segunda-feira, 31 de agosto de 2020

ARENGA 430

 

Nesse paisinho de merda Brasil com Z não há lugar para pessoas que valorizam sentimentos nobres. Tem enorme alcance a afirmação do doutor Vinicius Bittencourt de que elevar-se espiritualmente é privar-se de tudo que faz a alegria do povo. Visando o elemento asqueroso povo a imprensa se refere a dois viados aos beijos como celebridades. Para quem se elevou espiritualmente além da triste fase vulgar de povo é desagradável viver em ambiente de mentalidade tão medíocre para o qual a imprensa publica notícia de dois viados aos beijos referindo-se a eles como celebridades. Viadagem não é motivo para celebridade. Se não há motivo para censurar a viadagem, muito menos para ser motivo de celebridade. E incomoda principalmente a preferência por assuntos chulos se as instituições se tornam antro de bandidos com poder de criar leias impedindo combater o banditismo que infecta valores a serem respeitados. Incomoda a quem não é povo o cinismo de declarações como a do Banco Mundial citada na página 21 do livro A Era do Capital Improdutivo do professor e Grande Mestre do Saber Ladislau Dowbor, segundo a qual nas últimas décadas a pobreza no mundo teria diminuído em cerca de um bilhão de pessoas.

Para os banqueiros, monstros de cuja boca escorre baba de dragão, dos quais os filhos não se envergonham porque filho de peixe é peixim. Mas, para quem sabe que sociedade tem algo a ver com irmandade, a falta de solidariedade humana dos canalhas do Banco Mundial leva-os a afirmar que aquele bilhão de pessoas estariam livres de pobreza por terem passado a viver com a quantia de um dólar e noventa centavos por dia. É, ou não é imensurável a insensibilidade social destes monstros malditos? Para esta corja canalha está livre de pobreza quem pode contar com menos de sessenta dólares por mês para satisfazer as necessidades, enquanto que, segundo consta da página 26 do mesmo livro, por meio da agiotagem do sistema financeiro, um destes parasitas aplica no cassino financeiro um bilhão de dólares com rendimento de apenas cinco por cento ao ano e recebe cento e trinta e sete mil dólares por dia. Em termos de sociabilidade isto é totalmente inaceitável que causa revolta a quem não é um imbecil completo. Entretanto, para a malta ignorante de povo nada significa apesar das consequências tenebrosas para o futuro da juventude que já foi a força vida que impulsiona a humanidade e hoje nada mais é do que um bando de idiotas a futucar telefone para os quais viados são considerados celebridades e profissionais da saúde e da educação são ignorados.

Será desastroso o futuro decorrente desta loucura. Portanto, mais do que evidente que algo precisa ser feito. Mas, ante a recusa de quem pode fazer a mudança, o povo, pela ignorância de dimensão oceânica, que fazer se conforme afirmou o Barão de Itararé de onde não se espera é que nada sai?


domingo, 30 de agosto de 2020

ARENGA 429

 

 Setenta por cento dos brasileiros de triste memória se dizem contrários a que se investigue a aquisição de uma mansão de seis milhões de reais pelo filho do presidente Bolsonaro, diz a imprensa. Isto significa ser total perda de tempo dos intelectuais que escrevem calhamaços sobre melhor forma de vida. O comportamento irracional do ser humano é o mesmo do animal chucro que recusa o tratamento do médico veterinário que lhe salvaria a vida. Não há pais que sem intervenção de um juiz mataria seu filho ao recusar uma transfusão de sangue?

Esta monumental ignorância leva a ser perda de tempo orientar o ser humano para o caminho certo se sua estupidez o faz preferir o caminho errado, haja vista o gasto astronômico com o pão e circo contar com aprovação de quase totalidade dos seres humanos, além da permissão para que avarentos Reis Midas retirem da sociedade as imensas fortunas individuais que inviabilizam a tranquilidade de uma vida comunitária civilizada porque ao acumular em poucas mãos o dinheiro que a todos deve servir, as muitas mãos vazias serão obrigas a causar desassossego buscando seu quinhão.

A humanidade não terá tranquilidade enquanto não for limitado o tamanho das riquezas pessoais da corja de nenhuma sensibilidade social e muita baixeza espiritual que tem o cinismo de mandar seus testas-de-ferro do Banco Mundial declarar (conforme consta da página 21 de A Era Do Capital Improdutivo do mestre Ladislau Dowbor) que nas últimas décadas a pobreza deixou de existir para cerca de um bilhão de pessoas. Tamanha é a maldade destes canalhas que têm a desfaçatez de afirmar que estas pessoas deixaram de ser pobres por terem passado a viver com 1,90 dólar por dia. Pode uma pessoa com apenas a quantia de um dólar e noventa centavos pagar despesas de moradia, comida, saúde, educação, vestimenta? Para estes safados, pode.

E enquanto a maldade deixa à vontade estes canalhas para afirmarem tamanho absurdo, segundo ainda Ladislau Dowbor, na página 26 do mesmo livro, um desses gigolôs da sociedade que aplica um bilhão de dólares no cassino financeiro a módicos cinco por cento ao ano embolsa diariamente U$137 mil. Com a bunda farta assentada sobre cento e trinta e sete mil dólares por dia, estes monstros de cuja boca escorre baba de dragão afirmam bastar um dólar e noventa centavos para as outras pessoas.

Sem dar um basta à sanha de riqueza destes monstros é totalmente inviável a possibilidade de se viver civilizadamente. Não estaria na hora de trazer o pensamento do futebola e das igrejas para estas coisas os pais que desejam o bem dos filhos?       

 

 

 

 

 

sábado, 29 de agosto de 2020

ARENGA 428

 A baixeza do brasileiro foi capaz de produzir uma cultura compatível com a torpeza que caracteriza a índole desse povo reles e desprovido de nobreza espiritual cuja democracia desestimula homens probos ao nobre exercício da atividade política e estimula espertalhões e aventureiros das mais baixas estirpes de espécimes da espécie dos sem caráter a se tornarem comensais do erário.

Os brasileiros têm dado mostras de ser um povo tão desgraçadamente propenso à infelicidade que se assemelha a um náufrago debatendo entre ondas de um mar de iniquidades a se agarrar a promessas falsas de ridículos salvadores da pátria. O poder político nesse belo país de sorte tão triste quanto a de seu povo asqueroso é colocado a serviço de empresários corruptos que subornam a ridícula justiça subornável. Aqui não se faz necessária a porta giratória que o Grande Mestre do Saber Ladislau Dowbor afirma haver para facilitar o conluio entre o público e o privado porque aqui o conluio conta com proteção da justiça e a corrução pode atuar com tamanha tranquilidade que dispensa qualquer obstáculo à promiscuidade entre os setores público e privado de forma tão desavergonhada que segundo a imprensa a justiça condenou o Banco do Brasil a pagar multa de quarenta milhões por ter cobrado indevidamente um débito de mil. Havendo bandidos de toga, como disse quem sabe o que diz porque trabalha no mundo judiciário, não há como aceitar não resultar de conluio tal condenação.

Constitui crime contra a humanidade o trabalho da cultura capitalista voltado para envolver um povo inteiro no estado de degradação moral e insensibilidade social em que se encontra o povo brasileiro. Não existindo em lugar algum do mundo um só ser humano totalmente desprovido de inteligência o bastante para se negar a ser favorável a quem lhe é contrário como faz o brasileiro, o fato de ter ele se tornado indiferente ao destino duvidoso que falsos líderes por ele escolhidos conduzem seus filhos resulta de um trabalho nefasto engendrado por quem leva vantagem sobre tal estado de coisas.

A maldade dos monstros capitalistas se manifesta em todo esplendor na manipulação mental que faz o brasileiro querer ser semelhante   ao povo americano, brutamontes que apesar de se acharem o máximo, submetem-se aos mesmos conchavos políticos a que estão sujeitos todos os povos descategorizados do mundo porquanto é dito que os americanos têm o melhor congresso que o dinheiro pode comprar. Mas o desgraçado do brasileiro tanto quer ser sombra destes brutamontes que seu idioma é carregado de palavras inglesas.

Está certo o mestre Vinicius Bittencourt ao quando afirma que o mundo passou a ser um jardim zoológico onde convivem sem qualquer assistência animais domésticos e predadores. É correta porque os malfadados grupos econômicos se tornaram predadores dos povos que eles manipulam como o cão amestrado para buscar o objeto atirado pelo dono. Na página 72 de A Era do Capital Improdutivo do mestre Ladislau Dowbor consta a seguinte maldade contra o povo perpetrada por um dos monstros capitalistas da indústria farmacêutica: “A GSK vendeu Wellbutrin, poderoso antidepressivo, como pílula de emagrecimento, o que é criminoso. Vendeu Avandia, escondendo os resultados das suas pesquisas que apontavam o aumento de riscos cardíacos provocados pelo medicamento. Vendeu Paxil, um antidepressivo usado para jovens com tendências ao suicídio que, na realidade, não tinha efeito mais pernicioso do que qualquer placebo, com efeitos desastrosos”.

Tosquiados os carneiros de Cristo, sentem-se eles compensados pelo fato de terem sido os criminosos da GKS punidos com multa de três bilhões de dólares, alheio à realidade de serem eles os carneiros de Cristo que pagaram a multa insignificante comparada aos rendimentos oriundos do crime.

É assim que caminha a humanidade de triste memória.


 

 

 

 

 

sexta-feira, 28 de agosto de 2020

ARENGA 427

 

O Grande Mestre do Saber Nietzsche observou que o homem chega à maturidade quando encara a vida com a mesma seriedade com que a criança encara uma brincadeira. Observando o modo como os seres humanos encaram a vida percebe-se que eles a levam na leviandade. Não a encaram com a seriedade de uma criança frente à sua brincadeira, e isto, de acordo com a observação do sábio, leva à conclusão de que os seres humanos ainda não alcançaram a maturidade. Os infindáveis festejamentos, foguetórios, notícias de brincadeiras na imprensa ao lado de notícias de mortes muitas das quais poderiam ser evitadas com o dinheiro que as atividades lúdicas consomem, o fato de serem tais brincadeiras consideradas tão essenciais que seus promotores embora sem nenhuma noção de sociabilidade, verdadeiros brutamontes espirituais que por habilidade esportiva são tratados de celebridades com padrão de vida infinitamente superior ao das pessoas realmente úteis à sociedade,  tudo isto não deixa dúvida de faltar maturidade na condução da vida.

Houvesse seriedade no viver, viver-se-ia em ambiente de paz e tranquilidade em vez de se viver desordenadamente, com o raciocínio como que bloqueado para não alcançar a razão e deixar que os acontecimentos ocorram ao acaso como acontece no mundo dos irracionais. Nesse exato momento, nossa sociedade fervilha em torno da possibilidade de ter como autoridade máxima as pessoas imaturas de Eduardo Bolsonaro, Lula, Luciano Huck, ou Felipe Neto.

É, na religiosidade onde a falta de maturidade se mostra em todo seu esplendor. Nada mais é preciso do que ler a bíblia e acompanhar o procedimento das religiões através dos tempos para se tomar conhecimento de se tratar de farsa monumental que pode ser desmontada com a mesma facilidade com que são desmontados os truques dos mágicos. Conversar com estátua, comprar feijão santo, encarar com seriedade espetáculos mambembes dos cultos religiosos, construir templos monumentais para que milhares de pessoas façam orações ao mesmo tempo e depois estabelecer que só pode orar dois ou três de cada vez, são procedimentos só explicáveis pela imaturidade.


quinta-feira, 27 de agosto de 2020

ARENGA 426

 

É tão admirável quanto revoltante a mansidão com que os seres humanos se curvam ante o poder de parasitas que os exploram impiedosamente por meio do famigerado sistema financeiro, invenção por meio da qual satanás desmoraliza a ordem de deus para suar a cara a fim de comer o pão. Isto acontece por viver a sociedade tão alheia à realidade que um intelectual do porte de Ariano Suassuna, aos oitenta e cinco anos de idade, diz que o homem é tão inteligente que não pode resultar da evolução de uma espécie inferior; uma sociedade na qual criminosos fazem as leis que regulamentam o comportamento das pessoas honestas de modo a permitir que eles vivam folgada e nababescamente às custas de quem vive no sufoco e do suor da cara; uma sociedade que glorifica promotores de atividades lúdicas e ignora promotores de atividades das quais resulta benefício coletivo; uma sociedade que se fundamenta em três instituições falsas:  governo, economia política e religiosidade.

Se a primeira, o governo, se resume num amontoado de parasitas a vivendo em troca de promessas de bem-estar social que não podem ser cumpridas porque para isso teria de usar corretamente o produto da arrecadação dos impostos, o que é proibido pela segunda das falsas instituições, a economia política, que tem por objetivo direcionar tais recursos para os infernos fiscais daqueles que parasitam a sociedade com as bênçãos da terceira instituição falsa, a religiosidade, que recomenda  submissão às adversidades oferecendo a outra banda da cara para apanhar outra vez porque uma vez só é pouco.

A religiosidade impede o predomínio da verdade e a sobrevivência da falsidade. O filósofo Thomas Paine declarou o seguinte: “Quando lemos as histórias obscenas, as libertinagens volutuosas, as cruéis e traiçoeiras execuções, as vinganças impiedosas, que enchem mais da metade da bíblia, pensamos que seria mais consistente chamá-la a palavra do demônio do que a palavra de Deus. E o Mestre do Saber Vinicius Bittencourt na página 27 de Francamente: “O povo quer ser iludido. Os padres e os pastores suprem esta carência, fornecendo imposturas”. Mas a sabedoria dos sábios nada significa para a ignorância dos ignorantes que determinam o destino do mundo.


terça-feira, 25 de agosto de 2020

ARENGA 425

 

Entrevistando o filósofo Edgar Morin no programa Roda Viva, o entrevistador Heródoto Barbeiro perguntou ao sábio se acreditava em deus. Como sempre acontece, o filósofo tergiversou e terminou se declarando, como fez outro sábio, o Einstein, acreditar no deus impessoal de Baruch Espinosa. O tabu da religiosidade é tão poderoso que embora inteiramente incompatível com a realidade, submete sábios à irrealidade de agir a natureza com inteligência, não obstante o câncer, a malformação, a cegueira, a loucura, enfim, ante a realidade de não haver como atender às necessidades sem que se tenha dinheiro, não se poder prescindir de atendê-las, e não ter dinheiro.

Entre os sábios, raros foram aqueles que a exemplo de Nietzsche tiveram coragem e se insurgiram contra a farsa da religiosidade, mostrando tratar-se de crendice infundada, facilmente percebível quando se verifica ser mais acentuada nas pessoas mais desprovidas de conhecimento. É que as crenças, como as rochas, estratificam ao longo dos tempos, e, como as rochas, depois de formadas, se tornam aparentemente indestrutíveis. Mas, só aparentemente visto que o inevitável esclarecimento decorrente da experiência destruiu as crenças das mitologias e elas passaram de religiosidade a nada mais que entretenimento cultural como esta gostosa historiazinha inventa por Virgílio, na Eneida, e lembrada na página 138 de História Geral E Do Brasil, de Cláudio Vicentino e Gianpaolo Dorigo sobre a fundação de Roma:  o filho de Vênus, Eneias, fugiu para o Lácio depois da destruição de Tróia levando seu filho Ascânio que veio a fundar a cidade de Alba Longa. Posteriormente, quando outra já era o rei de Alba Longa, Reia Silvia, sua filha, destinada pelo pai a se tornar Vestal, engravida do deus Marte e pare os gêmeos Rômulo e Remo. Por ter quebrado a promessa do pai de ser virgem e servir à deusa Vesta, Reia Silvia foi condenada à morte, e os gêmeos, abandonados às margens do Rio Tibre para morrer. Amamentados por uma loba, recolhidos e criados pelo pastor Fausto, vieram a fundar uma cidade no local onde tinham sido achados. Rômulo mata Remo e dá à cidade o nome de Roma.

O mesmo destino de entretenimento literário em que incorreram as mitologias espera pelas religiões atuais e seus ritos parafernálicos. Provocarão risos as práticas de lavar e beijar pés de mendigos, conversar com estátua, comprar feijão milagroso, ritual sagrado de lavar escadas de igrejas e entregar dinheiro a representantes de deus.

Entretanto, como fazer a humanidade saber que a religiosidade é um meio de fomentar humildade e conformismo necessários para passar necessidade num mundo cheio de riqueza? 

 

 

 

 

 

 

segunda-feira, 17 de agosto de 2020

ARENGA 559

 

Depois da necessária preocupação em arrumar a vida dos filhos ou filhas, seria de bom alvitre dedicar alguma preocupação ao motivo pelo qual os seres humanos ainda não foram capazes de superar o impasse que os traz envolvidos em questões conflituosas causadas pela divisão em um grupo que desfruta da produção sem produzir e outro que produz sem desfrutar da produção. Mais condizente com a condição de seres que não sabem ser inteligentes seria uma situação em que todos se beneficiassem das conquistas que aumentam comodidade e bem-estar. Se a selvageria humana não permite a igualdade ideal, como é de se desejar, não devia permanecer desigualdade bastante para impedir que se chegasse à contemporaneidade com rusgas entre capitalistas e operários, como são denominados modernamente os que desfrutam sem produzir, ou exploradores, e os que produzem sem desfrutar, ou explorados.

Os explorados são engabelados pelos exploradores com tamanha eficiência que não se acham operários. Discutem nos papos de boteco não a extinção, mas uma forma mais condizente com suas aspirações o funcionamento das armadilhas dos exploradores. Instrumentos com os quais os exploradores exercem a ação exploratória tais como Taxa Selic, Bolsa de Valores, Taxa de Câmbio, Mercado Financeiro, Spread Bancário, etc., alimentam proseamentos em vez análises quanto o significado social destes monstrengos utilizados pela agiotagem.

São os explorados pessoas educadas para gastar suas energias produzindo a riqueza dos exploradores. O fato de viverem arrodeadas de pessoas em piores situações, receber em troca de seu sacrifício recompensa algo superior ao recebido pelas que amorcegam nos corrimãos de coletivos faz com que estas pessoas se sintam satisfeitas em sua condição de exploradas, não obstante a realidade de merecerem em troca do esforço empreendido que lhes consome a vitalidade condições de vida infinitamente mais confortáveis e menos desgastantes.

A filósofa Marilena Chauí escreveu um livro inútil como são a quase totalidade dos livros de intelectuais, em divagações que nada acrescentam à busca por um mundo melhor. Apesar da louvação de outros intelectuais, o livro de dona Marilena não presta, a começar pela bobagem de servidão voluntária porque não se é servo voluntariamente. O único pecado dos seres humanos é não pensar no lado espiritual da vida.

     

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

quarta-feira, 12 de agosto de 2020

ARENGA 558

       Os seres humanos estão diante de dois obstáculos intransponíveis que os impedem de encontrar a tão sonhada felicidade cantada em verso e proza. O impasse número um é que não se pode encontrar o que não existe, como mostra o fato de deus só ter sido encontrado por alguém em histórias muitíssimo mal contadas como a de ter papeado com Abrão de dentro de um fogaréu. Também inexiste um estado duradouro de felicidade. Muitíssimo menos ainda esta infantilidade de felizes para sempre. O que as inocentes criaturas humanas chamam de felicidade são momentos agradáveis de bem-estar que além de passageiros têm suas ocorrências dificultadas pelos próprios seres humanos. O segundo impasse é colocar sua estabilidade emocional e material na dependência de uma instituição saída dos entre chifres de satanás a que se denominou de Economia Política.

            Se o primeiro impasse denuncia falta de discernimento, o segundo impasse levanta dúvidas quanto a sanidade mental de seres que põem sua estabilidade na dependência de uma instituição cuja existência exige a não existência do sentimento de irmandade sem o qual grassa a inquietação proveniente de desavenças resultantes da competição indispensável à economia tão sem pé nem cabeça que não pode funcionar não só sem destruir o meio ambiente d qual depende a vida, mas também sem dispensar a parceria com outra instituição não menos satânica que é a escravidão.

            Se lá no começo da parafernália em que se encontra enroscada a humanidade esta tal de economia não podia prescindir de escravos para produzir, atualmente, além destes, não pode prescindir também de escravos para comprar.

Como, segundo a boa filosofia, o tempo convence mais que a razão, desde que se tem notícia das loucuras humanas até o presente momento já decorreu tempo suficiente para que a humanidade se convença da necessidade de mudar o rumo que deu à sua existência tão desaprumada que embora pareça inverdade, certo povo foi transformado num paraíso para ladrões graças ao argumento de são se dever melindrar essa tal de economia, e, além disso, papagaios de microfone sustentam haver exagero na apuração de crimes contra o erário em opiniões trocadas pela garantia da despensa abastecida.  


segunda-feira, 10 de agosto de 2020

ARENGA 557

 

A medicina e a política são atividades incompatíveis com a de empresário porquanto a sede de riqueza inerente ao empresário elimina a possibilidade de haver a nobreza do desprendimento necessário para que seja levado a bom termo o objetivo tanto do médico quanto do político em sua nobre responsabilidade de promover o bem-estar individual e social. A estupidez humana de colocar a necessidade de riqueza acima dos valores éticos e morais atinge níveis altíssimos ao conviver normalmente com médicos e políticos que são ao mesmo tempo empresários. A morbidez por dinheiro que leva médicos e políticos ajuntar fortunas com suas atividades rebaixa tão nobres profissões ao nível vulgar do parasitismo da agiotagem do sistema financeiro que sacrifica a população, principalmente a parte mais carente dela.

O problema, entretanto, é mais complicado porque ainda que podendo ser dotado de personalidade diferente, a educação capitalista transforma as crianças em brutamontes ganhadores de dinheiro a qualquer custo, ainda que aproveitando dos infortúnios que fragilizam ainda mais seus semelhantes, deixando-os à mercê do “podia ser pior” ou do “que jeito?”. Mas não tem de ser assim eternamente. Embora haja pais que se beneficiam da prostituição física das filhas e mental dos filhos, a maioria absoluta deles gostaria que seus filhos fossem honrados. O que eles não sabem é serem responsáveis pela desonra que corre nas veias dos brasileiros ao permitir que seus filhos recebam uma educação que em termos de sociabilidade prepara as crianças para serem adultos que se comportem exatamente ao contrário de como se deve comportar a fim de poder formar uma sociedade livre da avareza e do individualismo próprios da cultura vigente.

Houvesse a possibilidade de vir o pão e circo a permitir um mínimo de facilidade para entender o mundo no qual vivem, os seres humanos perceberiam encontrar-se envolvidos num engodo tão extraordinário que festejam sua desgraça, o que não é privilégio deste belo país de triste sorte e povo. Quando se reuniu na “civilizada” Áustria o Congresso de Viena, para, como hienas,  dividir os despojos auferidos com a vitória sobre Napoleão, eram tão esplendorosos os bailes que segundo consta do livro D. Leopoldina, de Paulo Rezzutti, um congressista, talvez o próprio imperador Francisco II, pai de D. Leopoldina e sogro de D. Pedro I,  fez a seguinte observação: “Se o congresso não trabalha, pelo menos dança bem”.   

 

 

 

 

 

 

 

 

domingo, 9 de agosto de 2020

ARENGA 556

 

Quem acorda pela manhã e logo salta da cama, convocado pelo apito da fábrica, do colégio, do escritório,  do consultório, do diabo a quatro, e não tem tempo para pensar na vida, nada aprende sobre a atividade de viver, razão pela qual a vida é tocada ao acaso, não obstante a complexidade a que foi levada apesar ser a mais nobre e mais simples de todas as atividades. Nenhum casal, ao despertar pela manhã, ou à mesa, conversa sobre coisas como por exemplo a importância que tem para a sociedade e para suas vidas a atividade política. Disto resulta ficar para a velhice a atividade de pensar, para quando não se tem mais de se preocupar com o apito. Mas isso está errado porque quando se envelhece sem ter pensado sobre a vida fica-se velho ou velha com um pensamento ligado nos tempos passados de vinculação exclusiva com o lado material da vida. Se as escolas nada ensinam sobre atividade espiritual na atividade de viver, o auto aprendizado não acontecerá sem que haja bisbilhotamento pessoal. E o que não faltam são assuntos a serem bisbilhotados.

O autodidatismo sobre as coisas da vida, depois de iniciado, torna-se tão interessante que suplanta o interesse pelas igrejas, o axé e o futebola porque leva à compreensão de que estas coisas existem justamente para impedir tal aprendizado porque que a sociedade humana é tão má que foi estruturada de modo a permitir que espertalhões parasitem as pessoas crédulas. Daí as recomendações das religiões para a necessidade de ser crédulo que é para não reclamar de ser parasitado, de se conformar com os sofrimentos. Para maior conformismo é que se criou a figura do Papai Noel a recompensar com presentes garotinhos bem-comportados, na esperança da perpetuação do bom comportamentismo, quando o mundo carece ser inteligentemente revolucionado para pôr fim à exploração do fraco pela incompreensibilidade do forte.  

A atividade de pensar faz descobrir coisas do arco da velha. Faz perceber haver algo de errado na recomendação para ser virtuosa a mulher, se as não virtuosas é que são célebres e famosas. Faz perceber haver algo de errado em deus precisar de dinheiro se para fazer o mundo não precisou. Faz perceber haver algo de errado no ter de suar o rosto para ter o pão cacetinho se quem não sua tem pão de ló. Faz perceber haver algo de errado em ser obrigado a comer, beber, respirar veneno e haver excesso no combate à corrupção. Como a lista não tem fim, porque absolutamente tudo que aprendemos é mentira, é falsidade, é falta de irmandade, é desonestidade, é brutalidade, encerramos o papo com a advertência honesta da necessidade de se dedicar à atividade pensar, advertência da parte de quem deseja um mundo agradável para as criancinhas de hoje.

 

 

 

    

 

 

 

 

 

 

 

sábado, 8 de agosto de 2020

ARENGA 555

 

O brasileiro deve ser o único povo no mundo a seguir à risca o mandamento de Mateus 5:39, para em vez da reação natural que deve caber a todo homem ou mulher, oferecer o outro lado da cara a fim de levar bordoada depois de ter levado de um lado. Ô povinho que gosta de ser humilhado, sô! Seu servilismo é tão exuberante que na rádio CBN, além de um programa chamado Young Professional tem outro chamado Brasil com Z. Quer dizer que já se cogita de grafar o nome do nosso país como é grafada na língua inglesa. Intencionalmente ou não, o Santelmo, personagem do grande Chico Anísio, aquele que era de uma exuberante passividade, e que dizia “também alguém assim qui nem qui eu, só eu” representava com perfeição a personalidade do brasileiro em sua humilhante capacidade de submissão.

Chega ao ridículo o BRAVA GENTE BRASILEIRA... OU FICAR A PÁTRIA LIVRE OU MORRER PELO BRASIL do Hino da Independência. Em lugar de bravo é covarde e cínico um povo que se submete ao ridículo que se submeteu o povo brasileiro ao ir às ruas aplaudir à invasão física e cultural do seu território pelo movimento revolucionário de 1964 que matou jovens brasileiros e idiotizou a personalidade do povo de tal forma que multidões de apaixonados pela cultura americana economizam para realizar o sonho de conhecer a Disney, fazer compras em Me Ame e festejar folclore e data cívica americanos.

Embora não seja privilégio nosso a imbecilidade, posto que mundo afora multidões carregam nos braços rufiões em busca de cargos eletivos, por aqui, onde as coisas runs são em maior número, também é maior o alvoroço em torno de candidatos porque além dos rufiões locais também se baba o saco de rufiões estrangeiros e papagaios de microfone comentam sobre a possibilidade de vir a ser fulano ou beltrano o rufião de tal ou qual país.  

Nossa pátria não merece destino tão ingrato. A exuberância com a qual a natureza o enfeitou não condiz com o baixo caráter e nível mental de um povo visto pelo mundo como de ladrões, carnavalescos e futebolistas. Para tristeza, a apatia da juventude indica não haver perspectivas de que algo venha a mudar. Infelizmente. MAS, TOMARA QUE MUDE!    

sexta-feira, 7 de agosto de 2020

ARENGA 554

 

Pela violência ideias novas não conseguirão escorraçar as bolorentas ideias fossilizadas das múmias que dão as ordens a uma juventude tornada apática e incapaz de atitudes inteligentes. Os dois maiores movimentos já havidos no mundo que pela violência tentaram escorraçar a cultura de exploração do povo pela minoria parasitária, as revoluções Francesa e Russa, resultaram em absolutamente nada não obstante a grandiosidade do espetacular derramamento de sangue. Embora haja necessidade de novas ideias, sob pena de sucumbir a humanidade pela ação predatória da velharia velhaca viciada em ajuntar riqueza, só por meio de procedimentos inteligentes terá sucesso uma luta para mudar o destino desastroso que o comando das múmias, com o auxílio de deus, deu ao mundo, tornando-o mais chegado ao mal do que o bem, o que é inconcebível em se tratando de seres capazes de raciocinar, atividade temerosa para a política e a religião cujo poder depende justamente do obscurantismo demonstrado em procedimentos desinteligentes como o desinteresse a respeito da administração da riqueza pública, comprar feijão santo e conversar com estátuas. Daí ter o filósofo Robert Green Ingersol lembrado  a quem acredita em deus que eles deveriam questionar a falta de fundamento da recomendação de não se discitir os assuntos divinos porque se o deus deles lhes deu um cérebro é para pensar. Caso contrário, seria o mesmo que proibir os pássaros de voar depois de lhes ter dado asas.

Desde que se tem notícia de governo é mancomunado com deus. Antes de mamarem diretamente no povo por meio de dízimo e laudêmio, os representantes de deus faziam-no indiretamente mamando nas tetas do erário. Já foram remunerados pelo Estado, portanto, pagos pelo povo para ajudar os monarcas a enganar o povo, do mesmo modo como fazem os papagaios de microfone defendendo a ferro e fogo qualquer governo, por pior que seja, como fazem agora afirmando haver excesso nas ações de combate à corrupção.   Sendo a religião o que pode haver de mais retrógrado, haja vista o pavor a ideias novas materializada no célebre “os mistérios de deus não se discutem”, não podia a política deixar de ser também imbuída de ideias retrógradas como a de depender do consumismo o bem-estar social, se foi a política embalada no berço da religiosidade. Cabe à maior vítima das ideias mumificadas, a juventude, solucionar o problema, caso consiga desvencilhar-se do pão e circo que carreia sua atenção para igrejas, axé e futebola.  

  

quinta-feira, 6 de agosto de 2020

ARENGA 553

Que falta faz o saudoso Ricardo Boechat! Quanta razão ele tinha quando disse que na política não há trigo, só joio. Embora ele se referisse à política deste pobre e ridículo Brasil de ladrões, capacho do governo americano, pais de juventude tão imprestável que já serviu de monturo onde americanos da bunda branca descartavam seus pneus usados, além de ter se submetido ao cúmulo do servilismo ao ter seu programa educacional elaborado pelos Estados Unidos no Acordo MEC/USAID, paiseco cuja população de idiotas não conta mais nem com esperança na justiça já declaradamente mancomunada com malfeitores.

Mas, apesar de serem em dobro as coisas ruins por aqui, não é apenas este paiseco de futebolistas, axesistas, igrejistas e ladrões o responsável pela destruição do meio ambiente do qual resultarão novas doenças de que trata a matéria no jornal Folha de São Paulo intitulada AÇÃO HUMANA TORNA NOVAS AMEAÇAS VIRAIS INEVITÁVEIS. A responsabilidade por tamanha insanidade cabe ao mundo todo e à juventude mundial porque a ignorância não se restringe à juventude brasileira. Ela é universal. As fortunas dos ignorantes de sociabilidade ajuntadores de riqueza daqui são bustica comparadas às fortunas dos ignorantes dos países ricos.

Este Brasil precisa tomar vergonha na cara. Desde que se tem notícia dele é servindo de escada para alguém subir enquanto o desgraçado não sai da mediocridade. É o Já fui bom nisso. Cadê o ouro, os diamantes, o pau brasil, a borracha, o café? Gato comeu. De tanto ler e ouvir na imprensa notícias de descalabros, a população já se acostumou tanto que não liga mais. Mas não pode ser assim. É preciso um despertar para a realidade de se estar caminhando para um desastre de grandes proporções enquanto, indiferentemente, a juventude futuca telefone. É estarrecedor que se levantam vozes contra a ação da Operação Lava Jato. São os ladrões querendo calar a justiça. Onde já se viu tamanho absurdo? Não se pode ser indiferente a isto. De forma nenhuma! Deve ser geral a indignação e protestos inteligentes precisam pipocar porque sob o domínio da criminalidade não haverá paz para ninguém. Portanto, juventude imprestável, vocês de saias e de calças, que detém a força que move o mundo, precisam deixar de lado a letargia e tomar atitude enérgica diante da desmoralização a que está submetida, de ver impassível papagaios de microfone a soldo de interesses escusos papagaiar sobre excessos na apuração dos crimes de corrupção. Excesso uma ova! Não pode haver excesso na ação de coibir canalhas de afanar o dinheiro que falta para cuidar dos filhos de vocês.   

 

 

 


quarta-feira, 5 de agosto de 2020

ARENGA 552

Considerando ter também o objetivo de combater o desconhecimento que motivou o autor, transcrevemos aqui, do capítulo intitulado A IGNORÂNCIA do livro Falando Francamente,   do doutor Vinicius Bittencour, estes pensamentos por se encaixarem como luva em nossa vontade inquebrantável de mostrar o quanto erram as pessoas deixando a vida acontecer ao acaso, limitando sua intervenção apenas às atividades grosseiras do mundo material e desprezando a atividade de meditar sobre o que ocorre em torno de si:

“O flagelo da humanidade não é a peste, a guerra, a fome, a idolatria, a corrupção ou o crime. O flagelo da humanidade é a ignorância. Sem ela, essas calamidades não existiriam ou seriam drasticamente reduzidas. Apesar disso, o homem foge dos livros como o diabo da cruz. Reencarnando os párias, os impuros ou os intocáveis da velha Índia, nossos professores vivem na miséria. Os rebentos das classes abastadas desperdiçam o tempo com televisão e jogos eletrônicos. Os das classes pobres não têm livros, escolas, professores, nem motivação para estudar. Por toda parte alastra-se a ignorância. E nela se cevam os políticos, os curandeiros, os pastores de almas, os publicitários, a mídia eletrônica, a corrupção e o crime”.

“A peste não existe onde há saneamento básico, assepsia, higiene. Na Idade Média, entretanto, a peste era atribuída a sortilégio e combatida com exorcismos. Em vez de matar os micróbios, cuja existência desconheciam, nossos antepassados matavam as feiticeiras. A guerra seria evitável se os povos não fossem ignorantes. Como disse Frederico, o Grande, se os soldados raciocinassem, abandonariam o comandante na primeira esquina. A fome não ocorre onde não há latifúndios improdutivos ou explosão demográfica. O fanatismo desaparece quando a sabedoria arranca a máscara dos ídolos ou sacode seus pés de barro. A corrupção elimina-se com a vigilância, a efetiva aplicação das leis e a transparência dos atos administrativos”.

Como se vê, sob pena de padecer eternamente, a humanidade não pode prescindir da atividade de pensar. A juventude precisa desesperadamente de se ligar nos ensinamentos dos Grandes Mestres do Saber. Para tanto é basta trocar algum tempo da futucação de telefone pela leitura. Só nos bons livros são encontrados ensinamentos capazes de nos livrar da ignorância que mantém seres capazes de pensar na condição de manada estourada em direção ao compra-compra, igrejas, axé e futebola, com a única diferença que a manada é sacrificada para nutrir os seres humanos sacrificados para nutrir contas bancárias de parasitas sociais.

 

 


terça-feira, 4 de agosto de 2020

ARENGA 551


A infelicidade que atormenta a humanidade, mas que pelos festejamentos ela nem sabe que existe, tem origem na indiferença política cuja potencialidade é multiplicada no brasileiro de triste memória que não dá a mínima para o dinheiro de comprar a tranquilidade de poder satisfazer as necessidades reclamadas pela vida, carreado abertamente, debaixo do nariz da sua sociedade, para engordar as já bem nutridas contas bancárias dos bem nutridos ricos donos do mundo. As privatizações ora sugeridas pela política de tirar do pobre para dar ao rico são uma das muitas formas pelas quais se transfere a riqueza pública para o mundo privado. Empresas construídas com o dinheiro do povo são passadas para avarentos grupos empresariais a preço de banana enquanto o dono destas empresas, o povo, se esbalda no axé, nas igrejas, no futebola e na futucação de telefone.
A teoria do Estado Mínimo é uma das muitas formas de engabelar a sociedade com argumentos capciosos dos parasitas do sistema financeiro, monstros de cuja boca escorre baba de dragão e cuja ação predatória faz com que jamais possa sociedade alguma se ver livre da pobreza que mesmo nas sociedades ricas dá origem à violência que por sua vez dá origem às lágrimas de atingidos por alguma forma de infelicidade enquanto papagaios de microfone pulam da notícia de milhares de mortos para notícia de futebola.
Como nem todo refletir conduz a uma conclusão correta, pensadores têm afirmado ser melhor se retrair à solidão do que se sujeitar ao incômodo de conviver com quem ignora a realidade, o que equivale a dizer povo. Tal recomendação pode ser encontrada na bíblia, livro comprado como remédio contra infortúnios, mas que tem a mesma eficácia do feijão santo. Em Eclesiastes Dois 18:1 consta o seguinte: “Na muita sabedoria há muito enfado; e quem aumenta ciência aumenta tristeza”. Não deve ser por aí. Se está na ignorância das coisas da vida a origem da infelicidade humana, cabe lutar contra a ignorância em vez de refugiar na solidão, porque, como também afirmam pensadores, há mais nobreza em errar agindo do que se omitir por medo de errar.  Além do mais, a índole do ser humano, com raras exceções, exige companhia em vez de reclusão. Vai daí que qualquer esforço contra a indiferença política poderá produzir bons resultados para a meninada que substituirá as múmias espirituais enclausuradas em sarcófagos de onde ditam um comando desastroso que por ter trazido o mundo a esta situação, precisa ser desobedecido.
     

segunda-feira, 3 de agosto de 2020

ARENGA 550


Segundo Platão, ser governado por pessoas inferiores é a penalidade por se recusar a participar da política. A realidade de tal assunto não interessar a nenhum frequentador de igreja, axé, futebola e futucador de telefone é a razão de viver a humanidade num mundo que nunca foi e pelo andar da carruagem jamais deixará de ser governado por pessoas inferiores por absoluta impossibilidade de haver um único ser humano espiritualmente superior posto que educado para competir ferrenhamente por riqueza a qualquer custo, inclusive causando mortes por inanição, vendendo promessas vans e feijão mágico. 
A observação de mestre Platão explica o porquê de terem sido os governantes mais famosos do mundo aqueles que pela violência e mortes construíram impérios e acumularam riquezas. Salomão, considerado o mais sábio de todos eles, construiu um palácio tão esplendoroso que material como ouro, prata, bronze e cedro, escasso na Palestina donde governava, era trocado por trinta mil súditos escravizados e mandados para fora a cada três meses. Que diabo de sabedoria é esta? E não é só: além de um harém com setecentas esposas e trezentas concubinas, estábulos para quatro mil cavalos (História Da Civilização Ocidental, de Edward McNall Burns, página 114, primeiro volume).
A diferença do esplendor do governante Salomão para os governantes de hoje é apenas ter diminuído o tamanho da exorbitância em função do esclarecimento resultante da experiência adquirida com o correr do tempo que fez a malta humana reconhecer a necessidade de limite para a estupidez. Porem, em menor dose, aí estão os palácios, as amantes, vida faustosa e a faculdade invejada por todos nós de cometer crime e não ser considerado criminoso.
A interpretação das palavras do filósofo leva à conclusão de se encontrar a humanidade no impasse de depender de liderança que a conduza e de não haver no mundo inteiro ninguém capaz de ser líder porque não há ninguém sem aprender em criancinha a ser egoísta.
O jovem Felipe Neto é exemplo perfeito da falta de um líder que supra a carência humana. Ao atrair enorme contingente humano como seguidores não obstante a ingenuidade de ser influenciado pela ficção de deus e de riqueza, além de ser vítima do pão e circo como apreciador de futebola. Ainda que não levado pela “esperteza” dos falsos líderes políticos e religiosos que parasitam a humanidade, ao jovem inteligente e bem falante falta a experiência indispensável à sabedoria também indispensável a um verdadeiro líder. Caso venha a surgir um líder, capaz de conduzir a humanidade a um bom caminho, será crucificado, envenenado ou queimado porque a humanidade prefere caminhar por um mau caminho.










domingo, 2 de agosto de 2020

ARENGA 549


Ouve-se de pessoas ilustres que se na democracia é o povo quem escolhe seu governante não se justificariam os queixumes de maus tratos se foram os mal tratados que optaram pelos que os tratam mal. No livro Falando Francamente, Vinicius Bittencourt afirma que o famoso (sem aspas) escritor Bernard Shaw teria dito que a democracia é um sistema de governo que não nos permite ter um governo melhor do que merecemos. E o próprio Vinicius Bittencourt corrobora esta opinião quando declara que na democracia não se deve reclamar dos crimes e abusos dos governantes se foi o próprio reclamante que o escolheu. Entretanto, ao acrescentar a esta opinião que a escolha correta depende do nível intelectual de quem escolhe, indiretamente, Bittencourt deixa ver que a coisa tem implicações mais profundas. Se é a ignorância que leva à escolha mal feita, o povo não é culpado pela sua ignorância porquanto ela lhe é imposta pelo sistema educacional que limita a capacidade cerebral apenas às técnicas de produzir riqueza num frenesi alucinante que não lhes permite pensar em outra coisa. Se raciocinasse sobre a atividade de viver o povo já teria percebido que a humanidade se divide entre parasitas e hospedeiros, e que embora gatos pingados, o poder da riqueza acumulada parasitando os hospedeiros dá aos parasitas o direito de propriedade do mundo porquanto o único poder que existe é o do dinheiro. Com ele não existe falta de nada que pode ser comprado.
Com a formação de técnicos em fazer o dinheiro que por meio da parasitagem vai aumentar sua riqueza, os parasitas ainda se beneficiam com o desinteresse pela política que segundo o filósofo Bertold Brecht é a causa dos males do mundo. Desta forma, apesar de realmente serem os responsáveis pelos males dos quais se queixam os mal tratados, males estes que têm origem na escolha mal feita que fizeram, a falta de discernimento responsável por esta escolha errada, deve, no final das contas, ser atribuída aos governantes. Foram eles que na década de setenta deixaram que o governo americano engendrasse o sistema educacional para o Brasil do qual resultou nesta apaixonite pela cultura dos gringos das bundas brancas.
O competente advogado criminalista Vinicius Bittencourt de que falamos, cujo horror à corrupção indica não ter sido advogado que livra ladrões da cadeia para embolsar parte do roubo, corrobora sua tese da culpabilidade do queixoso lembrando ser necessária a colaboração da vítima para o sucesso do estelionato praticado pelos estelionatários da política e da religião, no que está correto. Entretanto, deve-se concluir pela isenção de responsabilidade dos queixosos pela sua ignorância porque a falta de discernimento que os faz contribuir para o sucesso do estelionato político e religioso que lhes vende promessas vans e feijão santo tem origem num desconhecimento intencionalmente arquitetado pelos parasitas.


  





sábado, 1 de agosto de 2020

ARENGA 548


Apesar de não ser fácil, é inteiramente possível chegar-se à conclusão de que a humanidade não tem necessidade de ser tão infeliz como é. Mas, assim como não se costuma buscar tratamento para uma doença de que não se sabe ser vítima, não sabendo ser vitimada por doenças que a infelicitam a humanidade não sente necessidade de tratamento. Divisão da sociedade em gatos pingados de demasiadamente ricos que apesar de isentos de impostos merecem maior atenção da máquina estatal, de um lado, e, de outro lado, grande contingente de demasiadamente pobres que apesar de serem sobrecarregados de impostos, recebem apenas o necessário para uma sobrevivência precária, valorizar atividades lúdicas e religiosas e ignorar uma educação que forme cidadãos em vez de robôs programados para futucar telefone e correr atrás de dinheiro, transformar o fornecimento dos bens indispensáveis em fonte de renda de empresários gananciosos, legalizar a agiotagem por meio do sistema financeiro, banalizar a prostituição, são alguns dos muitos males de que a humanidade padece e que lhe impossibilita uma estrutura sadia.
Daí a necessidade de um trabalho visando despertar a humanidade para a realidade de estar doente e precisar de cura. Para tal finalidade em nada contribuem os “Best-Sellers” de intelectuais inúteis. Livros como Capital e Ideologia, de Thomas Piketti, apesar do título sugestivo, não passa de demonstração de erudição inútil que em nada contribui para o desenvolvimento social humano.
Não se aprende nas escolas as causas do sofrimento humano porque o sistema educacional é engendrado para escondê-las. Tive a atenção voltada para esse assunto ao assistir no programa Roda Viva à entrevista do jovem Ricardo Neto. Controvérsias à parte, percebi o quanto por esforço próprio aquele jovem conseguiu penetrar na problemática social humana, embora não tenha conseguido ainda, certamente pela inexperiência face à pouca idade, desvencilhar-se das armadilhas do sistema capitalista que ele condena e que é realmente a fonte da infelicidade do mundo. Quando, ao citar o nome de deus, voltou o olhar para o alto, como faz qualquer analfabeto, ou ao se declarar apreciador de futebola, o jovem deixou ver ser também vítima tanto da religiosidade usada pelos capitalistas como isca para fisgar incautos, quanto da armadilha capitalista do pão e circo mostrada pelo livro O Lado Sujo Do Futebol, de Amaury Ribeiro. Ao se declarar milionário, o jovem revela ter sido conquistado pela cultura capitalista, o que, sinceramente, esperemos não seja verdade. Assim ou assado, cabe a cada jovem empreender por si só seu aprendizado sobre problemas socias e trocar ideias a respeito porque algo precisa ser feito nesse sentido, sob pena de multiplicarem-se as infelicidades que lhes infelicitam.