segunda-feira, 26 de junho de 2017

ARENGA 429


 

 
 
A imprensa, sem a menor sombra de dúvida é o espelho que reflete a alma da sociedade. Se a sociedade sempre esteve, está e estará doente, sua cura depende exclusivamente de duas coisas básicas: que a massa bruta de povo se inteire do que diz a imprensa, o que se faz lendo os jornais e ouvindo os noticiários. Mas isto é a segunda parte do que é preciso fazer para curar a sociedade por que em primeiríssimo plano está a necessidade de ler nas entrelinhas. Veja-se, por exemplo, a seguinte manchete no jornal Folha de São Paulo: “'Não há democracia sem política e sem político', diz Gilmar Mendes”. A dificuldade toda está na realidade de nem mesmo o pessoal da área de saúde ter condições de diagnosticar o tipo de infecção social que desta notícia emana, e digo isto porque um médico ao saber que eu melhorara me disse que era graças a Deus, o que mostra ser tão incapacitado em percepção quanto a massa bruta de frequentadores de igreja, axé e futebola. Desta forma, sem condições de diagnosticar a doença pelos doentes, o povo, fica impossível curá-la. O que dizem as entrelinhas da notícia? Para uma análise eficiente é preciso antes de tudo saber quem é Gilmar Mendes. Para tanto, da mesma forma, é preciso adquirir o conhecimento sobre o procedimento antissocial que ele tem demonstrado em suas decisões de juiz, o que pode ser feito através da própria imprensa ou da biografia do senhor Mendes. Feito isso, cabe agora descobrir a doença social gravíssima escondida nas entrelinhas da declaração do senhor Mendes no jornal Folha de São Paulo. Em primeiro lugar, é preciso distinguir entre política e politicagem. Qualquer forma ou sistema de governo poderá cumprir perfeitamente bem o papel que lhe cabe de administrador público desde que executado por líderes autênticos, peça fundamental, sem a qual é inteiramente impossível haver a verdadeira política. Desta forma, o senhor Mendes está dizendo que a sociedade está condenada a ser administrada pela bandidagem que impede seja alcançada a aspiração de se chegar a uma política correta em vez das falcatruas da politicagem ora praticadas escancaradamente, inclusive pelo senhor Mendes, de acordo também com a imprensa.

Na verdade, a declaração do senhor Mendes não representa apenas uma doença. Ela contém um surto de várias doenças como o mal embutido na própria democracia. Não é à toa que ela é tida como a melhor forma de administração pública apenas por não haver outra pior. Realmente, em hipótese alguma, jamais, em tempo nenhum, administração alguma será bem sucedida com administradores escolhidos por administrados que não estão nem aí para os rumos da sociedade para a qual está escolhendo os responsáveis pela administração dela. É tamanho o desinteresse dos imbecis pelo destino de sua sociedade que seus administradores se locupletam com o erário e ficam por isso mesmo porque são eles quem coloca nos postos de julgadores de crimes os juízes que vão julgar os crimes que eles mesmos cometem. Não é sem razão, pois, que a democracia não passa de mais um engodo entre os muitos existentes, entre eles a religião e o pão e circo. Aliás, em se tratando de ser humano, a pior espécie de ser vivente, nada de bom se pode esperar em virtude de sua incapacidade de racionar corretamente.

A incapacidade mental do ser humano também pode ser vista no espelho que reflete a alma da sociedade, a imprensa. No mesmo jornal Folha de São Paulo, o frei Leonardo Boff diz o seguinte:o grande meteoro rasante ameaçador da vida no planeta é o próprio ser humano. Ele se fez o Satã da Terra quando foi chamado a ser o anjo bom e cuidador do Jardim do Éden”. O que dizem as entrelinhas da declaração do religioso é que uma entidade denominada Deus, figura imaginária jamais vista por ninguém, salvo nas histórias da carochinha da bíblia, o livro mais vendido no mundo por serem seus compradores tão estúpidos que veem nele proteção. O senhor Leonardo Boff, como o médico que afirmou ter sido esse tal de Deus o responsável pela expulsão do cálculo renal que me fazia sofrer, quando na verdade foram os medicamentos que certamente irão provocar novos problemas, uma vez que de todo remédio provém algum mal. Nas entrelinhas da declaração do frei há uma inconsequência do tamanho do mundo: A afirmação de que o Deus dele queria que o homem fosse o anjo da Terra, mas que em vez disso se tornou o Satã da Terra, está declarando um retumbante fracasso de Deus porque se ele não conseguiu o que queria é por ser impotente em vez de onipotente como afirma a malta de frequentadores de igreja. Todo o atraso em que vive a humanidade, como disse o pensador, tem uma só causa: A IGNORÂNCIA. Inté.  

 

 

 

segunda-feira, 19 de junho de 2017

ARENGA 428


Se é importante pensar, mais importante ainda é pensar sobre o que pensar. O pensador Marx, por exemplo, apesar de muito ter contribuído com a evolução social ao mostrar a antissociabilidade do capitalismo, desperdiça pensamentos ao supor que o proletariado fosse capaz de organizar uma sociedade justa ou organizada, o que jamais poderia acontecer tendo em vista que proletariado é povo, e, em função das tais Forças Ocultas que a Operação Lava Jato está desocultando, foi o povo reduzido à condição de nada mais do que material humano ou massa desprovida da espiritualidade inerente à capacidade de formar uma sociedade organizada como pensava o filósofo Carl Marx. A incapacidade de racionar do povo fica suficientemente provada no fato de ter o próprio povo se divido em duas categorias antagônicas de explorados e exploradores, o que vai de encontro à realização do objetivo primeiro dos seres vivos que é poder satisfazer suas necessidades, a cooperação e não a competição da exploração deveria orientar o comportamento humano caso se pensasse corretamente. “Todo mundo pensa”, afirma-se de modo geral. Entretanto, é uma afirmação feita sem que antes se tivesse pensado a respeito porque o pensar de “todo mundo” é insignificante em relação à concretização da aspiração universal de ser realizada a vontade existente em cada indivíduo de poder viver de modo agradável, o que só pode acontecer se atendidas de modo satisfatório as necessidades indispensáveis a uma vida digna como deve e pode ter cada um dos seres humanos se os recursos públicos a todos servissem.  Devaneios filosóficos existem aos montes sem nenhuma ligação com a realidade da vida, e a religiosidade é a fonte maior de pensamentos não só inúteis, mas também prejudiciais aos seres humanos por se tratar de embuste do qual apenas os ateus escapam porque não se pode ser ateu sem conhecer a verdade de que  todas as crenças religiosas se apoiam na ideia de um Deus de bondade infinita cuja história é totalmente desmentida pela realidade que os religiosos desconhecem simplesmente por abominarem tudo que se refere à antirreligiosidade. Por trás desse tal de Deus que eles afirmam de bondade infinita há um rastro de infinitas maldades e sofrimentos inimagináveis ao submeter seres humanos a métodos bárbaros de tortura antes de queimá-los vivos. O horror a tudo que diz respeito à antirreligiosidade não permite que os religiosos tomem conhecimento do que há por trás da Inquisição, Reforma Religiosa e Cruzadas, quando a igreja matava pessoas em cruel perversidade para se apoderar dos seus bens.

 A denominação MUNDO CÃO para definir o estado de miserabilidade em que vivem os seres humanos se justifica exclusivamente pelo fato de se ignorar a verdade de não depender de Deus o alívio dos sofrimentos evitáveis, mas sim do uso correto dos recursos materiais aprisionados por apenas um por cento da humanidade. A falta deles é responsável pelo estado de caos, realidade que aparece em matéria jornalística do escritor religioso frei Leonardo Boff, na qual não se menciona a falta de Deus como causa de sofrimentos. É o que se vê na seguinte passagem da reportagem no jornal Le Monde Diplomatic Brasil: “No texto analítico que escreveu para esta edição, Leonardo Boff aponta as “quatro sombras que pesam sobre nós e que originaram e originam a violência”. São elas o NOSSO PASSADO COLONIAL elitista e dependente da matriz; o GENOCÍDIO INDÍGENA, que gerou o desrespeito e a discriminação social; a ESCRAVIDÃO NEGRA, “a mais nefasta de todas”, que estruturou a desigualdade social das maiores do mundo; e A CAPITALISTA LEI DE TERRAS”. Desinteligentemente, recorre-se às igrejas à medida que aumentam as dificuldades, resultando desse procedimento impróprio mais dinheiro canalizado para o Tesouro da Casa do Senhor, como o saque a Jericó (Josué 6:24). Na página 150 do livro Filosofia, de Stephen Law, Editora Zahar, há um dos raríssimos raciocínios lúcidos sobre religião. Mostra a relatividade das experiências religiosas, o que desnuda a mentira de sua eternidade. “Se católicos veem a Virgem Maria, romanos antigos viam Zeus, e os nórdicos antigos viam Odin”. Desse modo, conclui o filósofo, tais experiências não passam de criação da mente. Através do Mito da Caverna, Platão mostrou o quanto a mente pode estar condicionada a ter por realidade a irrealidade que leva uns a encarar como horror a cepação de cabeças por ordem de Deus enquanto os cepadores estão certos de agirem corretamente do ponto de vista da religiosidade. Tanto é inútil cepar fora a cabeça de jovens quanto a esperança de resultar algum benefício em se beijar a mão do Papa ou o Papa beijar o pé do sofredor. Apesar de inúteis tais atitudes, estas inutilidades ocupam a atividade de pensar da humanidade em peso, razão pela qual não sobra tempo para se pensar se é realmente necessário viver de forma tão despropositada que o criador dos bens indispensáveis à vida no mundo, portanto, o verdadeiro soberano, o senhor povo, seja relegado à insignificância absoluta. Em torno disso é que se deve voltar a atividade de pensar. O que leva o povo a ser indiferente à condição vil a que foi submetido de não poder satisfazer suas necessidades primárias? Nosso povo, sobremodo, se encontra tão separado da realidade que a parcela dele tida como a mais esperta em termos de viver, os cariocas, justificam a seguinte observação contida no Caderno Opinião do Jornal do Brasil de 16/06/2017, em matéria intitulada NO RIO DE JANEIRO DA CRISE, CARNAVAL DEVERIA SER TROCADO POR PASSEATA DE LUTO.  A reflexão exposta no jornal é uma prova viva de comportamento ilógico ante as condições de penúria que envolvem aquele povo. Lá está o seguinte pensamento lúcido:No Rio de Janeiro onde falta remédio e segurança, onde a Uerj está fechada, os professores estão sem receber, há mais de 5 milhões de desempregados, querer priorizar a verba para o carnaval é de um sadismo hitleriano. Ou quem sabe não faz parte da tática do "pão e circo", dos romanos? Aqueles que defendem que não haja corte de verba no carnaval deveriam se envergonhar, principalmente no momento em que o Brasil vê o Rio como a "caixa podre" que todo o dia expele mau cheiro. Carnaval é a festa do povo, e é justamente o povo que está sendo humilhado, sacrificado, agredido, sem trabalho, sem escola, sem saúde... Seria muito mais justo que o carnaval fosse trocado por uma grande passeata de luto e de revolta contra os saqueadores do estado. Que não houvesse só uma quarta-feira de Cinzas. Que os outros quatro dias fossem também quarta-feira de Cinzas. Não se aguenta mais aquele refrão que, na época, era bonito, mas que hoje seria digno de enterro: "Para tudo se acabar na quarta-feira". O Brasil, especialmente o Rio de Janeiro, é uma eterna quarta-feira de Cinzas. Tudo já se acabou: a felicidade, o emprego, a saúde, a segurança e até a liberdade”.

É, pois, mais do que necessário voltar os pensamentos para a direção certa. Como pode um povo em tal estado de miserabilidade optar por festa em vez da solução dos problemas que o afligem? Algo de muito estranho acontece com o povo e a explicação é tão clara como água cristalina no copo de cristal onde eu tomava uísque antes de ter o estômago estragado pelo tempo que tudo estraga e que estragará também a vitalidade dos jovens, embora eles não acreditem, uma vez que a juventude é constituída de espécimes de povo, portanto, infensa à nobreza da atividade de pensar. A explicação para a apatia popular à meditação deve-se exclusivamente ao pão e circo mencionado no jornal. A atenção tanto de seres racionais quanto irracionais tende a ser atraída para o lugar de onde vem algum tipo de estardalhaço. Assim, para que as pessoas não deixem a condição reles de povo e perceba a realidade em torno de si, os espetáculos mirabolantes chamam para si a atenção do povo, permitindo os acontecimentos ora mostrados pela Operação Lava Jato combatida pelos promotores do pão e circo sob a indiferença do bicho povo.  

Sara me disse ter causado espanto entre seus colegas do curso de gastronomia o fato de ter um marido ateu. Entretanto, para pelo menos no que diz respeito ao marido dela, ou seja, eu, ser ateu é apenas ter aprendido a realidade de se viver uma grande farsa com os Grandes Mestres do Saber, que sabem infinitamente mais sobre a vida do que representantes de Deus capazes de cometer crimes contra a sociedade. Para se chegar à conclusão de se estar no caminho errado é suficiente verificar que a humanidade nunca dispensou a proteção divina ou da riqueza, não obstante a infelicidade que desde sempre atormenta os seres humanos. Se o povo não percebe o engodo em que vive é por falta do discernimento que o pão e circo não lhe permite ter, atrofiamento mental que se mostra de várias maneiras como, por exemplo, dar dinheiro ao governo para que o governo diga ao povo estar trabalhando em seu benefício, quando tudo à volta são só malefícios.

Algo sobre o que voltar o pensamento é a explicação para o fato de ter sido a parcela realmente dinâmica da sociedade, a juventude, levada a um total desinteresse pela qualidade de vida. O que será que leva os jovens a tomarem por ídolos chutadores de bola ou apresentadores de programas medíocres de nenhum incentivo mental e de baixíssimo nível espiritual, quando não amoral ou pornográfico? O que leva jovens a deixarem seus países para a imbecilidade de andarem vários quilômetros na Espanha com a única finalidade de passar por onde passou Santiago Compostela? Por que não pensar sobre o motivo pelo qual semianalfabetos são elevados à categoria de famosos e celebridades? Estes assuntos, sim. Devem ocupar a atividade de pensar porque são eles a base do conformismo do povo com sua condição inaceitável de seres inferiores. Se há exagero na filosofia de que todos nascem iguais e livres, maior exagero há na falsidade de ser necessário haver pessoas cujo destino seja servir a nababos senhores tão ignorantes da realidade da vida quanto seus serviçais, o povo, único sacrificado pelos incêndios, enchentes, secas e doenças curáveis.

No livro 1822, Laurentino Gomes nos dá amostra perfeita da serventia que tem o povo. Quando o governo de D. Pedro I se encontrava em palpos de aranha para não ser derrotado na revanche dos portugueses conta o que se chama impropriamente de Independência do Brasil, coisa irreal porque este pobre país de juventude alienada nunca deixou de ser submisso aos gringos. Apesar de sua pobreza endêmica, montanhas de dinheiro são levadas para fora por macacos deslumbrados pelo American Way Of Life. Mas isto é outra história. A falta de homens para enfrentar os portugueses deu origem à seguinte situação narrada na página 168: “Em 1826, o Ceará ofereceu 3.000 recrutas ao imperador. Embarcados para o Rio de Janeiro no porão de um navio, 553 deles morreram de fome e sede durante a viagem”. “O pavor do serviço militar entre a população pobre do interior era tão grande que muitos jovens amputavam dedos dos pés e das mãos na tentativa de fugir ao recrutamento”.  E na página 170 consta que ter sido enviado para a Alemanha (prova de que povo é povo em qualquer lugar do mundo) um alemão chamado Schaffer destinado a recrutar mercenários alemães para ajudar na luta pela “independência”. O episódio é descrito pelo historiador da seguinte maneira: “Em anúncios publicados nos jornais alemães, o esperto Schaffer prometeu mundos e fundos em nome do imperador brasileiro a quem se dispusesse a migrar para o Brasil. Os benefícios incluíam viagem paga, um bom lote de terra, subsídio diário em dinheiro do governo nos dois primeiros anos, cavalos bois, ovelhas e outros animais em proporção ao número de pessoas de cada família, concessão imediata de cidadania brasileira, liberdade de culto religioso e isenção de impostos por dez anos. Era tudo mentira. Ao chegar ao Brasil, os alemães recrutados por Schaffer descobriram que, antes de tomar posse da tão sonhada terra, iriam para a guerra. Muitos morreram enquanto suas famílias esperavam meses antes de serem encaminhadas para São Leopoldo, no Rio Grande do Sul. Deixadas à mingua, só a garra e o espírito de solidariedade as salvaram da miséria ou da morte enquanto esperavam em vão que seus pais e maridos retornassem dos campos de batalha”. O destino do povo tem sido tão cruel que até parece perder ele a razão de existir caso venha a deixar de ser massacrado. Conduzido como boiada, o povo é indiferente a si mesmo. Não deve isto ser objeto de especulação mental? Há alguma coisa esquisita no fato de alguém não se preocupar nem com seu futuro e nem com o futuro principalmente dos filhos. Inté.

 

 

 

  

 

quinta-feira, 15 de junho de 2017

ARENGA 427


Se as indignidades são a marca registrada da história do povo brasileiro, nunca, em tempo algum, jamais estas indignidades alcançaram tão espetacular suntuosidade quanto agora que a promiscuidade entre os poderes da administração pública assumiram proporções nunca imaginadas e despudoradamente executadas às claras como mostram os argumentos capciosos contra a ação moralizadora da Lava Jato e a imitação de julgamento de crimes eleitorais pelo Superior Tribunal Eleitoral. Até as pessoas simples das feiras livres se dizem enojadas uva vez que podridão é o termo mais apropriado para definir a situação política desse belo país de triste sorte por ser realmente um país incomparável no que diz respeito à descompostura, e a falta de pudor que o torna conhecido como terra das mulheres desfrutáveis face à nudez que ilustra até mesmo propaganda de sapato. A inversão dos valores que devem orientar o comportamento humano até mesmo quando isolado de outros seres humanos, a arte de ludibriar e roubar é a base da cultura brasileira que, em consequência, provocará a debacle social se continuar a indiferença da juventude ante esta situação claramente perigosa. Entretanto, como nada se pode esperar de uma juventude desprovida do sentimento de patriotismo, que futuro terão seus descendentes a continuar a situação do momento? O pão e circo mantém os jovens preocupados em saber com qual “celebridade” determinada “celebridade” está trepando, enquanto a deterioração política se alastra deixando um rastro de destruição atrás de si. A inexistência de senso comum é parte integrante da cultura do brasileiro de forma tão acentuada que em meio à imoralidade política fala-se ironicamente na existência de comissões de ética e decoro, o que é de pocar de rir uma vez que para haver coerência deveriam ser comissões mantenedoras da falta daqueles princípios marais. Evidências da insustentabilidade da atual forma do exercício da política estão aí para todo mundo ver, como, por exemplo, na decisão da ministra do Supremo Tribunal Federal ao aceitar a negação do presidente da república de ter cometido o crime de espionagem sobre o ministro relator da Operação Lava Jato. Além de ser objeto de investigação pela citada operação, o presidente negou o que vaio a ser comprovado depois de ter usado o avião particular do bilionário corruptor da empresa JBS que vendeu carne podre para todo mundo, inclusive o que se diz civilizado. Não significa que a simpática ministra seja desonesta. O negócio é que na atual estrutura em que se apoia o ordenamento político mundial, baseado em manter o povo enganado, não pode alguém agir com a devida lisura mesmo que assim exija sua personalidade porque exporá a si e aos seus perigo por contrariar interesses dos criminosos mais perigosos que os assaltantes comuns, porque, como disse o filósofo, os piores criminoso que são aqueles a quem a sociedade paga para defendê-la dos criminosos. Dessa forma, não é descartável a possibilidade de ter a ministra aceitado a explicação do presidente porque seu colega vítima do crime cometido pelo presidente Temer teria sido também beneficiado pela mesma prática de usar o avião do contraventor, algo só concebível nessa sociedade de ratos.

 O jornalista Ricardo Boechat, nos dias 12 e 13/06/2017, fez uma análise perfeita da situação atual da política brasileira. Concluiu que todo o bolodório, o disse-me-disse sobre medidas judiciais buscando corrigir irregularidades aqui e acolá, tudo isso e nada é a mesma coisa. Por que será que o jornalista está coberto de razão? A ninguém é despertada a curiosidade pelo fato de não se conseguir colocar as coisas em seus devidos lugares? Viver decentemente? A explicação para este descompasso está no estranho modo de vida adotado pela sociedade humana. Tão estranho que faz alguém da lucidez do jornalista Boechat se declarar apreciador do pão e circo cujo objetivo até mesmo um Zemané percebe ser desviar a atenção do povo da pretensão de viver com a dignidade correspondente à condição de humano. Notícias relacionadas ao pão e circo concorrem em pé de igualdade com notícias que prenunciam um futuro de insustentabilidade institucional da qual resultará a ruína do futuro das crianças que as mães despejam insensatamente nessa terra infeliz graças à ignorância que as faz crer depender das igrejas em vez da política o futuro destas infelizes crianças destinadas à morte prematura contra a qual André Cairo vem se batendo destemidamente. Quando os papagaios de microfone imiscuem assuntos sobre o descalabro político com assuntos sobre brincadeiras, estão, na verdade, cumprindo ordens das Forças Ocultas mencionadas por Jânio Quadros, cuja intenção é exatamente desmerecer a seriedade com que deveria ser encarado o assunto de não haver ninguém na área da administração pública sem rabo preso com a corrupção, uma vez que os cargos públicos são ocupados por pessoas imbuídas da cultura do enriquecimento a qualquer custo, portanto, facilmente subornáveis, escolhidas pelos monstros espirituais possuídos por espíritos demoníacos para os quais ajuntar riqueza é mais importante que a própria vida. Aí está o bilionário e monstruoso presidente cor de rosa americano a bater pé firme que esse negócio de aquecimento global é pura mentira.

Como não se pode ajuntar as imensas riquezas que estes monstros ajuntam sem praticar crimes, as pessoas que eles escolhem para os cargos públicos são pessoas que apesar da pose e de serem chamadas de excelências, são, na verdade, pessoas de caráter tão baixo que se submetem à condição de serviçais dos projetos criminosos dos monstros que se apropriaram do mundo e de cuja ação segregadora resultam as levas de retirantes a vagar mundo afora. É por isso que presidentes da república, senadores, deputados e juízes esvoaçam os céus em jatinhos da propriedade de criminosos ajuntadores de riqueza, e é também por isso que estes sabujos dos ricos procuram denegrir a imagem da Operação Lava Jato diante de uma população bestificada pelo pão e circo tão endeusado pelos papagaios de microfone que fazem foguetório quando um grupo de onze garotos ignorantes de sociabilidade e induzidos a acreditar desempenharem trabalho importante, supera outro grupo nas mesmas condições mentais numa brincadeira cujo objetivo é fazer com que uma bola toque na rede, como dizem no jargão esportivo dos analfabetos políticos.

Desta forma, anula-se a pretendida vantagem do sistema democrático porque embora sendo os administradores públicos determinados pelo voto do povo tão facilmente conduzido como manada, resulta nisso que aí está de dependerem as decisões políticas da vontade dos inescrupulosos ajuntadores de riqueza. Os executores destas vontades, são apenas bonecos orientados pelos criminosos sociais ajuntadores de riqueza. É por esse motivo que os juízes do TSE dispensaram as provas dos crimes de corrupção praticados pelo presidente e a ex-presidente da república que vieram à tona depois da apresentação da denúncia. A verdade por trás disso tudo é que, como qualquer empregador, os donos dos bonecos precisam mantê-los em seus postos de serviçais a fim de lhes facilitar a acumulação de bilhões, ainda que a custo da infelicidade social. A imprensa publicou imagem na qual a presidente Dilma encarava com admiração o escroque Eike Batista, ora presidiário. Há mesmo a possibilidade de terem sido os três votos no TSE a favor da punição dos empregados dos ricos donos do mundo nada mais do que um disfarce para esconder a farsa em que foi transformada a administração pública. Tal suspeita se justifica face à existência de dispositivo legal que autoriza considerar provas ainda que surgidas depois da apresentação da denúncia e não ser admissível que tão nobres julgadores desconhecessem esta realidade. Na verdade, para tristeza daqueles que através dos ensinamentos dos Grandes Mestres do Saber aprenderam que a verdade é bem outra do que o embuste desse faz-de-conta em que vivem os seres humanos submissos a crendices, o poder do dinheiro é a única força determinante do destino da humanidade, e ninguém, absolutamente ninguém, foge a este fatalismo gerador de todo o sofrimento humano que ganhará cada vez mais força enquanto os brutos seres humanos não perceberem que estão preparando as crianças para se tornarem adultos tão estúpidos quanto os pais que vão buscar na religião aquilo que só pode ser encontrado numa administração pública voltada para os interesses da sociedade em vez dos interesses dos malditos reis midas do mundo. Do que é ensinado às crianças resulta uma sucessão ininterrupta de robôs programados para orar e disputar entre si a posse de bens materiais na ilusão de obter com esse procedimento antissocial a paz que jamais será encontrada enquanto a disputa não for substituída pela cooperação.

Se a inutilidade da justiça fica patente a todo momento ante as iniquidades judiciais entre as quais se inclui o faz-de-conta do julgamento pelo Tribunal Superior Eleitoral, a inutilidade da política fica patente ante o estado de degradação em que se encontra a sociedade, e é igualmente  entristecedor constatar que enquanto a sociedade apodrece, as únicas atividades de seus jovens sejam futucar telefone e se preparar para se tornarem profissionais liberais em alguma atividade que lhes permita ganhar muito dinheiro, mas tão cegos que não enxergam a possibilidade de não poderem desfrutar da riqueza que pretendem fazer. A estes jovens passa desapercebida a realidade de não serem mais do que marionetes nas mãos da corrupção demonstrada nessa matéria do jornal Folha de São Paulo intitulada Lobista da J&F repetia que era dono da maior bancada do Congresso. Nesta reportagem pode-se tomar conhecimento da triste realidade de terem sido os interesses da sociedade relegados à total insignificância ante os interesses dos imbecis ajuntadores de riqueza. Diz a matéria jornalística: “No restaurante Figueira da Vila, em Brasília, o lobista da J&F (dona da JBS, uma das maiores processadoras de carne do mundo) vangloriava-se que a maior bancada da Câmara e do Senado não era a do PMDB, PSDB ou PT. Era a dele”. Não é sem razão que as pessoas que superaram a fase negra de povo se declaram envergonhadas de ser brasileiras. É tão grande o cinismo das “autoridades” e a pusilanimidade do povo que a imprensa anuncia guerra à Operação Lava Jato pelo fato de buscar seriedade na administração pública. Tal acontecimento pode ser equiparado a assaltantes perseguindo a polícia.

O Editorial do jornal Le Monde Diplomatique Brasil, ilustra a matéria EM BUSCA DE ALTERNATIVA, do jornalista   Silvio Caccia Bava, com a imagem do Congresso Nacional rigidamente cercado com arame farpado e o aviso  PROPRIEDADE PRIVADA, matéria que começa assim: O que precisa mudar é o sistema político como um todo, desvinculá-lo da tutela do poder econômico, torná-lo muito mais aberto às intervenções da cidadania, instituir e reforçar mecanismos de controle sobre as ações de parlamentares e governantes, submeter as políticas públicas ao crivo dos seus beneficiários, a população, utilizando os referendos e plebiscitos, entre outras iniciativas. É preciso fazer uma profunda reforma no sistema político como um todo para democratizar a política”.

Aí está, pois, exposta a realidade de ter sido a política comprada por empresários bilionários cuja fome insaciável de riqueza ajunta nas mãos de apenas um por cento da humanidade noventa e nove por cento da riqueza da humanidade, realidade que evidentemente precisa mudar. Mas como mudar se os próprios prejudicados não se incomodam? E não se incomodam por causa da cultura do conformismo fomentada pela religiosidade e a distração pelas brincadeiras fomentada pelo pão e circo. Entretanto, como nem mesmo o universo é infenso a mudanças, a Operação Lava Jato é capaz de mostrar aos conformados a necessidade do inconformismo sob pena de condenarem seus descendentes ao caos total. Inté.

 

 

 

 

 

 

 

 

 




sábado, 3 de junho de 2017

ARENGA 426


Quando éramos crianças na fazenda Córrego do Caboclo onde nascemos, no Município de Itambé, a fim de se divertir com a irritação de minha irmã Irani, nosso tio Rui, que passava sempre por nossa casa, fingia quebrar um coco de cansanção para ela, mas, propositalmente, errava sempre o golpe e a pedra batia ao lado o coco. Aquilo ia inquietando minha irmã até que ela, aos pulinhos, gritava: QUEBRA O COCO, ADIOTA! Esta cena representa de modo perfeito a sociedade brasileira enganada pelos administradores dos recursos públicos. Meu tio fazendo de conta que quebrava o coco representa os executores da política fingindo trabalhar pelo país. A menininha enganada à espera da amêndoa que permanecia no interior do coco representa o país à espera das promessas de divisão do bolo feita por Delfin Neto há meio século. Para que a comparação seja perfeita, falta no país a irritação que o ludíbrio causava na menininha, o que se explica pela ausência do pão e circo que desviasse a atenção daquela criança, ao contrário do que acontece no país onde um bando imensurável de papagaios de microfone, filósofos e escritores de aluguel, além de cientista político de brinco na orelha, num lengalenga interminável e insuportável tergiversam inutilmente sobre troca de presidente, de ministro, eleições, o que disse ou não disse o deputado safado e o senador enganador, sem, entretanto, nem mesmo passar perto das causas que dão origem às infelicidades mil que recaem sobre esta população festiva que requebra os quadris no axé e no futebola indiferente à enganação de que é vítima. Entretanto, embora de modo sofrível para os brasileiros, em vez de escárnio por tanta pusilanimidade, o Brasil vai merecer reconhecimento do mundo por lhe ter mostrado o monumental erro de se deixar levar pelo pão e circo em vez de cuidar do futuro dos filhos, cuidado esse que passa a anos luz de tudo o que dizem os meios de comunicação. Nesse momento, faz a imprensa um alarde dos infernos, cansativo e de dar náuseas sobre aumento do PIB. Tome-se a atitude do pensador de François-Auguste-René Rodin, aquele homem nu, sentado em atitude de profunda meditação, que se chegará à conclusão de que o motivo da euforia pelo crescimento do PIB é nada mais do que maior quantidade de dinheiro injetado na maldição do mundo, a também chamada de ECONOMIA POLÍTICA. Servirá esse dinheiro para amenizar o sofrimento do povo iludido com o pão e circo? Aliviará o sofrimento de quem chora no corredor do hospital ou das famílias enlutadas pela violência? De modo algum! Basta lembrar da CPMF. Todo dinheiro existente ou que vier a existir será canalizado para a tubulação de esgoto mostrada no Jornal Nacional, e vai desaguar na podridão dos donos dos frigoríficos JBS, e servirá para compactuar com administradores públicos conluios inclusive para vender carne tão podre quanto a moral desses canalhas, e fazer com que os irmãos bandidos da JBS tenham o faturamento anual de quase duzentos bilhões de reais, segundo a imprensa. Enquanto aquela empresa embolsa essa fábula de riqueza todo ano, a sociedade recebe na cara o escárnio da justiça ao condená-la à multa de dez bilhões a ser paga em vinte anos. O sistema político brasileiro está tão podre quanto a carne que os povos “civilizados” consumiram, enganados pelos irmãos Batista. O mesmo mal cheiro da carne exala de absolutamente todas as instituições brasileiras. O jornal Folha de São Paulo publicou reportagem cujo título é: FAMÍLIA DE GILMAR MENTES FORNECE GADO PARA A JBS. Aí está, pois, o absurdo de um dos representantes máximos da justiça brasileira ter rabo preso com a bandidagem. Enfim, como imagens dizem mais que palavras, estas imagens comprovam a inutilidade de mais dinheiro na economia:



 

Loas para o Brasil, o primeiro país do mundo a provar a necessidade de ser o homem educado para ter a felicidade em vez da riqueza como objetivo primordial. Esta meta será facilmente alcançável através de um sistema educacional do qual resultem cidadãos conscientes da necessidade de lisura e soberania da administração pública sobre quaisquer outras coisas. Absolutamente nada justifica que bandidos da economia como os irmãos Batista se juntem aos bandidos da política e arranquem do povo demente e festivo o direito que ele nem sabe ter de não sofrer tanto, porque há no mundo recursos materiais suficientes para que todos os seres humanos possam ter a vida digna compatível à condição de humano. Mais uma vez, é uma imagem que mostra com maior eficiência o desvio ardilosamente engendrado da educação no Brasil:
 

O sistema de administração pública do resto do mundo não difere do falido sistema brasileiro. Se não fede tanto é por haver maior sofisticação nos métodos de enganar. Mas a realidade é que os seres humanos do mundo inteiro nunca deixaram de ser outra coisa senão material humano, equiparados ao cavalo de carroça, uma peça da máquina de fabricar dinheiro, nada mais do que uma manada conduzida para onde querem seus condutores. Mais uma vez é outra imagem que mostra aos jovens do mundo com mais eficiência que palavras aonde leva o caminho seguido pelos administradores que manipulam a riqueza pública:
 

A política no Brasil está tão fedorenta que nem mesmos os urubus que dela se nutrem aguentam o mal cheiro. É o que mostra esta imagem:


 Inté.
 
 

 

  

 

 

 

 

 

 

 

 




quinta-feira, 1 de junho de 2017

ARENGA 425


Embora pareça impossível ante comportamento tão estúpido, existe sabedoria na massa bruta de povo, sim. O fato de ela não aparecer deve-se à ação incessante do atualmente integrado inclusive por filósofos alugados que através de uma verborragia nojenta tergiversa sobre as causas da violência, sem, evitando, entretanto, fazer menção à acumulação de riqueza cujo contraponto é a acumulação de pobreza, cujo contraponto é a origem principal da violência. A única coisa que falta é se perceber haver algo de muito errado em se dar maior prioridade às brincadeiras do que aos assuntos dos quais depende o futuro dos filhos. Mas este comportamento estúpido não se deve à desinteligência. Deve-se ao incessante martelamento que castiga a mente sobre esportes e a importância social atribuída aos esportistas. É aí que se encontra a chave do problema que outro não é senão o ANALFABETISMO POLÍTICO para o qual contribui de forma decisiva a religiosidade ao convencer da desnecessidade de se raciocinar sobre o que se ouve, o que faz através de mil e uma artimanhas como ensinar que os mistérios de Deus são para ser aceitos, mas nunca pare serem discutidos. É tão eficiente a farsa da religiosidade que até mesmo pessoas dotadas de conhecimento científicos não conseguem livrar-se do preconceito contra o que diz a ciência sobre a realidade de independer a natureza de uma ideia anterior que a criasse. Na mitologia grega há mais realismo do que na religiosidade porque lá, Deus já teria encontrado a natureza feita. A intervenção divina teria sido apenas arrumar as coisas já existentes. É o que diz no grandioso livro MITOLOGIA, de Thomas Bulfinch, na página 23: “Antes de serem criados o mar, a terra e o ar, todas as coisas apresentavam um aspecto a que se dava o nome de Caos – uma informe e confusa massa, mero peso morto, no qual, contudo, jaziam latentes as sementes da coisas. A terra, o mar e o ar estavam todos misturados; assim, a terra não era sólida, o mar não era líquido e o ar não era transparente. Deus e a natureza intervieram finalmente e puseram fim a essa discórdia, separando a terra do mar e o céu de ambos”. No futuro (se a humanidade não se destruir antes que haja um futuro), a juventude vai admirar-se com a infantilidade desta inocente juventude inteiramente alheia à realidade da vida que ensinam seus filhos a necessidade das igrejas em detrimento de conhecimentos sobre a necessidade de participar coletivamente das decisões sobre seu destino, além da realidade insofismável de depender o bem-estar individual e coletivo exclusivamente da correta aplicação do erário, o que será impossível enquanto a monumental riqueza pública estiver sob a responsabilidade de uma administração tida como melhor apenar por não haver outra pior. Nenhuma lógica há em se conformar com o pior em vez de procurar o melhor, e esse melhor jamais acontecerá sem a participação dos interessados em sua elaboração. Há riqueza suficiente no mundo para não haver miséria e é necessário que se pense a respeito em vez de se pensar em igreja e campo de futebola.

O maior passo que humanidade dará não será o de chegar à lua, mas aquele que a levará ao conhecimento de ter sua atividade tornada equivalente à atividade do cavalo puxador de carroça: trabalhar, comer, descomer e reproduzir. Este fabuloso acontecimento fará com que a humanidade poque o arrocho, poque a cia e lance a carga no chão (frase socialmente monumental do poeta Elomar Figueira). E fará isso porque absolutamente ninguém aceita bancar o bobo. Se a humanidade faz papel de boba, tal fato deve-se exclusivamente ao fato de não saber ela disso em função da atividade nefasta o pão e circo e da religiosidade. Algum dia, entretanto, o número daqueles que já perceberam esta realidade inteiramente desconhecida em épocas anteriores superará o número dos que a desconhecem. Como o destino da sociedade humana é indicado pela maioria, quando se der a reviravolta da falsidade para a sinceridade, aí a inteligência anestesiada nas pessoas pelo pão e circo e a religiosidade será colocada na latrina sob forte descarga é a verdade assumirá o lugar da mentira, e o mundo passará a ser agradável, e não haverá tanto choro, e a juventude não será mais estúpida, e os assuntos principais não serão futebola, emprego/desemprego, bolsa de valores, sistema financeiro, lucro de bancos, agribiuzinesse, cotação de dólar, inflação, economia e economistas, e as pessoas famosas serão aquelas que contribuem de alguma forma para a paz e o bem-estar social, coisas assim. Há motivo para que se possa esperar ação inteligente da massa bruta de povo porque foi de lá que surgiu a ideia de que mesmo nas coisas ruins pode-se encontrar algo de bom. Pois esta profecia está a se concretizando porque a situação de caos absoluto a que chegou a administração pública na sociedade brasileira mostrará à juventude do resto do mundo a grande idiotice que é deixar sob a responsabilidade de apenas algumas pessoas os recursos de cuidar da sociedade. O mal cheiro exalado pela podridão da política desta república de banana servira para quebrar a letargia da juventude de outras plagas para a necessidade da alfabetização política que levará incontestavelmente à conclusão de estar sendo conduzida por falsos líderes porque é inteiramente impossível haver em seres ainda tão brutos quanto os seres humanos elevação espiritual indispensável ao líder verdadeiro. 

Aí estão gastos astronômicos de guerras, pesquisas espaciais, mega construções de torres de babel, monumentais riquezas individuais mostradas na revista Forbes, enquanto miséria, doenças desassistidas, aparato religioso, sofrimentos e choros grassam mundo a fora. Tal descompasso escancara a realidade de estar sendo muitíssimo mal empregada a riqueza do mundo, o que se deve à ação de falsos líderes. A palavra POLÍTICA foi resumida exclusivamente à atividade de gerenciar os recursos públicos. Entretanto, primeiramente, do seu sentido também fazia parte a noção de COLETIVIDADE uma vez que teve origem na palavra POLIS com que os gregos denominavam CIDADE, lugar onde viviam muitas pessoas. Se não vem ao caso especular sobre as causas das quais resultou a situação de se encontrar tão deturpada atualmente a atividade política, faz-se, entretanto, extremamente necessário especular sobre as consequências dessa modalidade de ser a responsabilidade sobre a riqueza pública deixada a cargo de fulano ou beltrano por estar sobejamente demonstrada a irresponsabilidade desses fulanos e beltranos. Se os rios viraram condutores de bosta, as matas viraram dinheiro, o ar causa doença nos pulmões e a comida causa câncer, tudo isto é consequência da loucura de ficar a coletividade a trabalhar para produzir a riqueza que entrega a seres humanos moralmente deformados como são todos os seres humanos sem exceção porquanto aprendem desde o berço a cultura da deslealdade indispensável à competição incompatível com a irmandade necessária à vida em sociedade. Ricardo Noblat diz no jornal O Globo que a democracia brasileira acabou. Entretanto, em nenhuma parte do mundo, a democracia deixará de ser capenga enquanto limitar o significado da primeira parte da palavra, aquela que se refere a povo, apenas ao ato de votar porque o voto, em função do analfabetismo político, é produto da indução a erro também promovida pelo pão e circo e a religiosidade da qual resulta bancada evangélica, juventude católica, e candidatos fazendo pose para fotografia ao lado de jogador de futebola como meio de angariar votos. Evidente, portanto, necessário buscar uma forma na qual o dinheiro público vise a satisfação das necessidades de todos indistintamente porque é para isto que existe inteligência, atributo maior com que a natureza brindou o ser humano. Há de se acordar para a necessidade de não se deixar orientar pelo pão e circo que ajuda os gatos pingados do grupinho de um por cento da humanidade a escravizar os noventa e nove por cento restantes de seus irmão, fazendo através de mil e uma artimanhas com que eles se esfalfem para produzir a riqueza da qual não desfrutam.

Não terá final feliz o resultado da anulação da inteligência dos seres humanos através do hipnotismo midiático levado a efeito pelos escravizadores da humanidade através do pão e circo que produz nos escravizados a uma apatia tão grande que as notícias sobre mortes, doenças e infelicidades são acompanhadas de notícias sobre campeonatos esportivos e seus executores, pobres rebotalhos mentais em termos de sociabilidade elevados à categoria de “famosos” e “celebridades”.  É por isso que a juventude do mundo inteiro deve deixar estes párias sociais e voltar seu embevecimento para a atitude de meditar sobre o exemplo ora dado ao mundo pela política brasileira reduzida a infinitas acusações e negações de canalhices, enquanto a justiça tergiversa e se deixa levar pela antissocialidade de advogados seduzidos pele cultura do enriquecimento tornando-se nada mais do que cúmplices dos ladrões do erário. Não se pode ficar indiferente a esta insanidade social. A ninguém parece incomodar o cinismo dos defensores dos ladrões de gravata. Quando um desses ladrões foi flagrado numa gravação recebendo dois milhões, seu advogado malabarista procurou justificar aquele roubo dizendo tratar-se de um empréstimo e que houve uma DESCONTEXTUALIZAÇÃO das palavras de seu cliente, portanto, injustamente acusado de roubar a sociedade, quando a verdade é ter roubado. Pensem, jovens do mundo, esta república de banana lhes mostra a realidade de ter sido a política transformada em fonte de malefícios em vez de benefícios, sua finalidade primeira. Se não é tão escancaradamente desvirtuada em outras sociedades a administração pública a ponto de ser considerado normal que advogados enriqueçam às custas do empobrecimento social, nem por isso a política de lá deixa de ter a mesma finalidade da política de cá de facilitar a situação de exploração de noventa e nove por cento da humanidade pelo grupinho antissocial de um por cento que fomenta o pão e circo que incentiva o analfabetismo político de modo tão estupefaciente que os enganadores do povo ora impedidos pela Operação Lava Jato de se tornarem portadores da chave do cofre que guarda o erário, estão promovendo artimanhas para fazer do menino Luciano Huck presidente da república, um presidente tão faz-de- conta quanto a rainha da Inglaterra porque, na verdade, as decisões estariam a cargo dos mesmos de sempre que manipulariam os cordões da marionete do pão e circo transformada em presidente desta república de banana. Inté.