Não é perda
de tempo sonhar com um mundo melhor, não obstante as perspectivas funestas para
o futuro como consequência da crença errônea de ser possível viverem as pessoas
isoladas da natureza e entre si mesmas. Se a única maneira de realizar um sonho
é trabalhando, justifica-se remoer argumentações a respeito da necessidade de
se levar uma vida sem os dissabores com os quais os seres humanos convivem
cotidiana e pacificamente como se fossem inevitáveis. Existe uma tristeza que
provem do saber atribuída aos grandes sábios, mas que não acontece apenas com
eles porque é entristecedor a qualquer pessoa que se disponha a meditar porque
chegará inevitavelmente à conclusão de que as demais pessoas em volta são
irracionais, seres inferiores, e, como tais, de companhia desagradável por
viverem num mundo de futilidades sem relação alguma com a realidade da vida. É
irracional o comportamento de quem encara a vida como um interminável folguedo
uma vez que o vigor físico necessário às brincadeiras cegará inevitavelmente ao
fim. O elemento povo, não obstante a realidade de ser o responsável pelo
destino da coletividade vista que de acordo com a cultura democrática a maioria
escolhe os responsáveis pela administração pública, e a maioria é constituída
do elemento não pensante povo, disto resulta serem escolhidos os piores que são
justamente aqueles com maior capacidade de enganar o povo sem discernimento,
resultando daí falsos e insensatos líderes orientando como devem proceder as
pessoas sensatas que sabem perfeitamente não haver necessidade haver
necessitados no mundo porque há nele recursos materiais suficientes para
satisfazer as necessidades de todos desde que haja uma ação política visando o
bem coletivo em vez de apenas o bem de alguns gatos pingados como sempre foi o objetivo
de toda administração pública em qualquer lugar do mundo.
É
entristecedor constatar a realidade de ter a humanidade se arrumado de modo tão
desarrumado que poucas pessoas se apossaram indevidamente do que não lhes
pertence, deixando à mingua todas as demais pessoas cujas necessidades as levam
às ações que os verdadeiros ladrões denominam de roubo e procuram reprimir com
força policial. Papagaios de microfone
são unânimes em condenar as agressões ao deito de propriedade indiferentes à
origem, à formação ilegal daquela propriedade. Considerando que as necessidades
são comuns a absolutamente todos os seres humanos, se é crime tirar um pouco de
quem tem milhares de vezes aquilo de que necessita, é crime ainda maior tirar
de alguém tudo aquilo de que ele necessita.
Tendo em
vista que as ocupações com as quais se envolvem os seres humanos se reduzam às
futilidades de ajuntar riqueza e fazer orações, tornam inúteis suas vidas
porque se houvesse vantagem em ajuntar riqueza os paulistanos seriam entre nós
um povo feliz em vez de atormentado pelo medo das secas, das enchentes, das
balas perdidas, dos moradores de rua, das doenças provenientes da aglomeração
que a riqueza atrai, dos desassistidos e de ser inevitável comer, beber e
respirar veneno e bosta.
Tão inútil quanto
o hábito de ajuntar riqueza é o de fazer orações porque de nada adiantam os apelos
do Papa em prol da paz e fraternidade.
É
necessário que de algum lugar surja uma voz de sensatez que chame à atenção dos
frívolos seres humanos para a realidade de viverem eternamente o erro
gravíssimo de se deixar levar por falsos líderes em conluio com os ladrões que
se apossaram indevidamente dos bens necessários a toda a coletividade, os
denominados ricos e poderosos, na verdade brutamontes mentais tão ignorantes
que acreditam em mundinhos privados e isolados do resto da comunidade doente,
deseducada e violenta. Inté.