscais, onde, segundo Dowbor, escondem-se dois terços do PIB mundial.

terça-feira, 2 de julho de 2024

ARENGA 755

 

Não saber que dispõe de inteligência é o único problema da humanidade e não, como se supõe, vários problemas: economia, educação, pobreza, saúde. Tudo isso desemboca na incompatibilidade entre humanidade e ações inteligentes. Se estamos mal em vez de estarmos bem é por conta de ações desinteligentes como manter milhões de homens em arma em vez de viver em paz. Um comentário no jornal a respeito da notícia de um jogador de futebola a perseguir uma bola prá cima e prá baixo dentro do campo tendo no braço um relógio de onze milhões de reais é algo assustador para quem aprendeu a realidade da vida. A este absurdo alguém comentou dizendo nada haver demais porquanto o dono do dinheiro tem direito de gastá-lo como quer. Quem é mais desprovido de inteligência o que nada vê de anormal no fato ou seu protagonista do relógio de onze milhões? Tanto um quanto o outro refletem o modo de pensar das pessoas que fazem o povo. Impedidos de fazer uso da inteligência, são incapazes de perceber o que há por trás do fato aparentemente simples de um jogador de bola merecer tamanho reconhecimento da sociedade a ponto de não saber o que fazer com tanto dinheiro. Falta discernimento a estas pessoas para alcançar o que realmente ocorre para que executores de brincadeiras se tornarem bilionários enquanto salvadores de vida e educadores dificilmente consegue algum deles em toda uma vida de trabalho de grande responsabilidade juntar um só milhão.

Aquela pessoa para quem nada há de anormal nas imensas riquezas de praticantes de brincadeiras e que representa a mentalidade do povo brasileiro não tem noção de que todo dinheiro existente vem do trabalho de quem trabalha, isto é, o próprio povo. Incapaz de alcançar o motivo pelo qual o trabalho de um executor de atividade esportiva rende tanto que de Zés ninguém viram empresários fartamente abastados e engravatados esquecidos do tempo de pé rapado.

Este incansável cantinho de pensar tem um objetivo que apesar de impossível de alcançar, não desiste de tentar deixar para a juventude apalermada algo do aprendizado e observação da vida por quase oitenta e oito anos, aprendizado este que levou à conclusão de que da supervalorização de brincadeiras é como os parasitas do mundo mantêm o povo ligado em coisas de nenhuma importância a fim de não se ligar no que tem importância, ou seja, saber o por quê de tamanha desarrumação. Uma pesquisa nesse sentido vai chegar à realidade de haver riquezas aos montes com poucos e montes de pobreza com muitos desvalidos da vida, situação que por ser incompatível com atitudes inteligentes, eliminou-se a inteligência nos seres humanos fazendo-os crer serem mais importantes as brincadeiras do que bisbilhotar sobre a possibilidade de ter uma vida melhor do que tem.

Assim, para encerrar esta “prosa”, vai a observação de haver um intenso e custoso trabalho para evitar que o povo saiba ser o real e único detentor do poder. É nossa lei maior que o diz no art. primeiro, parágrafo único da Constituição Federal (Todo Poder Emana do Povo).

Mas então, sendo o povo que tem o poder, por que não e exerce? Simplesmente porque parasitas não só usurparam o poder do povo, mas também vem iludindo a masse de indigentes mentais há séculos. A verdade só pode ser alcançada através da observação e comparação do que se aprende com a realidade e brincadeira nunca foi realidade para merecer a importância que lhe é dada.

domingo, 30 de junho de 2024

ARENGA 754

 

O que fez o povo do Brasil para evitar que nosso país chegasse à degradação em que se encontra? Nada! Fizeram absolutamente nada. E é justamente por nada terem feito a favor da civilização e muito ter feito ao contrário é que ainda nos encontramos na idade dos caçadores coletores, com diferença de hoje se caçar gente para coletar os pertences, principalmente celulares. Vejamos o que dizem alguns pensadores a respeito da humanidade e de nós que dela somos a parte mais suja ou menos digna:  

Aqui na página 595 do livro História da Civilização Ocidental, no capítulo sobre a Revolução Francesa, o historiador Burns parece estar falando sobre nossa sociedade quando diz o seguinte:

“No alto estavam os nobres da espada, cujos títulos remontavam aos suseranos feudais da Ida Média. Abaixo deles colocavam-se os nobres da toga, cujos avós tinham comprado algum cargo judicial que lhes conferia um título de nobreza e o direito de usar uma imponente beca de magistrado .... a maioria deles eram parasitas a consumir uma riqueza que outros produziam com o suor do rosto”.

Também não temos entre nós uso indevido de toga? Tanto temos que a destemida e por isso mesmo rejeitada Eliana Calmon afirmou haver bandidos de toga. E está bem colocado o termo “destemida” porque covardes há aos montes escondidos atrás de instituições como Prescrição e Foro Privilegiado. Por dizer a verdade, como a Lava Jato, cujos membros sofreram perseguição, a doutora Eliana não também foi perseguida ao ser rejeitada para o Senado onde também haveria de dizer verdades que incomodam aos ilustres senhores que lá desfrutam do melhor que a vida pode oferecer.

Continuando o assunto da semelhança entre os perdulários da sociedade francesa e os da nossa sociedade, temos que na mais alta corte de justa desse belo país de triste sorte e povo, enverga-se uma imponente toga quem foi reprovado para juiz de primeira instância, dispensado o notável saber jurídico e muitíssimo menos a reputação ilibada. (Rui Barbosa sabia disso). No mais, ainda seguindo o pensamento do historiador, também temos uma plêiade de parasitas consumindo riqueza produzida com o suor de rosto alheio. Até parece que o historiador Edward McNall Burns nos observa do além.

Passemos agora para a página 27 do grandioso livro Falando Francamente, de Vinicius Bittencourt, livro que os poucos brasileiros que leem e entendem o que lê deve ter na cabeceira da cama. Citando Thomas Paine, o pensador Vinicius Bittencourt tem a seguinte impressão sobre nossa sociedade:

“Quando lemos as histórias obscenas, as libertinagens volutuosas, as cruéis e traiçoeiras execuções, as vinganças impiedosas, que enchem mais de metade da bíblia, pensamos que seria mais consistente chamá-la a palavra do demônio do que a palavra de Deus. É um relato de atrocidades que contribuem para corromper a humanidade”. E acrescenta: “O povo quer ser iludido. Os padres e os pastores suprem estas carências, fornecendo imposturas”.

A frase “o povo quer ser iludido” tem um alcance fora da capacidade perceptiva da malta religiosa de torcedores e bailarinos de axé. Vê quão interessante: Individualmente, ninguém quer ser iludido, bancar o otário. No entanto, reunidos os indivíduos em povo vivem iludidos bancando otários sem se dar conta, afastados que foram da sabedoria pelas artimanhas do pão e circo.

Quando pais levam suas crianças para o meio de multidão ensandecida de torcedores ou para cultos religiosos, nada de anormal para eles há nisso. Mas, na verdade, há mal tão grande que o comportamento resultante deste procedimento trouxe o povo a querer ser iludido, como disse bem mestre Vinicius Bittencourt, e é certo que o povo nunca deixou de ser feito de bobo se vive a cultura do venha a mim e outros que se danem que não encontra espaço em povo bobo por ser fácil de ser iludido.

Pulemos para a página 15 do livro A Oligarquia Brasileira, do pensador Fábio Konder Comparato:

“Eis por que pode-se (sic) dizer que a oligarquia é o regime político próprio da civilização capitalista, que no presente é a civilização mundial. Importa, no entanto, acrescentar que essa oligarquia é sempre dissimulada, sob a falsa aparência de um regime político de base popular”.

Retomando a palavra, temos que no capitalismo ou cultura do venha a mim e os outros que se danem tudo é dissimulação. Como a mentira tem pernas curtas, o entusiasmo do povaréu iludido arrefece a cada dia nas pessoas mais instruídas e, por isso mesmo, menos fáceis de serem feitas de bobas. Se políticos ainda levam multidões às praças é porque, como disse Ivon Curi, há bobo prá tudo.

Saltemos para a página 20 do livro O Clube Secreto Dos Poderosos, da fabulosa escritora espanhola Cristina Martín Jiménez, citando esta declaração do professor americano Carroll Quigley no seguinte teor: “O poder do capitalismo financeiro tem um objetivo transcendental, nada menos que criar um sistema de controle financeiro mundial para mãos privadas, capaz de dominar o sistema político de cada país e a economia do mundo como um todo”. Se o monstro capitalista irradia metástases para sociedades ironicamente chamadas de civilizadas, que dizer de republiquetas de banana onde infinitos motivos há tanto para tristezas quanto para alegrias?

Por último, porque nenhum saco aguenta mais, vejamos outra citação da mesma escritora no mesmo livro, página 17, proveniente de quem sabe o que diz, Theodore Roosevelt: Por trás do governo aparente está entronizado um governo invisível que não deve lealdade nem reconhece responsabilidade alguma perante os cidadãos.

Se os governos que a humanidade acredita serem responsáveis por ela têm atrás de si um governo maior que não reconhece qualquer responsabilidade perante ela é porque a humanidade está iludida e feita de boba.

sábado, 29 de junho de 2024

ARENGA 753

 

Privados da capacidade de refletir, pais alienados nada veem de errado se os filhos continuam aprendendo nas escolas as mesmas coisas que eles, os pais deles e os pais dos pais deles aprenderam e que resultaram num mundo onde o mal predomina sobre o bem, a injustiça sobre a justiça, o crime sobre a punição, a ilegalidade sobre a legalidade, ingredientes indispensáveis à cultura infelicitante do venha a mim e os outros que se danem apropriada para um mundo de brutalidades como o nosso.

Estão totalmente enganados aqueles que acreditam estar bem acomodados junto ao grupinho familiar porque à sua volta borbulha de fervura um caldeirão de violência, maldades de todo tipo e as mais variadas doenças como resultantes de um comportamento individualista e descompromissado com a sociedade.  A indiferença de quem acumula riqueza ante o sofrimento de quem não conseguiu um lugar onde se sentir bem, apesar de parecer sem importância importa muito se estes desvalidos tendo como única opção o crime, a cadeia ou a morte, contaminam com seus genes de infelicidade para infelicitar toda a sociedade.

O mundo em que vivemos não é o mundo que os pais devem querer deixar para seus filhos. Um mondo no qual as autoridades cujo nobre dever de assegurar para eles refinada educação, segurança, saúde e bem-estar, descambaram de tal forma para a imoralidade política que se tornaram objeto de repúdio e em vez de servirem de exemplo pelo merecimento de respeito, sabedoria e correção comportamental, decaíram de tal forma que nem se incomodam mais quando apupadas em público.

Nosso belo país foi arrastado por falsos líderes para tamanha irracionalidade que seu povo, não obstante a triste realidade de só ter o que lamentar inclusive por ser considerado indigno mundo afora, encontra vários motivos para festejamentos onde há tamanhas explosões de alegria injustificada que faz pensar se não foi acometido de debilidade mental.

 

quinta-feira, 27 de junho de 2024

ARENGA 752

 

A massa festiva de indigentes mentais de futucadores de telefone não vê motivo de preocupação quando nos sinais de trânsito deparam com pessoas mostrando cartazes anunciando fome. Alguns, com o exemplo dado pela política, pensam ser coisa de malandro que não quer trabalhar, o que pode ser verdade, afinal, como disse Chico, somos o país do malandro federal. Mas, e se for verdade, se estiverem realmente famintos? Olha que a fome é caminho que leva ao desespero, e como disse sabiamente mestre Ladislau Dowbor, pessoas levadas ao desespero reagem desesperadamente. Portanto, não sendo recomendável estar em meio a pessoas desesperadas porque em tais condições estas pessoas cometem os horrores que cometeram lá na França de 1789 e na Rússia de 1917, diante disso, o melhor a fazer é meditar sobre o porquê de haver fome se em meio às notícias de roubalheira protegida pela justiça há também notícias de milhões de toneladas de cômida produzidas no país.

Insensatez é a praia dos seres humanos. As centenas de religiosos mortos pelo calor do deserto buscando em Meca proteção de deus e todo o aparato religioso mundo afora significa que a humanidade foi conduzida por falsos líderes a viver um mundo de falsidades. Se pessoas de grandes conhecimentos nos asseguram ser falsa a ideia de um deus criador, por que, então, deixar de dar ouvidos a estas pessoas para seguir uma turba de nenhum conhecimento que faz da bíblia o livro mais vendido no mundo pelo motivo de ser comprado inclusive por analfabetos pensando que junto com o livro “sagrado” também adquire proteção divina? Pelo menos quinhentos anos antes de Cristo, na Grécia, pensadores já se negavam a aceitar a criação divina do universo. Não obstante, até hoje, para a estupidez humana, um deus criou as coisas e as pessoas, possibilidade totalmente inverossímil. Como poderia Adão nomear a miríade de seres microscópicos? Mas absolutamente nada é capaz de levar a turba barulhenta a trocar a escuridão do desconhecimento pela luz da verdade da vida que de modo algum não está em conversar com estátuas, lavar escadas de igrejas ou morrer de desastre a caminho de Aparecida ou de calor a caminho de Meca porque a única verdade salvadora é dependermos de uma administração pública diferente da que tem a humanidade, obrigada a receber medalhas no lugar do filho em cuja homenagem um falso líder deposita uma coroa de flor no pé de um poste de cimento.

 O pensador Malcolm X foi apenas mais uma das pessoas assassinadas por pensar. Ele disse que a menos que estejamos prevenidos, os meios de comunicação vão nos fazer amar o opressor e odiar o oprimido. No mesmo sentido, Humberto Eco disse que quem controla os meios de comunicação controla o mundo. Em apenas duas frases está a verdade que poderá tirar o mundo da falsidade. O motivo pelo qual há uma televisão em toda sala de espera e mais de um celular para cada pessoa do mundo é a causa de absolutamente toda a infelicidade na Terra, embora tal entendimento passe a anos luz do discernimento da malta festiva.

Pouquíssimos são os capazes de saber o que há entre o que disseram aqueles dois pensadores e as notícias nos jornais exortando o valor dos carrões e mansões de marionetes do pão e circo, instituição criada pelo império romano para manter a malta longe da política e permitir que rufiões palacianos pudessem curtir mansamente o resultado do trabalho de quem trabalha, como, aliás, acontece até os dias de hoje quando um terço do PIB mundial, segundo nos diz Ladislau Dowbor, está em paraísos fiscais rendendo mais riqueza livre de imposto para degenerados exploradores do trabalho alheio.

Os “famosos”, as “celebridades” e seus carrões e mansões que despertam interesse do mundo inteiro segundo a imprensa, é como o pão e circo leva para longe da podridão política a atenção do pobre povo levado a nem mesmo saber dispor de um grande potencial de poder transformador totalmente anulado pela indiferença política que permite a parasitas esbanjar livres e soltos o dinheiro público. Até verba secreta rola pelo meio político enquanto a atenção da malta se concentra no que não tem importância. Como disse Eduardo Moreira, é semelhante a um espetáculo de mágica. Enquanto a atenção está no que não tem importância, acontece o que tem.

 

segunda-feira, 24 de junho de 2024

ARENGA 75l

 

O caso do prefeito de Iaçu, na Bahia, e a arte de roubar dos pobres. É manchete de reportagem no jornal Tribuna da Bahia sobre mais uma das incontáveis falcatruas que diariamente acontecem país afora como se fossem a coisa mais natural do mundo, como se não fosse desse dinheiro que dependemos todos nas horas difíceis da vida, dos remédios, dos cuidados médicos. Acontece em lugarejos elevados à categoria de municípios independentes pela má política visando prefeitos/cabos eleitorais de maus políticos que a cada dia se tornam donos de maior poder político. O dinheiro repassado para os prefeitos destes lugarejos que muitas vezes mal assinam seu nome, não pode ter outro destino que não falcatruas. O Estado finge não saber, mas prefeitos de inúmeros lugarejos enriquecem como que por milagre. Nossa política apodreceu até o cerne enquanto uma juventude aparvalhada amontoa em festas e futucam telefone abstendo-se dos cuidados com o futuro dos filhos por força do pão e circo cujo poder é tão devastador que se envolve até pessoas do nível mental de Ladislau Dowbor e Chico Buarque, que se declaram torcedores, que dizer do povaréu politicamente analfabeto?

O pensador Cardenal de Hertz diz que quando os que mandam perdem a vergonha os que obedecem perdem o respeito. Como o exemplo do alto é de falta de vergonha, os prefeitos/fantoches de lugarejos, sem a mínima noção de coisa nenhuma, imaginam: se roubar é a regra nos altos escalões, por que haveria de não ser também por aqui?

O caso de Iaçu, uma cidadezinha baiana com 24 mil habitantes que vivem do Bolsa Família e do plantio de melancia, o prefeito, em culundria com um mecânico, roubou parte de uma verba de setecentos mil reais. A notícia confirma que em nossa sociedade, também entre os ladrões da política, apenas os que roubam ninharia não encontram no STF quem os livre de punição como acontece com os ladrões de bilhões para os quais o STF mudou a frase de Cristo para ser mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar para a cadeia. E não há, infelizmente, o que estranhar nisso se os ministros são escolhidos por políticos que aparecem nas páginas e que por esta razão procuram contar com amigos que que retribuam o favor da indicação. No julgamento do Mensalão, argumentaram os cavaleiros negros mambembes do STF, sem causar estranheza alguma aos analfabetos políticos de sempre que as cadeias no Brasil não tinham condição de abrigar pessoas (ladrões) acostumadas a um tipo de vida requintada. Num país assim, como podem pessoas como Chico Buarque e Ladislau Dowbor se declararem torcedores de futebola que é o braço direito do pão e circo provedor de nosso exuberante analfabetismo político provedor de nossa infelicidade?

Não é desse cantinho de pensar a convicção de ser o analfabetismo político a causa de nossos dissabores porque a esse respeito eis o que diz o filósofo Bertold Brecht: O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas. O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que da sua ignorância política nasce a prostituta, o menor abandonado e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais.