domingo, 29 de maio de 2011

SE POLÍTICA, COMO FEIJÃO, SÓ VAI NA PRESSÃO, VAMOS PRESSIONAR.

Senhores Vereadores: O tom usado nesta comunicação não indica falta de respeito à instituição e nem às pessoas de Vossas Senhorias. Explicação desnecessária, por se tratar de pessoas cuja compreensão não admitiria tal possibilidade.
É meu dever, e de outras pessoas, se a obscuridade mental lhes permitisse, reivindicar o exercício com maior empenho da nobre função de aplicar os recursos que nós o povo entregamos aos administradores públicos para serem gastos na promoção do bem-estar coletivo. Quem não participa de festa de futebol ou igreja e é obrigado a conviver com o ronco insuportável das motos ou do som ensurdecedor dos carros de jovens sem preparo para vida social, fica longe de ter algum bem-estar. Seria só dos barulhentos o direito ao bem-estar? Onde fica o direito de quem já superou a brutalidade dos barulhentos?
Nosso povo está tão embrutecido que tem a capacidade própria dos seres inferiores de suportar barulho. O barulho atrai o povo como açúcar atrai moscas. É por isto que as lojas fazem um estardalhaço para atrair compradores.
Nosso problema, entretanto, não é só barulho. As calçadas exigem habilidade de equilibrista dos caminhantes. Há calçadas com acentuado declive e de piso escorregadio, capazes de transformar num monte de ossos o idoso que a legislação procura proteger com a Lei do Idoso.
Vi uma senhora que atravessava uma rua e tomava cuidado com a direção de onde fluíam os veículos ser derruba por uma bicicleta que vinha em sentido contrário. Nem motos ou carros respeitam as leis deste trânsito confuso do qual participam carroças, fezes de animais e caldo de esgoto para serem aspergidos nas pessoas, além da fumaça sufocante oriunda de motores desregulados.
Vejam os senhores o absurdo: prédios estão sendo ocupados ainda em construção. A ganância das construtoras leva-as ao cúmulo de aprontar apenas um ou alguns poucos apartamentos que são colocados no mercado habitacional para irem financiando a construção do prédio e isto é infração à Lei do Habite-se. A inobservância desta lei implica em crime de responsabilidade civil pela administração pública municipal, visto que a usura das construtoras leva a construir prédios usando tão pouco material que os moradores de um apartamento tomam conhecimento até dos momentos de intimidade dos casais de outros apartamentos. Necessário se faz que tais prédios sejam vistoriados antes de serem habitados como prevê a Lei do Habite-se cuja finalidade não é apenas arrecadar impostos, mas também a segurança de quem os paga e o poder público deve, portanto, cuidar de sua aplicação local.
O desrespeito à lei dos quinze minutos para atendimento dos bancos mostra fragilidade da administração porque a função de autoridade exige autoridade.
Uma vez retornado à condição de cidadão conquistense, no exercício de minha cidadania, venho solicitar de vossas senhorias providências no sentido de poder ter respeitado o meu direito de viver em paz. Pelo menos a paz proporcionada pela ausência de barulho, uma vez que é impossível a paz pela ausência do medo de agressão física em vista de já haver locais em nossa cidade com marginais impondo sua vontade aos demais moradores e isto é um desmando tão grande que enquadra nas palavras do mestre Leonardo da Vince aqueles que aceitam tal situação. Disse o mestre do saber: “Aqueles que se acomodam ante os desmandos não passam de condutores de comida, os únicos rastros que deixam de sua passagem pelo mundo são latrinas cheias”.
Sendo Vossas Senhorias responsáveis pelo nosso bem-estar, solicito-lhes varrer do nosso convívio os desmandos contra os quais nos insurgimos, e, com certeza também Vossas Senhorias.
Também o deslumbramento de colonizados pelas coisas do estrangeiro precisa ser combatido. Os nomes dos prédios (Maison de Soleil, Maison de La Lune, por exemplo) gera confusão para transmitir o endereço e encarece a conta de telefone.
Com o devido respeito, atenciosamente, José Mário Ferraz.
Este foi um esboço de pressão sobre nossa administração pública no sentido de melhorar as condições de vida em nossa cidade. Deveria ser continuada e aperfeiçoada não só por pessoas mais competentes, mas também por todos aqueles que pretendem chegar à velhice com saúde suficiente para ficar fora das UTIs.
A passividade das pessoas deve-se ao desconhecimento da verdade e ao hábito de conviver com absurdos como se fossem coisas normais. O gasto em festas do dinheiro de evitar tanto sofrimento que grassa por aí é um dos muitos absurdos que contam com a aprovação do povo por desconhecer o que se passa por trás de tudo isto. Disse Winston Churchill (?) que há uma cortina de ferro a separar a verdade daquilo que as autoridades querem que o povo pense ser a verdade.
As mediocridades televisivas, das quais faz parte a apologia à prostituição e à gravidez precoce, não permitem ao pensamento elevar-se além de futilidades. Um jovem paulista se gabava de ter conseguido um ingresso depois de permanecer numa fila por vinte e quatro horas. Isto é demência. Para se adquirir um ingresso bastam cinco minutos.
Perguntei a uma senhora com uma criancinha nos braços se ela tinha conhecimento das previsões científicas para a época em que aquela criança fosse adulta. A resposta me deixou triste e preocupado (como sempre) com o futuro dos nossos descendentes. A mulher com a criancinha nos braços disse que Jesus não deixaria acontecer nada de ruim.
Vocês, jovens, precisam acordar desta estúpida letargia e assumir com inteligência o verdadeiro papel de jovens sadios, o dinamismo. Vocês estão sendo vítimas inocentes de um sistema educacional deturpado para formar pessoas que não pensam. Não ocorre a vocês, por exemplo, a constatação de que o incremento da religiosidade do qual participam até os automóveis com seus “Deus é Fiel” não impede o incremento da infelicidade? E se Jesus permitir que falte água, comida e ar respirável, cuja possibilidade é vislumbrada pela ciência? Afinal, o Pai dele já aprontou muita destruição. Vocês, jovens, não deveriam esperar para constatar se a senhora com a criancinha nos braços tem razão quanto ao futuro de sua criança. Vocês estão esperando a oportunidade de verificar se há ou não há proteção divina, mas seria mais próprio de jovens espertos observar que a proteção dos templos e representantes das divindades são protegidos por grades, homens e armas. Se assim é, como contar com uma proteção incapaz de proteger seus próprios pertences? Inté.